"Se não te agradar o estylo,e o methodo, que sigo, terás paciência, porque não posso saber o teu génio, mas se lendo encontrares alguns erros, (como pode suceder, que encontres) ficar-tehey em grande obrigação se delles me advertires, para que emendando-os fique o teu gosto mais satisfeito"
Bento Morganti - Nummismologia. Lisboa, 1737. no Prólogo «A Quem Ler»

sábado, 13 de março de 2010

Otium Cum Dignitate – Catálogo do Leilão de Março





Esta Livraria-Antiquária, muito vocacionada para a actividade leiloeira, vai realizar nos próximos dias Exposição: 23, 24 e 25 de Março às 21h 30m no Hotel Fénix - Praça Marquês de Pombal, 8 - Lisboa. Os lotes estarão em exposição, antes das sessões, das 15h às 19h.


Trata-se dum conjunto de obras de arte, livros – predomínio para os autores modernistas e surrealistas, manuscritos, fotografia¬ e efémera.

Destaque para um conjunto de obras da autoria de Mário Cesariny ou com a sua participação.



970 - Corpo Visível. - Lisboa: ed. autor, 1950.- [16] pp.; 235 mm. Dedicatória do autor a Mário Henrique Leiria, datada de12 de Maio de 1950, portanto coeva à publicação; brochado; acidez mais acentuada nas capas de brochura. Raríssima Primeira edição da obra de estreia de Mário Cesariny subsidiada por Eugénio de Andrade que junto com “Discurso sobre a Reabilitação do Real Quotidiano” publicado dois anos depois, é a primeira obra possuidora de muitos traços próprios da estética surrealista (cf. Biblos, I, col. 1110).


Dedicatória do autor a Mário Henrique Leiria


Desta intensa actividade leiloeira, poderá beneficiar o principiante, pois vai encontrar títulos interessantes e a preços relativamente acessíveis, mas há que definir muito bem o leque de temas ou autores a coleccionar senão correrá o risco de comprar muito e ter pouco...

Fundação Calouste Gulbenkian
Lisboa

Lembro a frase lapidar do grande coleccionador que foi Calouste Gulbenkian: (1) “Only the best is enough for me!”.

Nem todos se poderão “dar a este luxo”, mas saber escolher será um ponto muito importante a reter quando se inicia, ou se pretende enriquecer, qualquer colecção.

Claro que cada um terá o seu gosto e não são só as obras com preços muito elevados que nos poderão dar prazer, mas o raro é, e será, sempre raro!

Saudações bibliófilas


(1) A Fundação Calouste Gulbenkian tem uma actividade cultural notável em Portugal.  Os seus museus são de visita quase obrigatória.

6 comentários:

Diego Mallén disse...

Amigo Rui: aprovecho para insistir en tu recomendación de visita obligatoria a la Gulbenkian. Especialmente a los amigos bibliófilos donde podrán contemplar un bellísimo conjunto de encuadernaciones espléndidas, fundamentalmente del XVIII francés.
Pero no solo libros sino un conjunto exquisito de artes suntuarias y pintur.

¡Saludos bibliófilos!

Galderich disse...

He disfrutado enormemente con el catálogo que envías. Tanto continente como contenido está muy bien.

Además, como no, estoy de acuerdo con Diego sobre la Fundación Gulbenkian.

Jose Ramon Santana Vazquez disse...

...traigo
sangre
de
la
tarde
herida
en
la
mano
y
una
vela
de
mi
corazón
para
invitarte
y
darte
este
alma
que
viene
para
compartir
contigo
tu
bello
blog
con
un
ramillete
de
oro
y
claveles
dentro...


desde mis
HORAS ROTAS
Y AULA DE PAZ


TE SIGO TU BLOG




CON saludos de la luna al
reflejarse en el mar de la
poesía...


AFECTUOSAMENTE:
TERTULIA BIBLIOFILA


ESPERO SEAN DE VUESTRO AGRADO EL POST POETIZADO DE LOVE STORY, CABALLO, LA CONQUISTA DE AMERICA CRISOL.

José
ramón...

Marco Fabrizio Ramírez Padilla disse...

Rui.

Se mantiene muy viva la oferta para los bibliófilos. El catálogo es muy interesante, sobre todo por la combinación de materiales.
Gracias por las excelentes recomendaciones.
Un fuerte abrazo.

lamberto palmart disse...

Rui, interesante catálogo que como siempre nos demuestra que la bibliofilia portuguesa y el amor al libro en general en todas sus dimensiones está más viva que nunca.

Saludos bibliófios.

Rui Martins disse...

Caros amigos

È sempre com renovado prazer que leio os vossos comentários, que apesar de tudo, continuo a achar serem imerecidos.
Limito-me muito simplesmente a transmitir aquilo que por cá se vai fazendo, e, à vezes, a reflectir convosco sobre alguns problemas que se nos põem.

Concordo contigo Lamberto, pois parece que a bibliofilia portuguesa, apesar da crise, ou melhor por sua causa, atravessa um período de forte ressurgimento.
Raras vezes se viram tantos exemplares de uma mesma obra rara, em oferta para venda, num tão curto espaço de tempo!

Marco não reunindo peças de “alta bibliofilia” tem, de facto, peças que podem, como disse, atrair a atenção de uma grande variedade de coleccionadores.

Diego o papel da Fundação Gulbenkian será sempre um marco na nossa cultura, os seus museus são um paraíso para os amantes da cultura e das artes e as suas edições um verdadeiro manancial para os estudiosos.

José Ramón que posso dizer de um comentário tão belo, como imerecido, sobretudo para um declarado amante de poesia como assumo ser.

Espero sinceramente não desiludir as vossas expectativas!

Deixo-vos este pequeno texto de um “senhor” um verdadeiro estudioso, que não este vosso “aprendiz”.
Trata-se de um excerto de “Alfarrábios, Alfarrabistas, e Bibliófilos” de Artur Anselmo ... pois claro!
(Prometo voltar a ele...)
“Há bibliófilos para todos os gostos. Uns caladores, fazem discretamente as suas compras, como se andassem sobre veludo; outros, mais faladores, exuberantes mesmo, têm sempre uma história para contar, a propósito de um livro, de um autor, de um livreiro. No meio termo estão os indecisos permanentes, que viram e reviram o livro como sapato novo, camisola de feira ou melão de Almeirim, antes de tomarem uma decisão heróica de o comprar, se possível com desconto. E há, os que, depois de desbancarem a fazenda toda, gabando muito a mercadoria e o mercador, saem da livraria como entraram, prometendo voltarem breve. Curiosamente, voltam mesmo. Só que, quando se preparam para adquirir o tal volume que lhes faltava e que, da primeira vez, não sabiam ao certo se tinham ou não tinham na sua biblioteca, verificam, desolados, que o livro não está mais no seu lugar, nem na livraria, e se calhar não estará já na cidade nem mesmo no país...”

Saudações bibliófilas.