HUGO, Victor - Cromwell. Drame.
Ambroise Dupont, Paris 1828, 14 X 22,5 cm, in 8.º. [E.O.]. Enc.
Edição original com o mais célebre prefácio do Romantismo francês.
Como deixei antever no descritivo do Blog, não sou um grande conhecedor de bibliofilia nem possuidor de uma grande colecção de livros antigos repleta de obras raríssimas e, quase, únicas.
Vou construindo uma pequena colecção, baseada, no interesse que os autores me despertam, e, sempre, pelo prazer de os ler!
De que serve uma biblioteca repleta de livros, que por mais raros que sejam, nunca os cheguemos a ler?
Tenho alguns exemplares com evidentes sinais de uso, que me fazem sonhar por quantas mãos terão passado e, se o prazer que a sua leitura lhes despertou, foi a mesma que eu senti?
De que serve uma biblioteca repleta de livros, que por mais raros que sejam, nunca os cheguemos a ler?
Tenho alguns exemplares com evidentes sinais de uso, que me fazem sonhar por quantas mãos terão passado e, se o prazer que a sua leitura lhes despertou, foi a mesma que eu senti?
Os conhecimentos bibliófilos vão-se adquirindo ao longo dos anos, nos contactos que mantemos com alguns livreiros, os quais nem sempre nos acolhem bem (“...mais um principiante para nos aborrecer!”) e, muitas vezes, tentam vender-nos uma obra vulgar como se tratasse de um exemplar da mais alta raridade e a um preço especulativo; mas, sobretudo dentro do nosso círculo de amigos que partilham a mesma paixão.
E, curiosamente, quando mais parece que estamos a desbravar caminho, mais dúvidas se nos põem, e, cada vez reconhecemos a nossa ignorância...que, às vezes, para alguns, e pelas más experiências, os levam a desistir.
È preciso muita persistência, vontade de aprender. ter um espírito aberto, saber escutar e, evidentemente, alguma disponibilidade financeira.
E, curiosamente, quando mais parece que estamos a desbravar caminho, mais dúvidas se nos põem, e, cada vez reconhecemos a nossa ignorância...que, às vezes, para alguns, e pelas más experiências, os levam a desistir.
È preciso muita persistência, vontade de aprender. ter um espírito aberto, saber escutar e, evidentemente, alguma disponibilidade financeira.
Neste último aspecto, ainda que importante, julgo poder construir-se uma colecção importante desde que se limitem bem os parâmetros da mesma.
Dir-me-ão que o raro se valoriza sempre, enquanto que o menos raro flutua ao gosto da época, com o que estou de acordo
Mas pode-se fazer uma colecção dos séculos XVIII-XIX, não muito dispendiosa, constituída por alguns livros antigos (devendo alguns serem ilustrados) pouco comuns, e, mesmo alguns raros, os quais lhe interessa sobretudo pelo prazer da sua leitura e lhe permitirem conhecer o modo como se pensava e vivia nessa época.
Haverá algo de mais gratificante?
(Claro que este bibliófilo não enriquecerá com a sua colecção, mas será certamente bastante feliz, quando lê, ou relê, as suas obras ou, muito simplesmente, as folheia!)
Dir-me-ão que o raro se valoriza sempre, enquanto que o menos raro flutua ao gosto da época, com o que estou de acordo
Mas pode-se fazer uma colecção dos séculos XVIII-XIX, não muito dispendiosa, constituída por alguns livros antigos (devendo alguns serem ilustrados) pouco comuns, e, mesmo alguns raros, os quais lhe interessa sobretudo pelo prazer da sua leitura e lhe permitirem conhecer o modo como se pensava e vivia nessa época.
Haverá algo de mais gratificante?
(Claro que este bibliófilo não enriquecerá com a sua colecção, mas será certamente bastante feliz, quando lê, ou relê, as suas obras ou, muito simplesmente, as folheia!)
BRUNET, Jean Charles – Manuel du Libraire et de l’Amateur de Livres
Paris, Firmin - Didot 1860 -1863. 6 volumes. In 8.º cinquième édition originale.
Meia-encadernação cartonada recoberta de papel marmoreado,com título dourado sobre rótulo vermelho. Coifas parcialmente desfeitas.
(Faltam os suplementos)
A este propósito, cito um grande bibliófilo J.-C. Brunet, que, humildemente, escreveu: «De quel droit, en effet, me serais-je érigé en censeur universel ? je me suis seulement permis de dire que tel ouvrage était estimé, que telle édition était préférable á telle autre, parce qu’il est censé que ses observations sont plutôt le résultat de l’opinion générale que mon sentiment particulier.» (1868)
RAHIR, Edouard - La Bibliothèque de l'amateur. Guide sommaire à travers les livres anciens les plus estimés et les principaux ouvrages modernes.
Paris, Damascène Morgand 1907.
1 volume, in-4, 255 x 175, Encadernação de época em meia-tela, com gravuras no texto e extra-texto, capas conservadas. 408 páginas. Com dedicatória e homenagem do autor a Monsieur L. Badin (fundador da Librairie Giraud-Badin).
Paris, Damascène Morgand 1907.
1 volume, in-4, 255 x 175, Encadernação de época em meia-tela, com gravuras no texto e extra-texto, capas conservadas. 408 páginas. Com dedicatória e homenagem do autor a Monsieur L. Badin (fundador da Librairie Giraud-Badin).
Podemos igualmente orientar as nossa opções de acordo com os critérios definidos por Edouard Rahir:
« Si nous avons pu, a l’aide de nombreux ouvrages de critique, faire avec un peu de certitude, le choix des livres les plus célèbres au point de vue littéraire, pour les livres se rapportant a des matières spéciales, nous avons envisagé la question au point de vue bibliophilique, mentionnant surtout les ouvrages autrefois estimes, qui, souvent bien imprimés au reliés avec soin, son dignes d’être encore favorablement accueillis par les bibliophiles curieux des choses du passé, alors même des traites plus récents ont parfois déprécié ces volumes aux yeux des lettres et des savants »
Pags. VII-VIII in « La Bibliothèque de l'amateur »
UZANNE, Octave - Physiologie des Quais de Paris. [E.O]
Ilustrações deEmile MAS.
Paris, Ancienne Maison Quantin ; Librairies-imprimeries réunies, Bouquinistes et bouquineurs, 1893 (achevé d'imprimer le 20 décembre 1892), grand in-8° (258x170mm.) ; 3ff. XI, 318pp, 1f.
Mas o maior prazer para qualquer bibliófilo é bem definido por Gustave Uzanne quando ele cita uma reposta de Paul Lacroix (O bibliófilo Jacob):
« N’avait-il pas raison, le cher Paul Lacroix, lorsqu’il écrivit : « Si l’on me demande quel est l’homme le plus heureux, je répondrai. Un bibliophile, en admettant que ce soit un homme. D’où il résulte que le bonheur c’est un bouquin. »
Pag. 198 in « Physiologie des Quais de Paris »
Quantos de nós, que passaram por Paris, não se deliciaram a percorrer a margem do Sena e a vasculhar os expositores dos “bouquinistes”. (Infelizmente não se encontravam as personalidades tão marcantes do século XIX, como as citadas por Uzanne no seu livro.)
Ou, como nos nossos países, e no caso de Portugal, dar um salto ao Terreiro do Paço e percorrer as arcadas e ver os livros e folhetos, que os vendedores espalhavam na calçada...e qual não era o prazer da descoberta, mesmo dum simples folheto, que há tanto procurávamos..
(Infelizmente hoje desaparecida)
Ou, como nos nossos países, e no caso de Portugal, dar um salto ao Terreiro do Paço e percorrer as arcadas e ver os livros e folhetos, que os vendedores espalhavam na calçada...e qual não era o prazer da descoberta, mesmo dum simples folheto, que há tanto procurávamos..
(Infelizmente hoje desaparecida)
Obrigado pela vossa leitura e opiniões.
5 comentários:
Gran enigma y buenas reflexiones sobre qué es ser bibliófilo.
Todo un alegato sobre la bibliofília nos has hecho para emperzar un blog que promete con esta teorización.
¡Ah amigo Rui! Que buenas y sentidas reflexiones nos dejas sobre la bibliofilia. El dinero no es problema para hacer una buena biblioteca, puede ser la excusa para el que no tiene interés.
Pues como bien dices con un poco de dinero, mucha perserverancia y amor se puede reunir en unos años un bello conjunto de libros del XVIII y XIX. Especialmente las bellas impresiones del XIX deben seguirse con atención e interés pues en unas pocas décadas tendrán, sin duda alguna, un incremento de precio considerable.
Ahora hay una gran oportunidad, y un gran placer, en reunirlas.
¡Y qué decir de los libros que nos expones! Repertorios fundamentales de bibliografía: J.C. Brunet, O. Uzanne y E. Rahir. Por eso de hacer patria yo añadiría a la lista a nuestros insignes Antonio Palau y a Vicente Salvá. Y el bibliotecario alemán Graesse tampoco puede quedar fuera.
Magníficos ejemplares de esos repertorios son los que nos expones, ¡enhorabuena!
Gracias Galderich por tu ayuda y por tu comentario.
Yo no quería teorizar, pero solamente despertar el gusto por la lectura (muy lejana de los más jóvenes, al menos en mío país) y intentar atraer mas personas para el placer qui es la bibliofilia.
Como siempre, amigo Diego tu comentario, es muy lisonjero y yo no lo merezco…
Cuanto al libro del bibliotecario alemán Graesse, confeso la mía ignorancia! Pero te agradezco el complemento al qué yo dice.
Llame “Tertulia Bibliófila” al mío Blog, precisamente por eso, para todos se sentirán libres de decir o añadir siempre algo más, sobretodo por los míos pocos conocimientos…
Saludos bibliófilos
Rui.
Gracias por tus enriquecedoras reflexiones. El meditar sobre lo que significa la bibliofilia, es un ejercicio personal, que inevitablemente realizamos cada vez que admiramos, adquirimos o deseamos un libro.
Coincido contigo en que la lectura debe de ser la puerta de entrada al gusto que proporciona el libro y que el requisito indispensable es el amor al libro, el que sea: caro, barato , antiguo o nuevo son únicamente variantes.
Hermosos ejemplares acompañan tu entrada.
Saludos bibliófilos.
P.D. Obligado por tus buenos deseos
La traduction en français par Google est hasardeuse, mais je crois avoir compris l'essentiel,
bravo pour le lancement de ce nouveau blog.
Avec les technologies modernes, tout bibliophile qui souhaite partager sa passion, devrait avoir son propre blog.
Avis aux amateurs.
B.
Bibliomane moderne
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