Calmann-Lévy, Paris 1878, 14,5x19cm, brochado.
1ª edição in-12, surgida no mesmo ano da original, e no mesmo editor.
Hoje venho trazer-vos um tema de reflexão: que fazer quando se adquire um livro brochado?
De acordo com as imagens que ilustram este artigo, a decisão mais fácil de se tomar será em relação ao primeiro, dado o seu bom estado de conservação provavelmente todos o manteriam neste estado, precisamente como a obra apareceu à venda e conseguiu sobreviver nesta agradável condição até aos nossos dias. O segundo levanta outros problemas, visto a lombada ter pequenas faltas estar parcialmente descolada e ter algumas mancha internas.
Mas vejamos, somos bibliófilos, e, com tal, gostamos dos nossos livros pelo prazer da sua leitura.
Se é verdade que um bibliófilo é aquele estranho personagem que pratica o culto complexo pelo livro com um conjunto de sentimentos, incompreensíveis, para os não iniciados, que vão desde a sensibilidade, o carinho, o amor e o respeito pelo livro, tendo em conta o seu conteúdo, e igualmente por um conjunto de outras características intrínsecas ao mesmo tais como o tipo de papel utilizado, as ilustrações e os ilustradores, o aspecto e qualidade gráficas, se é autografado ou se tem alguma dedicatória pelo punho do escritor, o maior ou menor esplendor da encadernação, se esta é assinada, os materiais utilizados, tentar saber o seu percurso até chegar às suas mãos, o seu estado de conservação, o número de edições que teve, qual a mais rara – por vezes não é a primeira, se é uma edição limitada e numerada, entre tantos outros aspectos.
Contudo ficamos sem saber o que faz entrar uma pessoa neste culto pelo livro.
Só cada um poderá definir a sua razão, e dificilmente se conseguirão obter duas respostas iguais. Todos têm apenas em comum o facto de serem leitores de livros e amantes e coleccionadores de obras raras e preciosas.
HUGO, Victor - Le Pape
(interior, exemplar de grandes margens)
Mas voltemos aos “exemplares mais pobres” das nossas colecções – o livro brochado, pois penso que um livro numa magnífica encadernação é o orgulho de qualquer bibliófilo.
Por mais cuidado que se tenha, e, estes livros passaram por várias mãos, e nem todas de bibliófilos, pelo que mostram evidentes sinais de leitura...cumpriram o seu papel!
O livro é publicado para ser lido e não para ser guardado como um objecto decorativo numa prateleira de uma biblioteca (há quem compre livros a metro, bem decorativos pois claro!, para encherem algumas das prateleiras dum móvel na sua sala para impressionar os amigos).
DUMAS, Alexandre - Monsieur Coumbes
Librairie Nouvelle A. Bourdilliat & Cie, Paris 1860, 12x18, 5cm, brochado.
Edição original não referenciada no Clouzot.
Para o prazer de alguns dos meus leitores, deixo um exemplo de um livro cuja atitude de manutenção não merece discussão (prometo voltar um dia a falar do mesmo), por hoje fica só a sua fotografia.
FRANQUESNAY, Jacques de La Sarraz du - LE MINISTRE PUBLIC DANS LES COURS ETRANGERES, ses fonctions et ses prérogatives. Par le sieur J. de La Sarraz du Franquesnay.
A Paris, chez Etienne Ganeau, libraire rue St-Jacques, aux armes de Dombes, 1731
1 volume in-12 (17 x 10 cm) de xxiv-293-(5) pags. E.O.
Saudações bibliófilas.
5 comentários:
El tema de la restauración y mantenimiento de los libros es una de las grandes incógnitas. En principio, y a mi parecer, hemos de mantener el libro en su original concepción. Si se puede restaurar acercándonos a esta concepción original es lo mejor. A pesar de ello muchas veces no se puede. El invento de las cajas-encuadernación es una solución fácil y que no afecta al libro y lo preserva perfectamente.
Una saludo bibliófilo.
tento sempre manter os meus livros o mais proximos possivel da edição original (se eram brochados, assim continuarão). No entanto já aconteceu mandar reencadernar livros cuja encadernação não me pareceu bem feita ou estava danificada. A solução das caixas parece-me excelente para os exemplares mais frágeis... gosto bastante de ler o seu blog!
Ruy.
Es muy interesante el tema que abordas.
Personalmente trato de mantener los libros en su encuadernación original, creo que es parte integral del contexto de su creación. Si se encuentra con un daño tan grande, que peligre la integridad del libro, hay que encuadernarlo. Por otra parte afortunadamente ahora se tiene la posibilidad de conservar por medios electrónicos las hermosas portadas en papel que tarde o temprano están condenadas a desaparecer.
Como dices, Lo que no debemos hacer es dejar de disfrutar de la lecutra de nuestros libros, por temor a dañarlos. Saludos
Anita é com imenso prazer que registo o seu primeiro conmentário, ainda que seja a primeira seguidora do meu modesto Blog...quero simplesmente divulgar a bibliofilia e o amor pelos livros e a sua leitura.
PS: já dei algumas olhadelas ao seu Blog e tem temas que me interessaram.
Obrigado
Gracias Galderich, no te escapa uno articulo, y Marco.
Creo todos nosotros estamos de acuerdo, pero as veces es muy difícil tomar una decisión, delante un libro precioso, pero con una encuadernación muy danificada o un libro de tapa blanda muy raro, con las hojas sueltas, lomo o sus cubiertas muy danificadas…en esto momento, la decisión es muchas veces una decisión del corazón… intentar restituirle la su anticua belleza, pero es una actitud siempre discutible! (Y además pocos son los encuadernadores que lo logran!)
Saludos bibliófilos
Con amistad
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