"Se não te agradar o estylo,e o methodo, que sigo, terás paciência, porque não posso saber o teu génio, mas se lendo encontrares alguns erros, (como pode suceder, que encontres) ficar-tehey em grande obrigação se delles me advertires, para que emendando-os fique o teu gosto mais satisfeito"
Bento Morganti - Nummismologia. Lisboa, 1737. no Prólogo «A Quem Ler»

domingo, 30 de janeiro de 2011

A Bíblia dos Bibliophilos




Capa da brochura

CUNHA, Xavier da – A Bíblia dos Bibliophilos – Divagações Bibliographicas e Biblioeconómicas pelo Director da Biblioteca Nacional de Lisboa. Coimbra, Imprensa da Universidade, 1911. 103 págs. Brochura.

Conforme tinha prometido (e o que é prometido é devido), apresento-vos o livro de que vos falei no último texto.


Página de rosto

Antes de entrarmos no livro, propriamente dito, deixo estes apontamentos breves sobre Xavier da Cunha.

“Xavier da Cunha nasceu em Évora, a 14 de Fevereiro de 1840, e faleceu em Lisboa, em 11 de Janeiro de 1920. Era filho de Estêvão Xavier da Cunha, jornalista, que detinha o cargo de secretário da Administração Geral do Distrito, em Évora. Foi casado com D. Antónia Balbina Mendes Figueiredo da Cunha.

Concluiu o curso da Escola Médico-Cirúrgica em 1865. Exerceu funções de cirurgião interno no Hospital da Marinha, em Lisboa, de facultativo da Associação Conciliadora de Santa Catarina, em Lisboa, do Hospital da Misericórdia, de Alcobaça, e do Hospital de Constância, na vila da Barquinha.

Em 1886 foi provido no cargo de segundo conservador da Biblioteca Nacional de Lisboa, tendo sido nomeado director da mesma em 1902, cargo que ocupou até 1910. No desempenho desta função organizou várias exposições, como as dedicadas a Cervantes, Petrarca, Garrett, ou biblio-iconográficas.

Publicou "A Biblioteca Nacional e os seus livros médicos"; "A legislação tributária em benefício da Biblioteca Nacional"; "A Bíblia dos bibliófilos"; "A Biblioteca Nacional de Lisboa: suas deficiências e remédio dessas deficiências"; "Impressões deslandesianas: divagações bibliográficas"; "Notice sur la Bibliothèque Nationale".


CUNHA, Xavier da, 1840-1920
Impressões deslandesianas : divulgações bibliographicas / Xavier da Cunha. 
Lisboa : na Imprensa Nacional, [1895] (1896). - 2 v.
(Cópia publica, em pdf, acessível em: http://purl.pt/254/2/)

Foi escritor, poeta, bibliógrafo. Publicou poesia lírica sob o pseudónimo de Olímpio de Freitas. As suas obras foram compiladas num volume, em 1910, com prefácio do próprio. Parte delas foi traduzida e publicada noutras línguas, nomeadamente em italiano, tendo sido tradutor Próspero Peragallo.

Uma das suas obras mais conhecidas é "Pretidão de Amor: endechas de Camões a Bárbara escrava seguidas da respectiva tradução em várias línguas". Lisboa: Imprensa Nacional, 1893-95. Publicou ainda "António Ribeiro dos Santos: bibliófilo"; "Camões e Lord Stangford"; "Filinto Elísio: bibliófilo"; "Francisco Henrique Ahlaers: subsídios para a sua biografia"; "Homenagem a Vasco da Gama"; Notícia de um precioso livro da Biblioteca Nacional: repertório dos tempos de Valentim Fernandes Aleman"; "A epopeia das navegações portuguesas: estrofes com traduções em italiano, espanhol e francês, por Prospero Peragallo, D. José Lamarque e José Benoliel"; "Frederico Mistral: parecer à sua candidatura"; "Garrett e as cantoras de San Carlos"; "Homenagem póstuma ao visconde Júlio de Castilho"; "Manuel Vieira da Natividade"; "A medalha de Casimiro José de Lima em homenagem a Sousa Martins"; "No adro da igreja das Chagas: soneto a Camões"; "A medalha escolar do Colégio do Corpo Santo"; "Algumas palavras acerca do Conde de Valenças"; "Quem era José Colffs de Guimarães"; "Sepultura de Garrett"; entre outras.

Colaborou no "Arquivo Pitoresco", na "Gazeta de Portugal" e no "Dicionário Contemporâneo", organizado por Caldas Aulete e Santos Valente, e no "Dicionário Popular", dirigido por Pinheiro Chagas, e ainda no "Álbum de Costumes Portugueses", "Lisboa-Creche" ou "A Espanha", publicação ilustrada, dedicada à Associação dos Escritores e Artistas Espanhóis - Madrid. Dirigiu, ele próprio, várias publicações, como "A Biblioteca do Povo e das Escolas".

Colaborou também na Exposição Oceanográfica e no Congresso Internacional de Liège

Foi sócio correspondente da Academia das Ciências de Lisboa, bem como de outras instituições de carácter literário e científico, em Portugal e no estrangeiro”. (1)

Trata-se de A Bíblia dos Bibliophilos de Xavier da Cunha, livro baseado num artigo publicado no n.º 2, referente ao mês de Abril de 1910, do Boletin de la Biblioteca Municipal de Guayaquil – cidade do Equador – e intitulado precisamente “La Biblia de los Bibliofilos”, texto baseado no trabalho “Don’t” de Harold Klett publicado em The Library Journal de Nova Iorque em que este descreve os trinta preceitos a seguir pelos bibliófilos.

Como se pode ler na tradução castelhana: “Puede calificarse así, las reglas que ha estabelecido, para el aprovechamiento y conservación de los libros, uno de los más autorizados bibliófilos americanos”

Xavier da Cunha neste seu trabalho propõe-se: “ […], farei aqui transcrição, accrescentando-lhe commentários meus.”


Página inicial e 1º preceito

Ora vejamos então estes “preceitos”.

Começo com o 1º preceito: “No leer en la cama”
Aqui, como médico que era, não pode deixar de expressar o ponto vista da sua especialidade.

O 2º preceito é: “No poner notas marginales, á menos de ser un Coleridge”
Neste ponto, os seus comentários são mais detalhados (pág. 6-19) e polemiza com o autor – ou não seja este um dos aspectos de discussão bibliófila e ainda hoje não consensual – e sempre presente quando se descreve ou adquire um livro!

2º preceito

Dado o interesse do tema, deixo algumas páginas ilustrativas, para se poder ajuizar dos seus pontos de vista (2).












O 3º preceito é: “No doblar las puntas de las hojas”

O 4º preceito é: “No cortar con negligencia los libros nuevos”

3º, 4º e 5º preceito

O 5º preceito é: “No garabatear vuestro interesante y precioso autógrafo en las páginas de título”
Outro ponto de polémica entre os bibliófilos e, como tal, o autor estende-se pelas págs. 21-77, rebatendo este ponto de vista, contrapondo com alguns dos exemplares da sua colecção bibliófila, em que demonstra o valor de certas assinaturas de posse. (3)
Mas como sempre a polémica deverá manter-se.










O 6º preceito é: “No poner en un libro de un peso, una encuadernación de cinco pesos“


5º e 6º preceito

O 7º preceito é: “No mojar la punta de los dedos para dar más fácilmente la vuelta a las hojas”
Mais uma vez, fala mais como médico do que bibliófilo.


7º preceito

O 8º preceito é: “No ler comiendo”

O 9º preceito é: “No fiar los libros preciosos a malos encuadernadores”
Vale a pena conhecer um pouco da história do encadernador Aleixo Bouret – este dos bons! – estabelecido em Lisboa no Largo de S. Carlos, que ele nos traça.


8º e 9º preceito

O 10º preceito é: “No dejar caer sobre el libro las cenizas del cigarro; y aun mejor no fumar leyendo. Esto prejudica la vista”


10º preceito

O 11º preceito é: “No arrancar de los libros los grabados antiguos”

O 12º preceito é: “No colocar vuestros libros sobre el borde exterior ó canal, como se hace frecuentemente cuando se ley se interrumpe momentáneamente la lectura, en vez de tomarse el trabajo de cerrar el libro después de puesto una señal”

O 13º preceito é: “No dejar secar hojas de plantas dentro de los litros”

O 14º preceito é: “No tener los estantes de las bibliotecas encima de los picos de gas”


11º, 12º, 13º e 14º preceito

O 15ª preceito é: “No sostener los libros sugéstandolos por las tapas”

O 16º preceito é: “No estornudar sobre las páginas”

O 17º preceito é: “No arrancar las hojas de la guarda”


15º, 16º e 17º preceito

O 18º preceito é: “No comprar libros sin valor”

O 19º preceito é: “No limpiar los libros com trapos sucios”

O 20º preceito é: “No tener los libros encerrados en arquillas, escritorios, cómodas, ni armários: tienen necesidad de aire”


18º, 19º e 20º preceito

O 21º preceito é: “No encuadernar juntos, dos libros diferentes”


21º preceito

O 22º preceito é: “EN NINGUN CASO sacar las láminas y los mapas de los libros”

O 23º preceito é: “No cortar los libros con horquillas para el cabello”

O 24º preceito é: “No hacer encuadernar los libros en cuero de Rusia”


22º, 23º e 24º preceito

O 25º preceito é: “No emplear los libros para asegurar las sillas ó mesas cojas”

O 26º preceito é: “No arrojar los libros á los gatos, ní contra los niños”


25º e 26º preceito

O 27º preceito é: “No romper el lomo de los libros abriéndolos enteramente y por fuerza”

O 28º preceito é: “No leer los libros encuadernados muy cerca del fuego de la chimenea, ni en la hamaca, ni embarcado”

O 29ª preceito é: “No dejar que los libros tomen humedad”

O 30º preceito é: “No olvidar estes consejos”


27º, 28º. 29º e 30º preceito

Como nota de remate, deixo aqui a citação com que o autor encerra o seu trabalho:
“É o caso de Manuel de Faria e Sousa no comentário à Ecloga I de Camões: - “ Quien me quiera agora meter en esta? Mucho mejor es dexarlo”.

Saudações bibliófilas


Notas:

(1) Arquivo Nacional Torre do Tombo – Xavier da Cunha (PT/TT/XC):

(2) Não sendo um livro raro, ou excepcionalmente caro, é pouco frequente de se encontrar no mercado, pelo que o número de fotografias das páginas, que me parecem de maior interesse para a vossa leitura é grande … pelo facto, peço desculpa a todos aqueles que conhecem ou já leram a obra.

(3) Contem apontamentos de alguma importância para os estudiosos da obra de Almeida Garrett, de Camilo Castelo Branco e de M. M. Barbosa du Bocage entre outros. 


quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

A visão de Fabiano Cataldo sobre João do Rio




João do Rio

João do Rio é o pseudónimo literário de Paulo Barreto (João Paulo Emílio Cristóvão dos Santos Coelho Barreto). Foi jornalista, cronista, contista e teatrólogo. Nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 5 de Agosto de 1881, na rua do Hospício, 284 (actual rua Buenos Aires, no Centro do Rio) e faleceu na mesma cidade. Paulo Barreto era obeso, sentiu-se mal durante todo o dia 23 de Junho de 1921. Ao apanhar um táxi, o mal-estar aumentou pelo que pediu ao motorista que parasse e lhe trouxesse um copo de água. Antes que o socorro chegasse, no entanto, ele faleceu, vítima de um enfarte do miocárdio fulminante.

Era filho de educador Alfredo Coelho Barreto e de Florência Cristóvão dos Santos Barreto. Adepto do Positivismo, o pai  baptizou-o na igreja positivista, na esperança de que o pequeno Paulo viesse a seguir os passos de Teixeira Mendes.

Mas Paulo Barreto jamais levaria a sério a igreja comtista, nem qualquer outra, a não ser como tema de reportagem.


João do Rio

Eleito para a Academia Brasileira de Letras na sua terceira tentativa, em 7 de Maio de 1910, Paulo Barreto foi o primeiro a tomar posse usando o hoje famoso "fardão dos imortais". Foi eleito para a Cadeira n.º 26, na sucessão de Guimarães Passos, onde foi recebido em 12 de Agosto de 1910, pelo académico Coelho Neto.

Fez os estudos elementares e de humanidades com o pai. Estudou Português no Colégio São Bento, onde começou a exercer seus dotes literários, e aos 15 anos prestou concurso de admissão ao Ginásio Nacional (hoje, Colégio Pedro II). Aos 16 anos, ingressou na imprensa.

Em 1 de Junho de 1899, com 18 anos incompletos, teve seu primeiro texto publicado em A Tribuna, jornal de Alcindo Guanabara. Assinado com seu próprio nome, era uma crítica intitulada Lucília Simões sobre a peça Casa de Bonecas de Ibsen, então em cartaz no Teatro Santana (actual Teatro Carlos Gomes).


Avenida Central no início do século XX
(cenário ideal para o "dândi" João do Rio)

Por esta época, estava no jornal Cidade do Rio, ao lado de José do Patrocínio e o seu grupo de colaboradores. Surgiu então o pseudónimo de João do Rio, com o qual se consagraria literariamente. Seguiram-se outras redacções de jornais, e João do Rio notabilizou-se como o primeiro homem da imprensa brasileira a ter o senso da reportagem moderna.


O Momento literário

Começou a publicar as suas grandes reportagens, que tanto sucesso obteve no Rio e em todo o Brasil, entre as quais As religiões no Rio e inquérito Momento literário, ambos reunidos depois em livros ainda hoje de leitura proveitosa, sobretudo o segundo, pois constitui uma excelente fonte de informações acerca do movimento literário do final do século XIX no Brasil.

Nos diversos jornais em que trabalhou, granjeou enorme popularidade, sagrando-se como o maior jornalista de seu tempo. Usou vários pseudónimos, além de João do Rio, destacando-se: Claude, Caran d’ache, Joe, José António José.

Como homem de letras, deixou obras de valor, sobretudo como cronista. Foi o criador da crónica social moderna brasileira. Como teatrólogo, teve grande êxito a sua peça A bela madame Vargas, representada pela primeira vez em 22 de Outubro de 1912, no Teatro Municipal. Deixou obra vasta, mas efémera, que de modo algum corresponde à imensa popularidade que desfrutou em vida.


Crónicas e Frases de Godofredo de Alencar

Quando faleceu, era director do diário A Pátria (chamado ironicamente de A Mátria por seus detratores), que fundara em 1920. No seu último "Bilhete" (secção diária que mantinha naquele jornal), escreveu: "Eu apostaria a minha vida (dois anos ainda, se houver muito cuidado, segundo o Rocha Vaz, o Austregésilo, o Guilherme Moura Costa e outras sumidades)..." O seu prognóstico ainda era optimista, pois não lhe restavam mais que alguns minutos quando escreveu aquelas palavras. O seu corpo ficou na redacção de A Pátria, exposto para homenagem pública.

O enterro realizou-se com cortejo de cerca de cem mil pessoas. Na Academia, que então ficava no Silogeu Brasileiro, na praia da Lapa, Carlos de Laet pronunciou o discurso de adeus.

As preferências sexuais de Paulo Barreto desde cedo constituíram-se em motivo de suspeita (e, posteriormente, de troça) entre seus contemporâneos. Solteiro, sem namorada ou amante conhecida, muitos de seus textos deixam transparecer uma inclinação homo-erótica bastante explícita. As suspeitas praticamente se confirmaram quando se arvorou em divulgador na terra brasileira, da obra do "maldito" Oscar Wilde, de quem traduziu várias obras.


Oscar Wilde – Salomé
(tradução de João do Rio)

Obras: As religiões do Rio, reportagens (1905); Chic-chic, teatro (1906); A última noite, teatro (1907); O momento literário, inquérito (1907); A alma encantadora das ruas, crónicas (1908); Cinematógrafo, crónicas (1909); Dentro da noite, contos (1910); Vida vertiginosa, crônicas (1911); Os dias passam, crónicas (1909); Dentro da noite, contos (1910); Vida vertiginosa, crónicas (1911); Os dias passam, crónicas (1912); A bela madame Vargas, teatro (1912); A profissão de Jacques Pedreira, novela (1913); Eva, teatro (1915); Crónicas e frases de Godofredo de Alencar (1916); No tempo de Wenceslau, crónicas (1916); A correspondência de uma estação de cura, romance (1918); Na conferência da paz, inquérito (1919); A mulher e os espelhos, contos (1919).

Vêm estes apontamentos breves a propósito de um dos últimos trabalhos publicados por Fabiano Cataldo de Azevedo: A doação da biblioteca João do Rio ao Real Gabinete Português de Leitura: aspectos de uma história pouco conhecida, publicado em Perspectivas em Ciência de Informação, vol. 15, n.º 3, p. 233-249, Set./Dez. 2010. (1)


A doação da biblioteca João do Rio ao Real Gabinete Português de Leitura:
aspectos de uma história pouco conhecida

Nas palavras do seu autor: “Expõe resultado de investigação acerca da origem da Biblioteca Paulo Barreto (João do Rio) no Real Gabinete Português de Leitura. Como subsídio documental foram utilizados farta documentação pouco conhecida pela comunidade científica. A abordagem se insere no âmbito de Formação e Desenvolvimento de Coleções, uma vez que conhecer a história das coleções que compõem uma biblioteca favorece a compreensão de sua história. Objetiva oferecer elmentos para estudos acerca do escritor e jornalista. Reconstrói e relata todo o processo de doação e recepção dos livros do escritor fluminense utilizando fontes manuscritas e impressas. Apresenta amostragem de autores presentes na coleção, analisa a forma de organização do acervo e infere que a disposição adotada atualmente é a mesma privilegiada por seu primitivo possuidor. Considera que a biblioteca recebida representava a soma de dois acervos anteriormente formados por razões diversas.”

Proponho-vos para leitura mais este tema, objecto das minhas divagações e incursões pelo mundo do livro, e para divulgação de alguns aspectos menos conhecidos da literatura em português.

Saudações bibliófilas.



Notas:

(1) Existe uma primeira versão: A doação da Biblioteca João do Rio ao Real Gabinete Português de Leitura publicado na Revista Convergência Lusíada, 24 do Real Gabinete Português de Leitura do Rio de Janeiro – Centro de Estudos. 2º Semestre – 2007. p.317-320.

Pela importância da maioria dos textos incluídos nesta revista, com destaque para o trabalho Pensar para além das etiquetas por Vanda Anastácio, deixo aqui o link para vosso acesso:


quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Bibliofilia – uma outra análise


“No fundo, o mundo é feito para acabar num belo livro.”
Mallarmé (1842/1898)



Biblioteca de um coleccionador
Fotografia ©Bauman Rare Books

Voltando ao tema iniciado no princípio do ano com o artigo: Bibliofilia - o que pensam os “outros” de nós, proponho-vos hoje uma outra leitura que se debruça sobre a bibliofilia e a compra de livros pelos bibliófilos.

Trata-se de: O Consumidor de Livros de Segunda Mão – Perfil do Cliente dos Sebos por Aníbal Bragança, Eliane Ganem, Maria Virgínia M. de Arana e Shirley Dias da Silva, da Escola de Comunicações e Artes – ECA / Universidade de São Paulo – USP. São Paulo – Brasil. Niterói, Rio de Janeiro, Novembro de 2005.

 

O Consumidor de Livros de Segunda Mão – Perfil do Cliente dos Sebos

Segundo os seus autores é uma “Pesquisa realizada em São Paulo e Rio de Janeiro, dentro do projeto “O Público da Cultura”, coordenado pelo Prof. Dr. Teixeira Coelho, como atividade acadêmica dos autores no Programa de Pós-graduação em Comunicação da Universidade de São Paulo-USP, no primeiro semestre de 1992. […] Levamos em conta que desde sua realização o trabalho tem sido aproveitado por colegas pesquisadores, certamente por se tratar de um trabalho pioneiro e que se mantém, até agora, sem continuidade. Constituindo-se assim, talvez, na única pesquisa empírica na área e uma das poucas fontes existentes no país sobre o público consumidor de livros de segunda mão, acrescido de breves notas sobre a bibliofilia.”

Parece-me um trabalho bastante interessante pela forma como os autores analisam esta questão, ainda que mais uma vez os bibliófilos sejam analisados de fora, permite-nos compreender algumas das nossas atitudes, que como se disse no artigo anterior, agem como se formassem uma “confraria” com os seus rituais e princípios muito próprios.


Bauman Rare Books
Livraria em Madison Avenue – New York
Fotografia ©Bauman Rare Books

Antes de terminar esta proposta de leitura, deixo mais uma citação retirada deste mesmo texto:

“... a posse é a mais íntima relação que se pode ter com as coisas que estejam vivas dentro dele; é ele que vive dentro delas. (...). Pois para o colecionador a verdadeira liberdade de todo livro é estar em alguma parte de suas estantes”.
Walter Benjamin

Prometo, num próximo artigo mostrar-vos um trabalho de um bibliófilo português onde ele analise o coleccionismo e as “regras de boa conduta para se estimar e saber valorizar um livro” … mas isso ficará para depois.


Charles Dickens – The Posthumous Papers of the Pickwick Club. London, 1837.
Thick octavo, early 20th-century full green morocco gilt, elaborately gilt-decorated spine;
red morocco onlay to front board, red morocco doublures,
Cosway-style portrait mounted on front doublure, watered silk endpapers;
housed in a custom clamshell box.
Fotografia ©Bauman Rare Books

Boa leitura deste texto que, em minha opinião, merece não cair no esquecimento. E, se me permitem a ousadia, porque não responderem ao questionário do trabalho de pesquisa (pp. 47-53)? Talvez este auto-exame nos possa dizer algo de curioso.

Quero expressar as minhas felicitações aos autores pelo seu trabalho que conseguiu superar quase duas décadas e manter uma grande actualidade.

Saudações bibliófilas.


sábado, 15 de janeiro de 2011

Apontamentos à margem duma leitura




Laurentino Gomes – 1822. Porto, Porto Editora, 2010.
1ª edição (em Portugal). 304 págs. Brochura.

Recentemente li 1822 de Laurentino Gomes. Trata-se de um livro que é um relato detalhado, ao estilo jornalístico, do processo de independência do Brasil. Com ilustrações de acontecimentos e personagens da época, o livro abrange um período de catorze anos, entre a volta da corte portuguesa de D. João VI a Lisboa, em 1821, e a morte do imperador D. Pedro I, em 1834. Nele “misturam-se” a História de Portugal e do Brasil.

Foi uma leitura fascinante para mim.


Laurentino Gomes

Sobre 1822 Laurentino Gomes disse:

«Este livro procura explicar como o Brasil conseguiu manter a integridade do seu território e firmar-se como nação independente por uma notável combinação de sorte, acaso, improvisação, e também de sabedoria de algumas lideranças incumbidas de conduzir os destinos do país naquele momento de grandes sonhos e perigos».

«O Brasil de hoje deve sua existência à capacidade de vencer obstáculos que pareciam insuperáveis em 1822. E isso, por si só, é uma enorme vitória».

Despertou-me a curiosidade visualizar o site oficial do escritor.


Laurentino Gomes – site do autor

Foi com um grande prazer que descobri o artigo – Uma manhã na Biblioteca Mindlin http://www.laurentinogomes.com.br/trabalho.php?id=2025. Artigo publicado na revista "Bravo!", edição de Junho de 2007 e no qual, de uma forma quase poética e bem sentimental nos relata o seu encontro com este grande bibliófilo e a sua magnífica biblioteca.

Aqui fica o meu convite para a vossa leitura deste artigo.


José Mindlin e a sua Biblioteca

E já que falamos de livros e da História do Brasil e de Portugal, não quero deixar de referir esse outro livro, de leitura deliciosa e com factos bem importantes para o estudo da criação da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, que é O Guardião de Livros de Cristina Norton.


Cristina Norton – O Guardião de Livros.
Alfragide, Livros d’Hoje / Publicações Dom Quixote, 2010.
1ª edição. 317 [1] págs. Brochura.

Romance, que nos narra a vida de Luís Joaquim dos Santos Marrocos, um bibliotecário hipocondríaco que, em 1811, atravessa o Atlântico rumo ao Brasil acompanhado por 76 caixotes cujo conteúdo era verdadeiramente precioso: no seu interior seguia a Real Biblioteca do Palácio de Ajuda, inicialmente esquecida no cais de Belém aquando da saída apressada da Corte portuguesa para o Brasil em 1808.

No entanto, por entre esta visão romanceada fervilham factos reais que nos podem dar uma boa abordagem deste acontecimento bem marcante para os bibliófilos portugueses e brasileiros.

Saudações bibliófilas.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Artes & Letras – Leilão de Livros do século XVI ao século XIX




Catálogo


Praticamente no início do ano, a artes e letras leilões vai realizar o seu primeiro leilão já no dia 24 de Janeiro.

Com organização de José F. Vicente / Luís Gomes livreiros associados este evento decorrerá, como os anteriores, no Palácio da Independência – Largo de São Domingos, 11 (ao Rossio) em Lisboa.

Os livros encontrar-se-ão em exposição nos dias 23 e 24 de Janeiro das 15h às 20h.

O leilão, como já referi, decorrerá no dia 24 de Janeiro às 21h.


Catálogo - Algumas das obras

Como se depreende pelo título, este leilão encerra um excelente conjunto de obras dentro da categoria do livro antigo, onde a literatura e as obras mais recentes são escassas.


Catálogo - Algumas das obras

Pelo que constatei da análise do catálogo, para além de uma grande melhoria no seu aspecto gráfico – pelo que felicito o trabalho do Luís Gomes; este encerra um belo conjunto de obras de grande interesse, com algumas de raridade inquestionável, e como sempre com uma descrição bem elucidativa e informativa – como já nos habituou o José F. Vicente ou não fosse esta a área do seu trabalho e de investigação.


Catálogo - Algumas das obras

Parece-me uma aposta interessante e a ser seguida com alguma expectativa, quando esta categoria de livro parece registar alguma quebra na procura em detrimento do livro mais moderno e, sobretudo, da literatura.

Voltando ao catálogo deixo apenas exemplos de alguns dos livros que me despertaram a atenção, como atractivo para a vossa consulta e leitura atenta do mesmo.

 


032 CARDANO, Girolamo. – HIERONYMI CARDANI // IN CL. PTOLEMAEI // DE ASTRORVM IVDICIIS, AVT // (VT VVLGO APPELLANT) QVADRIPARTITAE // Constructionis lib. IIII. COMMENTARIA, ab AVTO- // RE postremum castigata, et locupletata. // HIS ACCESSERVNT, // EIVSDEM CARDANI, DE SEPTEM ERRATICARVM // STELLARVM qualitatibus atque uiribus liber posthumus, ante non uisus. // GENITVRARVM item XII ad hanc scientiam recte exer- // cendam obseruatu utilium, exempla. // ITEM, CVNRADI DASYPODII, MATHEMATICI ARGENT. // SCHOLIA ET RESOLVTIONES SEV TABVLAE IN LIB. IIII. // Apotelesmaticos Cl. PTOLEMEAEI: Vna cum APHORISMIS eorun- // dem librum. Denique breuis explicatio ASTRONOMICI HO- // ROLOGII Argentoratensis, ad ueri et exacti tem- // poris inuestigationem extructi. // BASILEAE EX OFFICINA // HENRIPETRINA. [Colophon:] BASILEAE, // EX OFFICINA HENRIPETRINA. ANNO // NOSTRAE SALVTATIS RECVPERATAE, // M.D.LXXIIX. (1578) MENSE // SEPTEMBRI. In fólio Com [8] 510, [1] [1] 602-838 [=834], [1] Enc.



Magnifica encadernação da época em pele de porco com nervos na lombada, totalmente lavrada com ferros a seco nas pastas, 3 cercaduras com motivos decorativos vegetalistas, alternados com figuras antropomórficas representando anjos, reis músicos, santos, guerreiros, escritores e legendas em latim, no centro um brasão heráldico pertencente provavelmente a um importante nobre da Europa central, ainda por identificar e que na pasta posterior é diferente, as a iniciais c. r. n. e a data de 1590 gravadas na pasta anterior. Exemplar em excelente estado de conservação, completo e com grandes margens. Frontispício com escudo tipográfico decorativo ilustrado ao centro com o retrato de Cardano de meio corpo na idade 49 anos. Na impressão utilizou-se caracteres itálicos, capitulares gravadas, é adornada com 100 diagramas, tabelas astrológicas no texto, duas esferas e três figuras astrológicas, apresenta uma gravura com a marca do impressor no verso do último fólio que é o cólofon. Todos os capítulos ou partes com folha de rosto própria. Terceira edição do “In Cl. Ptolemaei de astrorum iudiciis” comentário de Cardano aos três livros de Ptolomeu, Impressão do mesmo impressor que estampou a 1.ª edição em 1545, sendo esta a primeira edição póstuma e já expurgada do horóscopo de Jesus Cristo, que em 1570 custou ao autor a sua prisão na Inquisição de Roma. Geronimo Cardano foi um famoso médico, matemático e astrólogo, natural de Pavia, (1501-1576) Esta edição apresenta pela primeira vez o capítulo De septem erraticarum stellarum qualitatibus atque viribus (pag. 1-94) da autoria de Cardano. Segue-se a primeira edição de Conrad Dasypodius, dedicada a Henricus Rantzovius, vigário em Schleswig-Holstein do rei da Dinamarca, (o horóscopo figurado de Rantzovius está traçado no verso do fólio AA3): Scholia in Claudii Ptolemaei quatuor libros apotelesmaticos (pag. 717-758), In IIII libros Cl. Ptolemaei, De astrorum iudiciis, sive Apotelesmaticos, Resolutiones (pp. 764-832) ed Aphorismi astrologici ad lectionem Apotelesmaton Ptolomaei, utiles (pp. 833-838). Do Dasypodius não consta a Explicatio Astronomici Horologii Argentoratensis, anunciada no título.

Esta obra em que o autor tenta demonstrar a influência dos astros sobre a vida humana trata de variadíssimos assuntos como: a navegação, jogos, etc. etc. Contem observações astrológicas e traça os horóscopos de várias personalidades importantes da história universal como Erasmo de Roterdão. VD16, C-897. Index Aureliensis, 132.112. E. Zinner, Geschichte und Bibliographie der astronomischen Literatur in Deutschland zur Zeit der Renaissance, Leipzig, 1941, nr. 2812. Riccardi, I, 1a, 254, nr. 73. C-682. Houzeau- Lancaster: rare. Library of D. Horblit, Honeyman Collection e Catálogo Sotheby’s Library of The Earls of Maccles eld from Shirburn Castle.



056 DANTI, Egnatio. - TRATTATO DEL’VSO DEL ET DELLA FABRICA ASTROLABIO. Di F. Egnatio Danti dell Or. Di S. Domenico. CON L’AGGIVNTA DEL PLANISFERIO DEL ROJAS. ALL’ ILLVSTRISS. ET reveren. S. don Fernando Cardinal De Medici. In Florenza Apresso i Giunti. M. D. LXVIIII. (1569) In-8º de [8], 194, 38, [10] pags. Enc. Ilustrado com um globo com as armas dos Médicis na folha de rosto que se encontra um pouco manchada de humidade, o globo repete-se na folha da dedicatória, 9 belas capitulares xilogravadas com vistas de cidades, 21 desenhos de astrolábios e diagramas no texto. Impressão nítida em caracteres rotundos ou romanos com algumas linhas em itálico estampado sobre excelente papel de linho. Primeira edição deste tratado sobre a construção e utilização do astrolábio. Foi escrita pelo famoso cosmógrafo de Cosme de Médicis. Contém a aplicação do planisfério aos astrolábios, relógios solares e também a projecção ortográfica de Juan de Rojas que pertenceu à corte de Carlos V e escreveu o livro Commentariorum in astrolabium, quod planisphaerium vocant, libri sex, Paris, 1550. A admiração de Cosme de Médicis pelo seu cosmógrafo foi a tal ponto que em 1571 escreveu para o geral da Ordem Dominicana pedindo autorização para residir no palácio. Danti construiu uma esfera armilar equinocial na fachada de Santa Maria Novella que lhe permitiu observar o equinócio estival em 11 de Março de 1574, em vez de 22 de Março, e assim, provar que o calendário Juliano não coincidia com as estações. Depois de cair em desgraça sob o sucessor de Cosme, ele trabalhou intensamente em Roma, onde elaborou um mapa topográfico dos Estados Pontifícios, tornou-se uma figura importante na reforma do calendário calculado sobre o meridiano do Vaticano. Danti (antecipando Tycho Brahe), calculou a obliquidade da eclíptica (inclinação do eixo da terra), com um notável grau de precisão. A sua Propositione XXX dá um ângulo de 23 graus 28 min, enquanto os mais modernos cálculos medem 23 graus 32 minuto. Encadernação da época em cartonagem editorial original, acondicionado numa caixa-estojo em pergaminho. Adams II D-123. Delfiol Camerini, 412. Houzeau Lancaster & I, 3288.



112 MANUSCRITO, - D. Filipe I de Portugal] Carta Régia de Con rmação do Donatário e Capitão-Mor do concelho de Felgueiras, dada em 22 de Novembro de 1584, por el-rei D. Filipe I de Portugal, a D. Francisca da Silva Coelho. Documento redigido em português sobre 4 fólios de pergaminho de 36x26,5 cm. Escrito com letra gótica cursiva da chancelaria régia, muito regular, bastante harmoniosa e pouco cerrada. Selo pendente em chumbo com as armas reais, assinado por Filipe I de Portugal, II de Espanha e vários chanceleres e tabeliães. Encadernação caixa-estojo artística recente ao gosto do século XVI com nervos na lombada, ferros decorativos lavrados a seco e a ouro nas pastas. Magnifico trabalho da autoria do famoso mestre encadernador e restaurador Império Graça. Trata-se da confirmação de um título dado originalmente por D. João I em 1385, mais tarde confirmado por D. Manuel I em 1510 e aqui por finalmente confirmado por D. Filipe I. Contêm a genealogia da família titular, refere e relaciona genealogicamente entre outros factos Egas Moniz, a batalha de Alfarrobeira, Inês de Castro, os descobrimentos dos caminhos marítimos para a Índia e Brasil, e ainda Batalha de Alcácer-Quibir. Em 8 do 7 de 1385 deu D. João I o concelho de Felgueiras por serviços na guerra a Gonçalo Pires Coelho (1385-1417 1.º donatário) e Capitão-mor por Carta Régia. Descendente de Egas Moniz e filho de Pêro Coelho, implicado na morte de D. Inês de Castro e no qual se vingou el-rei d. Pedro I. Em 2 do 5 de 1433 el-rei d. João I confirma a Fernão Coelho (1417-1449 2.º donatário) Alcaide-mor do castelo de Guimarães, era filho varão do anterior. Em 17 do 7 de 1459 el-rei D. Afonso V confirmou a Martin Coelho (1456-1483 3.º donatário) combateu na batalha de Alfarrobeira tendo de se exilar no norte de África, era filho primogénito do anterior e tio do navegador Nicolau Coelho. El-rei D. Manuel I confirma primeiro a Gonçalo Pires Coelho (1483-1510 4.º donatário) por carta régia e depois a seu filho Aires Coelho (1510-1533 5.º donatário) em 21 do 6 de 1510 essa doação, com todos os direitos, menos os da correição e alçadas, é dada por falecimento de seu irmão e varão, o navegador Nicolau Coelho, que comandou a nau Bérrio na frota com que Vasco da Gama descobriu o caminho marítimo para a Índia. Depois comandou uma nau da frota com que Pedro Alvares Cabral descobriu o Brasil. Vindo a falecer quando regressava da sua terceira viagem á índia, em Janeiro de 1504, no trágico naufrágio que vitimou todos os três navios da frota em que ao serviço D’el-rei D. Manuel I acompanhava o regresso a Portugal do vice-rei D. Francisco de Albuquerque. El-rei D. João III confirma por carta régia de 1 do 8 de 1533 a Gonçalo Coelho da Silva (1533-1584 6.º donatário) participou na batalha de Alcácer-Quibir em 1579. Em 1529 el-rei D. João III confirma a Aires Gonçalves Coelho, (1540-1579 7.º donatário) filho do anterior e que faleceu na batalha de Alcácer-Quibir em 1579, em que foi combater na companhia de seu pai em 1584, el-rei d. Filipe I confirma por via hereditária a D. Francisca da Silva Coelho, filha de Aires Gonçalves Coelho e esposa de Francisco Pinto da Cunha (1579-1615 7.º donatário) que por via do casamento é reconhecido Sétimo e último donatário do concelho Felgueiras e alcaide-mor do castelo de Celorico de Basto.

Documento de enquadramento transversal na história de Portugal e Universal, que abrange directamente os séculos XIV a XVI (1385-1584) em que constam não só os factos aqui descritos como certamente muitos outros ainda por revelar. Verdadeira fonte autenticadora de factos que contem dados históricos, genealógicos, cronológicos, jurídicos, filológicos, de diplomática, etc. etc. Este documento foi citado ao longo dos séculos através de cópias das chancelarias régias e outros arquivos por diversos autores, historiadores, genealogistas, etc. etc.

Bibliografia consultada: Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira; Felgueiras de ontem e de hoje, M. António Fernandes.


Catálogo – lote 91

Estou certo que estes exemplos vos aguçarão a curiosidade para a consulta do catálogo, mas porque não, pelo menos para aqueles que o possam fazer, darem uma espreitadela aos livros no Palácio da Independência ou participarem no leilão?

É sempre uma experiência importante e única. (Claro que alguns bibliófilos não gostam de comprar livros em leilões, mas neste momento algumas das melhores peças são canalizadas para este tipo de eventos …)

Boa consulta e leitura deste catálogo.

Saudações bibliófilas.