Conforme já aqui tinha sido anunciado e de acordo com a notícia de «O Figueirense» (1):
“António Lobo Antunes – que esteve no Casino Figueira no passado dia 21, para a gala de entrega dos prémios da Academia Pedro Hispano, que integra – fez o lançamento nacional da sua obra anterior “Arquipélago da Insónia” precisamente no Casino Figueira.
Um ano depois, é com "Que Cavalos São Aqueles que Fazem Sombra no Mar?", o seu 24.º romance, escrito entre 2008 e 2009, que regressa.
O título surgiu durante um almoço com os irmãos e músicos Vitorino e Janita Salomé – também membros da Academia Pedro Hispano e presentes no Casino Figueira no último sábado – em que estes cantaram uma canção que continha em verso este título, que Lobo Antunes diz tê-lo tocado profundamente. "Estes dois versos não me largam (...) Gostava de usá-los como título de um livro: tocaram não sei onde, no mais fundo de mim, e eu comovido como tudo, com lágrimas dentro", escreveu numa crónica na revista "Visão" no ano passado.
A história deste romance gira em volta de uma mãe de uma família alentejana que, à beira da morte, tem a sua vida narrada através de cada um dos seus filhos. Para conhecer amanhã, frente-a-frente com o autor.
A apresentação do livro, de entrada livre, é feita por António Bettencourt, o revisor filológico da obra, na presença do autor. A partir das 17h00. (27-11-2009)”
Um ano depois, é com "Que Cavalos São Aqueles que Fazem Sombra no Mar?", o seu 24.º romance, escrito entre 2008 e 2009, que regressa.
O título surgiu durante um almoço com os irmãos e músicos Vitorino e Janita Salomé – também membros da Academia Pedro Hispano e presentes no Casino Figueira no último sábado – em que estes cantaram uma canção que continha em verso este título, que Lobo Antunes diz tê-lo tocado profundamente. "Estes dois versos não me largam (...) Gostava de usá-los como título de um livro: tocaram não sei onde, no mais fundo de mim, e eu comovido como tudo, com lágrimas dentro", escreveu numa crónica na revista "Visão" no ano passado.
A história deste romance gira em volta de uma mãe de uma família alentejana que, à beira da morte, tem a sua vida narrada através de cada um dos seus filhos. Para conhecer amanhã, frente-a-frente com o autor.
A apresentação do livro, de entrada livre, é feita por António Bettencourt, o revisor filológico da obra, na presença do autor. A partir das 17h00. (27-11-2009)”
António Lobo Antunes
desloquei-me ao Casino da Figueira da Foz para assistir ao lançamento deste seu último romance, cuja apresentação esteve a cargo do meu prezado amigo António Bettencourt.
Deixo aqui o resumo da apresentação de António Bettencourt (2):
Deixo aqui o resumo da apresentação de António Bettencourt (2):
“A memória
O romance desenvolve-se a partir da morte da mãe que suscita a memória dos filhos, marido e criada. Todo o romance é construído a partir destas memória familiares.
A distância
Distância da mãe em relação aos filhos, colmatada em parte por Mercília mas recusada por todos.
Distância dos irmãos uns com os outros, num universo de tensão, repulsa e raiva.
A alienação e busca de afecto
De Ana, pelas droga e degradação.
De João. pela pedofilia e homossexualidade.
De Francisco, pela obsessão de vingança e apropriação dos bens materiais.
O romance desenvolve-se a partir da morte da mãe que suscita a memória dos filhos, marido e criada. Todo o romance é construído a partir destas memória familiares.
A distância
Distância da mãe em relação aos filhos, colmatada em parte por Mercília mas recusada por todos.
Distância dos irmãos uns com os outros, num universo de tensão, repulsa e raiva.
A alienação e busca de afecto
De Ana, pelas droga e degradação.
De João. pela pedofilia e homossexualidade.
De Francisco, pela obsessão de vingança e apropriação dos bens materiais.
Do pai, no jogo.
Um discurso marcado pelo espaço
A quinta como espaço matricial do romance que contamina o discurso de alusões e elementos telúricos.
A presença dos animais como metáfora e metonímia de fantasmas individuais.
A escrita
Polifónica: várias vozes que se entrelaçam numa dominante.
Politópica;: onde os espaços se sobrepõem.
Policrónica: onde vários tempos se diluem.
Emergência do auto-narrador.
A quinta como espaço matricial do romance que contamina o discurso de alusões e elementos telúricos.
A presença dos animais como metáfora e metonímia de fantasmas individuais.
A escrita
Polifónica: várias vozes que se entrelaçam numa dominante.
Politópica;: onde os espaços se sobrepõem.
Policrónica: onde vários tempos se diluem.
Emergência do auto-narrador.
O fascínio da escrita de António Lobo Antunes
Escrita ambígua e aparentemente desestruturada a obrigar o leitor a reconstruir interiormente toda a narrativa.”
Escrita ambígua e aparentemente desestruturada a obrigar o leitor a reconstruir interiormente toda a narrativa.”
"Que Cavalos São Aqueles que Fazem Sombra no Mar?"
Terminada a alocução, Lobo Antunes fez uma intervenção, seguida atentamente pela plateia, a que se seguiu uma interessante troca de impressões com a assistência. No final, a tradicional sessão de autógrafos.
Proponho que, para os mais "distraídos" ou para todos aqueles que na altura não poderam acompanhar, e que queiram conhecer um pouco melhor este autor – um dos maiores nomes das letras portuguesas – vejam a entrevista que concedeu a 22 de Outubro na RTP1 a Judite de Sousa em Grande Entrevista com António Lobo Antunes por ocasião do lançamento deste livro. (3)
Saudações bibliófilas.
Proponho que, para os mais "distraídos" ou para todos aqueles que na altura não poderam acompanhar, e que queiram conhecer um pouco melhor este autor – um dos maiores nomes das letras portuguesas – vejam a entrevista que concedeu a 22 de Outubro na RTP1 a Judite de Sousa em Grande Entrevista com António Lobo Antunes por ocasião do lançamento deste livro. (3)
Saudações bibliófilas.
(1) «O Figueirense» – Director: Joaquim Gil / 27/11/2009 / Ano 91º / Edição N.º 5641
(2) Texto, gentilmente oferecido e assinado pelo autor, com permissão de publicação.
(3) Como curiosidade, refira-se que este livro já vai na 6ª edição.
(2) Texto, gentilmente oferecido e assinado pelo autor, com permissão de publicação.
(3) Como curiosidade, refira-se que este livro já vai na 6ª edição.
1 comentário:
Caro Rui,
muito obrigado pela referência e pela sua presença no evento.
Foi um prazer conhecê-lo pessoalmente e, ainda que breve, foi muito interessante o nosso diálogo.
Um abraço amigo.
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