"Se não te agradar o estylo,e o methodo, que sigo, terás paciência, porque não posso saber o teu génio, mas se lendo encontrares alguns erros, (como pode suceder, que encontres) ficar-tehey em grande obrigação se delles me advertires, para que emendando-os fique o teu gosto mais satisfeito"
Bento Morganti - Nummismologia. Lisboa, 1737. no Prólogo «A Quem Ler»

domingo, 15 de novembro de 2009

Gomes Leal – Apontamentos para um estudo


Para o Miguel de Carvalho
que vende livros,
mas sabe oferecer ideias...



Fotografia de Gomes Leal

António Duarte Gomes Leal nasceu em Lisboa no dia 6 de Junho de 1848, na Praça do Rossio, freguesia da Pena. Filho ilegítimo de um funcionário da Alfândega, com algumas posses, que morreu em 1876, e de Henriqueta Fernandina Monteiro Alves Cabral Leal.
Viveu com a sua mãe e irmã Maria Fausta – a sua principal fonte de inspiração.

Frequentou o Curso Superior de Letras, mas não o concluiu. Não se fixou, porém, em qualquer carreira ou profissão que lhe assegurasse uma subsistência regular: no jornalismo, no panfletarismo político, acima de tudo na poesia, aplicaria a sua vocação de boémia e artista. Empregou-se como escrevente de um notário de Lisboa, mas a sua cultura literária foi quase toda adquirida no seu meio de trabalho e nos cafés.

Começou cedo a trabalhar no mundo jornalístico, tendo também feito edição de livros e panfletos. Colaborou com diversos jornais da época, publicando críticas literárias e artigos satíricos. Enquanto crítico, Gomes Leal era já defensor do realismo, mas como poeta era ainda ultra-romântico, o que é bem visível, formalmente, no tom de balada e na exposição narrativa de muitas das suas composições, componente que não deixará nunca de revelar, apesar das vicissitudes e “conversões” do seu percurso literário e pessoal – ou por isso mesmo.

Quando Gomes Leal publica as suas primeiras composições poéticas na «Gazeta de Portugal», a poesia do romantismo em Portugal atravessava um período de radical conflito a nível teórico. Era o período da célebre polemica “Questão Coimbrã” ou do “Bom Senso e Bom Gosto”, provocada por Antero de Quental.
Pode dizer-se que, nessa altura, salvo raríssimas excepções, a poesia em Portugal continuava alheia às influências desse “modernismo” que, no interior do próprio romantismo europeu, Baudelaire proclamara já, genericamente em 1846: “Qui dit romantisme dit art moderne – c’est-à-dire intimité, spiritualité, couleur, aspiration vers l’infini, exprimés par tous les moyens que contiennent les Parts”.
Como aliás já aqui se falou, esta polémica contra Castilho proclama, em 1865, os valores supremos de uma poesia europeia aberta às “imensas criações da alma moderna”

Tudo isto nos permite situar Gomes Leal, nos finais dos anos 60 do séc. XIX, como um herdeiro directo (mas não um imitador ou mesmo um discípulo) dos primeiros românticos portugueses. Mas há também desde o inicio da sua obra, um sentido finissecular baudelairiano que a define essencialmente, tornando-a única.


Lisboa – Praça de Camões em 1868

Gomes Leal estreou-se aos dezoito anos, em 1866, ao publicar a poesia “Aquela Morta”, na «Gazeta de Portugal»; aonde publica igualmente “A gondoleira” a 5 de Novembro de 1867.
Em 16 de Janeiro de 1869, começa a publicar o folhetim "Trevas" na «Revolução de Setembro». Com este trabalho tornou-se conhecido como poeta. É apresentado por Luciano Cordeiro como um dos "poetas Novos", a par de Teófilo Braga, Antero de Quental, Guilherme Braga e Guerra Junqueiro, entre outros.

Na «Revolução de Setembro», publicou vários textos, de características joco-satíricos, dos quais se destacam: “A batalha dos astros” (20 de Abril de 1870); “Descrença” (31 de Agosto de 1870); “Flor de perdição” (2 de Outubro de 1870); “No Calvário” (Outubro de 1870).

O cariz interventivo da sua obra é marcado não só pelos folhetins publicados nos jornais, mas também pela fundação com Magalhães Lima, Silva Pinto, Luciano Cordeiro e Guilherme de Azevedo, em 1872, do jornal satírico «O Espectro de Juvenal».
Em 1873, publica “O Tributo de Sangue” e “A Canalha”; e, em 1874, um ano antes da primeira edição de “Claridades do Sul”, escreve para o «Diário de Notícias» (19 de Maio) “Duas palavras sobre a poesia moderna”, onde reflecte sobre a utilidade que a poesia deve ter face às atribulações morais do final do século.


LEAL, ANTÓNIO DUARTE GOMES – Claridades do Sul.
Lisboa, Braz Pinheiro, 1875. - 281, [12] p. ; 21 cm


No ano da morte de sua irmã (Maria Fausta, sua principal fonte de inspiração) publica "Claridades do Sul" (1875), o seu primeiro livro poético, e nele já se notam os seus ideais anticlericalistas e republicanos, preocupações também presentes em obras posteriores. Apesar de ser ainda ultra-romântico, revela já certos aspectos parnasianos (nomeadamente na versificação e temática), numa "poesia sentimental e sinestésica que canta as contradições de uma existência repartida entre os amores venais e a fantasia estelar e exótica, a indignação causada pelas injustiças sociais e o pessimismo, ora negro ora afectadamente cínico e positivista" (Dicionário da Literatura Portuguesa).

Em 1881 é um dos fundadores do jornal «O Século». Aí publica, por exemplo, “A banalidade nacional irritada” (30 de Janeiro de 1881).

Para celebrar Camões e Bocage, publica o poema em 4 cantos – “A Fome de Camões” – para celebrar o tricentenário do poeta (1880) e “A Morte de Bocage”, (1881). Nestes dois últimos livros reflecte sobre o destino fatal do poeta de missão, com que ele próprio se identificava.

Datam igualmente de 1881 os panfletos poéticos “A Traição” e “O Herege”, pondo em causa o trono na pessoa do rei D. Luís, as Instituições burguesas e a Igreja, o que gerou um verdadeiro escândalo literário e político. Aliás, o primeiro texto leva-o à prisão do Limoeiro, onde escreve uma carta publicada no número comemorativo da Tomada da Bastilha de «O Século» (14/7/1881). A edição do almanaque «O António Maria» de 7 de Julho de 1881 é dedicada por Bordalo Pinheiro a Gomes Leal.


Gomes Leal
Caricatura de Bordalo Pinheiro

Na linha desta "poesia como voz da Revolução" (como o anunciara Antero de Quental nas «Odes Modernas»), os folhetins satíricos "A Orgia" (1882), "A Morte do Atleta" (1883), "A Noviça", e "O Remorso do Facínora"; "A História de Jesus para as criancinhas lerem" em 1883 (tendência agora calma e cristã) ; "Fim do Mundo" (volume com as suas poesias de combate) (1899); "Mefistófele em Lisboa"(1907) e "Retratos Femininos" ( novas sátiras e quadros da vida urbana) .
Outros poemas da sua autoria são “O Renegado: A Antonio Rodrigues Sampaio, carta ao velho pamphletario sobre a perseguição da imprensa” (1881), “O Anti-Cristo” (1884 e 1886), “Serenadas de Hilário no Céu” (1900), “A Mulher de Luto” (1902), “A Senhora da Melancolia” (1910). Publica até tarde. Data de Março de 1915 o poema “A Dama Branca” que vem a lume na Águia.


LEAL, ANTÓNIO DUARTE GOMES Fim de um Mundo : Sátyras Modernas.
Porto: Livraria Chardron, 1899 ~ Com ano 1899 no rosto e 1900 na capa ~ Brochura original ~ XVII+436p+1fb ~ 19x13x3cm. 1ª edição

A partir de “Anti-Cristo” (1886), e com “A Mulher de Luto”, depois da sua viagem a Madrid em 1878, por ocasião do casamento de Afonso XII, (1902), a poesia de Gomes Leal torna-se mais negativa, de uma certa inspiração ocultista, provavelmente devido à decadência física e moral sofrida pelo poeta.

A sua poesia oscila entre os três grandes paradigmas literários do final do século XIX: romantismo, parnasianismo e simbolismo. De 1899 a 1910, compõe e publica quase diariamente.

Quando a mãe morre, em 1910, converte-se ao catolicismo, o que tem influência na sua escrita, mudança que se manifestou na sua obra, em livros como "A Senhora da Melancolia".


LEAL, ANTÓNIO DUARTE GOMES - A Senhora da Melancolia : Avatares de um Ateu.
Lisboa: Livraria Moderna, 1910 ~ Vinhetas na capa e em fecho de cada um dos poemas ~ Brochura original ~ 23p ~ 21x13x1cm. ~ 1ª edição.

Começa aqui o período mais difícil da sua vida, do ponto de vista económico, foi recolhido em 1913 por uma pessoa piedosa. Dormia de casa em casa, ou nos bancos da praça pública, e chegou mesmo a ser apedrejado pelos garotos da rua, até que Teixeira Pascoaes e outros escritores lançaram um apelo público para que o Estado lhe atribuísse uma pensão. Este objectivo foi conseguido quando o Parlamento votou que lhe fosse atribuída a pensão, no valor de 600$00 reis que, apesar de diminuta, foi o seu sustento até à morte.

A fase final da vida de Gomes Leal foi marcada por um grande fervor religioso, associado à degradação física e moral consequente do seu alcoolismo. Morreu em Lisboa no dia 29 de Janeiro de 1921.

Apesar de se mover literária e pessoalmente nos círculos próximos da Geração de 70, não integra o grupo dos “Vencidos da Vida”, referindo, porém, o apreço que Eça de Queirós e Antero de Quental lhe dedicam, num comentário feito pelo próprio Gomes Leal na obra “A Morte do Rei Humberto” (1900).


LEAL, ANTÓNIO DUARTE GOMES – A Morte do Rei Humberto e os Críticos do "Fim d'um Mundo".
Lisboa: Parceria António Maria Pereira, 1900 ~ Prólogo do Autor ~ Brochura original ~ 102p+1fb ~ 19x13x1cm. 1ª edição

Gomes Leal tem aliás o cuidado de se distanciar das correntes estéticas da altura, fazendo-o nomeadamente na Nota a “Claridades do Sul”, acrescentada e publicada na segunda edição, em 1901. Na Nota a “A Morte do Rei Humberto”, Gomes Leal afirma ter publicado antes de “Fradique Mendes” na «Revolução de Setembro» e assevera ter sido contactado por Antero de Quental para assinar textos daquele pseudónimo (1), o que recusou. Na referida Nota, menciona que Cesário Verde lhe tece louvores à poesia de “Claridades do Sul”.

Esse sentido pós-romântico não se trata evidentemente, e apesar de uma certa herança de Herculano, dum tom funéreo e grandiloquente, nocturno, essa linguagem poética que o próprio Herculano e, antes dele, Bocage, foram buscar a Young e às suas “Nigths”.

Assim, desde o início da sua obra poética, Gomes Leal revela uma curiosa tendência heteróclita. Para essa tendência contribuem, se dúvida, os modelos do romantismo português, paralelamente a modelos estrangeiros, à frente dos quais está Baudelaire.

As marcas de Herculano, também já referidas, no respeitante aos primeiros poemas de Gomes Leal e que se exprimem, em termos de grande exaltação lírica, no folheto que lhe dedica, quando da sua morte: “À memória de Alexandre Herculano (Preito à memória do grande escritor, por ocasião do seu óbito em 13 de Setembro de 1877)”.
Gomes Leal reúne Garrett e Herculano num mesmo preito patriótico, em 1897, num texto em poesia, bastante polémico: “O estrangeiro vampiro. Carta a El-Rei D. Carlos I”.

A perspectiva do poeta enquanto ser incompreendido e infeliz surge em vários textos de Gomes Leal, composições poéticas em que o sujeito lírico se assume como alguém singularmente distante do comum dos mortais. Não se distanciando da visão romântica do poeta, Gomes Leal define-se como um génio inadaptado à sociedade, num misticismo visionário. Inúmeros são os exemplos desta perspectiva do “poeta proscrito e infeliz”, como “Soneto dum poeta morto”, “Aquele Sábio”, “El Desdichado” e “Noites de Chuva” de “Claridades do Sul”.

A filiação de Gomes Leal em Baudelaire é um dos tópicos mais tratados, porque o poeta português se inspirou no mestre das correspondências. De facto, Gomes Leal trabalha com mestria a ideia das “correspondances” do romântico francês nos quatro sonetos de “Claridades do Sul” intitulados “O Visionário ou Som e Cor”.

A partir de “Claridades do Sul”, o sentido heteróclito da poesia de Gomes Leal, quer quanto às múltiplas influências estrangeiras, com predominância para o modelo de Baudelaire assim como a sua visão de radicada na cultura portuguesa mas de que e o poeta depende essencialmente. Só se poderá compreender com uma análise específica da sua relação com os principais representantes da “Geração de 70” e, muito em especial, com a poesia de Antero de Quental.

Num curioso artigo publicado em «O Século» em 1881, Gomes Leal escreve sobre “Os Sonetos” de Antero de Quental: “A nós, só nos recorda os tercetos de Dante, (...), o “Sonho” de Byron, o “Corvo” de Edgar Poe, o “Livro de um fumador de ópio” de De Quincey e os terríveis tercetos de bronze (..) que se chamam as “Trevas” de Teófilo Gauthier”

Deve aqui acrescentar-se um outro modelo fundamental para a Geração de 70: Vítor Hugo e, sobretudo, a sua visão panteísta.
Através da referida influência de Antero, para quem “Les Châtiments” (1853) foram de uma importância relevante, este foi um ponto de partida para muitos dos poemas visionários e misticamente sociais de Gomes Leal.

Outra característica deste poeta, do final do século, prende-se com a preocupação que manifesta em relação aos seus leitores, nomeadamente na Nota à primeira edição e acrescentada na segunda edição de “Claridades do Sul” (1901). Aí debruça-se sobre a tarefa do escritor explicitando que a este compete “trabalhar a sua ideia, lapidá-la, poli-la, desenvolvê-la, facetá-la, de maneira que ela seja como um grande elo em que se vão encatenar um rosário luminoso doutras novas, e que ela saia transformada desse vasto laboratório intelectual, por um processo misterioso semelhante ao que dá a Natureza, transformando da lagarta a borboleta, do carvão o diamante, e da ostra doente a pérola.”

Gomes Leal é considerado um precursor do Modernismo Português, tendo sido referido por Fernando Pessoa como um dos seus mestres. Este dedica-lhe o soneto “Gomes Leal”, publicado pela Ática na edição das Obras Completas de Fernando Pessoa, em 1967.


Gomes Leal
Caricatura


Respondendo ao Inquérito Literário organizado por Boavida Portugal (realizado entre Setembro e Dezembro de 1912 e publicado em 1915), Gomes Leal afirma: “Em mim há três coisas: o poeta popular e de combate, nas sátiras e panfletos; o poeta do sonho e do mistério, na Nevrose Nocturna, nas Claridades do Sul, na Lua morta e na Mulher de Luto; e o poeta místico, na História de Jesus, na Senhora da Melancolia e no segundo Anti-Cristo.”

No número 2 da «ABC – Revista portuguesa» (22 de Julho de 1920), sob o título “O grande poeta Gomes Leal faz a sua biografia ao A B C, publica o soneto autobiográfico”, que transcrevemos, antecedido do seguinte texto:

“Gomes Leal, o poeta ilustre, que é uma glória nacional, quis dar ao A B C uma impressão da sua vida, da sua acção, das suas lutas. Em vez duma entrevista foram aos seus versos lapidares que chegaram a explicar como se passou uma infância, uma velhice e como a velhice chegou com as suas dores a focar essa cabeça coroada de louros. Só Gomes Leal poderia definir o que A B C desejava saber: a vida do primeiro poeta português.”

Outr’ora, outr’ora, em épocas passadas,
Tive uma santa Mãe de ideias maneiras,
Um recto Pai de barbas prateadas,
Tive prédios, jardins, fontes, roseiras.

Nos colégios, nas aulas, nas bancadas,
Não quebrei bancos, não parti carteiras;
Fiz bons exames, contas, taboadas,
Mais tarde amei patrícias feiticeiras.

Fui amigo do Eça e do Ramalho,
João de Deus, mais do excêntrico Fialho,
E tive que emigrar para o estrangeiro.

Chorei, gemi! Qual Dante nas estradas!
E ao regressar, por causas avanças,
- fui por três vezes parar ao Limoeiro.



Com este artigo, ainda que um pouco longo, tentei estabelecer a ligação dos valores que triunfaram na “Questão Coimbrã” e o despontar de novos ideais que se iriam impor na transição do século XIX para o século XX.
Desta análise ressalta um outro aspecto – o definitivo inter-relacionamento do pensamento nas diversas culturas europeias.

Saudações bibliófilas.



Bibliografia activa (alguns títulos):

O Tributo do Sangue (1873)
A Canalha (1873)
Claridades do sul (1875) (2)
A Fome de Camões: Poema em 4 cantos (1880) (2)
A Traição (1881)
O Renegado a António Rodrigues Sampaio carta ao Velho Pamphletario sobre a perseguição da imprensa (1881) (2)
A morte do athleta (1883) (2)
História de Jesus para as Criancinhas Lerem (1883)
Troça à Inglaterra (1890)
A Senhora da Melancolia
(1910)


Bibliografia passiva:

Álvaro Manuel Machado – “Gomes Leal, Baudelaire e o Pós-Romantismo Finissecular”, in Intercâmbio, publicação anual do Instituto de Estudos Franceses da Universidade do Porto, 1992
Álvaro Manuel Machado – Poesia Romântica Portuguesa, Lisboa, ICALP, 1982
Eugénio Lisboa (Coord.) – Dicionário Cronológico de Autores Portugueses. Mem Martins, Publicações Europa-América / IPLL, [1990]. Vol. II, pp.311-313
Francisco da Cunha Leão e Alexandre O’Neill – Gomes Leal, Antologia Poética, Lisboa, Guimarães editores, 1959
Gomes Monteiro – O Drama de Gomes Leal. Com inéditos do poeta, Lisboa, editora Minerva, s/d
José Carlos Seabra Pereira – Decadentismo e Simbolismo na Poesia Portuguesa, Coimbra, Centro de Estudos Românticos, 1975
Ladislau Batalha – Gomes Leal na Intimidade, Lisboa, Lisboa Peninsular editora, 1933
Vitorino Nemésio – Destino de Gomes Leal, Lisboa, Bertrand, s/d


(1) Viria a ser criado por Antero de Quental, Eça de Queirós e Jaime Batalha Reis, a partir de 1869, na «Revolução de Setembro»

(2) acesso ao eBook do «Projecto Gutenberg»

2 comentários:

Galderich disse...

Una semblanza muy exhaustiva de un intelectual del s. XIX con todas las contradicciones de su época y vinculado al romanticismo europeo aunque de forma tardía. És curioso como su fin no es ajeno a los avatares de otros intelectuales románticos.

Rui Martins disse...

Intenté muy simplemente describir un poco la literatura del siglo XIX del mi país. Falta hablar de los primeros románticos Garrett e Herculano, pero la llegaremos.
Saludos