"Se não te agradar o estylo,e o methodo, que sigo, terás paciência, porque não posso saber o teu génio, mas se lendo encontrares alguns erros, (como pode suceder, que encontres) ficar-tehey em grande obrigação se delles me advertires, para que emendando-os fique o teu gosto mais satisfeito"
Bento Morganti - Nummismologia. Lisboa, 1737. no Prólogo «A Quem Ler»

domingo, 4 de dezembro de 2016

Cólofon - livros antigos – Catálogo especial de Dezembro de 2016 - raridades e curiosidades




22 – Millin de Grandmaison, Aubin-Louis - LA MYTHOLOGIE MISE À LA PORTÉE DE TOUT LE MONDE, Ornée de cent Figures en couleurs, ou en noir. Paris. Chez Déterville. An Septième (1799). 12 volumes

O Francisco Brito da Colofon  livros antigos esmerou-se e decidiu apresentar um ”Catálogo especial”, embora na minha modesta opinião seja, mais um bom catálogo, a como já estamos habituados, estando a sua “especialidade” apenas por ser publicado na “quadra” que atravessamos e por apresentar algumas peças de elevada raridade e pelo conjunto de documentação que engloba (refiro-me ao item 7 obviamente).

Mas vejamos o que o Francisco Brito nos diz sobre este Catálogo:

"O catálogo, apesar de pequeno, é variado apresenta obras sobre temas distintos como a cartografia, religião, literatura, história entre outros. Creio que todos os lotes apresentados são de interesse para as respectivas áreas em que se inserem. Ainda assim merecem destaque os seguintes:

12 – Cervantes de Saavedra, Miguel -  EL INGENIOSO HIDALGO DON QUIXOTE DE LA MANCHA. NUEVA EDICION CORREGIDA POR LA REAL ACADEMIA ESPAÑOLA. CON SUPERIOR PERMISO. En Madrid. Por Don Joaquin Ibarra Impresor de Cámara de S. M. Y de La Real Academia. MDCCLXXX. [1780]. 4 volumes. XIV – CCXXIV -199 págs; 418 págs; [XIV], 306 págs - 346 págs. 27,6cm. E.

28 – Racine, Jean (Porto, Manuel J. da Silva; trad.) - PHEDRA. Rio de Janeiro. Na Impressão Régia. 1816. 74 págs. 20,5cm B.

2 – Amélia (Rainha D. Amélia de Orleães) – MES DESSINS. 2 volumes. Mes Endroits Préférés. Paris. Le Goupy Editeur. 1926. Art et Archeologie. Maggs Bros. 1928. 42,4cm.
5 – BIBLIA SACRA IUXTA VULGATAM... Paris. Simones de Colinae. 1541. 833 (10) págs - XLIII fl. - 18fl. 35cm. E.

7 – Camelo Lampreia - DIPLOMACIA. VALIOSO ESPOLIO – CORRESPONDÊNCIA. DOCUMENTOS DIVERSOS."

Como é do conhecimento geral só se começou a imprimir livremente no Brasil após a Transferência da Corte Portuguesa para o Brasil, tendo a esquadra portuguesa largado do porto de Lisboa em 29 de Novembro de 1807 (1) fugida à Invasão Francesa.

O general Junot entrou em Lisboa às 9 horas da manhã do dia 30 de Novembro, liderando um exército de cerca 26 mil homens e tendo à sua frente um destacamento da cavalaria portuguesa, que se rendera e se pusera às suas ordens.


Embarque da Família Real Portuguesa

Impressão Régia foi a primeira editora brasileira, fundada pelo decreto de 13 de Maio de 1808 na cidade do Rio de Janeiro. A Impressão Régia brasileira foi uma filial da editora (de mesmo nome) existente em Lisboa, capital de Portugal.

O primeiro impresso saído dos seus prelos foi a Carta Régia de 28 de Janeiro de 1808 que abriu os portos do Brasil.




Carta Régia de 28 de janeiro de 1808, do Príncipe Regente D. João, que abriu os portos do Brasil ao comércio com as nações amigas.

Esta iniciativa foi uma das consequências da chegada da família real portuguesa e sua primeira publicação, não contando com os Alvarás e Cartas Régias, foi a Gazeta do Rio de Janeiro (órgão oficial da corte), além do jornal O Patriota, publicado entre 1813 e 1814.

Como tudo, também este assunto levanta algumas polémicas como já aqui se deu conta em postagens anteriores, pelo que as primeiras obras são de elevada raridade. (2) (3)

Com efeito, é tacitamente aceite como o primeiro livro escrito e impresso no Brasil um relato de 60 páginas – Relação da entrada que fez o excellentissimo, e reverendissimo senhor D. F. Antonio do Desterro Malheyro bispo do Rio de Janeiro, em o primeiro dia deste prezente anno de 1747, por Luiz Antonio Rosado da Cunha. No entanto, esta edição/impressão foi feita ilegalmente.



Relação da entrada que fez o excellentissimo, e reverendissimo senhor D. F. Antonio do Desterro Malheyro bispo do Rio de Janeiro, em o primeiro dia deste prezente anno de 1747, por Luiz Antonio Rosado da Cunha. (4)

Mas vamos deixar estas divagações, ainda que me pareçam oportunas, e passar ao Catálogo em si.

Com o seu cuidado habitual o Francisco refere, e muito bem, o trabalho de xilófagos neste exemplar, coisa que seria quase descurada no Brasil tal a frequência do mesmo pelas condições climáticas.



28 – Racine, Jean (Porto, Manuel J. da Silva; trad.) – PHEDRA. Rio de Janeiro. Na Impressão Régia. 1816. 74 págs. 20,5cm. B. 280€

Na obra “O Bibliófilo Aprendiz”, do erudito Rubens Borba de Moraes, esta obra que aqui apresentámos é referida nos seguintes termos: “Manuel Joaquim da Silva Porto, poeta e livreiro-editor, (…) nos deixou uma tradução de Phèdre, de Racine, que não é pior que outras mais recentes e cujos exemplares são raríssimos.”

Exemplar em brochura. Miolo, em bom estado, ainda que afectado por xilófagos, com incidência mais significativa na parte central do volume. Os xilófagos afectam certas partes do texto na página 27 e volta a limitar-se às margens na página 57. A obra, com 74 páginas numeradas, não está encadernada (estando apenas protegida por uma folha) e não estará aparada.

Mas o item mais importante e interessante deste Catálogo, ainda se prende com as relações Portugal Brasil:




7 – Camelo Lampreia – DIPLOMACIA PORTUGAL-BRASIL. VALIOSO ESPOLIO. – CORRESPONDÊNCIA. DOCUMENTOS DIVERSOS. 10.000€

O espólio aqui apresentado, constituído por cerca de 4000 documentos (na sua maioria correspondência) já foi alvo de alguns estudos dos quais nos socorreremos para caracterizar não só o Conselheiro e ilustre Diplomata Camelo Lampreia, mas também o conteúdo deste conjunto documental e a sua importância para a história de Portugal e do Brasil no final do século XIX e no início do século XX.



De acordo com a Professora Doutora Isabel Correia da Silva no seu trabalho “Arquivo Pessoal do conselheiro Camelo Lampreia”  João de Oliveira de Sá Camelo Lampreia “nasceu na cidade do Funchal, ilha da Madeira, a 16 de Setembro de 1863, filho de D. Sindina d’Oliveira Lampreia e de Francisco Joaquim de Sá Camelo Lampreia (formado em medicina, figura de algum destaque no seio do partido Histórico, amigo do duque de Loulé, foi deputado entre 1864 e 1874).João Camelo Lampreia ingressou na carreira diplomática aos 19 anos, sendo nomeado adido à legação de Portugal na Suécia (...) Serviu, a seguir, na secretaria de Estado dos Negócios Estrangeiros, na embaixada junto da Santa Sé, na legação de Espanha e na legação de Itália. Em 1896 foi enviado como encarregado de negócios para a legação do Rio de Janeiro, com a incumbência de mediar a questão da Ilha da Trindade em disputa entre o Brasil e a Inglaterra. Em 1900 foi elevado a chefe da representação brasileira, como ministro de 1ª classe. Foi-lhe conferido o título de conselheiro em Fevereiro de 1902 e em 1906 foi-lhe concedida a mercê da Grã-Cruz da Ordem de Cristo. Durante a sua estadia no Brasil, Lampreia foi uma figura de extraordinária influência na colónia (...).


General de Brigada Bernardo Pinheiro Correia de Melo
1º Conde de Arnoso

Mas, a partir de 1906, o que passou a ser um activo de peso no currículo de Lampreia foi a sua amizade com João Franco e com o conde de Arnoso, secretário particular do rei D. Carlos. Desde cedo que Lampreia integrou, com Arnoso, o rol de apoiantes de João Franco, por isso, quando em 1906 se formou um governo franquista, a propaganda favorável ao franquismo junto dos portugueses no Brasil foi algo natural. (...) Em 1908, na sequência da limpeza aos baluartes franquistas que se fez durante o governo de acalmação de D. Manuel II, Lampreia foi enviado para Haia onde, apesar dos vários manejos e esforços para regressar ao Rio, acabou por ficar até 1910. Com a implantação da república em Portugal, Lampreia abandonou a carreira diplomática e fixou-se com toda a família no Rio de Janeiro (...). Depois de uma passagem de breves anos por Lisboa, em inícios da década de 30, durante a qual conseguiu obter a reintegração na carreira diplomática, morreu no dia em que completava 80 anos, a 16 de Setembro 1943 (...)”.



 Este espólio foi também analisado pelo Dr. Eugénio de Andrea da Cunha e Freitas que na sua obra “O Conselheiro Camelo Lampreia, Diplomata. Um espólio valioso” destaca algumas das principais “informações de valor histórico” presentes neste espólio, como são, por exemplo as que encontramos relativas ao “Conflito entre a Inglaterra e o Brasil sobre a ilha da Trindade (...) negociada por Camelo Lampreia”, “Viagem d’El rei D. Carlos a Inglaterra (1904), “Viagem da Canhoeira pátria ao Brasil (1905) em agradecimento à colónia portuguesa que a oferecera depois do Ultimato” “projecto da viagem de D. Carlos ao Brasil (1908)”, entre outros.





​De acordo com o Dr. Eugénio Andrea da Cunha e Freitas neste espólio é possível encontrar correspondência de várias figuras da política e da cultura portuguesa e brasileira de então, como por exemplo: “D. Amélia e D. Maria Pia, reis D. Carlos e D. Manuel II, príncipe Real D. Luís Filipe, João Franco, Tomás Ribeiro, Eduardo Vilaça, Venceslau Lima, Condes de Arnoso, de Sabugosa, de Paço Vieira, de Tarouca, de Paraty, de Bertiandos, da Ribeira Grande, dos Marqueses de Castelo Melhor, do Faial, de Lavradio, dos Duques de Palmela, Condes de Arnoso (João e Vicente), Viscondes de Pindela, de Santo Tirso, Conselheiros Martins de Carvalho, Matoso dos Santos, Rodrigo Pequito, José Luciano de Castro, Júlio Vilhena, António de Azevedo Castelo Branco, António Cândido, João Arroio, Jacinto Câncido, Hintze Ribeiro, Ferreira do Amaral, Gomes Teixeira, Barros Gomes, Carlos du Bocage, Alberto de Oliveira, Júlio de Castilho, José Dias Ferreira, Emídio Navarro, José Maria de Alpoim, João de Azevedo Coutinho, Comandante António Pinto Basto, António Sérgio, Sousa Monteiro, Aquile Machado, Antero de Figueiredo, Agostinho de Campos, Carlos Malheiro dias, Óscar da Silva, Artur Napoleão, Viana da Mota, Rui Ulrich, Virgínia de Castro Almeida, Manuel da Silva Gaio, António Feijó, Columbano, Jorge Colaço, Luciano Cordeiro, Campos Henriques, D. António Barroso José Malhoa, Veloso Salgado, Teixeira Lopes, José de Azevedo Castelo Branco, Espírito Santo Lima, Ramalho Ortigão, Costa Mota, Sousa Lopes, Aníbal Soares, Tomás Costa, Visconde de Alte, Luís Teixeira de Sampaio. Dos Brasileiros, Afonso Pena, Campos Sales, Oliveira Lima, Rui Barbosa, Rio Branco, Machado de Assis, Max Fleuiss, Ouro Preto, Olavo Bilac, Coelho Neto, Conde de Adonso Celso, Joaquim Nabuco, Ramiz Galvão, Rodrigues Alves e tantos outros”. Para além destes nomes poderemos ainda encontrar correspondência e papel timbrado do “Paço das Necessidades”, do “Paço da Pena”, do “Gabinete do Presidente da República (Brasil)”, do Ministério da Guerra (Brasil)”, do “Real Theatro de S. Carlos”, da Revista “O Mundo Elegante” da “Academia Pernambucana de Letras”, dos joalheiros “Leitão & Irmão”, da Companhia “Pacific Line”, entre outras.

Espólio composto de documentação bastante rara e valiosa. Conjunto extremamente valioso pelo seu interesse para a história de Portugal e do Brasil.


Camilo Castelo Branco

 Camilo Castelo Branco é um escritor assíduo nestes catálogos e, aqui, vamos, encontra algumas das suas obras (embora de raridade variável). Destas destaca-se pela sua raridade:



8 – Castelo Branco, Camilo – O CALECHE. FOLHETIM ESCRIPTO PELO SNR. CAMILO CASTELO BRANCO, PUBLICADO NO NACIONAL DE 19 DE DEZEMBRO. Porto. Typ. de J. Lourenço de Sousa-. 1849. 15- I págs. 19.5cm. E. 1.200€

Rara e pequena brochura, aglutinação anunciada de dois artigos, ambos dos finais de 49: um, publicado em "A Nação", que pedia a demissão de Costa Cabral, Conde de Tomar desde 1845, “por dar uma comenda por um caleche”, e outro, folhetim de Camilo, "O último ano de um valido", continuação (ou sub-título) de "Fragmento de um drama do futuro", de "O Nacional".

A edição, e talvez a iniciativa, terá sido de Gonçalves Basto, amigo de Camilo, que era o proprietário do referido "O Nacional", acérrimo opositor do cabralismo, pelo que o dito jornal fora assaltado (Alexandre Cabral, Dicionário de Camilo Castelo Branco, p. 111-112)

Costa Cabral voltara do exílio no ano anterior e encontrara forte oposição em jornais, que tentou silenciar, e por muito variadas espécies, de entre as quais, para continuarmos na área camiliana, Costa Cabral em relevo, de D. João de Azevedo, “objurgatória fulminante“, disse Camilo, que também o viu “de vasto engenho e absoluta carência de juízo”, talento difuso que se exauriu na política, nas letras e na paixão amorosa.

Exemplar encadernado. Encadernação inteira de pele, não contemporânea. A encadernação foi feita em conjunto com cerca de 40 folhas em branco para dar consistência ao volume. Ligeiramente aparado. Miolo em bom estado de conservação. 

Ex-libris heráldico de Pedro Manuel Franco da Costa de Barros (Alvellos).

Pela sua curiosidade, visto ser uma obra que reflecte a vertente bibliófila e estudioso da literatura de Camilo, que não apenas o conhecido escritor, refiro:



9 – Castelo Branco, Camilo; Ferreira, José Maria d’ Andrade – CURSO DE LITTERATURA PORTUGUEZA. Lisboa. Livraria Editora de Matos Moreira e Comp. 1875-1876. 2 volumes. 380 págs; 354 págs. 20,2cm. E.  70€

Primeira e única edição desta obra de José Maria de Andrade Ferreira que conta com a colaboração de Camilo Castelo Branco no segundo volume (da inteira autoria de Camilo).

Exemplar encadernado. Dois volumes encadernados num tomo. Encadernação sólida com as lombadas e cantos em pele. Conserva as capas de brochura do primeiro volume.

O livro-antigo também está presente.

Para além do exemplar de BIBLIA SACRA IUXTA VULGATAM... citada acima pelo Francisco Brito, refiro este outro exemplar pela beleza do seu frontispício:



19 – Lavorio, Julio – DE IVBILEO ET INDVLGENTIIS TRACTATVS. Roma. ExTypographia Alexandri Zannetti. 1625 VIII -130 –  II - 424 – 132 – IIpágs. 22, 3cm. E.500€
Tratado de indulgências da autoria de Julio Lavorio (Julius Lavorius de Laurino), Protonotário Apostólico.

A folha de rosto da “Pars Prima” é uma bonita gravura, em que se vê um frontão clássico de pedra, encimado por dois anjos que atiram moedas, estando ao centro, ladeados por anjos, os dizeres editoriais. Ao lado estão representando “S. Lautrentius” e “S. Catharina”. No centro do frontão encontram-se armas eclesiásticas atribuíveis à família Barberini, neste caso ao Papa Urbano VIII.

Exemplar encadernado. Encadernação recente em pergaminho. Miolo em bom estado, com a excepção de um rasgão que afecta o texto nas págs. 86/87.  Maiúsculas de abertura dos capítulos decorativas. Papel sonante.
Não pude deixar de constatar, que apesar de ter sido editado tão recentemente, a maioria dos lotes já estarem RESERVADOS, o que bem atesta da escolha acertada feita pelo Francisco Brito.

Fica apenas o reparo de não apresentar os seus catálogos em pdf, pois seriam de mais fácil consulta agora, ou mesmo mais tarde. Aqui deixo a sugestão (embora saiba que é mais complexo e na maioria das vezes não o justifica)..

Graficamente a apresentação dos mesmos tem vindo a melhorar (e como sabemos o Francisco disponibiliza-se a enviar qualquer esclarecimento suplementar ou fotografias sempre que solicitados)

Resta-me apenas felicitar o livreiro-antiquário pelo excelente trabalho e esperar pela vossa leitura do catálogo (…e, já agora, não descurem a leitura dos próximos, pois que quando o fizerem “pode ser tarde para a compra do tal exemplar!”)

Saudações bibliófilas




Consultas sugeridas:

(1) Transferência da corte portuguesa para o Brasil – Wikipédia


(2) Simone Cristina Mendonça de SouzaPrimeiras impressões: romances publicados pela Impressão Régia do Rio de Janeiro (1808-1822)
(Tese apresentada ao Instituto de Estudos da Linguagem, da Universidade Estadual de Campinas para obtenção do título de Doutor em Teoria e História Literária. Orientadora: Profª. Dra. Márcia Azevedo de Abreu)

 (3) Celestino Sachet (UFSC)Obras publicadas pela Impressão Régia, entre 1808-1822, e revista de Portugal editada em Paris, esclarecem aspectos da literatura de Santa Catarina, em fins do século XVIII.

(4) Michele Marques Baptista – O primeiro livro escrito e impresso no Brasil (Blog do Sistema de Bibliotecas da UCS- 2 de Maio de 2011)

Sem comentários: