Marie Solms retrato de André Adolphe Eugène Disdéri
“Depois de estudar os portugueses e as portuguesas com frequentes
visitas celebradas por “menus” económicos e risos de ironia larga, a Sra.
Rattazzi concebeu das suas impressões viris e másculas um livro que deu à luz
em Janeiro, e denominou Portugal à vol d'oiseau. Portugais et portugaises.
Eu, criado no velho noticiário, tendo de anunciar o produto d'uma dama
dado à luz, antes quisera, em vez d'um livro bom, anunciar um menino robusto.
Acho muito mais simpática a feminilidade das mães pálidas, com olheiras,
emaciadas, que aconchegam dos seios exuberantes a criancinha rosada,
recém-nascida. Não me comove nem alvoroça o espetáculo d'uma autora que
seremira e envaidece na brochura que deu à luz, obra entre cinco e sete
tostões- 740 reis com estampilha. Por isso, antes quero noticiar um menino
robusto que um “oitavo” compacto.” – A Senhora
Rattazzi – Camilo Castelo
Branco.
Retrato de Camilo Castelo-Branco. CDV, albumina, fotógrafo
Horacio Aranha.
©Colecção Ângela Camila Castelo-Branco e António Faria
Na temática Portugal visto pelos
Estrangeiros, o livro Le Portugal à
vol d'oiseau (1879), de Madame
Rattazzi (1831-1902), tem um lugar à parte, sobretudo, pela polémica que
provocou, na época.
Fotografia inserida em La Revue Universelle, Ano de 1902, N°58, p.162
Mas afinal quem foi esta Madame Rattazzi?
Pergunta que se nos coloca muitas
vezes quando deparamos com livros sobre uma determinada personalidade escritos
por um dos nossos autores de eleição (e Camilo é para mim um escritor de
eleição!).
Tal pode suceder quando visitamos
uma livraria, quando consultamos um catálogo (aqui menos frequentemente, pois
que um bom livreiro esclarece sempre, no descritivo, quem é o visado) ou mais
usualmente quando vamos fazer uma “limpeza” e arrumar os nossos livros.
…fazer uma “limpeza” e arrumar os nossos livros
Marie-Lætitia Bonaparte-Wyse, conhecida por Marie de Solms nasceu em Waterford (Irlanda) a 25 de Abril de 1831
e faleceu em Paris a 6 de Fevereiro de 1902 (com 70 anos), foi uma mulher das
letras: poetisa, fundadora de vários periódicos, jornalista sob pseudónimos
tais como “Le baron de Stock” ou
“Bernard Camille”. É também conhecida
como "La Muse des Alpes".
Era filha da princesa Laetitia Bonaparte
(1804-1871), irmã de Lucien Napoleão
Bonaparte-Wyse promotor do canal Panama. Apesar de a sua mãe ser casada com
o político irlandês Sir Thomas Wyse,
eles separam-se anos antes pelo que o seu pai era um oficial do exército
britânico, o Capitão Studholm John
Hodgson. Ela é a sobrinha-neta de Napoleão
I (1) e a neta de Lucien Bonaparte e Alexandrina
de Bleschamp. O poeta irlandês William
Charles Bonaparte-Wyse era seu meio-irmão.
Napoléon Bonaparte, Primeiro Consul,
de Jean Auguste Dominique Ingres
Em Dezembro de 1848, casou-se por um capricho para resistir a sua mãe,
com o conde Frédéric Joseph de Solms
(1815-1863) se Estraburgo, mas que a deixou pouci depois para ir para a
América. Marie, conhecida como "Princesse
de Solms", continua a viver com a sua mãe.
Em 1850, jovem e esbelta, ela sonha com poesia e mantem, em Paris, um
salão frequentado por Victor Hugo, Gérard de Nerval, François Ponsard, Sainte-Beuve,
Alexandre Dumas, George Sand e Eugène Sue.
Napoléon III, empereur, par Nadar
(atelier).
Archives Photographiques
(Médiathèque de l'Architecture et du
Patrimoine) © CNM
Apesar de pertencer à família de Napoleão
III (2) é proibida de ficar em Paris pela sua polícia,
após o golpe de estado de 1851, por suspeita de conspiração e espionagem e partiu
para o exílio na Sabóia, em Aix-les-Bains,
território então da Sardenha.
La Savoie à vol d’oiseau : Chambéry /
Dessiné et lith. par A. Jenniot.
Chambéry : N. Baudet, XIXe siècle
©Le Ramoneur, la Marmotte et la
Montagne.
O espírito rebelde da jovem condessa
de Solms, as suas ideias liberais e os seus hábitos demasiadso livres
incomodavam o novo imperador. Coloca toda a sua energia e consegue organizar um
salão literário na sua residência de Solms, onde irá viver entre 1853 e 1863.
Entre 1853 e 1857, ele mantém uma relação estreita e escandalosa com Eugène Sue (3),
28 anos mais velha, que muitas vezes a vem visitar desde o seu exílio em
Annecy-le-Vieux.
Eugene Sue – Antique Print Antique
Steel Engraving published Brain & Payne,
London 1844-7 for “Payne's
Universum or Pictorial World” Edited by Charles Edwards.
Most plates engraved by Payne.
©albion-prints.com
Portrait de Marie de Solms en
frontispice de : Les Matinées d'Aix-les-Bains.
Revue littéraire et artistique par
Marie de Solms.
Seconde année / auteur, co-auteur,
collaborateur, Marie-Letizia Bonaparte Wyse.
A Chambery : chez MM. Perrin et
Lajoue, 1859. (Bibliothèque municipale de Chambéry)
©Le Ramoneur, la Marmotte et la
Montagne.
O seu inegável talento leva-a a criar, em 1858, uma revista literária
e artística "Les
Matinées d'Aix-les-Bains" seguida em 1863 pelo "journal
du Chalet", áqui comenta a vida literária francesa e as actividades
da temporada. Directora, editora-chefe, ela rodeia-se de grandes nomes da
literatura de então como Victor Hugo,
Alexandre Dumas, Ponsart, Arsène Houssaye, Sainte-Beuve (4) entre
outros.
Charles Augustin Sainte-Beuve
Escreve a crónica mensal, onde dá
as suas notas de viagem, para além de traduções e estudos literários. A revista chegaria a ter quase 3500
assinantes em 1860.
Gravure extraite de : Les Matinées d’Aix-les-Bains, revue
artistique et littéraire / par Marie de Solms, 1860.
Dans le cadre romantique du lac du
Bourget, sur la gravure, à gauche Marie de Solms, au centre Ponsard.
(Bibliothèque municipale de Chambéry)
©Le Ramoneur, la Marmotte et la
Montagne.
Em 1861 termina o seu exílio, ela
regressa a Paris. Graças a Sainte-Beuve,
ela torna-se colaboradora do Constitutionnel onde os seus
folhetins e crónicas aparecem assinados pelo pseudónimo de 'Barão Stock' , que são rapidamente censurados pela redacção do
próprio jornal.
Ela desvenda, em tom de sátira, alguns
segredos e actividades das personalidades do seu relacionamento; uma prática
que lhe custou muitos processos por difamação e a alcunha de "Princesse Brouhaha ".
Casou-se de novo em 3 de Fevereiro de 1863 em Turim com Urbano Rattazzi (5),
primeiro-ministro do Reino da Itália, 15 dias depois do funeral de seu primeiro
marido e passa a residir em Turim, voltando regularmente a Aix-les-Bains nas suas
férias.
Urbano Rattazzi
Aqui, ela fundou Les Matinées
italiennes (6), revista artística e literaria, que
é praticamente uma sequência de Matinées d'Aix-les-Bains,
interrompido em 1861.
O conteúdo de seu novo jornal, com
uma maior abertura para a Europa, é mais variado: aborda questões de política,
economia e ciência. Os seus colaboradores são franceses – Sainte-Beuve, Jules Claretie,
Alexandre Dumas, Anaïs Samuels – mas também italianos
como Petruccelli della Gattina,
historiador e romancista.
Inaugurada em 1868, a revista
cessou a sua publicação em 1873, no ano da morte de seu segundo marido.
Les
Matinées italiennes
Viúva pela segunda vez volta a Paris. Em 1873, casou-se em terceiras
núpcias com Don Luis de Rute y Ginez
(1844-1889), sub-secretário de estado adjunto e prefeito de Cortes (Navarra) em
Espanha, que morreu em 1889.
Retoma a sua actividade no
jornalismo: participa simultaneamente na Neue Freie Press de Viena e inaugura,
em 1883, Les
Matinées Espagnoles (7) que, a partir
de 1887 passará a ter o subtítulo de Nouvelle Revue Internationale Européenne.
Emitido quinzenalmente, este periódico generalista dirige-se a um público culto
a quem ela oferece artigos políticos, económicos e literários.
Les
Matinées Espanoles
Os signatários dos artigos são
espanhóis como o político Emilio
Castelar, a romancista Emilia Pardo
Bazan, portugueses como o poeta Joaquim
de Araujo e a romancista Guiomar
Torrezão (8) ou italianos como a poetisa Mme Pierantoni Mancini.
Guiomar
Torrezão
Como sua directora, a actual Mme de Rute y Ginez pelo seu último
casamento, assegura o folhetim da revista, divulga os salões artisticos e os
acontecimentos mundanos sob o pseudónimo de "
Vicomte de Tresserve". A revista durará até à morte da sua animadora
em 1902.
Vendeu o “chalet” de Solms em 1894, a Marius Sammarcelli, proprietário do casino da Villa des Fleurs d'Aix-les-Bains.
Morreu em Paris em 1902.
Quis ser enterrada em Aix-les-Bains, cidade que a tinha acolhido muito
bem durtante o seu exílio. Repousa ao lado de sua filha falecida com 6 anos,
nesta cidade da Sabóia, aquando de um terrível acidente.
Ela teve um filho, Alexis de
Solms (1852-1927), filho de seu amante, o Conde Alexis de Pommereu; uma filha,
Romana Rattazzi (1871-1943), do seu segundo marido; e duas filhas adoptadas: Teresa
de Rute (1883 – 89) e Dolores de Rute (1885-88), com seu terceiro marido.
Esta figura parisiense fora do
comum pela sua carreira e personalidade inspirou muitos romancistas como Catulle Mendès, na La
Maison de la vieille (1894), onde a retrata como Carla-Lola Hess Cadour; foi também a Baronesa Dinati do Prince
Zilah (1884) de Jules
Claretie e a princesa Badajoz da Madame Meuriot (1890) de Paul Alexis.
Foi para esta mulher de excepcção,
que se rodeou de uma atmosfera de elegância, luxo, arte e espírito, que Théodore de Banville escreveu estes
versos.
" L'avenir dont la gloire est la sainte nourrice
Vous verra resplendir, ignorante du mal,
O sublime inspirée, ô grande inspiratrice
Comme une Béatrice dans un ciel idéal"
Mas deu-se uma sumula biografica de Marie-Lætitia Bonaparte-Wyse, conhecida por Marie de Solms e, e entre nós principalmente por Madame Rattazzi, mas ainda não se
falou da polémica que o seu livro Le Portugal à
Vol d’Oiseau: Portugais et Portugaises desencadearia.
Princeza Rattazi. Litografia Colorida
de Rafael Bordalo Pinheiro
A escritora esteve em Portugal em
1876 e em 1879, onde conviveu com muitas figuras da política e da cultura. Da
memória dessas estadias, acrescentadas de alguns factos pitorescos, pequenas
fantasias e algumas inverdades, acabou por fazer um livro, em dois volumes sob
forma epistolar, que foi publicado em França.
RATTAZZI (Madame – Le Portugal à Vol d’Oiseau. Nouvelle
édition. [Entièrement revue et corrigée]. A. Degorce-Cadot, Éditeur. S/d
[1879]. De 18x12 cm. Com
xix-386 pags. Encadernação (meia-amador) com lombada e cantos em pele.
Inocêncio XVIII, 154:
QUESTÃO RATTAZZI. - Esteve
por differentes vezes em Portugal uma dama estrangeira, de origem italiana ou
ingleza, que se apresentou com o título de princeza Rattazzi, dizendo se
aparentada com a familia imperial Bonaparte, o que, aliás, segundo consta de
informações notorias, as auctoridades francezas não permittiam officialmente.
Algumas folhas francezas, hespanholas e italianas tinham falado d'ella a
proposito de seus escriptos dados ao prelo, dos seus consorcios e de varios
incidentes da sua vida aventurosa. Da ultima vez que se demorou em Lisboa, por
1879, lembrou se ella de escrever um livro de viagem acerca de Portugal: mas,
ou por falta de estudo, ou por leviandade, acreditando em esclarecimentos
ministrados por pessoas de sua intimidade e de acanhada consciencia quanto aos
factos que inculcaram, o certo e que fizeram cair Maria Rattazi em dislates e
erros gravissimos, como lhe foi demonstrado. O seu livro, pois, deu margem
larga e extensa á publicacão de outras obras de refutação aspera, em que a
auctora, apesar do sexo, da idade, do nome aristocratico e da fama de que se
fazia cercar, e em que desejava escudár se, padecem duros ataques, sendo os
mais vivos, mordazes e acerados os que lhe vibraram sem piedade Camillo
Castello Branco e Urbano de Castro, que assignava os seus escriptos sob o
pseudonymo Chá Ri Vá Ri. [etc]?
©Livraria Castro e Silva (http://www.castroesilva.com/store/index.asp)
Logo em 1881 foi o seu texto
publicado em Portugal, com o título Portugal de
Relance, mas ainda em 1880, Antero
de Quental já se referira ao texto
publicado em França, em carta para João
Lobo de Moura nestes termos: “A Rattazzi,
que passou dois Invernos a desfrutar os literatos de Lisboa, publicou agora um
livro sobre Portugal, delicioso. Imagine uma parisiense descrevendo ao vivo,
estes mirmidões. Não se fala noutra coisa e está tudo furioso”.
Antero de Quental
Com efeito, a sua publicação
entre nós, provocou algum desconforto, no meio intelectual da época, pelo
retrato que ela fez do país e dos portugueses.
Pelos excertos que se seguem,
será fácil ajuizar-se da razão desta polémica:
"A
mais activa occupação da realeza em Portugal é a instituição dos títulos."
(I, pg. 12) "Exceptuando a Belgica,
Portugal tem sobre todos os paízes catholicos a primazia do carrilhão." (I,
pg. 28) "O portuguez é hispanophogo, e
se de tempos a tempos não trinca, sob a fórma de costelleta, o hespanhol que
lhe cahe nas unhas, é simplesmente por timidez, e não porque lhe escasseie o
appetite." (I, pg. 69) "Os usos e
costumes theatraes em Portugal estão ainda em estado primitivo."
(I, pg. 106) "As casas em Lisboa, como em
todo o resto de Portugal, são habitadas, principalmente, de verão por um enxame
de baratas (...) Disseram-me que todos acabavam por habituar-se." (II,
pg. 19).
RATTAZZI, Maria – PORTUGAL DE RELANCE.
Traducção Portugueza (auctorisada pela auctora). Volume I [e Volume II].
Lisboa, Livraria Zeferino-Editora, 1881. 2 vol. in-8º (20cm) de [6], LXXVI, 193
p. e [4], 214 p. ; E. num único tomo.
1ª edição
portuguesa.
Inclui a
dedicatória e o novo prefácio da edição portuguesa.
“Uma curiosa perspectiva do Portugal do final do século XIX,
apresentada pela pena de Maria Rattazzi (1813-1883), resultado da sua
permanência e viagens pelo país. Uma obra que aquando da sua publicação foi
responsável por uma verdadeira tempestade em Portugal, na qual se envolveram,
entre outros, Camilo Castelo Branco, Antero de Quental e Ramalho Ortigão.”
“Em 1879, há portanto 133 anos, a editora Dgorcet-Cadot de Paris
publicou um livro da autoria da Princesse Ratazzi com o título Le Portugal à
vol d’oiseau e o subtítulo Portugais et Portugaises. Maria Rattazzi, cujo nome
de família era Maria Letizia Studolmire Wyse nasceu na Irlanda e era
sobrinha-neta de Napoleão. Durante algum tempo adoptou o apelido do segundo
marido, Urbano Rattazzi. Esteve em Portugal em 1876 e em 1879, onde conviveu
com muitas figuras da política e da cultura. Logo em 1881 foi o seu texto
publicado em Portugal, com o título Portugal de Relance, mas ainda em 1880,
Antero se referiu ao texto publicado em França, em carta para João Lobo de
Moura: “A Rattazzi, que passou dois Invernos a desfrutar os literatos de
Lisboa, publicou agora um livro sobre Portugal, delicioso. Imagine uma
parisiense descrevendo ao vivo, estes mirmidões. Não se fala noutra coisa e
está tudo furioso”.
Trata-se de um magnífico retrato de Portugal e, em especial, da Lisboa
deste tempo.”
“De todos os livros e relatos que se escreveram sobre o nosso país, o
texto de Maria Rattazzi - Portugal de Relance - é o principal candidato ao
estatuto de mais polémico. "Prémio" a que não será alheio o tom, a
displicência, o à-vontade e a irreverência com que a princesa tratou um tema
tão caro aos portugueses, a sua própria pátria. Não é que o volume fosse apenas
pródigo em falsidades - como o próprio título original parecia indiciar, um vol
d'oiseau sobre Portugal - mas o que lá estava impresso provocou uma verdadeira
fogueira de vaidades, com repercussão raramente vista no nosso meio cultural. A
reacção negativa com que foi recebida a prosa da visitante ultrapassou em muito
a habitual hospitalidade que é costume verificar-se no confronto com os
regulares contributos dos estrangeiros que nos visitam. Neste caso, não
existiram opiniões favoráveis, nem defensores para uma dama cujo comportamento
era tido como bem leviano.”
Encadernação meia-francesa com ferros a ouro na lombada. Sem capas de
brochura.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Apresenta manchas de
humidade nas páginas do 1º vol., algumas delas alvo de restauro, sem no entanto
afectarem o texto.
Raro na sua edição original, e muito procurado.
Com interesse olisiponense e camiliano.
©Livreiro
Monasticon (http://livreiro-monasticon.blogspot.pt/search/label/*RATTAZZI%20%28Maria%29)
Mas, mais grave, terão sido
acusações deste tipo (que iam frontalmente contra os nossos “brandos costumes” e “jogadas de interesses politico-económicos
dos bastidores “ … pena que ainda não tenham desaparecido definitivamente):
“Há
em Lisboa uma Bolsa. (…) A Bolsa está situada na Praça do Comércio, numa das
extremidades, à beira do Tejo. Se o que perdeu a fortuna tiver desejos de se
deitar a afogar, não precisa ir longe. (…) Da Bolsa aos bancos, o caminho não é
longo. Porque, se os bancos não fazem parte da mesma família de negócios
clandestinos ou públicos, têm pelo menos suas afinidades. É talvez por este
parentesco que há tão grande quantidade de bancos em Portugal. (…) Poder-se-ia
crer que o comércio de Lisboa e de Portugal, aproveitando-se de tantos bancos,
encontraria neles um pouco de crédito. Profundo erro! Os negócios, em lugar de
prosperar, vão de mal a pior, especialmente para o pequeno comércio.
Por
fim do ano de 1878, e por espírito de imitação, o Banco Ultramarino expiou,
como o Banco de Bruxelas, as leviandades de uma péssima administração e o abuso
de um guarda-livros, de um exército de empregados e de directores que meteram a
mão nas algibeiras… dos outros, postas sob a sua salvaguarda. No dia imediato
ao do desastre, o tesouro público punha à disposição do Banco Ultramarino a
soma de dois milhões de francos, o dobro do desvio de fundos. Aqui temos
guarda-livros, tesoureiros, empregados e directores que vão ao banco dos réus
responder perante a justiça – se a justiça intervier no caso – por factos que
lhes imputam, e o governo corre em auxílio do cofre despojado! Porquê?... Por
que razão?... Como é que os dinheiros do Estado têm que ver com uma sociedade
constituída por accionistas, de entre os quais alguns grandes e minúsculos
empregados são uns gatunos? E com que direito aqueles que administram os
dinheiros públicos, aos quais as Cortes consignaram destino especial, podem
aplicá-los em socorrer um banco em falência?... Questões importantes em toda a
parte, mas que seriam aqui impertinentes”.
Desta reacção indignada de alguns
intelectuais portugueses, destacaram-se Antero de Quental e, sobretudo, Camilo
Castelo Branco, que acabou por escrever um pequeno livro de desafronta:
CASTELO BRANCO (Camilo). - A
SENHORA RATTAZZI. - Porto: Livraria Internacional de Ernesto Chardron,
1880. - 30-[2] págs.
Encadernação inteira em tela verde-escura com dizeres gravados a dourado na
pasta anterior. Conserva as capas de brochura.
Primeira edição deste folheto da denominada Questão Rattazzi, uma das
muitas polémicas em que Camilo se envolveu a propósito de um livro escrito pela
Princesa Rattazzi sobre Portugal chamado Le Portugal à Vol de l'Oiseau.
Segui-se uma
segunda edição de que se dá também registo:
2061. CASTELO BRANCO (CAMILO) -
A SENHORA RATTAZZI. Nova edição mais incorrecta e augmentada. Livraria
Internacional de Ernesto Chardron, Editor. Porto e Braga. 1880. In-8º de X-38
págs. Br.
Com um "Preambulo à Nova Edição" da autoria de Camilo.
Trata-se da invulgar segunda edição, saída ainda no mesmo ano que a
primeira, 1880, e muito procurada porque aumentada.
Exemplar em brochura ainda por abrir e em muito bom estado de
conservação, não obstante a capa estar falha de um ínfimo pedaço de papel no
canto inferior direito.
Para um melhor entendimento da Questão
Rattazzi deixo aqui a bibliografia contida em: CARVALHO, Miguel de – Descrição
Bibliográfica Camiliana de uma importante e valiosa colecção de bibliogfrafia
activa e passiva de Camillo Castello Branco. In-4º de 141-(1) págs.
Brochado.
EXEMPLAR DA EDIÇÃO ESPECIAL limitada a 40 EXEMPLARES, numerados e
rubricados pelo autor. Impressão em papel de qualidade superior, com os
cadernos por abrir e cosidos manualmente. Ricamente ilustrado com reproduções
de frontispícios e encadernações. Apresenta também reproduções fieis de
diversas páginas das 3 primeiras edições do livro Caleche para distinção
editorial.
CASTRO (Urbano) – A PRINCESA NA
BERLINDA. Rattazzi a Vol d’Oiseau com a biographia de sua alteza. Typographia
Portugueza. Lisboa. 1880. In-8º de 31 págs. E.
Primeira edição com referências a Camilo e sua obra nas páginas 15 e
16. Nítida impressão sobre papel muito branco.
CONSERVA CAPAS DE BROCHURA. Encadernação modesta em sintético com
dizeres dourados na pasta anterior. Invulgar.
KARR (Alphonse) – QUESTÃO
RATTAZZI. Historia d’uma princezinha por … Versão de F. Ferraz. Typographia
de António José da Silva Teixeira. Porto. 1880. In.8º de 32 págs. B.
Nítida impressão sobre papel de
boa qualidade. Conservado em brochura com as capas lilás. Invulgar.
MITAINE (Prince Croque) – MADAME RATTAZZI ET SON SECRÉTAIRE EN PORTUGAL.
Voyage en zig.zag au pays des Turlupinades. Imprimerie de la Maison d’Angleterre. Lisbonne.
1880. In-8º de 61 págs. C.
Muito apreciado e invulgar folheto. Conserva-se sem capas e protegido
por uma cartolina.
Desta obra fica o registo do exemplar do arquivo digital da BNP:
MITAINE, Croque – Madame
Rattazzi et son secrétaire en Portugal : voyage en zig-zag au pays des
Turlupinades / Prince Croque Mitaine. - Lisbonne: Imprimerie de la Maison d’Angleterre,
1880. - 61 p. ; 19 cm
RAMALHO (Monteiro) – AS RATICES
DA RATTAZZI. O Pello Nacional. Typ. do Jornal da Manhã. Porto. 1880. In-8º
de 20 págs. E.
Apreciado folheto. Bom exemplar,
bem encadernado à meia inglesa em pele castanha com dourados sobre rótulo de
pele vermelha na lombada. CONSERVA CAPAS DE BROCHURA, muito bonitas com os
dizeres do frontispício enquadrados numa moldura de composição tipográfica.
Invulgar.
10667. RAMALHO, Monteiro – AS RATICES DA RATTAZZI. Typ. do Jornal
da Manhã, Porto, 1880. In-8º de 20 págs. Br.
Apreciado folheto. Bonitas capas de brochura com os dizeres do
frontispício enquadrados numa moldura de composição tipográfica. Invulgar.
©Livraria Alfarrabista Miguel de Carvalho (http://www.livro-antigo.com/site/index.php)
RATTAZZI (Madame) – LETTRE À M.
CAMILLO CASTELLO BRANCO (avec traduction en portugais). Imprensa
Democratica. Lisboa. 1880. In-8º de 32 págs. B.
Opúsculo bilingue bastante raro e apreciado. Segundo Inocêncio (t.
XVIII, p. 144) “… É um folheto em que figura de auctora uma Anastasie Coquenard, que escreve de Paris para censurar o modo como o
sr. Camillo Castello Branco verberou o livro de Rattazzi …”.
CONSERVA AS CAPAS DE BROCHURA, embora a anterior esteja solta.
Veja-se este exemplar:
4336. RATTAZZI (MADAME) - LETTRE
Á M. CAMILLO CASTELLO BRANCO (Avec traduction en portugais). Lisboa. Imprensa
Democratica. 1880. In-8º peq. de 32 págs. Br.
Opúsculo com interesse para a famosa polémica suscitada pela obra
"Le Portugal à vol d'oiseau".
Trata-se da "resposta" de Madame Ratazzi, em texto bilingue,
aos ataques de Camilo à obra referida.
“ (...) Não se esqueça tambem de que, por mais leve que seja o pé com
que um escriptor se adiante no caminho da injuria - sobre tudo contra uma
mulher - pouco ou muito sempre se enlameia; se o libello de v. exª lhe deu
algum lucro, compre umas escovas, que bem as necessita".
Exemplar em muito razoável estado de conservação, atendendo à sua
fragilidade; Tem antigos carimbos e assinaturas de posse na capa anterior da
brochura e no frontispício.
Espécime camiliana de apreciável raridade.
©Candelabro
– Livraria Alfarrabista (http://www.livrariacandelabro.com/catalogo.html)
RATTAZZI (Maria) – PORTUGAL DE
RELANCE. Traducção Portugueza (auctorisada pela auctora). Volume I (e II).
Livraria Zeferino, Editora. Lisboa. 1881. In-8º de 2 vols. com (6)-LXXVI-193 e
(2)-214-(4) págs. respectivamente. E.
Primeira edição portuguesa da obra que deu origem à polémica de Camilo
com a autora. Nítida impressão sobre papel branco. Na capa de brochura vem a
data de 1882.
Encadernação meia amador em chagrin preto ricamente decorada na
lombada com florões e dizeres dourados em casas fechadas.
Os dois volumes encontram-se encadernados em um. CONSERVA AS CAPAS DE
BROCHURA. Ligeiro aparo à cabeça, estando as restantes margens intactas.
INVULGAR.
RATTAZZI (Princesa) – PORTUGAL
À VOL D’OISEAU. Portuguezes e Portuguezas, seguido das apreciações de Camillo
Castello Branco à primeira e segunda edição e da nova carta da princeza aos
criticos do seu livro. Typ. Litteraria de C. A. de Moraes, editor, r. do
Hospício, 98. Rio de Janeiro. 1880 In-8º de 296 págs. E.
Trata-se de uma tradução diferente da edição portuguesa e publicada no
Brasil um ano antes da nossa. Esta edição não é referida nas bibliografias
consultadas. Saiu no mesmo ano também uma edição brasileira mas com 369 páginas
e impresso numa tipografia diferente da do nosso exemplar.
Encadernação meia amador em chagrin preto ricamente decorada na
lombada com florões e dizeres dourados em casas fechadas.
CONSERVA AS CAPAS DE BROCHURA. Ligeiro aparo à cabeça, estando as
restantes margens intactas. Exemplar perfeitamente conservado. MUITO RARO.
RATTAZZI (Princesa) –
RATTAZZI E SUA EPOCA. Original
de … Traducção de Guiomar Torrezão. I (II e III). Officina Typographica de J.
A. de Mattos. Lisboa. (S.d. – 1887?) In-8º de 3 vols. com 326-(2), 292-(1) e
304-(1) págs. respectivamente. E.
O volume I tem como subtítulo
Vitor Manuel e Carlos Alberto, o volume II A Italia e Cavour e o volume III
Garibaldi. Cada um deles encontra-se ornado com uma gravura alusiva ao
sub-título. Encadernação meia amador em chagrin preto ricamente decorada na lombada
com florões e dizeres dourados em casas fechadas. Miolo muito bem conservado e
muito fresco. Boa e sólida encadernação, tornando-o um exemplar muito bonito e
atractivo. Imprimiram-se mais dois volumes que a presente colecção não apresenta.
Os volumes 2 e 3 conservam as respectivas e muito bonitas CAPAS DE BROCHURA
impressas a vermelho. Corte superior das folhas carminado.
RATTAZZI (Princesa) – O REVERSO DA MEDALHA. A proposito do livro
Portugal Visto de Relance. Imprensa Commercial. Porto. 1880. In-8º de 32
págs. E.
Apreciado folheto. Bom exemplar,
bem encadernado à meia inglesa em pele castanha com dourados sobre rótulo de
pele vermelha na lombada. CONSERVA CAPAS DE BROCHURA, muito bonitas com os
dizeres do frontispício enquadrados numa moldura de composição tipográfica.
Invulgar.
VARGAS (Hyppolyto) – OS CRITICOS DA PRINCEZA RATTAZZI. Imprensa de
J. G. de Sousa Neves. Lisboa. 1880. In-8º de 32 págs. E.
O autor diz ser o folheto de
Camilo um aleijão litterário. Apreciado folheto. Bom exemplar, bem encadernado
à meia inglesa em pele castanha com dourados sobre rótulo de pele vermelha na
lombada. CONSERVA CAPAS DE BROCHURA, muito bonitas com os dizeres do
frontispício enquadrados numa moldura de composição tipográfica. Invulgar.
Veja-se este exemplar:
4335. VARGAS (HIPPOLYTO) - OS
CRÍTICOS DA PRINCEZA RATTAZZI. Por... Lisboa. Imprensa de J. G. de Sousa
Neves. 1880. In-8º peq. de 32 págs. Br.
Opúsculo com interesse para a polémica suscitada pela obra "Le
Portugal à vol d'oiseau", segundo o autor, "um título bem ligeiro,
que todavia indignou muita gente".
Exemplar em muito razoável estado de conservação, atendendo à sua
fragilidade; Tem antigos carimbos e assinaturas de posse na capa anterior da
brochura e no frontispício.
Espécime camiliana de apreciável raridade.
©Candelabro
– Livraria Alfarrabista (http://www.livrariacandelabro.com/catalogo.html)
VILLAS FORTES (Visconde de) – A PRINCEZA RATTAZZI E CAMILLO CASTELLO
BRANCO. Refutação ao folheto d’este escriptor A Sr.ª Rattazzi pelo … Typ.
da Luz do Povo. Lisboa. 1880. In-8º de 32 págs. B.
Apreciado folheto. Bom exemplar,
CONSERVA CAPAS DE BROCHURA, muito bonitas com os dizeres do frontispício
enquadrados numa moldura de composição tipográfica. Invulgar.
Veja-se este exemplar:
VILLAS FORTES (Visconde de) – A
PRINCEZA RATTAZZI E CAMILLO CASTELLO BRANCO. Refutação ao folheto d’este
escriptor A Sr.ª Rattazzi pelo … Lisboa;
Typografia Luz do Povo; In-8º de 32 páginas; Brochado
Refutação ao folheto d´este escritor
Exemplar bastante raro, em bom estado de conservação
©Livraria Alfarrabista Liliana Queirós (http://www.livrariaalfarrabista.com/)
Mas não foi esta a única obra que
publicou, para além dos muitos artgos e folhetins que vieram a lume nos
diversos periódicos em que dirigiu ou colaborou.
Veja-se a
este propósitoi estes duas obras que estão disponíveis na Librairie Hatchuel–Livres Anciens.
RATTAZZI (Princesse Marie Bonaparte). Les mariages de la créole. Bruxelles, chez tous les libraires,
1866. 2 volumes in-12, demi-percaline
crème à la Bradel de l'époque, pièces de titre de maroquin noir (dos lég.
auréolées), (4), xix, 360 p. et 327 p.
Rare édition originale de
cet ouvrage composé par Marie Letizia Bonaparte-Wyse (1834-1902). Femme de
lettres, poétesse et journaliste, fille de la princesse Lætitia Bonaparte, elle
épousa en secondes noces Urbano Rattazzi, premier ministre d’Italie.
Publié en Belgique, ce
livre fut interdit sur le territoire français jusqu'en 1882 et le scandale
causé par sa publication contraignit Marie Rattazzi à l'exil.
"Ouvrage rare et peu
connu (...), violent pamphlet contre l'une des personnalités les plus en vue du
Second Empire" (Gay, I, 556). Drujon indique que la famille visée était
celle des Schneider et particulièrement le fondateur de la dynastie, Eugène
Schneider, président du Corps législatif de 1867 à 1870.
Au cours de son récit, la
narratrice décrit le sort impitoyable des esclaves de la plantation de l'île
Bourbon (La Réunion) et milite pour leur émancipation.
Mérimée dans 'Lettre à une
inconnue' eut ce commentaire à propos de ce livre : "Livre abominable mais
où il y a une sorte de talent".
(Drujon, 'Livres
condamnés', p. 242 et ‘Livres à clef’, 579. Ryckerbusch, n°6847).
Bon exemplaire.
RATTAZZI (Princesse Marie Bonaparte). La Chanteuse. Paris, librairie Internationale et Bruxelles,
Lacroix Verboeckhoven et Cie, 1867.
2 tomes relié en un volume
in-12, demi-veau bleu nuit de l'époque, dos à 4 faux-nerfs plats, titre et
tomaison dorés, 360 et 327, (2) p. faux-titres et titres inclus (qqs
rousseurs).
Rare première édition
parisienne, sous ce nouveau titre, de 'Les mariages de la Créole', d'abord
publié en Belgique en 1866 et interdit en France jusqu'en 1882. Le scandale
causé par sa publication contraignit Marie Rattazzi à l'exil.
Marie Letizia
Bonaparte-Wyse (1834-1902), femme de lettres, poétesse et journaliste, fille de
la princesse Lætitia Bonaparte, épousa en secondes noces Urbano Rattazzi,
premier ministre d’Italie.
"Ouvrage rare et peu
connu (...), violent pamphlet contre l'une des personnalités les plus en vue du
Second Empire" (Gay, I, 556).
Drujon indique que la
famille visée était celle des Schneider, particulièrement le fondateur de la
dynastie, Eugène Schneider, président du Corps législatif de 1867 à 1870.
Au cours de son récit, la
narratrice décrit le sort impitoyable des esclaves de la plantation de l'île de
Bourbon (La Réunion) et milite pour leur émancipation.
Mérimée dans 'Lettre à une
inconnue' eut ce commentaire à propos de ce livre : "Livre abominable mais
où il y a une sorte de talent".
(Voir Drujon, 'Livres
condamnés', p. 242 et ‘Livres à clef’, 579. Ryckerbusch, n°6847).
Bon exemplaire.
E, por fim, esta interessante obra em poesia:
RATTAZZI, Madame.- Cara Patria:
Échos Italiens.- Paris: Librairie des Bibliophiles, 1873.- (6), 253p.: 1
retr.; 24cm.-E.
Trata-se da rara edição original destes versos de índole
patriótica. Destaque para uma composição dedicada á princesa Maria Pia de Sabóia.
Este exemplar é particularmente curioso pois tem uma inscrição no suposto
retrato da autora em letra da época " ceci n'est pas mom portrait - Maria
Ratazi " que a ser autógrafo pela autora muito o valoriza. Encadernação
inteira de tela. Rubrica no rosto.
Bem penso que terão ficado com uma
ideia desta escritora e com elementos para se debruçarem no estudo da Questão Rattazzi.
Era apenas esse o meu objectivo:
criar um certo desassossego e interesse pela polémica mais do que intervir nela
– se o consegui logrei atingir o meu objectivo se não o consegui, paciência …
outros com melhor engenho e arte de
certeza que terão sucesso.
Saudações bibliófilas.
Fontes consultadas:
Marie-Lætitia
Bonaparte-Wyse
The Gallic Princesse Rebelle:
Lætitia Maria Bonaparte-Wyse! by Junius Henri Browne
Camilo Castelo Bramco – Contos e Textos
Uma fogueira de vaidades para queimar Maria Rattazzi por João Céu e
Silva (DN 05 Fevereiro 2005)
Notas :
(8) Guiomar Torrezão (http://www.bn.br/periodicosliteratura/index.php/titulos-e-personagens/personagens/guiomar-torrezao/
2 comentários:
Gostei muito desta publicação. Tenho um exemplar desse polémico livro e, pelos vistos, está autografado pela autora (tudo indica). Tem algum contacto de email para onde eu possa enviar uma imagem dessa dedicatória? Obrigado pela atenção. OR
Prezado sr. Rui MArtins. Parabéns pos esta publicação, um esboço da "Questão Ratazzi". Sem dúvida que o livro da Princesa MAria Bonaparte, chamemos-lhe assim à ilustre figura cultural europeia, despertou o anti-feminismo latente da época. A observação de Antero de que tinham ficado muito incomodados os mirmidões ( formigas feitos homens) diz muita coisa. Dei-me conta do caso através das crónicas de Viena, publicadas por meu tio bisavô Frederic Kohn-Abrest em "Les MAtinees Espagnoles" 1883 a 1886 e que a princesa MAria Bonaparte editva sob o pseudónmo barão de Stock e que tinha em Lisboa a grande escritora Guiomar Torrezão como sua correspondente; divulgavam à Europa Eça de Queiroz. Alexandre Herculano, teofilo Braga e outros. Fico curioso de ler os opúsculos de Hyppolyto VARGAS e do visconde de Villa-Forte a refutar Camilo.
Agrdeço se me puder enviar correio. Mendo Castro Henriques netmendo@gmail.com
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