"Se não te agradar o estylo,e o methodo, que sigo, terás paciência, porque não posso saber o teu génio, mas se lendo encontrares alguns erros, (como pode suceder, que encontres) ficar-tehey em grande obrigação se delles me advertires, para que emendando-os fique o teu gosto mais satisfeito"
Bento Morganti - Nummismologia. Lisboa, 1737. no Prólogo «A Quem Ler»

sábado, 31 de março de 2012

Luis Bernardo Honwana – um escritor moçambicano a não esquecer.




Luis Bernardo Honwana

Luís Bernardo Honwana (1) nasceu na cidade de Lourenço Marques (actualmente Maputo) em 1942. Cresceu em Moamba, no interior, onde seu pai trabalhava como intérprete. Aos 17 anos foi para a capital estudar jornalismo. O seu talento foi descoberto por José Craveirinha, famoso poeta moçambicano.

Em 1964, Honwana tornou-se um militante da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) que tinha como propósito conseguir a libertação de Moçambique de Portugal.

Devido às suas actividades políticas, em 1964, foi preso pela polícia política. Permaneceu encarcerado por três anos pelas autoridades coloniais.


HONWANA, Luis Bernardo – Nós Matámos o Cão Tinhoso (2)
Lourenço Marque, Sociedade de Imprensa de Moçambique, 1964.
1ª edição. 135 págs. In 8º. Encadernado.
Ilustrações de Bertina (fragmentos de desenho)

Foi durante o tempo passado na prisão que escreveu o seu único livro, Nós Matámos o Cão-Tinhoso, com o objectivo de demonstrar o racismo do poder colonial português. O livro chegou a exercer uma influência importante na geração pós-colonial de escritores moçambicanos. Muitos dos contos, escritos em português europeu padrão, são narrados por crianças. O universo social e cultural moçambicano durante a época colonial é o centro da análise das narrativas de Nós Matámos o Cão-Tinhoso. De acordo com Manuel Ferreira, “Os contos de Nós Mátamos o Cão-Tinhoso apresentam-nos questões sociais de exploração e de segregação racial, de distinção de classe e de educação”. Cada personagem em cada conto representa uma diferente posição social (branco, assimilado, indígena e/ou mestiço).



HONWANA, Luis Bernardo – Nós Matámos o Cão Tinhoso
Lourenço Marque, Sociedade de Imprensa de Moçambique, 1964.
1ª edição. 135 págs. In 8º. Encadernado.
Ilustrações de Bertina (fragmentos de desenho)

Após a independência, Honwana foi alto funcionário do governo e presidente da Organização Nacional dos Jornalistas de Moçambique. Desempenhou também funções de director do gabinete do Presidente Samora Machel e Secretário de Estado da Cultura.

Bibliografia:

Publicou Nós Matámos o Cão-Tinhoso em 1964. Livro que foi de imediato apreendido pela PIDE, o que o torna raríssimo na sua edição original. Em 1969, ainda em pleno colonialismo e com a guerra colonial no auge, a obra é publicada em língua inglesa (com o título de We Killed Mangy-Dog and Other Stories) e obtém grande divulgação e reconhecimento internacional, vindo a ser traduzida para vários outros idiomas.


HONWANA, Luis Pedro – Nosotros matamos al Perro-Tiñoso
(tradução em espanhol)
Editorial Baobab, 2008. 167 págs. Brochura.

Nós Matámos o Cão-Tinhoso é um livro de sete contos da autoria do escritor moçambicano Luís Bernardo Honwana, publicado em 1964 e considerado uma obra fundacional da literatura moçambicana moderna. Os contos incluídos no livro são “Nós Matámos o Cão-Tinhoso”, “O Dina”, “Papa, Cobra, Eu”, “As Mãos dos Pretos”, "Inventário de Imóveis e Jacentes”, "A Velhota" e "Nhinguitimo".

HONWANA, Luis Bernardo – Nós Matámos o Cão Tinhoso
(capa da brochura)
Lourenço Marque, Sociedade de Imprensa de Moçambique, 1964.
1ª edição. 135 págs. In 8º. Encadernado.
Ilustrações de Bertina (fragmentos de desenho)

O aparecimento desta obra estabeleceu um novo paradigma para o texto narrativo moçambicano. Na escrita dos contos que compõem o volume, Honwana favorecia um estilo simples e económico, prestando atenção aos aspectos visuais das histórias.

Um dos seus contos "As mãos dos pretos" foi registado no livro "Contos Africanos dos países de língua portuguesa", junto a outros contos dos autores Albertino Bragança, Boaventura Cardoso, José Eduardo Agualusa, Luandino Vieira, Mia Couto, Nelson Saúte, Odete Semedo, Ondjaki e Teixeira de Sousa. Todos estes autores vivem ou viveram em países africanos de língua oficial portuguesa.


Luis Bernardo Honwana

Nota do autor na contracapa da 1ª edição:

“Não sei se realmente sou escritor. Acho que apenas escrevo sobre coisas que, acontecendo à minha volta, se relacionem Intimamente comigo ou traduzam factos que me pareçam decentes. Este livro de histórias é o testemunho em que tento retratar uma série de situações e procedimentos que talvez interesse conhecer.

Chamo-me Luís Augusto Bernardo Manuel. O apelido Honwana não vem nos meus documentos. Sou filho de Raul Bernardo Manuel (Honwana) e de Nally Jeremias Nhaca. Ele intérprete da administração da Moamba e ela doméstica. Tenho oito irmãos.

Nasci em Lourenço Marques, em 1942, e vivi com os meus pais, na Moamba, até aos 17 anos. Actualmente moro no Xipamanine, em Lourenço Marques, e além de frequentar o liceu, sou jornalista.


We Killed Mangy-Dog & other Mozambiqu stories
(Tradução inglesa)

As minhas primeiras histórias datam do início da antiga página literária juvenil do jornal «Notícias», o «Despertar». Todavia quase os contos que agora são publicados começaram a ser feitos anteriormente, quando ainda não dava tanta atenção ao que de vez em quando me dava para escrever. Foi numa altura em que, embora praticasse desportos muito intensamente, um grupo de jornalistas, pintores e poetas ajudou-me a ler uma quantidade de livros importantes, levou-me a ver filmes que tinham de ser vistos e emprestou-me algumas das suas preocupações. Entretanto estudei desenho e pintura durante algum tempo e participei com vários trabalhos em exposições de arte. Também escrevi coisas para filmes que não se fizeram e pertenci a uma equipa que começou a fazer um filme e desistiu antes do fim.

Depois do «Despertar», Eugénio Lisboa, Rui Knopfli e José Craveirinha entusiasmaram-me, publicando algumas das minhas histórias em jornais. Há pouco tempo o Rancho, que tornou possível o aparecimento deste livro, falou-me pela primeira vez em editar alguns contos em livro.

Para a capa e para ilustrar as histórias aproveitaram-se fragmentos de desenhos que a Bertina tinha feito sem conhecer os meus escritos o que o Pancho usou depois de ver que as coisas que os desenhos contam são parecidas com as histórias que fiz. O pedaço de inventário é de um inventário verdadeiro: a mão d'As mãos dos pretos é a minha.”

Esta obra seria adaptada ao teatro pelo grupo O Bando em 2010 (entre muitas outras adaptações) e levado à cena de 20 de Maio a 20 de Junho de 2010, de Quinta a Domingo, às 22h:

- 20 de Maio a 6 de Junho na EB1 nº 2 de Palmela, Palmela;

- 10 a 20 de Junho no Teatro O Bando, Palmela.


Nós Matámos o Cão Tinhoso – Teatro O Bando

O Teatro O Bando convidou Rui Júnior a fazer a coordenação musical do espectáculo Nós Matámos o Cão Tinhoso a partir de um conto de Luís Bernardo Honwana com dramaturgia e encenação de Nuno Pino Custódio.

Sobre esta adaptação, Rui Júnior comentou:

“Tentei ilustrar musicalmente esta peça: pintá-la com sonoridades, ora com salpicos calmos e tranquilos, ora com pinceladas desenfreadamente tensas, preencher-lhe espaços sem lhe retirar os silêncios e as respirações. Antes de perceber há que ter vivido e encontrar, na nossa própria experiência de vida, o que o autor transmite, o que a música contida na narrativa nos faz ouvir: é neste espaço da nossa própria imaginação de espectador e ouvinte que encontramos a verdadeira percepção do que as obras tentam e por vezes conseguem conter e contar.”

HONWANA, Luis Bernardo – Nós Matámos o Cão Tinhoso e outros contos
Livros Cotovia, 2008, Colecção: Livros de Bolso
ISBN: 978-972-795-261-8

Para vossa apreciação aqui fica o registo de um dos mais belos contos deste livro:

AS MÃOS DOS PRETOS

"Já nem sei a que propósito é que isso vinha, mas o Senhor Professor disse um dia que as palmas das mãos dos pretos são mais claras do que o resto do corpo porque ainda há poucos séculos os avós deles andavam com elas apoiadas ao chão, como os bichos do mato, sem as exporem ao sol, que lhes ia escurecendo o resto do corpo.

Lembrei-me disso quando o Senhor Padre, depois de dizer na catequese que nós não prestávamos mesmo para nada e que até os pretos eram melhores do que nós, voltou a falar nisso de as mãos deles serem mais claras, dizendo que isso era assim porque eles, às escondidas, andavam sempre de mãos postas, a rezar.

Eu achei um piadão tal a essa coisa de as mãos dos pretos serem mais claras que agoraé ver-me a não largar seja quem for enquanto não me disser porque é que eles têm as palmas das mãos assim tão claras. A Dona Dores, por exemplo, disse-me que Deus fez-lhes as mãos assim mais claras para não sujarem a comida que fazem para os seus patrões ou qualquer outra coisa que lhes mandem fazer e que não deva ficar senão limpa.


As Mãos dos Pretos

O Senhor Antunes da Coca-Cola, que só aparece na vila de vez em quando, quando as coca-colas das cantinas já tenham sido todas vendidas, disse-me que tudo o que me tinham contado era aldrabice. Claro que não sei se realmente era, mas ele garantiu-me que era. Depois de eu lhe dizer que sim, que era aldrabice, ele contou então o que sabia desta coisa das mãos dos pretos. Assim:

“Antigamente, há muitos anos, Deus, Nosso Senhor Jesus Cristo, Virgem Maria São Pedro, muitos outros santos, todos os anjos que nessa altura estavam no céu e algumas pessoas que tinham morrido e ido para o céu, fizeram uma reunião e decidiram fazer pretos. Sabes como? Pegaram em barro, enfiaram-no em moldes usados e para cozer o barro das criaturas levaram-nas para os fornos celestes; como tinham pressa e não houvesse lugar nenhum, ao pé do brasido, penduraram-nas nas chaminés. Fumo, fumo, fumo e aí os tens escurinhos como carvões. E tu agora queres saber porque é que as mãos deles ficaram brancas? Pois então se eles tiveram de se agarrar enquanto o barro deles cozia?!”.

Depois de contar isto o Senhor Antunes e os outros Senhores que estavam à minha volta desataram a rir, todos satisfeitos.

Nesse mesmo dia, o Senhor Frias chamou-me, depois de o Senhor Antunes se ter ido embora, e disse-me que tudo o que eu tinha estado para ali a ouvir de boca aberta era uma grandessíssima pêta. Coisa certa e certinha sobre isso das mãos dos pretos era o que ele sabia: que Deus acabava de fazer os homens e mandava-os tomar banho num lago do céu. Depois do banho as pessoas estavam branquinhas. Os pretos, como foram feitos de madrugada e a essa hora a água do lago estivesse muito fria, só tinham molhado as palmas das mãos e as plantas dos pés, antes de se vestirem e virem para o mundo.


HONWANA, Luis Bernardo – Nós Matámos o Cão Tinhoso
Afrontamento Editora. (3)
Brochura.

Mas eu li num livro que por acaso falava nisso, que os pretos têm as mãos assim mais claras por viverem encurvados, sempre a apanhar o algodão branco de Vírginia e de mais não sei aonde. Já se vê que a Dona Estefânia não concordou quando eu lhe disse isso. Para ela é só por as mãos desbotarem à força de tão lavadas.

Bem, eu não sei o que vá pensar disso tudo, mas a verdade é que ainda que calosas e gretadas, as mãos dum preto são sempre mais claras que todo o resto dele. Essa é que é essa!

A minha mãe é a única que deve ter razão sobre essa questão de as mãos de um preto serem mais claras do que o resto do corpo. No dia em que falámos disso, eu e ela, estava-lhe eu ainda a contar o que já sabia dessa questão e ela já estava farta de se rir. O que achei esquisito foi que ela não me dissesse logo o que pensava disso tudo, quando eu quis saber, e só tivesse respondido depois de se fartar de ver que eu não me cansava de insistir sobre a coisa, e mesmo assim a chorar, agarrada à barriga como quem não pode mais de tanto rir. O que ela me disse foi mais ou menos isto:

HONWANA, Luis Bernardo – Nós Matámos o Cão Tinhoso.
(edição brasileira)
Ática , 1980. Coleção Autores Africanos n.º 4.
1ª edição. 96 págs. Brochura.
ISBN: 8508050410

“Deus fez os pretos porque tinha de os haver. Tinha de os haver, meu filho, Ele pensou que realmente tinha de os haver... Depois arrependeu-se de os ter feito porque os outros homens se riam deles e levavam-nos para as casas deles para os pôr a servir como escravos ou pouco mais. Mas como Ele já não os pudesse fazer ficar todos brancos porque os que já se tinham habituado a vê-los pretos reclamariam, fez com que as palmas das mãos deles ficassem exactamente como as palmas das mãos dos outros homens. E sabes porque é que foi? Claro que não sabes e não admira porque muitos e muitos não sabem. Pois olha: foi para mostrar que o que os homens fazem, é apenas obra dos homens... Que o que os homens fazem, é feito por mãos iguais, mãos de pessoas que se tiverem juízo sabem que antes de serem qualquer outra coisa são homens. Deve ter sido a pensar assim que Ele fez com que as mãos dos pretos fossem iguais às mãos dos homens que dão graças a Deus por não serem pretos”.

Depois de dizer isso tudo, a minha mãe beijou-me as mãos.

Quando fugi para o quintal, para jogar à bola, ia a pensar que nunca tinha visto uma pessoa a chorar tanto sem que ninguém lhe tivesse batido."

Espero ter despertado a vossa atenção para este livro e sobretudo para o seu autor.

Saudações bibliófilas.


Notas:

(1) Para um melhor conhecimento da sua personalidade e ideais leia-se: “A cultura é o cimento mais adequado à construção dum novo país” entrevista de Helder Fernando em 22/10/2010


(3) Leia-se ainda: A Biblioteca do Macua


sexta-feira, 30 de março de 2012

Librairie Le Feu Follet – Catalogue 64: Impressions d'Orient





Em postagem anterior – 32º Salon du Livre á Paris e La Librairie Le Feu Follet, fiz referência aos vários eixos temáticos e onde a literatura do Japão foi tema de destaque.

Com base nesta homenagem, a Librairie Le Feu Follet editou um catálogo onde oferece uma pequena selecção de belos livros antigos sobre o tema da Ásia, para aqueles que não tiveram a oportunidade de se deslocarem a este evento bibliófilo.


Illustrations of japanese life

Como nota de abertura fica aqui referência a esta fotografia japonesa, rara pelo seu tipo, como nos esclarece o seu descritivo: «les ambrotypes japonais représentent un témoignage unique de la période Meiji. La plupart des clichés de l'époque qui nous sont parvenus ont été pris par des photographes occidentaux pour un public européen féru d'exotisme et de "charme asiatique". A l'opposé, les ambrotypes japonais étaient l'oeuvre de photographes japonais et destinés au cadre privé des familles japonaises désireuses de transmettre en héritage ce précieux témoignage.»



Quanto às obras destaco estes dois exemplares pela sua curiosidade e polémica que desencadearam na época:

 

10. CREBILLON Fils Claude Prosper Jolyot.
Tansaï et Neadarné. Histoire japonoise, avec figures.

S.n., A Pékin, 1743, 4 tomes en 2 Vol. in 12 (8x14cm), (4) XXIV, 274pp. et (4) 238pp., relié, tirage de tête.



La première parution de cette édition illustrée date de 1740, l'édition originale du texte seul remontant, lui, à 1734. Un frontispice (l'empereur de Chine et sa cour), deux pages de titre entièrement gravées avec vignettes (satyres) et 4 figures délicieusement érotiques et finement gravées. Ces gravures ont un placement sur chacune d'entre elles, ce que l'édition de 1740 n'a pas.

 

Plein Veau d'époque glacé. Dos lisse orné. Pièce de titre et de tomaison en maroquin rouge. Coiffes du tome II arasées ; 2 coins élimées.



Ce conte licencieux et érotique remporta dès sa parution un vif succès, bien qu'il fit scandale et qu'on accusa l'auteur d'obscénité, d'irréligion ; certains y virent même une critique de la bulle Ugénitus (contre le jansénisme) et le cardinal de Rohan, et Crébillon se vit emprisonné à la suite de ses accusations. Tanzaï est un conte féérique et politique, dont l'étrangeté de l'intrigue surprend toujours le lecteur, toute l'histoire tournant autour d'une écumoire en or au manche énorme...



34. ROCHETTE de la Morlière Jacques.
Angola, histoire indienne. Ouvrage sans vraisemblance.



S.n., A Agra, avec privilège du Grand Mogol, 1751, 2 tomes en 2 vo. in 12 (8,5 x 14,5 cm), 169pp; (2) et (2) 206pp. (2), relié.



Première édition illustrée, après l'originale de 1746. Assez rare. Elle est ornée de cinq figures galantes par Eisen, gravées par Tardieu, Aveline et Maisonneuve.



Plein veau marbré et glacé d'époque. Dos lisse orné à la grotesque. Pièce de titre et de tomaison en maroquin rouge. Coiffes élimées. Rousseurs éparses. Une mouillures sur les 15 premières pages du tome 1.



Célèbre roman libertin, qui inspira notamment Diderot pour les bijoux indiscrets. L'oeuvre fut longtemps attribuée à Crébillon fils. Au travers de l'histoire exotique et du conte oriental, l'auteur croque la société parisienne et ses manières. L'oeuvre eut un grand succès, notamment durant la révolution.

E, para terminar, deixo este belo exempplo duma estampa japonesa (de que seliento a elevada qualidade dos seus pormenores):



41. UTAGAWA KUNISADA & (TOYOKUNI III).
Miyamoto Musashi.
Daikokuya Heikichi, 1858, 24x36cm, une feuille.

Estampe japonaise. 1858.

Portrait en pied de Miyamoto Musashi (Le plus célèbre samouraï expert au combat du sabre, Miyamoto Musashi est l’un des plus important Kenshi (grand maître de ken-jutsu) que le Japon ait connu et dont les exploits ont inspiré de nombreux récits. Il est l’archétype du héros nippon.)





Artiste : Utagawa Toyokuni III (1786 - 1864). Comme son maître Utagawa, il fut réputé pour ses portraits.

Editeur : Daikokuya Heikichi.

 



La rareté de cette estampe se manifeste par le gaufrage de différentes zones de papier, avec des motifs différents.

Excellent état. 3 petits accrocs dans la marge gauche (voir photo). L'estampe a été contrecollée aux coins sur un papier Canson fort. Elle se trouve dans un passepartout.

Boa leitura e bom fim-de-semana.

Saudações biblófilas.


quarta-feira, 21 de março de 2012

Livraria Rio Antigo – XXVI Leilão de Livros Raros & Papeis Antigos


 

Anúncio do XXVI Leilão

A Livraria Rio Antigo cuja localização actual é na Rua Gonçalves Dias nº 82 – Sala 101 – Centro – Rio de Janeiro, vai realizar o seu XXVI Leilão de Livros Raros & Papeis Antigos no próximo dia 24 de Março às 15 h, organizado por Margarete Cardoso e Maria Amélia Crespo.

Os lotes estarão em exposição nos dias 20, 21,22 e 23 de Março das 10h às 18h.


Deste muito interessante catálogo deixo aqui alguns dos seus lotes.



19 TAUNAY, Alfred d ‘Escragnolle. La Retraite de Laguna. Imprimé par ordre de son Excellence le Vicomte de Rio Branco, Ministre de la Guerre. Rio de Janeiro, Typographie Nationale, 1871, 24,3 x 16,4 cm., 224 pp. Primeiras e últimas folhas bastante manchadas. Encadernação em ½ couro com cantos, um pouco gasta. Blake I, pág. 56; Catálogo da Exposição de História do Brazil I, 11005. Raríssima 1ª edição, uma das mais importantes sobre a Guerra do Paraguai e a melhor e mais conhecida obra de Taunay. A tradução brasileira só foi publicada em 1874.



21 (LOPES, Joaquim José Pedro). Reflexões sobre a Necessidade de promover a União dos Estados de que consta o Reino-Unido de Portugal, Brazil, e Algarve nas quatro Partes do Mundo. Lisboa, Antonio Rodrigues Galhardo, 1822, 20,2 x 14,5 cm., 106 pp., 1 folha s/n. com errata. Furos de bicho, parcialmente restaurados, afetando principalmente a parte superior das folhas, com perda de diversas letras. Encadernação nova em ½ couro com cantos. Barros Paiva, 1472- A ; Borba de Moraes II, pág. ???



128 MACHADO DE ASSIS – AUTÓGRAFO. Circular manuscrita a tinta, 1 página, enviada pela Secretaria d’ Estado dos Negocios da Agricultura, Commercio e Obras Publicas ao Secretário de Governo do Sergipe em 22 de Março de 1892. Com assinatura de próprio punho: “ O Director. Jm. M. Machado de Assis”. Caligrafia legível.

142 (VELLOSO, José Mariano da Conceição). A Arte da Pintura de C.A. do Fresnoy, traduzida do Francez em Portuguez, e exposta aos candidatos, e amadores desta Bella Arte, debaixo dos Auspicios, e Ordem de Sua Alteza Real o Principe Regente N.S. por Jeronymo de Barros Ferreira Professor de Desenho, e Pintura histórica nesta Corte. Lisboa, Typ. Chalcographica, Typoplastica, e Litteraria do Arco do Cego, 1801, 22,5 x 12,5 cm., 58 pp., 1 folha s/n. Um pouco manchado, afetando principalmente as primeiras folhas; rasgo restaurado, na parte inferior da folha de rosto. Encadernação nova, em ½ couro, lombada defeituosa. Borba de Moraes II, pág. 899.



165 ALMEIDA, Manuel Antônio de. Memórias de um Sargento de Milícias. Introdução de Mário de Andrade. Ilustrações de F. Acquarone. São Paulo, Martins, 1941, 23,7 x 18 cm., 276 pp.; 53 iniciais e ilustrações, e 21 pranchas, sendo 2 coloridas. Encadernação defeituosa inteira de couro. Exemplar nº 138 da tiragem especial, em papel Vergé, limitada a 200 cópias.



186 LAS CASAS, B. de. História Geral das Índias. Tradução de Heraldo Barbuy. (Série Brasílica, 7). São Paulo, Cultura, 1944, 21,5 x 16,2 cm., 182 pp. Encadernação original em couro.



261 MANUSCRITO – MENEZES, Joze Narcizo de Magalhaens de. Escola Elementar para os Regimentos de Infantaria de Linha da Capitania do Rio de Janeiro. De baixo das Ordens do Tenente General... Commandante Geral das Tropas da mesma Capitania. – Estampas com os Geroglificos, e diverças Figuras q. podem servir á melhor inteligência da Escola Elementar para os Regimentos de Infantaria de Linha ... (Rio de Janeiro 1800), 2 volumes, 35,5 x 23 cm., Vol. Texto com 202 páginas manuscritas a tinta com 1 pequena ilustração. Álbum com o título emoldurado por bordura ornamentada, 1 prancha com geroglificos (ideogramas militares), 1 prancha com uniformes coloridos e mais 52 pranchas a nanquim, das quais 9 são desdobráveis. Encadernação defeituosa e bichada, da época, em ½ couro com cantos; capas, contracapas e guardas em papel estampado. Exemplar único trata-se de um manuscrito original, com belíssima caligrafia perfeitamente legível. O texto é dividido em 4 partes. O autor foi governador e capitão general do Grão-Pará, comandante das tropas luso-brasileiras que tomaram a Guiana Francesa em 1809 e exerceu altos cargos no Rio de Janeiro.

Consultem-no, com calma e alguma paciência, pois poderão sempre encontrar alguma obra que vos possa interessar.

Saudações bibliófilas.


domingo, 18 de março de 2012

Livraria Alfarrabista In-Libris – LOJA DA IN-LIBRIS


 


A Livraria Alfarrabista In-Libris, sediada no Largo José Moreira da Silva, 11 no Porto, lançou rentemente a sua livraria virtual – LOJA DA IN-LIBRIS.

Pelo trabalho desenvolvido em torno do livro e da bibliofilia em Portugal realizado pela In-Libris, quero deixar aqui notícia deste “novo espaço”. E, para isso, nada melhor do que as palavras de Paulo Gaspar Ferreira para nos elucidar da sua intenção:

“Trata-se de uma vontade antiga esta de complementarmos a nossa actividade, com mais de 15 anos como alfarrabista, disponibilizando uma ferramenta que promova um contacto facil com clientes que se encontram em locais mais distantes.

Infelizmente temos vindo a assistir, recentemente, a uma "Neo-Diáspora" vendo uma enorme quantidade de portugueses a abandonar o País. Gostaríamos de poder constituir um elo de ligação entre estes Portugueses e a sua própria cultura através do livro.

É nosso objectivo vir a partilhar uma base de dados bibliográficos de todos os livros que constituem o nosso acervo de livros disponíveis. Será um projecto que crescerá com o tempo.

Claro que esta iniciativa apenas sobreviverá com o apoio dos agentes de divulgação cultural, muito especialmente os bloggers que, de forma efectiva, têem vindo a ocupar lugar de destaque na promoção e divulgação da cultura portuguesa.”

Espero que gostem da “visita”.

Saudações bibliófilas.


sexta-feira, 16 de março de 2012

Livraria Luis Burnay – Leilão de Livros Antigos




Aspecto da sala onde decorrem os leilões no Hotel Roma em Lisboa
(foto de Dora Nogueira)

A Livraria Luis Burnay, localizada na Calçada do Combro, 43-47 de Lisboa, vai realizar o seu próximo leilão nos dias 20 e 21 de Março pelas 21 horas, na Sala Veneza do Hotel Roma, entrada pela Rua Infante D. Pedro, nº 6.

Os livros encontram-se em exposição no local nos dias de leilão entre as 14 e as 19 horas.

Ordem dos lotes:

Terça-Feira (dia 20)………………………1 a 350
Quarta-Feira (dia 21)……………..……351 a 719

Trata-se de um leilão que reune um bom conjunto de livros antigos ou esgotados cujos preços de estimativa os tornam acessíveis à maioria dos coleccionadores; no entanto algumas das obras incluídas apresentam um maior interesse bibliófilo quer pelo local da sua impressão quer pela sua raridade.


Catálogo do Leilão
(Para consultar o catálogo, ver em leilões, acedendo a http://www.livrarialuisburnay.pt/)

Lamenta-se a inexistência de fotografias, as aqui reproduzidas petencem ao meu acervo pessoal servindo meramente como ilustrativo nada tendo a ver com a obra em praça, que tornaria o catálogo mais apelativo, no entanto os descritivos parecem-me bastante elucidativos.

No que se refere a impressoras não posso deixar de referir este exemplar saído dos prelos da Casa Literária do Arco de Cego, com exemplares sempre difíceis de encontrar:

75 BOCAGE, Manoel Maria Barbosa.- O Consórcio das Flores epistola de La Croix a seu irmão / traduzida em verso portuguez por…- Lisboa: Na Typographia Chalcographica, e Litteraria do Arco do Cego, 1801.-VIII, 61, (2)p.: 2 est.; 20cm.-E JUNTO COM: *****.- As Plantas, poema de Ricardo de Castel professor de Litteratura no prytaneo francez / traduzidas da II edição, verso a verso… por…- Lisboa: Na Typographia Chalcographica, Typoplastica, e Litteraria do Arco do Cego, 1801.- XV, 181, (2)p.: 5 est.; 20cm.-E JUNTO COM: *****.- Os Jardins, ou a Arte de aformosear as paizagens poema de Mr. Delille da Academia Franceza / traduzido em verso … por… -Lisboa: Na Typographia Chalcographica e Litteraria do Arco de Cego,1800.- VII, 157p.; 20cm.-E Invulgar conjunto de três poemas franceses traduzidos para português porBocage todos saídos dos prelos da famosa " Oficina do Arco do Cego" e hoje muito dificeis de encontrar. Oprimeiro e o segundo vêm adornados com bonitas gravuras abertas em chapa, que quase sempre faltam. Num volume revestido por meia-encadernação de pele. Os dois primeiros volumes apresentam manchas de água, antigas já desvanecidas mais acentuadas no início e junto ao festo e um pequeno corte de traça marginal. As primeiras 5 folhas e uma gravura têm o canto superior direito ratado.

A literatura que está muito bem representada reune obrasde alguns dos mais conhecidos autores portugueses dos quais saliento BESSA-LUIS, Agustina (lotes 72), BOTTO, Antonio (lotes 77 a 87), CASTRO, E.M. de Mello e (lotes 131 e 132), CASTRO, Fernanda de (lotes 134 e 135), CASTRO, Ferreira de (136 a 140) com algumas das suas primeiras obras nunca reeditadas e que o autor rejeitaria a inclusão nas suas Obras Completas, como, por exemplo:



138 CASTRO, Ferreira de.- A Morte Redimida: novela.- Porto: Livraria Civilização, 1925.- 75p.; 19.- (Biblioteca Civilização) XI.- B. 1ª edição. Uma das raras primeiras novelas do autor, esta integrada na colecção "Pequenos Romances Portugueses e Estrangeiros".



139 CASTRO, Ferreira de.- Sendas de Lirismo e Amor: novelas.- Lisboa: Edições Spartacus, 1925.- 166, (2)p.; 19cm.- B. 1ª edição. Um dos primeiros titulos deste autor. Invulgar.

Vamos ainda encontrar CORREIA, Natália (lotes 165 a 177), FERREIRA, José Gome (lotes 252 a 254) com destaque especial para o seu primeiro livro:



252 FERREIRA, José Gomes.- Lírios do Monte.- Lisboa: "Orbis", Empresa de Livros e Publicidade,1918.- 61, (2) p.; 19cm.- B. 1ª edição e única, do primeiro livro publicado por este apreciado autor, hoje muito rara e procurada. Bonita capa c/ ilustração de Stuart, impressa a cores. Com insignificantes imperfeições marginais.

Seguem-se FERREIRA, Vergílio (lote 259), FERRO, António (lotes 260 a 268), FONSECA, Branquinho da (lote 275), FONSECA, Manuel da (lotes 276 a 279), GOMES, Soeiro Pereira (lotes 322 a 324), HELDER, Herberto (lotes 337 a 345), MACHADO, José de Sousa (408 a 413), MOURÃO-FERREIRA, David (lotes 457 a 459), MURALHA, Sidónio (461 a 464), NAMORA, Fernando (lotes 465 e 466), NEGREIROS, Almada (lotes (lotes 477 e 478), NOBRE, António (lote 481) – com a já rara 2ª edição de , OLIVEIRA, Carlos (lotes 483 a 487), O'NEILL, Alexandre (lotes 489 e 490), PACHECO, Luis (lotes 493 a 508), PASCOAES, Teixeira de (lotes 514 e 515), PEDRO, Antonio (lotes 519 a 521), PESSANHA, Camilo (lote 529) exactamente uma 1ª edição de Clepsydra:



529 PESSANHA, Camilo.- Clepsydra: poêmas de Camillo Pessanha.- Lisboa: Edições Lusitania, 1920.- (72)p.; 20cm.-E 1ª edição deste livro (único do autor) expoente máximo do "Simbolismo Português" e que tão grande influência teve na génese do movimento modernista em Portugal. Encadernação inteira de pele. Conserva as capas com badanas (a superior com picos de acidez). Rubrica antiga no anterrosto. Obra rara e procurada.

E, por fim salientem-se PESSOA, Fernando (lotes 531) – uma 2ª edição de Mensagem, PIRES, José Cardoso (lotes 539 a 546), REDOL, Alves (lotes 574 e 575), RÉGIO, José (lotes 576 a 586), RODRIGUES, Urbano Tavares (lotes 615 a 618), SANTARENO, Bernardo (lotes 629 a 635), SANTOS, José Carlos Ary dos (lotes 638 e 639), SARAMAGO, José (lotes 644 e 645), SARDINHA, António (lotes 647 a 649), TORGA, Miguel (lotes 685 a 690), VASCONCELOS, Mário Cesariny de (lotes 703 a 708) e VERNEY, Luis Antonio (lotes 709 a 710). (… e desculpem-me alguma omissão, pois que a descrição não é completa).

Muitas outras, temáticas como a história e a arte, também estão bem representadas.

Refira-se apenas, pelo seu inegável interesse histórico, esta obra:



668 SORIANO, Simão José da Luz.- Historia do Cerco do Porto, precedida de uma extensa noticia sobre as differentes phazes politicas da monarchia desde os mais antigos tempos até ao anno de 1820, e desde este mesmo anno até o começo do sobredito cerco.- Lisboa Na Impresa Nacional, 1846-1849.- 2 vols. 1 mapa; 23cm.- E Trata-se da rara primeira edição desta obra histórica muito informativa, não só em relação a este tão importante acontecimento histórico, mas também sobre a história de Portugal em geral. Vem adornada com uma Carta Topographica das Linhas do Porto, que é de maiores dimensões. Meias-encadernações de pele, da época.

Aqui fica o convite para a sua leitura e consulta atenta, para que possam encontara alguma obra que vos interesse.

Saudações bibliófilas.


terça-feira, 13 de março de 2012

32º Salon du Livre á Paris e La Librairie Le Feu Follet





O 32º Salon du Livre decorrerá em Paris de 16 a 19 de Março no Parc des Expositions em Paris Porte de Versailles – Pavillon 1, Boulevard Victor, Paris 15e.

O programa deste evento engloba cinco eixos temáticos:

1. La littérature japonaise à l’honneur
2. Moscou, ville invitée
3. Du livre au film
4. Le livre dans la Cité
5. La culture manga

Veja-se mais detalhadamente o que se escreveu na sua divulgação neste comunicado para a imprensa.



Este ano, o Salon du Livre lança Trésors de livres, um espaço de prestígio dedicado à colecção de livros antigos e modernos. Numa área de aproximadamente 600 m2, com decoração requintada, reunirá manuscritos, bem como obras valiosas e de colecção.


Trésors de livres

Deste modo estetas, coleccionadores e amantes das artes e letras podem encontrar-se no seu interior para visualizar, para melhor saborear a descoberta de cada um destes tesouros iconográficos.

Pode considerar-se um espaço onde estarão expostos alguns dos livros com que sonham todos os bibliófilos.

Livros antigos, livros raros e obras a preços mais acessíveis. Todo o património impresso marcará encontro neste lugar de prestígio no centro dum dos mais belos eventos dedicado ao livro.



Será precisamente neste espaço que a Librairie Le Feu Follet estará presente no stand C79.

Neste Espace Trésors de Livres, e como o tema desta edição, é o Japão, levará esta excelente encadernação em estilo japonisante, da edição original de Salammbô de Gustave Flaubert.



Gustave FLAUBERT – Salammbô.
Calmann-Lévy, Paris, 1863, 15x24cm, relié.
Autographe
Edition originale sur papier courant, comportant bien les fautes p.5 et p.80.



Reliure japonisante en plein chagrin chocolat intégralement estampée à froid de motifs floraux et animaliers dont la plupart sont rehaussés à l'or et à la couleur, restaurations en têtes et en pieds des mors, gardes et contreplats de papier, couvertures conservées, élégante reliure japonisante.



Notre exemplaire est celui de la célèbre tragédienne lyrique Lucienne Bréval, qui interpréta le rôle de Salammbô en 1899, porté à l'opéra par Ernest Reyer.
Il est enrichi d'une photographie originale de la tragédienne, encollée au verso du premier plat de reliure, agrémentée d'un envoi autographe signé d'un admirateur : " à Lucienne Bréval / Salammbô incomparable..."
Légères rousseurs affectant essentiellement les tranches.
Exceptionnel exemplaire établi dans une superbe reliure japonisante.


Aproveito para deixar também notícia do seu Catalogue Mars 2012.



Como escreve Sibylle Pandolfi na sua apresentação:

“La Librairie Le Feu Follet vous propose son catalogue de Mars 2012, où vous retrouverez des éditions originales rares en grand papier, avec envoi, en reliure exceptionnelle ou les trois à la fois... "

Deste Catálogo deixo aqui estes dois exemplos:



14. Henri BARBUSSE – Le feu.
Flammarion, Paris, 1916, 16,5x26cm, relié, tirage de tête.
Autographe

Edition originale, un des 20 ex numérotés sur vélin de cuve d'Arches et réimposés dans le format in-8 réservés à la société bibliophilique des "XX", tirage de tête.
Reliure en plein veau citron, dos insolé à quatre nerfs agrémenté de gerbes florales à froid, deux petits accrocs sur le dos, gerbes florales à froid en écoinçon supérieur gauche des plats, gardes et contreplats de papier marbré, doubles couvertures et dos conservés, reliure de l'époque signée de René Kieffer.
Signature de l'auteur à la justification du tirage.
Coupure de presse jointe ayant laissé une ombre sur une garde.
Agréable exemplaire, sans rousseur, établi par un maître de la reliure du début du vingtième siècle.



180. HUGO Victor – La pitié suprême.
Calmann-Lévy, Paris 1879, 15x24cm, relié.
Edition originale sur papier courant.



Reliure en demi maroquin rouge, dos à cinq nerfs, date en queue, plats de papier marbré, gardes et contreplats de papier à la cuve, couvertures conservées, tête dorée, reliure signée des ateliers Boichot.
Envoi autographe signé de l'auteur.
Bel exemplaire élégamment établi.


Boa visita a todos aqueles que se possam para participar neste evento e que desfrutem das raridades que ai irão encontrar, sem menosprezar todo o fascínio do livro como objecto de cultura, pelo prazer da sua leitura, que será o verdadeiro centro de todo este evento.

Saudações bibliófilas.