"Se não te agradar o estylo,e o methodo, que sigo, terás paciência, porque não posso saber o teu génio, mas se lendo encontrares alguns erros, (como pode suceder, que encontres) ficar-tehey em grande obrigação se delles me advertires, para que emendando-os fique o teu gosto mais satisfeito"
Bento Morganti - Nummismologia. Lisboa, 1737. no Prólogo «A Quem Ler»

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Bicentenário do Nascimento de Charles Dickens




Charles Dickens

Celebra-se hoje, um pouco por todo o Mundo, o 200º aniversário do nascimento deste escritor inglês que marcou uma época com o seu estilo e as suas personagens e que ainda hoje perduram no nosso imaginário.

A sociedade vitoriana pode ser bem compreendida e analisada através das suas obras, em que as suas ilustrações são um marco de referência para esta época.

As opulências e as misérias, desta mesma sociedade, são bem retratadas pelo punho do mestre que ainda hoje se lê com redobrado prazer.


Charles Dickens retratado em "Dickens' Dream", Robert William Buss, 1875
(reprodução parcial da obra)

Charles Dickens nasceu a 7 de Fevereiro de 1812 em Landport, Portsea. Era o segundo de oito filhos de um funcionário da Marinha.

Em criança gostava de brincar na rua e era um leitor compulsivo.

Em 1824 o seu pai é detido pelo não pagamento das suas dívidas., pelo que é obrigado a trabalhar numa fábrica enquanto visita o pai nos domingos.

Em 1829 depois de uma experiência como assistente dum advogado, decide tornar-se jornalista.

Em 1837 bcomeça a publicar Oliver Twist em fascículos mensais, como aconteceria com a maioria das suas obras, no Bentley’s Miscellany. Estas aventuras do orfão na Londres vitoriana seriam editadas como livro no ano seguinte.

Em 1840 casado com Mary Beadnell, por quem se apaixonara em 1829, e já pai de dez filhos, inicia a publicação de David Copperfield, que se prolonga até ao ano seguinte.

Morrerá em 9 de Junho de 1870 vítima de um ataque cardíaco.

Foi sepultado na Abadia de Westminster em 14 de Junho.

Para uma melhor aprofundamento da sua bio-bibliografia leia-se, neste blogue, Charles Dickens – Apontamentos para um estudo


Charles DIckens em Portugal
Exposição na Biblioteca Nacional de Portugal

A Biblioteca Nacional de Portugal (BNP) conjuntamente com o Centro de Estudos Anglísticos da Universidade de Lisboa (CEAUL) leva a efeito uma exposição biblio-iconográfica subordinada ao tema: Charles Dickens em Portugal, que pode ser acedida aqui.

Este evento, comemorativo do bicentenário, decorrerá em Lisboa na BNP desde hoje até 10 de Março. Tem no Conto Verdadeiro: o Estalajadeiro de Andermatt, publicado em 1839 no jornal O Ramalhete, a obra mais destacada.

Foi com esta mesma obra que o público português começou a tomar conhecimento com a obra deste escritor.


 Folha de sala

No entanto, muitas outras traduções podem ser apreciadas nesta importante exposição.

E, a propósito de traduções, refira-se que, por exemplo Christamas Caroll, conheceu 25 traduções diferentes e com títulos igualmente distintos.

Referência ainda para este livro que fazia parte da colecção Lusitânia:


Carlos Dickens - Oliveiros Twist

Pois que “Quando se abre o livro nas folhas de anterrosto, existem fotografias da Madeira e na contracapa uma casa de beiral arrebitado”

Trata-se de uma exposição a não perder, mas sobretudo convirá não esquecer o escritor que merece ser relido ou no original – nas suas excelentes 1ª edições ou senão mesmo nas edições em fascículos – ou, pelo menos, numa das suas boas traduções.

Saudações bibliófilas.


2 comentários:

Galderich disse...

Es curioso como Dickens ha pasado de la literatura inglesa a un cánon universal que ha llevado a que todo el mundo commemore su 200 aniversario. Pocos escritores tienen este privilegio.

Rui Martins disse...

¡En mía opinión Dickens será siempre uno de los autores intemporales!
En lo siglo XIX emergieron grandes escritores, Dickens fue uno de los mejores.
Todo lo que se diga sobre ello es un homenaje bien merecida.

Saludos