"Se não te agradar o estylo,e o methodo, que sigo, terás paciência, porque não posso saber o teu génio, mas se lendo encontrares alguns erros, (como pode suceder, que encontres) ficar-tehey em grande obrigação se delles me advertires, para que emendando-os fique o teu gosto mais satisfeito"
Bento Morganti - Nummismologia. Lisboa, 1737. no Prólogo «A Quem Ler»

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Prix d'excellence - Les cartonnages romantiques: Age d'or du livre d'enfant – Uma exposição « revisitada »



 
Uma cartonagem romântica (1)

O Verão está quase a começar e o calor que começa a fazer-se sentir convida mais para um passeio a usufruir da paisagem, saborear a praia e dar um mergulho nas ondas, ver um pôr-de-Sol ou muito simplesmente sentir no rosto a fresquidão de uma boa caminhada; do que ficarmos em casa de máquina fotográfica, a recolher imagens, fazer investigações, em livros ou na Internet, para publicarmos artigos “muito bem feitinhos”.

No entanto podemos ir partilhando alguns dos conhecimentos que vamos adquirindo com as nossas investigações anteriores, e de que vamos guardando os apontamentos, mais que não seja para quando nos possam vir a ser úteis mais tarde, ... e, porque não, agora?



Vem isto a propósito de uma visita virtual que fiz a “Prix d'excellence - Les cartonnages romantiques : un Age d'or du livre d'enfant” organizada pela Bibliothèque municipale de Lyon, aquando da doação por Elisabeth Verdure, encadernadora, de mais de 500 exemplares.
Decorreu de 3 de abril a 5 de julho de 2008. (2)


Exposição - Vitrine:
encadernações e ferros de douração

Por esta ocasião foi editado um excelente catálogo sobre este tema: “Cartonnages Romantiques, 1840-1870, un âge d'or de la reliure du livre d'enfant”. Lyon, Éditions Stéphane Bachès, 2008. 27 x 20 cm, 144 pp, profusamente ilustrado a cores.

Compreende um estudo detalhado sobre cartonagens do período 1840-1870 bem como as contribuições de universitários e de peritos sobre a divulgação, as temáticas iconográficas e os usos das cartonagens românticas.


«Cartonnages Romantiques, 1840-1870,
un âge d'or de la reliure du livre d'enfant »

Esquecidos num sótão ou encontrados sobre as bancadas de um alfarrabista, estes pequenos livros de outros tempos, continuam muito presentes na nossa memória colectiva.


Uma Tipografia

As placas para douração, menos profundas, eram utilizadas sobre as encadernações em couro e percalina. Algumas destas placas eram obra de especialistas tais como Souze, Haarhaus ou Liebherre.


Placa de douração

A importância destas obras na história e, nomeadamente na edição para a juventude, continua a ser mal conhecida.
Nos inícios do século XIX uma nova classe social, a burguesia, chega ao poder e propõe-se promover as suas crianças graças à educação.


Uma cartonagem romântica

A venda dos manuais escolares e livros de aventuras é doravante garantida em França e permite lucros garantidos, e sólidos, aos editores que primeiro se aperceberam da importância do desafio.


Uma cartonagem romântica

Bom fica aqui esta proposta de vista a esta exposição que foi fascinante. Espero que a mesma tenha sido do vosso agrado.

Saudações bibliófilas.


(1) Todas as fotografias pertencem ao “site” da Exposição, cujos créditos são de:
Bibliothèque de l’INRP, Lyon
Bibliothèque de l’INRP-Musée de l’Education, Rouen
Bibliothèque de l’Heure joyeuse, Paris
Bibliothèque municipale de Tours
Ecole Estienne, Paris
Colecções privadas

(2) Estou certo de que a maioria já a conhece, mas para aqueles que se estão a iniciar nesta temática penso que estes apontamentos nunca são demais ... os “mais esclarecidos” perdoar-me-ão seguramente.

2 comentários:

Galderich disse...

Lástima que ya no la podamos ver. Aún así la relación de la noticia es importante para poder hacernos cargo de este tipo de libros, que por cierto, son preciosos.

Rui Martins disse...

Amigo Galderich

A ideia não era divulgar a exposição ... pois esta há muito que encerrou, mas convidar à reflexão sobre a documentação, escrita e visual, que esta deixou; e chamar a atenção para este tipo de encadernação que, apesar de ter marcado uma época, não está muito bem estudada.