Encadernações com corte de folhas marmoreadas
Este mês de Abril promete grandes acontecimentos bibliófilos –
leilões, lançamento de vários catálogos e, sobretudo, esses dois eventos que
catalisam a atenção dos bibliófilos em todo o mundo: a New York Antiquarian Book Fair de 7 a 10 de Abril e o Salon International du Livre rare, de l'Autographe, de l'Estampe et du
Dessin au Grand Palais – Paris de 22 a 24 de Abril.
Vou começar com a Livraria Ecléctica que realizou, logo no início do mês mais um
importante leilão – Leilão Biblioteca Particular Parte IV | Sale of a Private
Collection, Parte IV, que decorreu de 7 e 8 de Abril de 2016 pelas 18h30 na
Ecléctica — Sala de Leilões – Tv. André Valente, 26 em Lisboa.
Fica aqui um breve apontamento, e o
catálogo para consulta, dada a elevada qualidade de muitos dos lotes em praça.
53. BARTOLUS DE SAXOFERRATO — [LECTURA SUPER SECUNDA PARS DIGESTI VETERIS].
Começa: Rica Si certu[m] petat de rebus creditis [et] de certicondictione
generali. colofón: Explicit secu[n]da pars dñi Bartoli de saxoferrato super.
ff. Veti optime emendata venetijs i[m]pressa per magistru[m] Nicolau Iensõ
gallicum año dñi. M.cccclxxvij. cetere vo lecture Bartoli erunt per eunde[que]
cõplete p totam quadragesimam p.xime venturam. Laus deo.. Venetijs: Nicolau Jenso,
1478. assin: a10, b-u8; [1 br.], [16], [1 br.] ff.; 400 mm. [€ 1 500,00 — 2 000,00]
Magnífico exemplar, encadernado em pergaminho da época; com mancha de
humidade marginal em alguns folios, mas de forma geral limpo.
RARÍSSIMO e importante incunábulo de Bartolus de Saxoferrato,
importantíssimo jurista do s. XIV e comentador de direito romano. O incunábulo
está belissimamente iluminado no primeiro fólio com as duas colunas de
impressão envolvidas num bonito motivo floral e uma lindíssima capital dourada
e colorida, estando o restante texto decorado com simples mas belas capitais a
vermelho e azul. Bartolus de Saxoferrato foi um jurista italiano, nascido em
1313/14 em Sassoferrato e falecido em 1357 em Perugia. Professor de direito em
Perugia e o líder de um grupo de juristas italianos que escreveram em meados
dos século XIV um Código Civil Romano.
O seu grupo usou o Código de Justiniano e o Código Civil Romano como
os fundamentos a partir dos quais derivariam vários conceitos e princípios
gerais usados na Europa do seu tempo. Durante este processo Bartolus escreveu
várias doutrinas legais bastante influentes. Estes e outros dos seus princípios
tornaram-se a lei comum em Itália e foram também reconhecidos como lei em Espanha,
Portugal e Alemanha. A sua influência foi tãogrande que os seus comentários ao
‘Corpus juris civilis’tiveram autoridade equivalente às leis inscritas no
código em si. p Hain 2570 II.
321. JENKINS (James) — THE MARTIAL Achievements of Great Britain
and Her Allies from 1799 to 1815. London: Printed for Js. Jenkins, s.d.
Título gravado, frontispício gravado, viii pp., [2] pp. de índice, [60] ff. de
texto, 51 águas-tintas: il.; 350 mm. . [€ 1 500,00 — 2 000,00]
Encadernação com lombada e cantos em chagrin; corte superior dourado
por folhas; boas margens; todas as gravuras coloridas, incluindo a vinheta do
frontispício. Com falta de uma das gravuras da batalha de Waterloo.
PRIMEIRA EDIÇÃO, MUITO RARO, deste tributo aos feitos militares
ingleses durante a Guerra Peninsular. Composta por um total de 54 águas-tintas
soberbamente executadas para James Jenkins por T. Sutherland, M. Dubourg, D.
Havell e D. Hill a partir de desenhos de W. Heath, ilustram as mais importantes
batalhas, incluindo as do Vimeiro, Bussaco, Pombal ou Waterloo. O texto que
acompanha as gravuras foi obtido, na sua quase totalidade, nas cartas de
Wellington e outros oficiais ingleses e termina com a lista dos oficiais
mortos, feridos ou desaparecidos durante a guerra. Alguns exemplares possuem
uma água-tinta extra, com um retrato de Wellington, mas que não faz parte do
projecto. Era vendida à parte e por alguns acrescentada à obra.
406. MANUSCRITO — 1916, 28 de
Jul. — ESPANCA (Florbela) — A ANTO!... Um
poema, duas cartas e uma fotografia de Florbela Espanca. Documentos acondicionados em caixa com
lombada em percalina. Interessantíssimo conjunto de três manuscritos e uma
fotografia relacionado com a poetisa Florbela Espanca enviados por Carlos
Sombrio, autor de uma biografia da poetisa alentejana ao Dr. Leite Pinto. [€
150,00 — 200,00]
Além da carta de envio dos documentos datada de 15 de Novembro de
1948, o conjunto possui uma fotografia original com a seguinte legenda:
“Florbela Espanca — retrato oferecido pelo antigo marido da Poetisa Dr. Mario
Lage, a Carlos Sombrio, e por este oferecido ao Senhor Prof. Doutor Leite
Pinto, em 15.11.948” A fotografia é o retrato mais conhecido de Florbela nas
dimensões 165x110 mm. Vem depois um soneto de Florbela, autógrafo, escrito num
postal endereçado a Julia Alves, grande amiga da poetisa residente em Lisboa e
que esta ofereceu a Carlos Sombrio. O Soneto chama-se “A Anto!...”. O soneto é
uma homenagem a António Nobre e ao “mais triste livro deste Portugal”, o Só.
Por fim, uma carta de Julia Alves, endereçada a Carlos Sombrio e datada de 15
de Março de 1946, em que lhe envia o poema manuscrito em postal acima
mencionado, sentindo-se pelo tom da carta uma grande amargura e uma admiração
grande pela poetisa. Carlos Sombrio, como referimos, foi autor de uma biografia
da poetisa alentejana, publicada em 1948, data da primeira carta.
A Bauman Rare Books de New York, Las Vegas e Philadelphia lançou o
seu April Catalogue.
Como sempre, merece destaque Jane Eyre
de Charlotte Bronte, obra de elevada
raridade, publicada sob o seu pseudónimo de Currer Bell.
6. (BRONTE, Charlotte) BELL,
Currer. Jane Eyre: An Autobiography.
Edited by Currer Bell. London: Smith, Elder, 1847. Three volumes. Octavo,
contemporary three-quarter green calf gilt, raised bands, marbled boards,
endpapers and edges. [$52,000].
Rare first edition of one of the
greatest and most popular novels in English literature in lovely contemporary
calf-gilt.
Charlotte Bronte's decision to
publish under the pseudonym "Currer Bell" aroused great public
curiosity regarding the author's true identity. Thackeray, Bronte's literary
hero, was sent a pre-publication copy, prompting this reply: "It is a fine
book… Some of the love passages made me cry… I have been exceedingly moved
& pleased by Jane Eyre. It is a woman's writing, but whose?" (Barker,
535). The demand for Jane Eyre "was almost unprecedented. The first
edition… was published on 16 October 1847; it had sold out within three months…
By any standard, Jane Eyre was a resounding success" (Barker, 535-37).
Bronte "had learned to combine extraordinary power of expressing passion
with an equally surprising power of giving reality to her pictures which
transfigures the commonest scenes and events in the light of genius"
(DNB). With all half titles; bound without publisher's advertisements. Wolff
826. Smith 2. Bookplates.
Scattered light soiling to text,
binding quite handsome. A lovely near-fine copy of this scarce first edition.
Destaquem-se ainda:
12. DICKENS, Charles. Bleak
House. London, 1853. Octavo, original olive cloth, custom clamshell
box. [$9800].
First edition in book form, with
40 engraved illustrations by Hablot Knight Browne (“Phiz”), including
frontispiece and vignette title page, a very nice copy in original publisher’s
cloth.
“In Bleak House for the first time [society] is seen as an absurdity,
an irrelevance, almost a madness. A dark force from which the real people must
escape in order to create another society of their own… [Dickens] had been
preparing for this novel all his life and, despite the calamities… which had
helped to provoke it in the first place… was even happy while he was writing
it… It might even be said that Bleak House cured the very malaise which was
responsible for its composition” (Ackroyd, 649-50). “The Dickens cosmos, his phantasmagoric London and visionary England,
emerges in Bleak House with a clarity and pungency that surpasses the rest of
his work, before and after” (Bloom, 311). Ten of the 40 plates are Browne’s
striking “dark plates,” deeply etched with a mezzotint-like chiaroscuro
contrast (Hatton & Cleaver, 276). Originally published in parts. With half
title. Smith 10. Gimbel A131. Armorial bookplate. Scattered foxing as often,
more so to preliminaries; spine gently sunned to brown. A near-fine and
desirable copy in the original cloth.
13. FLAUBERT, Gustave. The
Complete Works of Gustave Flaubert. New York and London, 1904. Ten
volumes. Octavo, contemporary full green morocco gilt. [$11,000].
Limited “Académie Française”
edition of Flaubert’s collected works in English, the first collected edition
of Flaubert in English, one of only 50 sets signed by editor Robert Arnot in
Volume I, with vignette title pages and 36 plates in double suite, including 10
hand-colored frontispieces and 10 other hand-colored plates, sumptuously bound
by MacDonald.
Flaubert “conformed his existence
to the necessities of writing… He strove for perfection by working in a slow,
laborious manner, which resulted often in only a few written pages but in a
perfection of style for which the exact word had been achieved, and his own
presence effaced” (Dolbow, 121). In addition to Madame Bovary and Salammbo,
this collection includes A Sentimental Education, The Temptation of Saint
Antony, his drama The Candidate, Bouvard and Pecuchet, and several of his
shorter works, sketches, and correspondence. With a biographical preface by
Arnot, critical articles by Ferdinand Brunetiere of the French Academy and Guy
de Maupassant, and coverage of Flaubert’s trial for immorality following the
publication of Madame Bovary. Flaubert’s collected works were not published in
English until 1904, in various limited editions, of which this edition is one.
Mahaffey, 156. A beautiful set in fine condition.
17. HEMINGWAY, Ernest. Typed
letter signed, with envelope.
Paris, circa July 21, 1944. One sheet of typing paper, 8-1/2 by 11 inches, and
original air mail envelope; matted and framed together, entire piece measures
14-1/2 by 23 inches. [$18,500].
Fascinating typed letter signed
by Ernest Hemingway written while covering the Second World War in France as a
war correspondent, to his friend and boxing trainer George Brown, discussing
his severe head injury, subsequent effects of the concussion, and the D-Day
landing. Other than for members of his own family, Brown was likely the only
friend for whom Hemingway ever signed letters or books as “Ernie.” Framed with
the original air mail envelope addressed to Brown at his New York City gym,
which Hemingway has inscribed in ink: “Ernest Hemingway, war correspondent.”
The letter reads in part: “Dear George: Have been very bad about not
writing you pal but it is because am so damned busy all the time. First got
conked on the head with that car going into the static water tank. That is a
metal tank set in the road to hold reserve water in case of fires. It wasn’t
lighted and the driver hit it square and I went through the shatter-proof
glass. Kept my head down and didn’t even break my glasses but bunged up my good
knee and one hand where I braced against it and and [sic] cut the head from
above the left ear in a horse shoe shaped cut through that old scar and way
back into the scalp straight back from that old scar. Doctor did a swell job;
[f]ifty two stitches and there is no welt and it really does not look bad now
the hair is grown out. But I lost about two quarts of blood and for a while
thought might bleed out. I got out of the hospital four days after it happened
by lying about no headache and feeling fine etc. but was awfully weak and
wobbly. Had the last stitches out on the attack transport and the life there;
no drinking; lots of good chow, salt air and finally lots of salt water on the
head the day we went in with the assault boats cured it well... since then have
been attached to the R.A.F. and have had a chance to do quite a lot of flying.
I like flying in the fast planes very much and often wonder why we used to pay
out good money to hunt those animals in Africa when you can have this for
nothing... Write, will you, to the address at top of this. I weigh 205. Get
plenty of cinders for when Ernie comes home. Your pal [signed in pencil] Ernie
[and additionally] Ernest Hemingway.” The envelope is additionally
inscribed and signed by Hemingway in ink in the lower left corner: “Censered [?] by Ernest Hemingway, war
correspondent.” The envelope is additionally stamped and resealed by the
U.S. Army Examiner (censor).
While boxing trainer George Brow
considered Hemingway “‘one of the finest men I’ve ever known,’ Brown’s opinion
both of his ability and his ethics as a boxer was low… the gym manager had a
completely straightforward view of the novelist’s psychology in these
set-to’s—he was out to win, any way he could” (Lynn, Hemingway, 422-23). Brown
drove Mary and Ernest home to Idaho from Rochester when he was discharged from
the Mayo Clinic, and was still present as a guest in Idaho when Hemingway
killed himself not long after. He was also one of the pallbearers at
Hemingway’s funeral. Handsomely framed.
A Librairie L’Intersigne – Livres Ancien de Alain Marchiset editou
o seu Catalogue nº 142 – Sciences anciennes &
Sciences occultes.
Destaco alguns dos seus títulos.
5- BERNARDIN DE SAINT-PIERRE (J. H.). Etudes de la Nature, nelle édition avec figures. à Bâle, chez Tourneizen, 1797, 5 vol.
gd. in 8°, ill. d'un frontispice et de 10 planches gravées en taille-douce h.t.
dont une mappemonde se dépl., pl. veau Racine époque, dos lisse orné, grecque
dorée sur les plats, p. de t. rouges et vertes, deux mors sup. fendus et qq.
ff. brunis sinon bel exemplaire sur papier vélin fort, signé par l'auteur au
1er volume "de Saint-Pierre". (62) [750 €]
Bonne édition illustrée, la
meilleure et la plus complète. Elle contient: les Etudes de la Nature, Paul et
Virginie (rajouté en 1788), L'Arcadie, Voeux d'un solitaire, et La chaumière
indienne. L'ouvrage fit la réputation de Bernardin de St-Pierre, il est resté
célèbre par ses vues anthropocentriques et ses interprétations finalistes de la
Nature particulièrement dans la partie consacrée aux Harmonies. ¶ Dict. Dês
oeuvres II/p.791: "… peintre
admirable et maître du langage … il veut inventer un langage pittoresque des
couleurs, des sons, des saveurs, et il y réussit … il introduit des mots
exotiques, il en invente au besoin. C'est là la grande nouveauté de ces
descriptions … qui sont des évocations exactes et vivantes des sensations … Son
oeuvre continua d'exercer une influence considérable dans le domaine de
l'expression qu'il a libérée des poncifs." Edition inconnue de Quérard
Fr. litt. et de Brunet qui mentionnent tous deux l'édition de 1804, qui n'est
pourtant qu'une réédition de celle-ci.
13- DOLOMIEU (Déodat Gratet de). Voyage
aux îles de Lipari, fait en 1781, ou notice sur les îles Aeoliennes, pour
servir à l'histoire des volcans, suivi d'un mémoire sur une espèce de volcan
d'air un autre sur la température du climat de Malthe, sur la différence de la
chaleur réelle de la chaleur sensible. Paris, hôtel Serpente, 1783, in
8°, de VIII-208pp., pl. veau marbré époque, dos lisse orné, premier et dernier
feuillet lég. bruni sinon bel exemplaire. (15). [1.000 €]
Edition originale. Pendant son séjour à
Lisbonne, il y fait ses premières observation du basalte, un "produit du
feu" jugera-t-il. Il posera la question de la relation entre volcans et
tremblements de terre. Il écrit à Faujas de Saint-Fond sur ce sujet des lettres
que ce dernier publiera dans ses "Recherches
sur les volcans éteints du Vivarais et du Velais". En 1781, il se rend
en Italie, où il étudie l’Etna, le Stromboli et le Vulcano. Il publie ses
travaux en 1783 dans "Voyage aux îles de Lipari" et en 1784 dans "Mémoire sur les volcans éteints du Val
di Noto en Sicile". Dolomieu est le premier à supposer l'existence de
masses ignées profondes à l'origine des volcans et le refroidissement de la
croûte terrestre à la surface du Globe. Aidé dans ses travaux de géologie par
Nicolas de Saussure, il décrit plusieurs minéraux comme l’analcime, le
psilomélane, le béryl, l’émeraude, la celestite et même l’anthracite. ¶ DSB IV.
149 "Dolomieu ... acquired a
reputation as one of the most astute geologists ... He was known primarily for
his studies of volcanic substances and regions; among his related interests
were earthquakes, the structure of mountain ranges, the classification of
rocks, and the fashion in which chemical and mineralogical studies could be applied
to historical interpretation of the earth"
94- NAVIER (Pierre-Toussaint) et [A. L. LAVOISIER]. Contre-Poisons de l'Arsenic, du sublimé
corrosif, du verd-de-gris et du plomb. Suivis de trois dissertations
intitulées: la première, Recherches médico-chymiques sur différens moyens de
dissoudre le Mercure, &c. La seconde, Exposition de différens moyens d'unir
le Mercure au Fer, &c. La troisième, Nouvelles observations sur l'Ether,
&c. Paris, Veuve Méquignon, Didot le jeune, 1777, 2 vol. in 12, de
XXVI, 360pp., et XXII, 389pp., pl. veau raciné lég. postérieur, dos lisse orné,
p. de titre et de tomaison rouge et verte, encadrement de dentelle dorée sur
les plats, tranches dorées. Signature de l'auteur à la fin du privilège et à la
fin de la table du 2e vol., qq. rousseurs sinon bel exemplaire. (56). [1.100 €]
Edition originale rare. Le 2e volume contient
pp. 213 à 228 un Rapport des Commissaires de l'Académie sur un mémoire de
Navier relatif à l'éther nitreux; il est signé Bourdelin, Lassone et Lavoisier.
Navier, médecin habile et renommé, ne cessa jamais de s'occuper de recherches
chimiques. Il fonda et fut un membre actif de l'Académie des science de Châlons-sur-Marne et fut le premier à
réussir la combinaison du fer et du mercure. ¶ Duveen p.423: "Navier was the first to combine mercury and iron. His most
important discovery was, however, that of nitrous ether, and this and many
other experiments are related in the present work." - Duveen &
Klickstein n°404 (pour le texte de Lavoisier):
"This report ... deals with a memoir by Navier relating to the products
obtained by reacting spirits of wine and solutions of various metals in aqueous
nitric acid. The referees found his work interesting and suitable for
publication." Dezeimeris III/630: "Il
occupa bientôt le premier rang parmi les plus habiles praticiens de la
contrée" - Quérard Fr. litt. VI.388
"Cet ouvrage... fruit de plus de trente années d'étude, jouit encore d'une
estime méritée" - Bolton I/694 - Blake p.320 - Nourry cat. alchimie
(1927) n°322 "Inconnu à Hoefer et Ferguson, cet ouvrage est fort
rare"
A Librarie Camille
Sourget lançou o seu Catalogue 19.
Cito, como exemplo da elevada qualidade do seu acervo, este exemplar:
5. Les Métamorphoses d’Ovide imprimées à Lyon en 1543
Reliure à l’emblème et à la devise de giovaNNi Battista grimaldi,
prince de Monaco, héritier d’une famille de financiers génois dont l’oncle
avait été l’un des banquiers de Charles Quint. Son emblème en forme de camée
sur les plats figurant Apollon sur son char gravissant le Parnasse est
accompagné de sa devise grecque : ΟΡΘΩΣ ΚΑΙ ΜΗΛΟΞΙΩΣ (tout droit et sans
détour). Les lettres de Grimaldi montrent l’attention qu’il a portée à la
formation de sa bibliothèque; les livres
en langues mortes, comme ici, étaient reliés en maroquin brun, ceux en
langues vivantes en maroquin rouge.
Sur: Ovide. Metamorphoseon libri XV. Lyon, Sébastien Gryphe, 1543.
446 pages et 1 feuillet de marque.
In-8, maroquin brun, au centre des plats médaillon allongé
représentant Apollon conduisant un quadrige vers le Mont Hélicon sur lequel se
tient Pégase. Certains détails du médaillon sont peints en vert, d’autres sont dorés. Une devise grecque en
lettres d’or entoure le médaillon. En tête de chaque plat, le nom de l’œuvre :
Metamorphoseon, double encadrement de filets à froid et dorés, fleurons dorés
variés et fleurs-de-lys aux angles. Le dos est orné dans le plus pur style
italien : trois double nerfs proéminents et quatre simple nerfs moins
apparents, tous soulignés de filets or. Tranchefiles de soie verte et jaune,
coupes décorées, tranches dorées. Reliure Romaine de l’époque de Marcantonio
Guillery pour Giovanni Battista
Grimaldi, prince de Monaco.
167 x 110 mm (dimensions de la reliure).
PREMIÈRE ÉDITION EN CHARACTÈRES ITALIQUES DES MÈTAMERPHOSES D’OVIDE
DONNÈE PAR SÈBASTIEN GRYPHE À LYON EN L’ANNÈE 1543; QUALIFIÈ PAR BAUDIER. LE
BIBLIOGRAPHE DLYONNAIS, DE «véritables
bijoux typographiques, fort goûtés des lettrés et des curieux»
Chevillier (Origine de
l’imprimerie à Paris, 1689, p. 151) appelle Sébastien Gryphe «l’honneur de l’imprimerie lyonnaise».
S. Gryphe était un véritable érudit et un excellent latiniste, les
louanges dont l’honorent Scaliger, Gesner, Macrin et tant d’autres érudits le
prouvent assez et aussi les nombreuses préfaces et épîtres dédicatoires dans
lesquelles, tant pour le fond que pour la forme, il rivalise avec les plus
excellents humanistes, ses contemporains, ses correspondants, ses clients et
ses amis, auprès desquels sa compétence
et son savoir jouissaient d’une légitime influence.
«Les Métamorphoses d’Ovide, où
brillent quelquefois à l’état d’ébauches, tant de merveilles encore
inexplorées, sont une source toujours jaillissante. Quelle autre, la Bible à
part, l’Odyssée peut-être, alimenterait pareillement la méditation, qui est le
rêve sous sa forme la plus haute, docile à la maîtrise d’une souriante raison
qui ne peut naître que d’un subtil accord entre les puissantes réserves de
l’œuvre et nos secrets appels.» F. Lefèvre.
23. Falda, Giovanni Battista. Le Fontane di Roma nelle Piazze, e luoghi
publici della Citta… Date in luce con direttione, e cura da Gio. Giacomo de
Rossi… libro primo. Rome, G. G. de Rossi, vers 1691.
Especialmente para a New York
Antiquarian Book Fair que está a decorrer de 7 a 10 de Abril no Park
Avenue Armory, 643 Park Avenue (Stand A9) preparou um catálogo especial:
Veja-se este exemplar:
A Librairie Le Feu Follet vai editar dois catálogos especiais para o Salon International du Livre rare, de l'Autographe,
de l'Estampe et du Dessin au Grand Palais – Paris de que já saiu o Catalogue n.º1.
Ficam aqui estes dois belos
exemplares como ilustrativos da qualidade e raridade do seu conteúdo:
71. FLAUBERT Gustave. Madame
Bovary. Michel Lévy frères,
Paris 1857, 12 x 18,5 cm, 2 volumes reliés. [10 000€]
Édition originale comportant toutes les
caractéristiques de première émission dont la faute à «Sénart» au feuillet de
dédicace. Reliures en demi maroquin prune à coins, dos à cinq nerfs ornés de
triples caissons à froid enrichis d’un motif floral doré en leurs centres,
dates dorées en queues, plats de papier marbré, gardes et contreplats de papier
à la cuve, couvertures conservées, tête dorées, ex-libris encollés aux versos
des premiers plats de reliure, élégante reliure signée de Georges Huser.
Ouvrage bien complet du catalogue de l’éditeur à la fin du premier volume. Très
bel et désirable exemplaire, relié avec ses rares couvertures, parfaitement
établi par Georges Huser.
92. HUGO Victor. Ruy Blas. Drame
en 5 actes, en vers. Michel Lévy frères, Paris 1872, 12 x 19 cm, relié
Nouvelle édition, en partie originale car augmentée de la préface intitulée « à
la France de 1872 » éditée à l’occasion de la reprise de la pièce, à l’Odéon,
le 19 février 1872. Reliure en demi-chagrin brun, dos à cinq nerfs, couvertures
conservées. [20.000€]
Exceptionnel envoi autographe de
Victor Hugo à sa maîtresse Juliette Drouet : « Premier exemplaire aux pieds de
ma dame ». Depuis sa création jusqu’à sa consécration tardive, l’histoire de
Ruy Blas est intimement mêlée à celle de Juliette Drouet.
Recluse chez elle durant toute
l’écriture de la pièce, Juliette en fut la première lectrice, le 12 août 1838
(Hugo en acheva l’écriture le 11). Immédiatement, elle tombe amoureuse de ce
drame romantique dont Hugo lui promet le rôletitre au côté de Frédérick
Lemaître: «Quel miracle que ta pièce, mon pauvre bien-aimé, et que tu es bon de
me l’avoir fait admirer la première! Jamais je n’avais rien entendu de si
magnifique. Je n’en excepte même pas tes autres chefs-d’œuvre. C’est une
richesse, une magnificence, un éblouissement [...] Oh mon beau soleil, vous
m’avez aveuglée pour longtemps». Rapidement, Juliette connaît la pièce par
cœur, certains vers évoquant farouchement la relation du poète et de la
comédienne: «Madame, sous vos pieds, dans l’ombre, un homme est là Qui vous
aime, perdu dans la nuit qui le voile ; Qui souffre, ver de terre amoureux
d’une étoile ; Qui pour vous donnera son âme, s’il le faut ; Et qui se meurt en
bas quand vous brillez en haut » (Acte II, scène 2) Le 15 août, Hugo lui
confirme le rôle de Doña Maria de Neubourg. Juliette ne pouvait espérer une
plus belle preuve d’amour : « Je vois de la gloire, du bonheur, de l’amour et
de l’adoration, tout cela dans des dimensions gigantesques et impossibles...»
Malheureusement, loin de présager
la gloire espérée, cette nouvelle marquera le début de la guerre ouverte
d’Adèle, qui jusque-là était peu intervenue dans la relation adultérine de son
mari. à la fin de l’été, Adèle écrit au directeur du théâtre : « Je vois le
succès de la pièce compromis [...] car le rôle de la Reine a été donné à une
personne qui a été un élément du tapage fait à Marie Tudor. [...] L’opinion
[...] est défavorable [...] au talent de Mlle Juliette. [...] Cette dame passe
pour avoir des relations avec mon mari. - Tout en étant personnellement
convaincue que ce bruit est dénué entièrement de fondement, [...] le résultat
est le même. [...] j’ai quelque espoir que vous [...] donnerez le rôle à une
autre personne.». Ce sera l’amante de Frédérick Lemaître qui en héritera.
Juliette ne cache pas son désarroi: «Je porte en moi le deuil d’un beau et
admirable rôle qui est mort pour moi à tout jamais. [...] J’ai un chagrin
plusgrand que tu ne peux l’imaginer.» Et, même si Ruy Blas ne rencontre pas le
succès escompté, sa passion pour la pièce reste intacte : « j’ai versé tout mon
sang pour vous, pour votre pièce ».
Le 5 décembre 1867, alors que
l’Odéon projette une reprise de la pièce, Napoléon III la fait interdire car
«il ne faut pas que le scandale d’Hernani se renouvelle ». Juliette est plus
affectée encore que Hugo par cette injustice, comme en témoigne son abondante
correspondance. Ses lettres sur le sujet sont réunies dans l’ouvrage de Paul
Souchon (Autour de Ruy Blas. Lettres inédites de Juliette Drouet à Victor Hugo,
Albin Michel, 1939). Pendant des années, elle milite pour sa réhabilitation et,
lorsqu’en 1872 Ruy Blas est enfin accueilli à l’Odéon, elle assiste et commente
chaque étape de cette résurrection. Ainsi au sortir de la première lecture de
Hugo aux comédiens, le 2 janvier 1872: «Victoire, mon grand bien-aimé! Émotion
profonde et enthousiaste de tout ton auditoire. [...] Ruy Blas depuis le
premier mot jusqu’au dernier est le chefd’œuvre des chefs-d’œuvre. Je suis
sortie de là éblouie, ravie, t’aimant, t’admirant et t’adorant comme le premier
jour où je t’ai entendu. C’était autour de moi, tout à l’heure chez toi, à qui
était le plus transporté et le plus ému de l’auteur et de la pièce. Je suis
honteuse de te le dire si mal, mais je cède au besoin de mon cœur tout plein de
ton génie et de mon amour. Te voilà, mon adoré, je me hâte de baiser tes ailes
et tes pieds.» Avec Sarah Bernhardt dans le rôle de la reine, la pièce est un
triomphe qui ira croissant au fil des représentations. Le lendemain de la
première, Juliette commente cette consécration attendue depuis plus de trente
ans: «Tu vois, mon bien-aimé, que je t’avais dit la vérité sur le prodigieux et
formidable enthousiasme de tous les spectateurs hierJamais tu n’[en] as eu et
n’en pourras avoir de plus grand. C’était un délire général qui allait
crescendo à chaque vers. Ta sublime poésie subjuguait toutes les âmes et on
sentait des effluves d’adoration sortant de tous les cœurs. Les tonnerres
d’applaudissements étaient si continus et si forts qu’il jaillissait des
étincelles électriques de toutes les mains. [...] Quant à moi, je sens dans ce
mois béni un renouveau d’amour et il me semble que tous mes doux souvenirs
refleurissent et parfument mon âme de bonheur. Et je voudrais déposer à tes
pieds un bouquet divin.»
C’est Victor Hugo qui finalement
dépose «aux pieds de [s]a dame» ce chef-d’œuvre du romantisme en témoignage de
leur amour mythique.
Muito mais se poderia apresentar
e descrever, mas seria por de mais fastidioso, pelo que prometo voltar ao tema
em breve tal a profusão de catálogos que me chegam.
Saudações bibliófilas.
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