"Se não te agradar o estylo,e o methodo, que sigo, terás paciência, porque não posso saber o teu génio, mas se lendo encontrares alguns erros, (como pode suceder, que encontres) ficar-tehey em grande obrigação se delles me advertires, para que emendando-os fique o teu gosto mais satisfeito"
Bento Morganti - Nummismologia. Lisboa, 1737. no Prólogo «A Quem Ler»

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Para que não se esqueça a liberdade …




Livraria In-Libris

A Livraria In-Libris do Porto apresenta uma “Montra de Livros” subordinada ao tema: Letras de Liberdade, que me parece oportuna na data que se comemora – o 25 de Abril de 1974 – e o fim dum regime totalitário e intolerante com a cultura (neste caso da palavra escrita), que através da censura tentava calar, embora não o tenha conseguido, todas as vozes que ousavam pensar e escrever de forma divergente.



Apresento-vos dois exemplos da sua nefasta intolerância:



SARAIVA (António José).— HISTÓRIA DA LITERATURA PORTUGUESA. Publicações Europa América. Lisboa. 1950. (Impresso em 1949). 12x18 cm. 153-V págs. Brochura.

Primeira edição, publicada na "Colecção Saber".

Livro proíbido pelo regime, conforme relatório RELATÓRIO Nº 7682 (20 DE DEZEMBRO DE 1965), da Direcção dos Serviços de Censura.

Leia-se o documento referido para análise do modo de pensar e agir dis censores:






(Documento retirado de Ephemera, Biblioteca e Arquivo de José Pacheco Pereira).



TORGA (Miguel).— MONTANHA. Contos. Coimbra. 1941. (Impresso nas Oficinas da tip. da “Atlântida”). 14x20,5 cm. VI-181-I págs. Brochura.

Primeira edição, de grande raridade no mercado, uma vez que foi imediatamente apreendido aquando da sua publicação.

Posteriormente viu o seu título modificado para “Contos da Montanha”.

De igual modo, este sucinto e directo, veja-se a deliberação da censura:



(Documento retirado de Ephemera, Biblioteca e Arquivo de José Pacheco Pereira)

Aqui fica o convite para visualizarem estra montra e poderem tomar conhecimento de algumas obras que foram proibidas, embora muitas outras faltem, e ficarem com uma ideia do espirito persecutório do regime e das alegadas razões dessa atitude.

Que o dia seja de feriado e descanso, mas que se reflita no seu significado mais profundo, pois que para alquelas gerações mais novas, que não sentiram o peso da opressão e da perseguição, este dia escapa um pouco à sua compreensão.

Saudações bibliófilas.

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