Cecília Meireles
A propósito de duas novas montras
de livarias de que recebi informação: as novidades da Cólofon Livros Raros Edições e a montra de Abril da Livraria Alfarrabista Miguel de Carvalho onde podemos encontrar vários espécimes
literários deste consagrado e muito procurado autor (e muito
prolífero, pois que a sua bibliografia activa é vastíssima!)
E convirá não esquecer último
leilão organizado pelo José F. Vicente
onde a camiliana estava muito bem representada (como aqui se deu notícia) e com
excelente procura sobretudo das obras encadernadas com as respectivas capas de brochura
(estado cada vez mais valorizado pelos bibliófilos).
Mas antes de passar aos livros
quero partilhar aqui convosco, com a devida e merecida vénia, este magnifico
texto que o Francisco Brito da Cólofon Livros Raros Edições publicou
na sua página de Facebook aqui.
Crianças a ler
“Acabou
de sair da loja um grupo de alunos do 11º e 12º ano. Mostrei-lhes algumas
curiosidades e partilhei a minha opinião sobre algumas obras que li quando
tinha a idade deles. Não tive dificuldade em lembrar-me que achei o Frei Luís
de Sousa uma seca e que a ida ao teatro para ver Felizmente há Luar foi um dos
momentos mais entediantes da minha passagem pelo ensino secundário.
Disse-lhes
ainda que na altura achei interessante Os Maias e o Sermão de Santo António aos
Peixes. Falei-lhes da Arte de Furtar e todos compreenderam qual o motivo para
não ser leccionada ou sequer mencionada a sua existência nos manuais escolares.
Aconselhei-os
a ler Cesariny, Pessoa e Herberto Hélder (não lhes falei do Luís Pacheco para
evitar problemas), entre outros. Perguntei-lhes se não seria mais engraçado
saberem algo sobre a vida dos autores e depois estudarem uma obra à escolha e
todos acharam a ideia interessante.
Não
me esqueci de lhes dizer que o agora proscrito Camilo Castelo Branco é o
maior!”
Jovens universitários
©Fotografia Publico
De facto são encontros e conversas informais como esta que poderão cativar
os jovens para a descoberta dos nossos autores consagrados, ainda que se deva
incitar – e isto na minha opinião – a leitura dos autores mais recentes, pois
são aqueles que estão mais perto dos seus valores culturais e, como tal, mais
acessíveis na sua interpretação.
É um caminho que deverá ser
seguido por todos – com o “toque pessoal” de cada um de nós obviamente!
Para mim, constitui sempre um
enorme prazer, e motivo de alegria, quando estou numa livraria-antiquária, e deparo
com um jovem “de roda de um alfarrábio” e a questionar o livreiro-antiquário
muitas vezes já com uma boa “bagagem” informativa!
Camilo Castelo Branco
Mas voltemos ao nosso Camilo Castelo Branco e à sua obra.
A Cólofon Livros Raros Edições propõe:
216 – Castelo Branco, Camilo - ESBOÇOS
DE APRECIAÇÕES LITTERARIAS. (1) Lisboa. Parceria António Maria Pereira.
1908. 249 págs. 23cm. E.
Edição "para
bibliophilos" destes Esboços de Apreciações Litterárias a que Camilo
Castelo Branco preferiu não chamar "críticas".
Exemplar encadernado.
Encadernação com a lombada e cantos em pele. Miolo por abrir. Com algumas
manchas de acidez, próprias do papel.
Preço: 40 euros.
217– Castelo Branco, Camilo – O
MARQUEZ DE TORRES-NOVAS. DRAMA. EM CINCO ACTOS E UM EPÍLOGO. Porto. Em
Casa de F. G. da Fonseca. Editor. 1858. 158 págs. 20cm. E.
Segundo, e último, drama
histórico de Camilo - o primeiro fora Agostinho de
Ceuta.
O fundamento, diz Camilo,
veio-lhe dos Anais de D. João III, de Frei Luís de Sousa, mas encontra-se em
outras obras do tempo, de tão importante que foi. Pretendia o marquês de Torres
Novas, D. João de Lancastre - depois Duque de Aveiro e filho de D. Jorge, o
Duque de Coimbra legitimado por D. João II – contrariar a decisão régia do
casamento de D. Guiomar Coutinho, herdeira das casas Marialva e Loulé, com o
Infante D. Fernando, alegando matrimónio que com ela tivera, secretamente; o
marquês foi preso e houve longo processo que abonou a régia decisão. Mas a
verdade histórica, pincelou-a Camilo de ficção: acrescentou, além do mais, a força
do passado como motor de vingança.
Representada pela primeira vez no
Porto, em 1855, no teatro Camões, é esta a “segunda edição emendada”, dada à
estampa por Francisco Gomes daFonseca.
O mesmo caso foi tratado, pouco
depois, por Bernardino Pinheiro, sob a forma de romance histórico, na Revista
Contemporânea de Portugal e Brasil (Luiz Francisco Rebello, O teatro de Camilo,
p. 34-38).
Exemplar encadernado, com a
lombada em pele. Miolo em bom estado.
Preço: 125 euros.
A Livraria Alfarrabista de Miguel de Carvalho propõe entre outros:
CASTELO BRANCO, Camilo – DISPERSOS
DE CAMILO. (2) Imprensa da
Universidade, Coimbra, 1924, 1925, 1926, 1928, e 1929. 5 volumes de in-4º de
589, 647, 527, 608 e 313 págs. Encadernação meia francesa em pele, muito
luxuosa e com dizeres e florões a ouro em casas fechadas na lombada. Conserva
capas de brochura. Ilustrado ao longo do texto. Alguns cadernos por abrir.
DA TIRAGEM ESPECIAL DE 250
EXEMPLARES EM PAPEL DE LINHO. Colecção completa e já RARA.
Importante colectânea dos
escritos dispersos de Camilo, que se divide em Vol. I - Crónicas (1848-1852);
Vol. II - Crónicas (1853-1856); Vol. III - Crónicas (1857-1885); Vol. IV -
Artigos (1846-1889); Vol. V - Romances (1848-1863).
Ref.: 11820
Preço: 200 €
CASTELO BRANCO, Camilo – A BRUXA DE MONTE-CORDOVA. Livraria
Campos Junior - Editor, Lisboa, 1867. In-8º de 233-(3) págs. Encadernação meia
inglesa com lombada em pele, apresentando sinais de manuseamento. Aparado e sem
capas de brochura. Nota manuscrita no frontispício.
PRIMEIRA EDIÇÃO bastante rara, deste romance que tem como cenário
principal as Campanhas de Liberdade do Norte de Portugal durante o período de
1828 a 1867.
O capitão-mór de Cabeceiras de Basto morria por ella. Dois frades
bentos de S. Miguel de Refojos andavam como energumenos desde que a lobrigaram
na sua egreja. O juiz ordinario, o alferes de milicias, o juiz dos orfãos, o
escrivão das sizas, o boticario e o mestre-escola farejavam-n'a, tanto á
inveja, que a rapariga, quando elles, um por cada vez, se lhe faziam
encontradiços, resmuneava, formando com os dedos uma figa occulta:
- Eu t'arrenego, diabo!
Ref.: 11819
Preço: 130 €
BRANCO, Camillo Castello – LIVRO NEGRO DE PADRE DINIS - Romance em
continuação aos MISTÉRIOS DE LISBOA. Em Casa de F. G. da Fonseca -
Editor, Porto, 1863. In-8.º de X-299 págs. Encadernação meia inglesa com
lombada em pele, a qual se apresenta decorada com dourados. Sem capas.
Apresenta sinais de manuseamento.
Segunda edição.
O LIVRO NEGRO não foi escripto para ser publicado em forma alguma, e
muito menos em forma de romance.
Ref.: 11814
Preço: 20 €
Mas a Livraria Alfarrabista de Miguel de Carvalho, nesta sua montra de
Abril, oferece-nos um bom conjunto
de livros da vasta bibliografia da poetisa brasileira Cecília Meireles.
Mas afinal quem foi Cecília
Meireles?
Cecília Meireles
Cecília Benevides de Carvalho Meireles nasceu no bairro da Tijuca,
Rio de Janeiro, em 7 de Novembro de 1901, filha de pais açorianos – Carlos
Alberto de Carvalho Meireles, um funcionário de banco, e Matilde Benevides
Meireles, uma professora.
Cecília Meireles foi filha órfã
criada por sua avó açoriana, D. Jacinta Garcia Benevides, natural da ilha de
São Miguel. Aos nove anos começou a escrever poesia.
Frequentou a Escola Normal no Rio
de Janeiro, entre os anos de 1913 e 1916 estudou línguas, literatura, música,
folclore e teoria educacional.
Em 1919, com dezoito anos de
idade, Cecília Meireles publicou o seu primeiro livro de poesias, Espectros, um conjunto de sonetos
simbolistas. Embora vivesse sob a influência do Modernismo, apresentava ainda, na sua obra, heranças do Simbolismo
e técnicas do Classicismo, Gongorismo, Romantismo, Parnasianismo, Realismo e
Surrealismo, razão pela qual a sua poesia é considerada atemporal.
MEIRELES, Cecília – Espectros
No ano de 1922 casou-se com o
artista plástico português Fernando
Correia Dias, com quem teve três filhas. Este sofria de uma grave depressão
e acabaria por se suicidar em 1935.
Voltou a casar-se, no ano de
1940, com professor e engenheiro agrónomo Heitor Vinícius da Silveira Grilo, falecido em 1972. Das suas três filhas,
a mais conhecida é Maria Fernanda que se tornou actriz.
Teve ainda importante actuação
como jornalista, com publicações diárias sobre problemas na educação, área à
qual se manteve ligada, tendo fundado, em 1934, a primeira biblioteca infantil
do Brasil.
Assinatura de Cecília Meireles
Teve um importante empenho na poesia
infantil com a publicação de textos como Leilão de
Jardim, O Cavalinho
Branco, Colar de
Carolina, O mosquito
escreve, Sonhos da
menina, O menino azul
e A pombinha da mata, entre outros.
MEIRELES,
Cecília – Ou Isto ou Aquilo
Com eles traz para a poesia
infantil a musicalidade característica de sua poesia, explorando versos
regulares, a combinação de diferentes metros, o verso livre, a aliteração, a
assonância e a rima. Os poemas infantis não se restringem à leitura infantil, permitindo
diferentes níveis de leitura.
Em 1923, publicou Nunca Mais… e
Poema dos Poemas, e, em 1925, Baladas Para El-Rei.
MEIRELES, Cecília – Nunca Mais…e Poema dos Poemas Leite Ribeiro,
1923, 1ª edição. Ilustrado com desenhos de Correia Dias.
Encadernação nova,
preservando a capa e a contracapa da brochura. Livro com perda das margens da
capa. Miolo em muito bom estado de conservação, apresentando apenas algumas
manchas amareladas características do papel. Assinatura de posse na página de
rosto. 149 pp.
MEIRELES; Cecília – Baladas para El-Rei. Rio de
Janeiro: Edições Lux, 1925. 1ª Edição. Com ex-libris da autora. 125 páginas,
brochura.
CATÁLOGO LEILÃO Nº 014
- LEILÃO DE COLECIONISMO - MÊS JUNHO DE 2012
©Franklin Levy Leiloiro
| Rua Paula Freitas, 83 B Copacabana - Rio de Janeiro
Após longo período em que não
publicou nada, em 1939, publicou Viagem,
livro com o qual ganhou o Prémio de
Poesia da Academia Brasileira de Letras.
Cecília Meireles
Católica, escreveu textos em
homenagem a santos, como Pequeno
Oratório de Santa Clara, de 1955; O
Romance de Santa Cecília e outros.
MEIRELES;
Cecília – Pequeno Oratório de Santa Clara. Gravuras de
Manuel Segalá. Rio de Janeiro: Philobiblion, 1955. Ilus. 67 pag. Edição de 320 exemplares, sendo este o de n.
63 autografado pela autora e dedicado a
Henriqueta Lisboa. Acondicionado em
caixa de madeira em formato de oratório.
Em 1951 viajou pela Europa, Índia
e Goa, e visitou pela primeira e única vez os Açores, onde na ilha de São
Miguel contactou o poeta Armando César
Côrtes-Rodrigues, amigo e correspondente desde a década de 1940.
Cecília é considerada uma das
maiores poetisas do Brasil, Raimundo
Fagner gravou várias músicas tendo seus poemas como base. A exemplo de "Canteiros", "Motivo", e tantos outros.
Nota do Banco Central do Brasil de100 Cruzados Novos
[com a efígie de Cecília Meireles]
Homenagens:
Prémio Machado de Assis
(1965)
Sócia honorária do Real
Gabinete Português de Leitura
Sócia honorária do
Instituto Vasco da Gama (Goa)
Doutora "honoris
causa" pela Universidade de Delhi (Índia)
Oficial da Ordem do
Mérito (Chile)
MEIRELES,
Cecília – Cânticos. Editora Moderna, 1981. 1ª edição. Com dedicatória na 2ª
página à caneta. Folhas amareladas devido ao tempo
Bibliografia
Aos 9 anos, Cecília
teria escrito sua primeira poesia, mas a sua bibliografia é vasta.
Livros
Criança, meu amor, 1923
Nunca mais… e Poemas
dos Poemas, 1923
Criança meu amor…, 1924
Baladas para El-Rei,
1925
O Espírito Vitorioso,
1929 (ensaio – Portugal)
Saudação à menina de
Portugal, 1930
Batuque, Samba e
Macumba, 1935 (ensaio – Portugal)
A Festa das Letras,
1937
Viagem, 1939
Vaga Música, 1942
Mar Absoluto, 1945
Rute e Alberto, 1945
Rui — Pequena História
de uma Grande Vida, 1949 (biografia de Rui Barbosa para crianças)
Retrato Natural, 1949
Problemas de Literatura
Infantil, 1950
Amor em Leonoreta, 1952
Doze Noturnos de
Holanda & O Aeronauta, 1952
Romanceiro da
Inconfidência, 1953
Batuque, 1953
Pequeno Oratório de
Santa Clara, 1955
Pistóia, Cemitério
Militar Brasileiro, 1955
Panorama Folclórico de
Açores, 1955
Canções, 1956
Giroflê, Giroflá, 1956
Romance de Santa
Cecília, 1957
A Bíblia na Literatura
Brasileira, 1957
A Rosa, 1957
Obra Poética,1958
Metal Rosicler, 1960
Poemas Escritos na
Índia, 1961
Poemas de Israel, 1963
Antologia Poética, 1963
Solombra, 1963
Ou Isto ou Aquilo, 1964
Escolha o Seu Sonho,
1964
Crônica Trovada da
Cidade de Sam Sebastiam no Quarto Centenário da sua Fundação Pelo
Capitam-Mor Estácio de Saa, 1965
O Menino Atrasado, 1966
Poésie (versão para o
francês de Gisele Slensinger Tydel), 1967
Antologia Poética, 1968
Poemas italianos, 1968
Poesias (Ou isto ou
aquilo & inéditos), 1969
Flor de Poemas, 1972
Poesias completas, 1973
Elegias, 1974
Flores e Canções, 1979
Poesia Completa, 1994
Obra em Prosa – 6
Volumes – Rio de Janeiro, 1998
Canção da Tarde no
Campo, 2001
Episódio humano, 2007
Teatro:
1947 – O jardim
1947 – Ás de ouros
Observação: “O vestido
de plumas”; “As sombras do Rio”; “Espelho da ilusão”; “A dama de Iguchi” (texto
inspirado no teatro Nô, arte tipicamente japonesa), e “O jogo das sombras”
constam como sendo da biografada, mas não são conhecidas.
Outros meios:
1947 – Estréia “Auto do
Menino Atrasado”, direção de Olga Obry e Martim Gonçalves. música de Luis
Cosme; marionetes, fantoches e sombras feitos pelos alunos do curso de teatro
de bonecos.
1956/1964 – Gravação de
poemas por Margarida Lopes de Almeida, Jograis de São Paulo e pela autora (Rio
de Janeiro – Brasil)
1965 – Gravação de
poemas pelo professor Cassiano Nunes (New York – USA).
1972 – Lançamento do
filme “Os inconfidentes”, direção de Joaquim Pedro de Andrade, argumento
baseado em trechos de “O Romanceiro da Inconfidência”.
[As ilustrações fotográficas das diversas obras apresentadas não são
da responsabilidade da Livraria, mas fruto da minha pesquisa doutros exemplares em venda,
sobretudo no mercado livre no
Brasil]
MEIRELES, Cecília – Antologia Poética com poemas inéditos.
Editora do Autor, Rio de Janeiro, 1963. In-8º de 256 págs. Br. Com Retrato.
PRIMEIRA EDIÇÃO.
Eu não tinha este rosto de hoje,
Assim calmo, assim triste, assim
magro,
Nem estes olhos tão vazios,
Nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem
força,
Tão paradas e frias e mortas;
Eu não tinha este coração
Que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
Tão simples, tão certa, tão
fácil:
- Em que espelho ficou perdida
a minha face?
Ref.: 11899
Preço: 40 €
MEIRELES, Cecília – Retrato
Natural. Livros de Portugal, Rio de Janeiro, 1949. In-8º de 184 págs.
Br. Capas de brochura com alguns pios de acidez. Exemplar valorizado com um
expessiva dedicatória autógrafa ao poeta José Osório de Oliveira.
Nem sei se é lua, se apenas um
rastro de nuvem
no azul triste do dia.
Nem sei se é flor, se uma
estrela caída da chuva
no jardim desfolhado.
Nem sei se é meu, se de outrem,
o acenar da
loucura com mãos de poesia.
Nem sei que dizem, ou que
responda, se
perguntam…
que o presente é passado.
Ref.: 11896
Preço: 90 €
MEIRELES, Cecília – Doze Noturnos da Holanda & o Aeronauta.
Livros de Portugal, Rio de Janeiro, 1952. In-4.º de 60-(4) págs. Br. Edição
ilustrada com um retrato de Cecília Meireles por Arpad Szenes. Expressiva
dedicatória autógrafa de Cecilia Meireles ao poeta José osório de Oliveira e a
sua esposa.
RARO.
Em Doze Noturnos da Holanda, a
poeta apresenta como personagem, a noite, que permeia quase todos os outros
poemas ao longo do livro. Para Cecília, a noite é uma das traduções da
eternidade e do infinito que nos rege, e somente ela guarda a memória do
universo. Já em O aeronauta, a autora retoma certas linhas temáticas de Viagem,
mais uma vez temos a poeta viajante, que segura o leitor pela mão para uma
inédita experiência de viagem aérea, ligada aos mistérios que regem nossa
condição humana e terrestre.
Ref.: 11895
Preço: 75 €
MEIRELES, Cecília – Viagem. Poesia. 1929-1937. Editorial
Império, Lisboa, 1939]. In-8º de 199-(1) págs. Br. Capa com alguns picos de
acidez. Com uma expressiva dedicatória autógrafa ao poeta José Osório de
Oliveira.
Este livro valeu a Cecília Meireles o 1.º Prémio de Poesia da Academia
Brasileira de Letras em 1938 (tornando-se na primeira mulher a
conquistar este prestigiado prémio), atribuição que levantou acesa discussão,
polémica que afinal veio a representar autêntica consagração pois que no Parecer do respectivo júri se classifica
a Viagem como “um dos mais belos livros de versos escritos em nossa língua.”
Ref.: 11894
Preço: 80 €
MEIRELES, Cecília – Amor em Leonoreta. Edições
Hipocampo, Niterói, 1951. (3) 22 folhas
inumeradas albergadas num portefólio editorial. Raríssima primeira edição duma
tiragem especialíssima limitada a 10 sendo este o nº 6 todos com dedicatória
nominal ao destinatário deste exemplar, o poeta José Osório de Oliveira. A
tiragem total do título é de 116 exemplares, incluindo esta especialíssima de
10.
Expressiva dedicatória autógrafa de Cecília Meireles que se encontra
junto da dedicatória nominal, a do mesmo destinatário.
Esta edição especial faz-se acompanhar de uma xilogravura original
assinada (fora do texto) do artista Yllen Kerr e é totalmente artesanal
realizada pela Editora Hipocampo. Todos os cadernos impressos em papel de bibliofilia
de qualidade superior encontram-se acondicionados em estojo editorial próprio.
Esta obra reúne sete poemas, publicados em edição artesanal,
inspirados na novela Amadis de Gaula, de 1508, Cecília cria neste livro uma
linguagem profundamente identificada à lírica lusitana e suas raízes medievais.
Ref.: 11893
Preço: 485 €
MEIRELES, Cecília – Mar Absoluto e Outros Poemas. Edição
da Livraria do Globo, Porto Alegre.1945. In-8º de 248-(3) págs. Br. Desenho da
capa da autoria de Maria Helena Vieira da Silva e retrato de Cecília Meireles
realizado por Arpad Szenes. Exemplar da edição especial fora de comércio
numerados e assinados pela autora. Com uma dedicatória autógrafa para o poeta
José Osório de Oliveira.
RARO.
Exemplar da primeira edição de um dos mais importantes livros da
bibliografia poética da autora, segundo Péricles da Silva Ramos, “a mais alta
figura que já surgiu na poesia feminina brasileira, e, sem distinção de sexo,
um dos grandes nomes da nossa literatura”.
Ref.: 11892
Preço: 150 €
Notas:
(1) Lote 60. CASTELO-BRANCO, Camilo,
1825-1890 – Esboços de apreciações
literárias. Porto:
Em Casa da Viúva Moré-Editora, 1865. - 292, [3] p. : (18 cm) : Enc.
Muito bom exemplar.
Encadernação meia-inglesa, coeva, mantendo as capas de brochura, bem
conservada. Primeira edição, pouco vulgar.
[Do 39º leilão
realizado pela VERITAS Art Auctioneers, sediada na Av. Elias Garcia, 157 A/B,
no dia 18 de Dezembro de 2014]
(2) [CAMILO CASTELO
BRANCO] – Dispersos de Camilo. JÚLIO DIAS DA COSTA, comp. e notas. Notável
trabalho de reunião daquela miuçalha que também faz de um escritor um
extraordinário escritor. Também aquilo que um escritor vai deixando pelo
caminho ao sabor da circunstância é crucial para a compreensão de uma
personalidade o mais das vezes complexa, e mesmo retorcida. Apenas um exemplo
das pérolas aqui juntas, assinada pelo maior cultor da língua portuguesa, a
propósito de um dos nossos maiores dicionaristas:
«Candido de Figueiredo
–Parece que se retirou da milicia activa das lettras amenas quando levava a
semana em meio. Vê-se que o sr. Candido de Figueiredo não tinha a vocação
litteraria bem pronunciada até ao martyrio. Eu queria ver o seu talento bem
premiado, ou que elle sahisse d’esta cafraria com a chave que Gilbert inguliu. Dizem-me
que elle advoga no Alemtejo. Faz bem. A suprema vingança que um poeta pode
tirar d’esta sociedade é provar a candura dos ladroens que a roubam e dos assassinos
que lhe anavalham a barriga. Vingue-se o illustre auctor do Tasso, e membro da
sociedade aziatica.»
©Frenesi Loja
(3) Amor em Leonoreta – Cecília Meireles.Edições Hipocampo 1951.
Exemplar nº 61 assinado pela autora. Composto a mão. Este é o sétimo livro das
Edições Hipocampo e acabou de imprimir-se a 30 de novembro de 1951, em Niterói
tiraram-se cento e dezesseis exemplares em papel ingres autenticados pelo
autor: De 1 a 100 para os subscritores, de 1 a X para o poeta, de A A F para os
editores Geir Campos e Thiago de Mello. A xilogravura (fora do Texto) é de
Yllen Kerr. Excelente estado de conservação. 27,5 x 19 cm. Caixa tipo livro
para acondicionar a brochura executada por Habilis Atelier.
©Vera Nunes Leilões |
Av. Brigadeiro Faria Lima, 1827 sobreloja 28 - Pinheiros - São Paulo
Leilão de 14/10/2014
Espero que vos tenham sido de alguma utilidade estes singelos
apontamentos, pelo menos deram-me muito prazer e, sobretudo, aprendi muito com as minhas pesquisas..
Saudações bibliófilas.
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