"Se não te agradar o estylo,e o methodo, que sigo, terás paciência, porque não posso saber o teu génio, mas se lendo encontrares alguns erros, (como pode suceder, que encontres) ficar-tehey em grande obrigação se delles me advertires, para que emendando-os fique o teu gosto mais satisfeito"
Bento Morganti - Nummismologia. Lisboa, 1737. no Prólogo «A Quem Ler»

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Sugestões natalícias




SHAKESPEARE, William. The Works of Shakespeare.
Oxford, 1743-44.

Para aqueles menos cuidadosos que ainda não compraram os seus presentes de Natal, e deverão ser muitos, como é o meu caso, deixo aqui algumas sugestões onde podem encontrar um bom livro que poderá ser uma excelente ideia de prenda para aquele(a) amigo(a) especial que aprecia os livros com grande entusiasmo.
Ainda que aparentemente banal, se conhecermos bem o destinatário, esta poderá ser uma prenda bastante personalizada e que perdurará para sempre na sua memória.

A «Livraria Burnay» apresentou o seu Boletim Bibliográfico n.º 44 com um lote de livros interessantes. Para o visualizar aceda em http://www.livrarialuisburnay.pt/ .


Boletim Bibliográfico n.º 44

A in-libris sugere alguns dos seus livros antigos em «Montra de Natal», nas temáticas de Literatura, Poesia, Etnografia, Culinária, História, Caça, Arte, Tiragens Especiais, Artes Decorativas e Filosofia, que poderemos utilizar como ofertas de Natal únicas, marcando assim a nossa relação com as pessoas de quem mais gostamos, de uma forma muito personalizada.



NAMORA (Fernando).— RELEVOS. Poemas. [Tipografia Louzanense. 1937)]. 18x23,5cm. LXIV págs. inums. B.Livro de estreia de Fernando Namora, muito raro e um dos mais procurados pelos coleccionadores da sua obra. Capa da brochura, desenhada pelo autor, impressa a ouro e com o seguinte registo tipográfico na contracapa: “Portugália. Coimbra. 1938”.RARA PEÇA DE COLECÇÃO



ORTIGÃO (Ramalho).— EM PARIZ. Porto. Typographia Lusitana. 1868. 14x20,5 cm. 235-III págs. E.
“Leitor amigo: — Tu, que a estas horas do mais ameno outono, estendes a polaina brança pela formosa varzea de Collares, ou passeias os teus consolados nervos á beira-mar pelas praias do Tejo ou pela foz do Douro, quem sabe se serás por mim!”Hoje em dia um viajante que se não apeie de balão com noticias da lua, precisa de nos ser muito sympathico para o não termos por um semsaborão quando vier contar o que viu. Este mundo está visto e revisto. A electricidade e o vapor tornaram toda a redondeza do globo terrestre tão comprehensivel como a circunferencia de uma tangerina que a gente atravessa com um palito e mette na algibeira acabado o jantar”. Primeira e mais rara das várias edições publicadas deste muito apreciado livro de viagens do excelente prosador que foi Ramalho Ortigão. Com as capas da brochura preservadas, encadernado à amador com original decoração a ouro na lombada e o corte superior das folhas carminado e pontilhado de pequenas estrelas douradas, tendo intactas as restantes margens. Assinatura de J. Campos Henriques no frontispício, do mesmo ano da publicação do livro.


A «Livraria Alfarrabista de Miguel de Carvalho» apresenta o seu «Catálogo de Livros Seleccionados – Dezembro 2009»



Destaco pela sua raridade e procura estes dois títulos.

QUEIRÓS, Eça de & ORTIGÃO, Ramalho – Mystério da Estrada de Cintra. Cartas ao Diário de Notícias. Typographia de Domingos Luiz dos Santos, Rio de Janeiro,1878. In-8º de 394-(1) págs. Encadernação recente meia francesa em pele verde com dizeres na lombada. Rubrica de posso no frontispício. Aparados, papel com acidez generalizada, próprio da sua qualidade.
Trata-se de uma contrafacção da primeira edição portuguesa publicada em 1870 não referida nem por Guerra e Cal (“Bibliografia Activa e Passiva”) nem por Gondim de Freitas (“Tragédia de Eça de Queirós”). Ambos os queirosianos referem apenas a existência de uma segunda edição impressa no Rio de Janeiro em 1878 com indicação no frontispício e como tal seria uma contrafacção visto a segunda edição portuguesa ser impressa em 1885 pelo livreiro António Maria Pereira. ANEXA-SE A ESTE LOTE O EXEMPLAR DA CONTRAFAÇÃO COM INDICAÇÃO DE 2ª EDIÇÃO. Uma análise sem grandes cuidados às folhas de rosto de ambos os exemplares que se apresenta, verifica-se que são nítidas e óbvias as diferenças entre ambos, na obstante de serem impressos no mesmo ano. A mesma análise, mas agora mais atenta á página 21 verifica-se diferenças quanto à disposição da tipografia no último parágrafo. No entanto, são praticamente os mesmos tipos, a mesma composição e o mesmo papel utilizado na feitura de ambos os exemplares. MUITO RARO E ESPÉCIE BIBLIOGRÁFICA. PRATICAMENTE DESCONHECIDA. PEÇA DE COLECÇÃO.



VIEIRA, P. António – SERMOENS DO P. ANTONIO VIEIRA DA COMPANHIA DE IESU PREGADOR DE SUA ALTEZA. Primeira parte (à décima quinta). Lisboa, na Officina de Ioam Costa, 1679-1710. In-4º de 15 volumes.
Encadernações disformes inteira de carneira, alguns deles com pequenos defeitos e restauros. Frontispício do volume XII solto.
Trata-se da raríssima primeira edição de todos os sermões de uma das figuras de proa da literatura portuguesa de sempre. Samodães, 3516.


Para terminar a «Librairie Le Feu Follet» de Paris apresenta um Catálogo com o título "Offrir un cadeau", de que destaco esta obra pela sua excepcional qualidade:



(ALGERIE & COLONISATION) Charles NODIER Journal de l'expédition des portes de fer. Imp. Royale, Paris, 1844, 19x28,5cm, relié.
Edition originale jamais mise dans le commerce et imprimée sur vélin fort, seul tirage avec 6 Chine. Reliure en plein maroquin souris, dos à quatre nerfs soulignés de pointillés dorés et richement orné de caissons dorés avec incrustations de maroquin rouge et olive, dentelles dorées en tête et en queue, roulettes dorées sur les coiffes, plats décorés d'un très riche encadrement doré avec incrustations et listels de maroquin rouge, brun et olive enrichi de rosaces en écoinçons, dentelles dorées sur les coupes, contreplats richement doublés d'un encadrement à motif de feuilles de chêne et de glands dorés, riches fers dorés répétés 20 fois représentant un képi sur fonds de fusils et sabres orientaux entrecroisés, le tout dans un ensemble de mandorles mosaïquées en plusieurs nuances de brun en alternance avec des rosaces à incrustation de maroquin rouge, l'autre contreplat est aux mêmes motifs que le premier mais avec variations de couleurs des maroquins; gardes de soie moirée, pages suivantes de papier à la cuve, tranches dorées, très importante reliure Art Nouveau de Charles Meunier signée et datée de 1910.
Ouvrage ilustré de 200 vignettes dans le texte et de 40 figures hors-texte gravées sur bois, tirées avant la lettre sur Chine appliqué, par Raffet, Decamps, Dauzat.
Notre exemplaire est bien complet de sa carte dépliante in-fine.
Note manuscrite à la plume signée du général vicomte de Rumigny, aide de camp du roi, indiquant que cet exemplaire, imprimé spécialement pour lui, lui fut offert en 1844 par son altesse royale madame la duchesse d'Orléans.
Très bel exemplaire établi dans une importante reliure à décor de Charles Meunier.


Boas Festas e um Feliz Natal para todos os que tem tido a paciência de me ler. Espero que com novas e boas leituras ... claro que não as minhas! e um bom presente para recordar.

O Pai Natal já pensa nos vossos presentes...


Saudações bibliófilas.

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