Ao "folhear" as Novidades Bibliográficas de Agosto de 2015
da Livraria do Adro do meu prezado
amigo Miguel de Carvalho, deparei
com uma vasta bibliografia do Abade de Baçal, figura ímpar no estudo e
divulgação da história transmontana.
Quem foi afinal o Abade de Baçal?
Francisco Manuel Alves, mais conhecido como Abade de Baçal, nasceu em Baçal a 9 de Abril de 1865 e aí faleceu
em 13 de Novembro de 1947.
Foi um arqueólogo, historiador e
genealogista português.
Nascido numa aldeia do concelho
de Bragança (Baçal), onde nasceram também seus pais Francisco Alves Barnabé e
sua mulher Francisca Vicente, foi ordenado sacerdote em 13 de Junho de 1889,
desde então, até a sua morte, tornou-se pároco da sua aldeia natal.
Dedicou a sua vida a recolher
testemunhos arqueológicos, etnológicos e históricos respeitantes à região de
Trás-os-Montes e, especialmente ao distrito de Bragança.
Autodidacta erudito, rústico e pitoresco.
Autodidacta erudito, rústico e pitoresco.
A sua obra principal são as Memórias arqueológicas-históricas do distrito de
Bragança (1909-1947), em onze volumes.
Em 1925 foi nomeado
director-conservador do Museu Regional
de Bragança, que desde 1935 é designado por Museu do Abade de Baçal (1) em sua
homenagem.
Abade de Baçal
No quinto volume da sua
obra-prima, dedicado aos Judeus, constam os seus títulos:
“Reitor
de Baçal, Antigo Vereador da Câmara Municipal de Bragança, Antigo Vogal à Junta
Geral do Distrito do mesmo nome, Sócio da Associação dos Arqueólogos
Portugueses, da Sociedade Portuguesa de Estudos Históricos, do Instituto de
Coimbra, da Academia das Ciências de Lisboa, do Instituto Etnológico da Beira,
do Instituto Histórico do Minho, Presidente Honorário do Instituto
Científico-Literário de Trás os Montes, Comendador da Antiga, Nobilíssima e
Esclarecida Ordem de S. Tiago do Mérito Científico, Literário e Artístico, em
atenção às suas qualidades de escritor reveladas na obra "Memórias
Arqueológico-Históricas do Distrito de Bragança", distinguido pelo Clero
Bragançano com a oferta dum cálix de valor artístico, com uma pena de ouro e um
tinteiro no mesmo metal de alto valor artístico por oferta do Distrito de
Bragança em reconhecimento dos seus trabalhos de investigação histórica em prol
do mesmo, e ainda, ultimamente, Director-Conservador do Museu Regional de
Bragança.”
Branco e Negro N.º 1
ALVES, Francisco Manuel (Abade de Baçal) – NO ARQUIVO DE SIMANCAS - Memórias
Arqueológico-Historicas no Distrito de Bragança (tomo VIII). Tipografia
Académica [Reedição do Museu do Abade de Baçal], Bragança,1980. In-8º de 130-(2) págs. Brochura.
Observações:
“Por iniciativa da trilogia regionalista Raúl-Quintela-Montanha fui, em
junho de 1931, subsidiado pela Junta de Educação Nacional, estudar no Arquivo
de Simancas (Espanha) a documentação histórica referente ao distrito de
Bragança. Aproveitei a viagem, embora rodeando algo, para visitar terra
relacionadas com o mesmo districto (...)”.
Referência: 12290
Preço: 17,00€
ALVES, Francisco Manuel(Abade
de Baçal) – ARQUEOLOGIA E ETNOGRAFIA -
Memorias Arqueológico-Historicas no Distrito de Bragança (tomo XI). Tipografia
Académica [Reedição do Museu do Abade de Baçal], Bragança,1981. In-8º de 804 págs. Brochura. Cadernos por abrir.
Observações:
“Sai agora o volume XI das
Memórias Arqueológico-Históricas do distrito de Bragança, embora já se devesse
considerar o XII, visto ter-se publicado o XI em 1940 por ocasião das Festas
Centenárias da Fundação da Nacionalidade Portuguesa pela Academia Portuguesa da
História, mas quem mandava ordenou o
seguinte, que se lê no Ao Leitor, a servir de prefácio ao referido volume: ‘Por
deliberação da Comissão Executiva dos Centenários de 1939-1940, do Distrito de
Bragança, resolveu-se publicar a matéria constante deste volume e encorporá-lo
nas Memórias Arqueológico-Históricas do Distrito de Bragança, de que seria o
tômo XI, mas, apresentado o assunto ao Senhor Ministro da Educação Nacional,
ele mandou inclui-lo entre as obras comemorativas do Duplo Centenário, que a
Academia Portuguesa da História tinha em publicação, visto o autor a ele
pertencer.’ (...)”.
Referência: 12289
Preço: 30,00€
ALVES, Francisco Manuel (Abade
de Baçal) – ARQUEOLOGIA, ETNOGRAFIA E
ARTE - Memórias Arqueológico – Históricas do Distrito de Bragança (tomo X). Tipografia Académica [Reedição do
Museu do Abade de Baçal], Bragança,1978. In-8º de 843-(27) págs. Brochura. Ilustrado ao longo
do texto. Cadernos por abrir.
Observações:
Reedição do X dos XI Tomos que
constituem esta monumental obra referente à região brigantina, este tomo é a
continuação do tomo anterior, onde se inventaria, por localidade, os
monumentos, vestígios arqueológicos e os
costumes.
Referência: 12288
Preço: 30,00€
ALVES, Francisco Manuel (Abade
de Baçal) – ARQUEOLOGIA, ETNOGRAFIA E
ARTE - Memórias Arqueológico – Históricas do Distrito de Bragança (tomo IX). Tipografia Académica [Reedição do Museu do
Abade de Baçal], Bragança,s.d. In-8º de 718- (32) págs. Brochura. Profusamente
ilustrado ao longo do texto.
Observações:
“Mais um canto talhado para o
monumento ao nosso ricão transmontano, célula do nosso Portugal, que não pode
ser amado sem achegas monográficas elucidativas da sua História. Trata da sua
Arqueologia, Etnografia e Arte, com muitas notícias inéditas, capítulos
inteiros mesmo, auridas, não còmodamente em trabalhos de gabinete, mas por
montes e vales, sem temor de frio, calor, chuva e mil outros incómodos
inerentes às excursões, só avaliadas por quem a elas se dedica (...)”
São feitas referências, entre
muitas outras, a Abreiro (Capela de
Santa Catarina, Arcã e Cruzeiro), a Aguieiras (Ermida de Nª Srª do Cruzeiro,
castelo e esculturas rupestres), a Avidagos (sepulturas romanas), a castelos e
afins em Aguieiras, Caravelas, Mascarenhas, Milhais, Mirandela, Regodeiro,
Suçães, Vale de Gouvinhas, Vale de Juncal, Vale da Sancha e Vale de Madeiro e a
castros em Abreiro, Ferradosa e Mascarenhas (Cidade), a Freixeda (mina, casarão
e muralhas) e a Lamas de Orelhão (muro, poço e moedas romanas, ibéricas e visigóticas).
Referência: 12287
Preço: 30,00€
ALVES, Francisco Manuel (Abade
de Baçal) – OS FIDALGOS - Memorias
Arqueológico-Historicas no Distrito de Bragança (tomo VI). Tipografia
Académica [Reedição do Museu do Abade de Baçal], Bragança,1981. In-8º de 806-
(2) págs. Brochura. Ilustrado com.com 162 desenhos, reprodução de
pedras-de-armas (brasões) de casas do Distrito de Bragança, pelo professor
Domingos Vinhas. Cadernos por abrir.
Observações:
Tomo dedicado às famílias nobres
da região brigantina, inserida na colecção das "Memorias
Arqueológico-Historicas no Distrito de Bragança ", monumental e
fundamental obra sobre esta região.
Referência: 12286
Preço: 30,00€
ALVES, Francisco Manuel (Abade
de Baçal) – OS NOTÁVEIS -Memorias
Arqueológico-Historicas no Distrito de Bragança (tomo VII). Tipografia
Académica [Reedição do Museu do Abade de Baçal], Bragança,1981. In-8º de 820
págs. Brochura. Ilustrado com epigrafia ao longo do texto e quadros de dados
genealógicos desdobráveis em extra texto.
Observações:
Nesta obra dedicada aos Notáveis
o Abade de Baçal compilou referências biográficas e bibliográficas dos mais
ilustres e destacados naturais do distrito de Bragança,e daqueles que,tendo
outras proveniências geográficas,na região exerceram alguma actividade de
relevo ou sobre ela produziram algum tipo de estudo.Este estuda abarca um longo período cronológico,desde os
finais da Idade Média até à contemporaneidade,reportando-se a maioria dos
registos a esta última e à epoca moderna,como facilmente se compreende.
Os Notáveis abordam grande
variedade de indivíduos,nobres e artistas,militares e eclesiásticos,
escritores,políticos e santos, empresários.Este livro é não só um dicionário
dos brigantinos ilustrem como também um repositório de informações de carácter
histórico, bibliográfico, patrimonial, económico, político, científico,
eclesiástico, heráldico-genealógico, etnográfico,e até anedótico.
A maioria das entradas estão
ordenadas por ordem alfabética porém,as entradas onomásticas alterna com outras
de índole temática (exemplos: deputados, governadores civis, etc)
Referência: 12285
Preço: 30,00€
Evidentemente que o Miguel de Carvalho apresenta, nesta sua selecção
para Agosto, muitas obras, em minha opinião de maior raridade e procura, no entanto
nunca devemos esquecer estes contributos valiosíssimos para a compreensão da
nossa identidade nacional e cultural.
A título de exemplo saliento este belo exemplar:
MORAES, Wenceslau de – O CULTO DO CHÁ. Typographia do "Kobe Herald", Kobe, 1905. In-8º de 46
págs. Brochado. Selo de livraria antiga coeva no canto inferior da primeira
página. Uma folha com ligeiro corte na dobra. Restantes folhas estão intactas
como no estado primitivo. Capas em exelente estado conservando parcial fita de
seda verde original da brochura. Capa de brochura ilustrada a cores e a prata, sem sinais maiores de manuseamento.
Nestas condições um excelente exemplar e PEÇA
DE COLECÇÃO.
Observações:
É a MUITO RARA PRIMEIRA EDIÇÃO
deste belo livro, em nossa opinião dos mais belos livros impressos em língua
portuguesa no século XX. É porventura o mais raro, impresso em papel de Japão à
maneira tradicional do país, ou seja, numa só face do papel e depois de
dobrados, cozidos à margem. As ilustrações são de Yoshiaki e as gravuras de
Gotô Seikodô, impressas a várias cores ao longo do texto.
Referência:12280
Preço: 1.150,00€
Mais uma vez quero expressar o meu elogio pela forma como a página da
livraria é agora apresentada…parabéns Miguel pelos aperfeiçoamentos!
Saudações bibliófilas.
Notas:
Museu
do Abade de Baçal em Bragança
Rita Correia (01 de Fevereiro de 2012).
Ficha histórica: Branco e Negro : semanario illustrado
(1896-1898) (pdf)
Hemeroteca Municipal de
Lisboa
(2) BRANCO E NEGRO. SEMANÁRIO ILUSTRADO – Começou a publicar-se em Lisboa a 5
de Abril de 1896, sob a chancela da Livraria e casa editora António Maria
Pereira (Livraria AMP), sedeada na Rua Augusta n.º 50 a 54. A redação e a
administração do jornal estavam instaladas no n.º 49 do mesmo arruamento no
coração da cidade. Manteve-se até 27 Março de 1898, totalizando 104 números. O
seu fim, não anunciado terá ficado a dever-se à doença do editor, António Maria
Pereira (AMP), que acabou por falecer a 27 de Julho de 1898.