"Se não te agradar o estylo,e o methodo, que sigo, terás paciência, porque não posso saber o teu génio, mas se lendo encontrares alguns erros, (como pode suceder, que encontres) ficar-tehey em grande obrigação se delles me advertires, para que emendando-os fique o teu gosto mais satisfeito"
Bento Morganti - Nummismologia. Lisboa, 1737. no Prólogo «A Quem Ler»

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domingo, 4 de junho de 2017

Uma conversa a propósito do Amor de Perdição de Camilo Castelo Branco


Numa das minhas últimas a Lisboa tive ocasião de passar pela Livraria Artes e Letras – Avenida Elias Garcia, 153 – A | 1049 - 055 Lisboa | Portugal do meu estimado amigo Luís Gomes e conversar um pouco com ele.


Livraria Artes e Letras

Como esta questão de amizade não se mede pelo número de livros que este nos vende ou que eu lhe compro, mas sim pela sintonia de ideias que partilhamos (pelo menos é essa a minha opinião), fácil será perceber-se que se falou de tudo um pouco – projectos futuros que germinam nos nossos horizontes, experiências gastronómicas… e claro que também de livros!


Luís Gomes

E já que falamos de livros, como sempre dou uma espreitadela pelo que ele tem nas estantes do seu bom acervo e descobri (esta é a grande ilusão de qualquer bibliófilo ter a ideia da descoberta de um livro numa qualquer livraria!) um livrito curioso:



Alberto Pimentel ― Notas sôbre o Amor de Perdição. Lisboa, Guimarães & C.ª – Editores (68, Rua do Mundo, 70) 1915. In-8º de 155, [5] págs. Brochura.


Página de referência à 1.ª edição

"O romance Amor de Perdição, apesar do pálido conceito que dêle fazia o autor, entrou no gosto público e criou tão fortes raízes, que ainda agora foi reimpresso pela vigésima-primeira vez. / Em 1862, logo que êle aparece, a crítica dos homens de letras revela-se em perfeita concordância com a sôfrega procura do mercado. Vinte e nove anos depois de ter aparecido, uma empresa literária despende oito contos de réis numa edição monumental. / Mais tarde ainda, primeiro o drama, em seguida a ópera, redoiram o Amor de Perdição com uma intensa luz de vida e arte e colhem triunfos não inferiores aos do livro, nem menos ruidosos e espontâneos. / Finalmente, as traduções espanholas, italiana e suéca são factos demonstrativos de que o afecto dos portugueses pelo Amor de Perdição não é devido a uma especial sentimentalidade caseira que outros povos, da mesma raça latina ou de raça diferente, sejam incapazes de compreender e repercutir.”


Reprodução de páginas do manuscrito original

Capítulos: «Origens do «Amor de perdição»», «Dedicatória», «O Prefácio», «Acção e personagens», «Ainda o entrecho e as figuras», «Sensação causada por este livros – Um inquérito», «As edições», «As traduções», «O drama», «A ópera», «Ultima nota».

(Texto descritivo de outro bom amigo o Gonçalo Rodrigues)

Livro que me trouxe à memória quando li pela primeira vez o romance – seguramente há perto de 50 anos!

Sinceramente não me recordo com uma exactidão precisa de todos os pormenores do enredo, mas sim das suas linhas gerais, mas lembro-me (a minha memória visual é muito boa…) da capa do livrinho que li na altura.


Amor de Perdição – Capa da brochura do livro que li

Primeiras edições? O que era isso nessa época!

Li-a o que me caía entre mãos – o que me ofereciam como prendas pelo Natal e anos, assim como alguns que me compravam fora destas datas festivas e muitos outros que os meus colegas e amigos de infância me emprestavam…sempre fui um leitor bastante ecléctico!  

Algumas edições passaram pelas minhas mãos, claro que também a 1.ª edição, mas nenhuma me fez esquecer aquele primeiro livrinho que li!


Camilo Ferreira Botelho Castelo Branco,
filho ilegítimo de Joaquim Botelho e de Jacinta Maria,
nasce em Lisboa, a 16 de Março de 1825

Mas voltemos ao Amor de Perdição e relembro convosco o seu enredo (e esta foi uma forma de o recordar):

Simão Botelho era filho do corregedor Domingos Botelho, tinha um irmão mais velho, Manuel, com quem tivera algumas desavenças, e irmãs mais novas. A sua mãe chamava-se Rita e por vezes tinha uma atitude de soberba.


Capa de brochura de Amor de Perdição

Simão era um jovem que envergonhava a família porque as suas amizades eram apenas com aqueles que pertenciam às classes mais pobres e de comportamento duvidoso, o que desgostava muito a seus pais.

Porém, passado um tempo Simão mudou totalmente; deixou de sair de casa, as suas más amizades findaram, as suas desordens também e passava os seus dias em casa junto com a sua irmã Rita.


Capa de brochura de Amor de Perdição

Esta mudança no comportamento dele devia-se à sua paixão por Teresa Albuquerque, filha de Tadeu Albuquerque. Simão e Teresa eram membros de famílias rivais, que se tinham apaixonado. Moravam em casas vizinhas em Viseu. Os jovens apaixonados, logo perceberam a impossibilidade da realização desse amor por meio do casamento, pois as suas famílias eram inimigas.

Não demorou a que começassem a sentir ódio pelos seus pais, no entanto mantêm um namoro silencioso através das janelas próximas. Ambas as famílias, desconfiadas, fazem tudo para combater esta união amorosa.

Tadeu de Albuquerque, pai de Teresa, ao descobrir o romance, trata de prometer a mão de sua filha a seu sobrinho Baltasar Coutinho. No entanto, a filha negou-se, até pelo facto de o seu primo a aborrecer muito, pelo que começaram então as ameaças a Teresa, casava-se ou não seria mais considerada filha, seria mandada para um convento.


Capa de brochura de Amor de Perdição

Na casa de Simão, o pai, muito irritado com aquela paixão resolve pôr fim ao romance entre seu filho e Teresa, enviando o jovem Simão a Coimbra para concluir os seus estudos e, deste modo, pretendia sufocar o amor dos jovens pela distância.

Simão, enlouquecido pela saudade de sua amada, decide ir a Viseu encontrar-se com Teresa. É hospedado pelo ferreiro João da Cruz, homem destemido, forte e fiel que devia favores a seu pai. Após uma tentativa falhada de se encontrar com Teresa Simão sai ferido. O rapaz busca refúgio na casa de João da Cruz para recuperar, dos ferimentos. Os amantes ainda mantinham comunicação por meio de uma velha mendiga que passava com frequência sob a janela do quarto de Teresa. Para castigar a filha, Tadeu de Albuquerque decide mandá-la para um convento do Porto. Porém Antes a jovem é recolhida num convento na própria cidade de Viseu, enquanto Tadeu aguardava a resposta do Porto.

Em Viseu, na casa do ferreiro, Mariana, filha do ferreiro acaba por se apaixonar por Simão, amor esse que ela não revela. Amor escondido, platónico e de uma dedicação extrema.


A morte de Baltasar Coutinho – Ilustração de Amor de Perdição

Simão ao tomar conhecimento dos factos, fica furioso e, num acesso incontido de raiva, decide tentar raptar Teresa. O jovem defronta-se com Baltasar, na tentativa de resgatar Teresa. Mesmo diante de várias testemunhas o jovem Simão atinge Baltasar com um tiro mortal. Simão é preso e condenado à morte. Porém, devido à interferência do corregedor Domingos Botelho, pai de Simão, a pena é convertida ao degredo nas Índias. A sentença do desterro sai, Simão é condenado a ficar dez anos na Índia.

Teresa começa a ter a sua saúde abalada, cada vez mais triste e magoada, parece ter perdido a vontade de viver.

Ao embarcar rumo à Índia, Simão vê, pela última vez no mirante do convento Teresa. Também Teresa contempla o navio que levava seu amado. Logo após, Teresa morre.


A morte de Teresa de Albuquerque – Ilustração de Amor de Perdição

Simão, antes de seguir seu destino, toma conhecimento da morte de Teresa e segue rumo ao degredo. Relê as cartas de Teresa enquanto o seu corpo é consumido pela morte. Alguns dias após o início da viagem, Simão adoeceu, tinha febres e delírios, Simão morre.

Mariana, não resistindo à perda de Simão, no momento em que vão lançar o corpo ao mar, lança-se ao mar também.

É sem dúvida um dos romances mais românticos e trágicos do romantismo português com o seu enredo shakespeariano a lembrar o de Romeu e Julieta – sem que com isto queira tirar o mérito ao ilustre romancista, nem que o livro seja decalcado deste enredo.


Uma das raras imagens de Ana Augusta Plácido,
depois Pinheiro Alves,
quando era ainda muito jovem.

Foi com Ana Augusta Plácido, que teve o seu grande envolvimento amoroso, mas, por imposição paterna, esta casa-se com um rico comerciante “brasileiro” que regressa de viagem (Manuel Pinheiro Alves), o que origina em Camilo uma profunda depressão e aversão a figuras de portugueses enriquecidos no Brasil que regressavam sem cultura nem princípios morais, como ele os caricatura em muitas das suas novelas, apresentando-os como figuras grotescas.


Cadeia da Relação do Porto – Interior

Ana Augusta Plácido deixa o marido para viver com o amante, o que era nesse tempo um escândalo passível de acção judicial. O escândalo traz notoriedade a Camilo. O casal, perseguido pela justiça, passa algum tempo fugitivo, escondendo-se em vários lugares, até que os dois amantes se vêem forçados a entregar-se à prisão (Ana em Maio e Camilo em Outubro). Acusados de adultério, ambos, são remetidos para a Cadeia de Relação do Porto.


Cela onde esteve Camilo Castelo Branco
©blog A Vida em Fotos

O cárcere durou um ano e dezasseis dias, período em que recebe a visita do rei D. Pedro V. Aqui, Camilo ocupou o tempo a escrever, entre outros escritos, num momento psicológico de alta tensão trágica, em quinze dias, o Amor de Perdição (1862), baseado em factos reais da sua história familiar – o seu tio paterno Simão António Botelho, mas largamente coloridos pela mestria da sua pena do escritor – onde a realidade se confunde com a imaginação do autor que está a viver o que o seu antepassado terá também sofrido.


in D. Pedro V, Um Homem e Um Rei (Ruben Andresen Leitão, 1950)

Julgados em tribunal, acabaram por ser absolvidos do processo porque o marido de Ana Plácido morrera e, portanto, terminara o crime de adultério. Passaram a viver juntos, finalmente.


Página de Alberto Pimentel ― Notas sôbre o Amor de Perdição.

Claro que não vou deixar passar esta conversa sem uma referência à sua 1.ª edição e à mais bela encadernação que vi (infelizmente só em fotografia) desta obra importante do nosso panorama literário (hoje um pouco relegada para seguindo plano, assim como toda a obra deste talentoso escritor)




Castelo Branco (Camilo) – Amor de Perdição (memórias d'uma família). Porto; Em Casa de N. Moré - Editor. 1862. In-8º gr. de XI, 249 p. il. - Encadernado.

Raríssima primeira edição do mais popular romance de Camillo.



"A novela de paixão amorosa mais intensa e profunda que se tenha escrito na Península" .  Unamuno.       
    

                                                                       
Chamo especial atenção para a maravilhosa encadernação inteira em marroquim verde, com lindíssimo e original trabalho a ouro nas pastas, lombada e seixas. Corte das folhas impecavelmente douradas. (encadernador francês?)



Ex-libris, na folha de guarda, do conhecido bibliófilo Emílio Monteiro. Sem capas de brochura, e discreta assinatura da época. Muito limpo e muito bem conservado. Exemplar muito atractivo.



Magnífica Peça de Colecção.

©Gabriela Gouveia – Livros Antigos (28/05/2015)

E assim desta conversa entre amigos, de um livrito (sem qualquer desprimor para o livreiro-antiquário), se construiu uma reflexão que muitas vezes fazemos quando entram nas nossas bibliotecas livros que nos recordam outros.

Saudações bibliófilas com votos de uma boa semana.


sábado, 6 de maio de 2017

Camilo Castelo Branco – Agulha em Palheiro



Retrato de Camilo Castelo-Branco.
CDV, albumina, fotógrafo Horácio Aranha.
Colecção Ângela Camila Castelo-Branco e António Faria

Camilo Castelo Branco é um escritor que está actualmente um pouco arredado dos círculos “intelectuais” do país, mas que tem grande procura entre os bibliófilos tanto pela sua bibliografia activa como pela passiva.


Jaime Nogueira Pinto – A forma das coisas: O saneamento de Camilo
In Sol – edição de 24/06/2011

De facto Camilo Castelo Branco é uma fonte inesgotável de pesquisa e as suas obras espelham bem o séc. XIX no nosso país – onde as cidades do Porto e de Lisboa assim como o Minho e Trás-os-Montes estão muito bem retratados.

Se o podemos considerar pobre em personagens e na descrição das paisagens, no que toca ao estilo esse é inconfundível.


Alberto Pimentel

Senão vejamos o que Alberto Pimentel, grande amigo de Camilo e, como tal, com vasta bibliografia passiva sobre ele, nos diz no PIMENTEL, Alberto ― O Torturado de Seide (Camilo Castelo Branco). Lisboa, Livraria de Manoel dos Santos, 1922.


PIMENTEL, Alberto ― O Torturado de Seide (Camilo Castelo Branco).
Lisboa, Livraria de Manoel dos Santos, 1922.

“Este ilustre seiscentista [Agostinho Fortes] preconizou a obra genuinamente portuguesa de Camilo na conversação que tivemos, não só como iniciador do romance de costumes nacionais, mas também como o mais terso remodelador da língua pátria em obras que foram muitas e muito lidas. […]
Oiço às vezes censurar Camilo, porque as suas personagens são sempre as mesmas.
Mas na sociedade portuguesa de há meio seculo não havia outras, não havia mais nem melhores. Eram o «brasileiro», o morgado, o barão, o negociante e o padre. Do «brasileiro» fez dezenas de caricaturas, todas elas felizes. E havia razões poderosas para lhe dar a preferência, porque o brasileiro era o detentor do ouro que produz escândalos e tragédias, do ouro que compra as consciências e as mulheres.
O que admira é que Camilo pudesse accionar tantos romances com tão poucas personagens.” (1)

“Acusam Camilo de não ter pintado a paisagem. Pois. Algumas vezes a descreveu em poucas palavras, o que representa uma alta qualidade de condensação. […]
A alma de uma nação, seja a nação grane ou pequena, é sempre uma paisagem difícil de reproduzir.
E Camilo soube reproduzir a alma portuguesa em quase duzentos livros, melhor que todos os outros nossos romancistas, melhor que os melhores, acima de todos, sem excepção absolutamente nenhuma.” (2)

Ainda que não seja uma das obras maiores do escritor, apresenta-nos uma das suas características fundamentais: a caricatura e crítica dos preconceitos da sociedade de então.

Agulha em Palheiro é um dos bem tecidos romances de Camilo Castelo Branco, em que estão narradas, à maneira de libelo contra os preconceitos sociais, as peripécias de um jovem que, por ser filho de um sapateiro, tudo faz para dobrar o orgulho de rico fidalgo que não deseja vê-lo unido à sua filha.


CONSIDERAÇÕES ACERCA DA MORAL NA FICÇÃO CAMILIANA
Tatiana de Fátima Alves Moysés.

“O gosto dominante também é questionado em Agulha em palheiros, na medida em que nele o autor tece comentários sobre o vínculo entre moral e publicidade. No episódio em que a protagonista decide escrever para seu namorado, o narrador encontra a oportunidade de expor o que, de fato, entende por desmoralização:

Ao afirmar que a desmoralização é o escândalo, o narrador corrobora a hipótese de que, nos enredos camilianos, em geral, a aparência e a essência são faces opostas de um mesmo personagem. Pouco importa que Paulina, quando opta por comunicar-se com o namorado, a fim de determinar os próximos passos de sua relação, tenha prescindido do recato e passividade exigidos às mulheres no século XIX. Nesse contexto, basta somente que ela esconda sua essência determinada e aparente uma postura submissa; assim, não exporá a si nem sua família à opinião pública, ávida por recriminar e punir aqueles que rompem as regras estabelecidas. Tal dicotomia culmina em uma dissonância entre os discursos proferidos pelos personagens e seus actos.” (3)


Bibliographias

Serve também para esclarecer um ponto, de que ainda hoje troquei impressões com um bom amigo – o Gonçalo Rodrigues de Bibliographias –  também ele um grande camilianista e com um bom acervo de bibliografia activa e passiva camiliana,  de que os livros de Camilo Castelo Branco, quando em encadernação de época, só excepcionalmente têm capas de brochura e estão sempre mais ou menos aparados.

Claro que em encadernações recentes podemos e devemos ter uma maior exigência…



BRANCO, Camilo Castelo – AGULHA EM PALHEIRO // POR // CAMILLO CASTELLO BRANCO // - // SEGUNDA EDIÇÃO, REVISTA PELO AUTHOR // (Vinheta editorial) // PORTO // EM CASA DA VIUVA MORÉ – EDITORA // 1865 In-8° de 262 págs. Encadernado.



Compreende ante-rosto com os dizeres AGULHA EM PALHEIRO e verso com lista bibliográfica da livraria; frontispício textualmente descrito supra e verso com subscrição tipográfica Typographia de Sebastito José Pereira, // Rua do Almada, 641; página 5ª com dedicatória a António Feliciano de Castilho e verso em branco; página 7 com DUAS PALAVRAS datadas no final da mesma Porto, Janeiro de 1865. O romance propriamente dito decorre da página 9 à página 262 ao longo de XXI capítulos, e uma CONCLUSÃO.



Primeira edição publicada em Portugal, preferível à primeira (Brasileira), que saiu muito incorrecta, por não ter sido revista pelo autor. MUITO RARA. SEM CAPA DE BROCHURA.



Encadernação meia inglesa em pele vermelha, com cantos, e com dizeres dourados na lombada. Miolo muito bem conservado e fresco. Boa e sólida encadernação. Ocasionais picos de acidez.



HENRIQUE MARQUES, 94; MANUEL DOS SANTOS, 59; JOSÉ DOS SANTOS (1939), 8; CONDE DA FOLGOSA, 1109; CAMILIANA (SOARES & MENDONÇA, 1968), 746; ALMEIDA MARQUES, 319.

E com este escrito camilianista me despeço com votos de um bom fim-de-semana.

Saudações bibliófilas.

Notas:

(1) Camilo janotapágs. 62-63.
(2) Uma Carta de Camilo. págs. 102-103.

in:



PIMENTEL, Alberto ― O Torturado de Seide (Camilo Castelo Branco). Lisboa, Livraria de Manoel dos Santos, 1922. In-8º de 221, [3] págs. 

Primeira edição de um dos livros principais da bibliografia passiva camiliana, reunindo em volume uma série de artigos escritos por Alberto Pimentel – uns inéditos, outros antes publicados (e, nalguns casos, revistos para este propósito). Além das histórias e das curiosidades sobre a vida de Camilo aqui reproduzidas pelo amigo, o livro interessa também, acessoriamente, ao estudo do Porto do séc. XIX, descrevendo, em vários passos, aspectos da cidade e da sociedade da época e contando alguns episódios mais castiços; - A Freira de S. Bento…e de Camilo; - O filho mais velho de Camilo; - Camilo janota; - Ainda as «Cem cartas»; - Camilo morto-vivo; - Uma Carta de Camilo; - O incendiário; - Serão Camiliano; - Voltando ao «Amor de Perdição»; - Horas alegres numa casa triste; - Camilo tripeiro; - Camilo minhoto; - Camilo incoercível; - O seu centenário.

Exemplar bem encadernado com lombada em pele gravada a ouro, conservando a capa original.

Este livro pode ser lido (ou consultado) em:


(3) RECORTE – revista eletrônica ISSN 1807-8591 – Mestrado em Letras: Linguagem, Cultura e Discurso / UNINCOR | V. 11 - N.º 1 (janeiro-junho - 2014) – CONSIDERAÇÕES ACERCA DA MORAL NA FICÇÃO CAMILIANA – Tatiana de Fátima Alves Moysés.


domingo, 4 de dezembro de 2016

Cólofon - livros antigos – Catálogo especial de Dezembro de 2016 - raridades e curiosidades




22 – Millin de Grandmaison, Aubin-Louis - LA MYTHOLOGIE MISE À LA PORTÉE DE TOUT LE MONDE, Ornée de cent Figures en couleurs, ou en noir. Paris. Chez Déterville. An Septième (1799). 12 volumes

O Francisco Brito da Colofon  livros antigos esmerou-se e decidiu apresentar um ”Catálogo especial”, embora na minha modesta opinião seja, mais um bom catálogo, a como já estamos habituados, estando a sua “especialidade” apenas por ser publicado na “quadra” que atravessamos e por apresentar algumas peças de elevada raridade e pelo conjunto de documentação que engloba (refiro-me ao item 7 obviamente).

Mas vejamos o que o Francisco Brito nos diz sobre este Catálogo:

"O catálogo, apesar de pequeno, é variado apresenta obras sobre temas distintos como a cartografia, religião, literatura, história entre outros. Creio que todos os lotes apresentados são de interesse para as respectivas áreas em que se inserem. Ainda assim merecem destaque os seguintes:

12 – Cervantes de Saavedra, Miguel -  EL INGENIOSO HIDALGO DON QUIXOTE DE LA MANCHA. NUEVA EDICION CORREGIDA POR LA REAL ACADEMIA ESPAÑOLA. CON SUPERIOR PERMISO. En Madrid. Por Don Joaquin Ibarra Impresor de Cámara de S. M. Y de La Real Academia. MDCCLXXX. [1780]. 4 volumes. XIV – CCXXIV -199 págs; 418 págs; [XIV], 306 págs - 346 págs. 27,6cm. E.

28 – Racine, Jean (Porto, Manuel J. da Silva; trad.) - PHEDRA. Rio de Janeiro. Na Impressão Régia. 1816. 74 págs. 20,5cm B.

2 – Amélia (Rainha D. Amélia de Orleães) – MES DESSINS. 2 volumes. Mes Endroits Préférés. Paris. Le Goupy Editeur. 1926. Art et Archeologie. Maggs Bros. 1928. 42,4cm.
5 – BIBLIA SACRA IUXTA VULGATAM... Paris. Simones de Colinae. 1541. 833 (10) págs - XLIII fl. - 18fl. 35cm. E.

7 – Camelo Lampreia - DIPLOMACIA. VALIOSO ESPOLIO – CORRESPONDÊNCIA. DOCUMENTOS DIVERSOS."

Como é do conhecimento geral só se começou a imprimir livremente no Brasil após a Transferência da Corte Portuguesa para o Brasil, tendo a esquadra portuguesa largado do porto de Lisboa em 29 de Novembro de 1807 (1) fugida à Invasão Francesa.

O general Junot entrou em Lisboa às 9 horas da manhã do dia 30 de Novembro, liderando um exército de cerca 26 mil homens e tendo à sua frente um destacamento da cavalaria portuguesa, que se rendera e se pusera às suas ordens.


Embarque da Família Real Portuguesa

Impressão Régia foi a primeira editora brasileira, fundada pelo decreto de 13 de Maio de 1808 na cidade do Rio de Janeiro. A Impressão Régia brasileira foi uma filial da editora (de mesmo nome) existente em Lisboa, capital de Portugal.

O primeiro impresso saído dos seus prelos foi a Carta Régia de 28 de Janeiro de 1808 que abriu os portos do Brasil.




Carta Régia de 28 de janeiro de 1808, do Príncipe Regente D. João, que abriu os portos do Brasil ao comércio com as nações amigas.

Esta iniciativa foi uma das consequências da chegada da família real portuguesa e sua primeira publicação, não contando com os Alvarás e Cartas Régias, foi a Gazeta do Rio de Janeiro (órgão oficial da corte), além do jornal O Patriota, publicado entre 1813 e 1814.

Como tudo, também este assunto levanta algumas polémicas como já aqui se deu conta em postagens anteriores, pelo que as primeiras obras são de elevada raridade. (2) (3)

Com efeito, é tacitamente aceite como o primeiro livro escrito e impresso no Brasil um relato de 60 páginas – Relação da entrada que fez o excellentissimo, e reverendissimo senhor D. F. Antonio do Desterro Malheyro bispo do Rio de Janeiro, em o primeiro dia deste prezente anno de 1747, por Luiz Antonio Rosado da Cunha. No entanto, esta edição/impressão foi feita ilegalmente.



Relação da entrada que fez o excellentissimo, e reverendissimo senhor D. F. Antonio do Desterro Malheyro bispo do Rio de Janeiro, em o primeiro dia deste prezente anno de 1747, por Luiz Antonio Rosado da Cunha. (4)

Mas vamos deixar estas divagações, ainda que me pareçam oportunas, e passar ao Catálogo em si.

Com o seu cuidado habitual o Francisco refere, e muito bem, o trabalho de xilófagos neste exemplar, coisa que seria quase descurada no Brasil tal a frequência do mesmo pelas condições climáticas.



28 – Racine, Jean (Porto, Manuel J. da Silva; trad.) – PHEDRA. Rio de Janeiro. Na Impressão Régia. 1816. 74 págs. 20,5cm. B. 280€

Na obra “O Bibliófilo Aprendiz”, do erudito Rubens Borba de Moraes, esta obra que aqui apresentámos é referida nos seguintes termos: “Manuel Joaquim da Silva Porto, poeta e livreiro-editor, (…) nos deixou uma tradução de Phèdre, de Racine, que não é pior que outras mais recentes e cujos exemplares são raríssimos.”

Exemplar em brochura. Miolo, em bom estado, ainda que afectado por xilófagos, com incidência mais significativa na parte central do volume. Os xilófagos afectam certas partes do texto na página 27 e volta a limitar-se às margens na página 57. A obra, com 74 páginas numeradas, não está encadernada (estando apenas protegida por uma folha) e não estará aparada.

Mas o item mais importante e interessante deste Catálogo, ainda se prende com as relações Portugal Brasil:




7 – Camelo Lampreia – DIPLOMACIA PORTUGAL-BRASIL. VALIOSO ESPOLIO. – CORRESPONDÊNCIA. DOCUMENTOS DIVERSOS. 10.000€

O espólio aqui apresentado, constituído por cerca de 4000 documentos (na sua maioria correspondência) já foi alvo de alguns estudos dos quais nos socorreremos para caracterizar não só o Conselheiro e ilustre Diplomata Camelo Lampreia, mas também o conteúdo deste conjunto documental e a sua importância para a história de Portugal e do Brasil no final do século XIX e no início do século XX.



De acordo com a Professora Doutora Isabel Correia da Silva no seu trabalho “Arquivo Pessoal do conselheiro Camelo Lampreia”  João de Oliveira de Sá Camelo Lampreia “nasceu na cidade do Funchal, ilha da Madeira, a 16 de Setembro de 1863, filho de D. Sindina d’Oliveira Lampreia e de Francisco Joaquim de Sá Camelo Lampreia (formado em medicina, figura de algum destaque no seio do partido Histórico, amigo do duque de Loulé, foi deputado entre 1864 e 1874).João Camelo Lampreia ingressou na carreira diplomática aos 19 anos, sendo nomeado adido à legação de Portugal na Suécia (...) Serviu, a seguir, na secretaria de Estado dos Negócios Estrangeiros, na embaixada junto da Santa Sé, na legação de Espanha e na legação de Itália. Em 1896 foi enviado como encarregado de negócios para a legação do Rio de Janeiro, com a incumbência de mediar a questão da Ilha da Trindade em disputa entre o Brasil e a Inglaterra. Em 1900 foi elevado a chefe da representação brasileira, como ministro de 1ª classe. Foi-lhe conferido o título de conselheiro em Fevereiro de 1902 e em 1906 foi-lhe concedida a mercê da Grã-Cruz da Ordem de Cristo. Durante a sua estadia no Brasil, Lampreia foi uma figura de extraordinária influência na colónia (...).


General de Brigada Bernardo Pinheiro Correia de Melo
1º Conde de Arnoso

Mas, a partir de 1906, o que passou a ser um activo de peso no currículo de Lampreia foi a sua amizade com João Franco e com o conde de Arnoso, secretário particular do rei D. Carlos. Desde cedo que Lampreia integrou, com Arnoso, o rol de apoiantes de João Franco, por isso, quando em 1906 se formou um governo franquista, a propaganda favorável ao franquismo junto dos portugueses no Brasil foi algo natural. (...) Em 1908, na sequência da limpeza aos baluartes franquistas que se fez durante o governo de acalmação de D. Manuel II, Lampreia foi enviado para Haia onde, apesar dos vários manejos e esforços para regressar ao Rio, acabou por ficar até 1910. Com a implantação da república em Portugal, Lampreia abandonou a carreira diplomática e fixou-se com toda a família no Rio de Janeiro (...). Depois de uma passagem de breves anos por Lisboa, em inícios da década de 30, durante a qual conseguiu obter a reintegração na carreira diplomática, morreu no dia em que completava 80 anos, a 16 de Setembro 1943 (...)”.



 Este espólio foi também analisado pelo Dr. Eugénio de Andrea da Cunha e Freitas que na sua obra “O Conselheiro Camelo Lampreia, Diplomata. Um espólio valioso” destaca algumas das principais “informações de valor histórico” presentes neste espólio, como são, por exemplo as que encontramos relativas ao “Conflito entre a Inglaterra e o Brasil sobre a ilha da Trindade (...) negociada por Camelo Lampreia”, “Viagem d’El rei D. Carlos a Inglaterra (1904), “Viagem da Canhoeira pátria ao Brasil (1905) em agradecimento à colónia portuguesa que a oferecera depois do Ultimato” “projecto da viagem de D. Carlos ao Brasil (1908)”, entre outros.





​De acordo com o Dr. Eugénio Andrea da Cunha e Freitas neste espólio é possível encontrar correspondência de várias figuras da política e da cultura portuguesa e brasileira de então, como por exemplo: “D. Amélia e D. Maria Pia, reis D. Carlos e D. Manuel II, príncipe Real D. Luís Filipe, João Franco, Tomás Ribeiro, Eduardo Vilaça, Venceslau Lima, Condes de Arnoso, de Sabugosa, de Paço Vieira, de Tarouca, de Paraty, de Bertiandos, da Ribeira Grande, dos Marqueses de Castelo Melhor, do Faial, de Lavradio, dos Duques de Palmela, Condes de Arnoso (João e Vicente), Viscondes de Pindela, de Santo Tirso, Conselheiros Martins de Carvalho, Matoso dos Santos, Rodrigo Pequito, José Luciano de Castro, Júlio Vilhena, António de Azevedo Castelo Branco, António Cândido, João Arroio, Jacinto Câncido, Hintze Ribeiro, Ferreira do Amaral, Gomes Teixeira, Barros Gomes, Carlos du Bocage, Alberto de Oliveira, Júlio de Castilho, José Dias Ferreira, Emídio Navarro, José Maria de Alpoim, João de Azevedo Coutinho, Comandante António Pinto Basto, António Sérgio, Sousa Monteiro, Aquile Machado, Antero de Figueiredo, Agostinho de Campos, Carlos Malheiro dias, Óscar da Silva, Artur Napoleão, Viana da Mota, Rui Ulrich, Virgínia de Castro Almeida, Manuel da Silva Gaio, António Feijó, Columbano, Jorge Colaço, Luciano Cordeiro, Campos Henriques, D. António Barroso José Malhoa, Veloso Salgado, Teixeira Lopes, José de Azevedo Castelo Branco, Espírito Santo Lima, Ramalho Ortigão, Costa Mota, Sousa Lopes, Aníbal Soares, Tomás Costa, Visconde de Alte, Luís Teixeira de Sampaio. Dos Brasileiros, Afonso Pena, Campos Sales, Oliveira Lima, Rui Barbosa, Rio Branco, Machado de Assis, Max Fleuiss, Ouro Preto, Olavo Bilac, Coelho Neto, Conde de Adonso Celso, Joaquim Nabuco, Ramiz Galvão, Rodrigues Alves e tantos outros”. Para além destes nomes poderemos ainda encontrar correspondência e papel timbrado do “Paço das Necessidades”, do “Paço da Pena”, do “Gabinete do Presidente da República (Brasil)”, do Ministério da Guerra (Brasil)”, do “Real Theatro de S. Carlos”, da Revista “O Mundo Elegante” da “Academia Pernambucana de Letras”, dos joalheiros “Leitão & Irmão”, da Companhia “Pacific Line”, entre outras.

Espólio composto de documentação bastante rara e valiosa. Conjunto extremamente valioso pelo seu interesse para a história de Portugal e do Brasil.


Camilo Castelo Branco

 Camilo Castelo Branco é um escritor assíduo nestes catálogos e, aqui, vamos, encontra algumas das suas obras (embora de raridade variável). Destas destaca-se pela sua raridade:



8 – Castelo Branco, Camilo – O CALECHE. FOLHETIM ESCRIPTO PELO SNR. CAMILO CASTELO BRANCO, PUBLICADO NO NACIONAL DE 19 DE DEZEMBRO. Porto. Typ. de J. Lourenço de Sousa-. 1849. 15- I págs. 19.5cm. E. 1.200€

Rara e pequena brochura, aglutinação anunciada de dois artigos, ambos dos finais de 49: um, publicado em "A Nação", que pedia a demissão de Costa Cabral, Conde de Tomar desde 1845, “por dar uma comenda por um caleche”, e outro, folhetim de Camilo, "O último ano de um valido", continuação (ou sub-título) de "Fragmento de um drama do futuro", de "O Nacional".

A edição, e talvez a iniciativa, terá sido de Gonçalves Basto, amigo de Camilo, que era o proprietário do referido "O Nacional", acérrimo opositor do cabralismo, pelo que o dito jornal fora assaltado (Alexandre Cabral, Dicionário de Camilo Castelo Branco, p. 111-112)

Costa Cabral voltara do exílio no ano anterior e encontrara forte oposição em jornais, que tentou silenciar, e por muito variadas espécies, de entre as quais, para continuarmos na área camiliana, Costa Cabral em relevo, de D. João de Azevedo, “objurgatória fulminante“, disse Camilo, que também o viu “de vasto engenho e absoluta carência de juízo”, talento difuso que se exauriu na política, nas letras e na paixão amorosa.

Exemplar encadernado. Encadernação inteira de pele, não contemporânea. A encadernação foi feita em conjunto com cerca de 40 folhas em branco para dar consistência ao volume. Ligeiramente aparado. Miolo em bom estado de conservação. 

Ex-libris heráldico de Pedro Manuel Franco da Costa de Barros (Alvellos).

Pela sua curiosidade, visto ser uma obra que reflecte a vertente bibliófila e estudioso da literatura de Camilo, que não apenas o conhecido escritor, refiro:



9 – Castelo Branco, Camilo; Ferreira, José Maria d’ Andrade – CURSO DE LITTERATURA PORTUGUEZA. Lisboa. Livraria Editora de Matos Moreira e Comp. 1875-1876. 2 volumes. 380 págs; 354 págs. 20,2cm. E.  70€

Primeira e única edição desta obra de José Maria de Andrade Ferreira que conta com a colaboração de Camilo Castelo Branco no segundo volume (da inteira autoria de Camilo).

Exemplar encadernado. Dois volumes encadernados num tomo. Encadernação sólida com as lombadas e cantos em pele. Conserva as capas de brochura do primeiro volume.

O livro-antigo também está presente.

Para além do exemplar de BIBLIA SACRA IUXTA VULGATAM... citada acima pelo Francisco Brito, refiro este outro exemplar pela beleza do seu frontispício:



19 – Lavorio, Julio – DE IVBILEO ET INDVLGENTIIS TRACTATVS. Roma. ExTypographia Alexandri Zannetti. 1625 VIII -130 –  II - 424 – 132 – IIpágs. 22, 3cm. E.500€
Tratado de indulgências da autoria de Julio Lavorio (Julius Lavorius de Laurino), Protonotário Apostólico.

A folha de rosto da “Pars Prima” é uma bonita gravura, em que se vê um frontão clássico de pedra, encimado por dois anjos que atiram moedas, estando ao centro, ladeados por anjos, os dizeres editoriais. Ao lado estão representando “S. Lautrentius” e “S. Catharina”. No centro do frontão encontram-se armas eclesiásticas atribuíveis à família Barberini, neste caso ao Papa Urbano VIII.

Exemplar encadernado. Encadernação recente em pergaminho. Miolo em bom estado, com a excepção de um rasgão que afecta o texto nas págs. 86/87.  Maiúsculas de abertura dos capítulos decorativas. Papel sonante.
Não pude deixar de constatar, que apesar de ter sido editado tão recentemente, a maioria dos lotes já estarem RESERVADOS, o que bem atesta da escolha acertada feita pelo Francisco Brito.

Fica apenas o reparo de não apresentar os seus catálogos em pdf, pois seriam de mais fácil consulta agora, ou mesmo mais tarde. Aqui deixo a sugestão (embora saiba que é mais complexo e na maioria das vezes não o justifica)..

Graficamente a apresentação dos mesmos tem vindo a melhorar (e como sabemos o Francisco disponibiliza-se a enviar qualquer esclarecimento suplementar ou fotografias sempre que solicitados)

Resta-me apenas felicitar o livreiro-antiquário pelo excelente trabalho e esperar pela vossa leitura do catálogo (…e, já agora, não descurem a leitura dos próximos, pois que quando o fizerem “pode ser tarde para a compra do tal exemplar!”)

Saudações bibliófilas




Consultas sugeridas:

(1) Transferência da corte portuguesa para o Brasil – Wikipédia


(2) Simone Cristina Mendonça de SouzaPrimeiras impressões: romances publicados pela Impressão Régia do Rio de Janeiro (1808-1822)
(Tese apresentada ao Instituto de Estudos da Linguagem, da Universidade Estadual de Campinas para obtenção do título de Doutor em Teoria e História Literária. Orientadora: Profª. Dra. Márcia Azevedo de Abreu)

 (3) Celestino Sachet (UFSC)Obras publicadas pela Impressão Régia, entre 1808-1822, e revista de Portugal editada em Paris, esclarecem aspectos da literatura de Santa Catarina, em fins do século XVIII.

(4) Michele Marques Baptista – O primeiro livro escrito e impresso no Brasil (Blog do Sistema de Bibliotecas da UCS- 2 de Maio de 2011)