sexta-feira, 28 de abril de 2017

No 8º Aniversário da Tertúlia – Cartucho


Celebra-se hoje o oitavo aniversário do primeiro artigo publicado por mim neste espaço que foi baptizado de “Tertúlia Bibliófila”.



RÉGIO, José – A Chaga do Lado. Sátiras e epigramas. Portugália, Lisboa, 1954, In-8º gr. de 92-(2) págs. Encadernação luxuosa em pele com dizeres e florões a ouro na lombada e nas pastas. Conserva capas de brochura. Ostenta uma assinatura autógrafa. 1.ª edição. Invulgar.



Esta colectânea de poemas foi publicada pela primeira vez em Lisboa, em Setembro de 1954, pela Portugália Editora, quando José Régio era já considerado um dos maiores poetas da sua época.



Sobre o processo de formação do livro o autor, numa carta endereçada a Alberto Serpa, dirá: "creio que me está nascendo um novo livro de versos, – bastante prosaico e bruto – nos rápidos intervalos da Velha Casa e dos sonhos de teatro. Ser-me-ia bom financeiramente". Mais tarde, numa outra carta, Régio explicará: "Assim me vieram, incompletos, uns três ou quatro poemas, aos quais aludi numa carta em que te dizia julgar estar a nascer-me um novo livro. Entre essa carta e a que te escrevi falando-te já no propósito de publicação do livro (isto é: uma semana) o livro fez-se! Poderá ser pouco verosímil; mas é verdadeiro. Claro que se não fez o livro completo, organizado, definitivo: Fizeram-se, apenas, uns sete ou oito poemas que vieram pegados uns aos outros […] nem seriam sete ou oito poemas que dariam um livro. Simplesmente, existia um núcleo, um fulcro (o essencial do livro) em volta do qual reuniria, completando-os, alguns fragmentos deixados aí pelas gavetas além dum longo poema já antigo – Um poeta ainda canta – (...) e outros que haviam sido publicados em revistas, três dos sonetos novos da 3ª edição da Biografia etc."
©Colecção privada

Muito escrevi desde essa data procurando realçar a beleza do livro enquanto objecto de divulgação cultural e objecto de arte, claro que como bibliófilo, a vertente coleccionista teve um papel muito importante.

Por aqui se deixou notícia de vários eventos ligados ao livro (ou não seja o subtítulo do blogue “conversas em torno dos livros”!) – exposições, feiras, leilões ou simplesmente catálogos editados pelas várias livrarias que têm a gentileza de mos fazer chegar (tanto nacionais como estrangeiras).

A impressão, os impressores e editores têm igualmente aqui um lugar importante, pois é assim que nasce um livro!

A encadernação, que sempre me fascinou, tem também o seu espaço e sobre ela muitas notas aqui ficaram.



07292-L1. A LABAREDA. Revista mensal de Literatura e Arte. Directores: Narciso de Azevedo e Soares Lopes. Proprietarios: Armando Cruz, Narciso de Azevedo e Soares Lopes. Porto. (Typgraphia Costa Carregal). 1914. 2 números 17,5x26 cm. 32 págs. E.
350,00 €



Rara revista literária e artística com colaboração de Eugénio de Castro, Camilo Castelo Branco, António Patrício, Teixeira de Pascoaes, Afonso Duarte, Mário Beirão, Guilherme Braga, Fialho de Almeida, Conde de Monsaraz, Carlos Parreira e Teixeira de Carvalho.

Colaboração artística de excelência, com desenhos, impressos em folhas à parte, da autoria de António Carneiro, Domingos Sequeira, Vieira Portuense e Soares Lopes, este último autor das capas.
Refira-se ainda que foram publicadas cartas inéditas: de Eça de Queiroz a Maria, cartas de Camilo e de Manuel Laranjeira. Colecção completa.



Luxuosa encadernação em inteira de chagrin, com embutidos em pele na pasta da frente, reproduzindo a capa da brochura. Conserva as capas das brochuras embora as do primeiro número possuam restauro. Assinatura de posse e data na folha de rosto do primeiro número. No verso da última folha do número um, encontram-se desenhos a lápis.
©In-Libris

Obviamente que, não sou alheio sobre aquilo que os leitores mais apreciam, e as estatísticas servem para isso mesmo, mas tento deixar um certo cunho pessoal e pedagógico (nem sempre bem entendidos inicialmente), com apontamentos sobre movimentos/escolas literárias, particularidades de algumas edições, escritores menos conhecidos e divulgar sempre mais qualquer pormenor que não tenha ainda sido referido aqui.

Vem isto a propósito de que nem sempre o que escrevo corresponder às minhas preferências literárias ou posturas que defendo (que aliás são bem conhecidas, pois nunca as escondi), mas dar uma visão de outras perspectivas o mais imparcialmente possível, pois transmitir conhecimentos é isso mesmo… e se o tiver conseguido fico muito orgulhoso!



04488-L1. FERREIRA (Vergílio). — ESTRELA POLAR. Romance. Portugália Editora. [Lisboa. 1962]. 13x19 cm. 316-IV págs. B.
150,00 €



“Dois temas se cruzam neste novo livro de Vergílio Ferreira: o da verdade  e o da comunhão  humana. Pelo primeiro, este romance associa-se a Mudança; pelo segundo, continua Aparição.”

Edição original. Capa ilustrada por Câmara Leme.

Valorizado pela assinatura do autor. Por abrir.
©In-Libris

Apesar de os meus conhecimentos serem bastante limitados, estes têm-se enriquecido com o aprofundar do estudo necessário à escrita dos artigos, pelo contributo de algumas das vossas críticas e comentários, assim como pela colaboração solicitada por mim a alguns dos meus amigos, que se disponibilizam a esclarecer, com os seus conhecimentos mais profundos na matéria, o prazer de coleccionar, mas muito mais do que isso, o de estudar um livro (aqui considere-se o livro como objecto de arte no seu todo e não como uma das formas de impressão para leitura).



08815-L1. CORTEZ (Alfredo). — ZILDA. Peça em 4 actos. Porto. Companhia Portugueza Editora. 1921. 12,5x18 cm. 255-I págs. B.
85,00 €


Primeira edição muito cuidada, “(...) onde se dão, com o texto, os scenarios da Zilda, através as reproduções das maquettes, nas cores dos proprios originaes, tendo assim a honra de dar à estampa os trabalhos de artistas como as exmas. sras. D. Alice Rey Collaço, D. Milly Possoz e Jorge Barradas (...)”.



Capa “original de D. Alice Rey Collaço, que é, se nos permittem ter aqui opinião, uma obra d’arte”.

As ilustrações apresentam-se em folhas à parte.

De muito raro aparecimento no mercado.
©In-Libris

A leitura de um qualquer livro é o fundamental, mas uma vez esta terminada, no espírito do bibliófilo devem colocar-se sempre várias questões: qual a importância da edição que tem entre mãos, em que tipo de papel está impresso, que caracteres foram utilizados, que sabemos sobre o impressor ou o editor, se for ilustrado, qual o tipo de ilustrações, quem as desenhou e quem as imprimiu, quem desenhou a capa da brochura – muitas vezes pequenas obras de arte – e se estiver encadernado, em que estilo está e, se possível, identificar o encadernador (isto se esta não estiver assinada); deste modo se estabelece a principal diferença entre leitor, bibliómano e bibliófilo.



04654-L1. QUENTAL (Antero de). — CARTAS DE ANTHERO DE QUENTAL. Coimbra. Imprensa da Universidade. 1915. 16x24 cm. de 320-IVpágs. E.
100,00 €

“Ao Exmo. Sr. Candido Augusto Nazareth, de Coimbra, admirador e colleccionador da obra do meu illustre patrício Anthero de Quental é que devo hoje poder reproduzir em volume as cartas dispersas em jornaes e livros difficeis senão impossíveis de obter actualmente, prestando assim esta pequena homenagem de veneração ao meu infeliz patricio que tanto honrou as lettras patrias. (...)”.

PRIMEIRA EDIÇÃO. Encadernação com lombada e cantos em pele, conservando as capas da brochura. Apenas parado e carminado à cabeça. 
©In-Libris

Julgo ter deixado vários apontamentos que vos permitam responder às questões acima enunciados…se não o conseguirem fazer, então terei falhado nos meus intentos!

No entanto, o meu entusiasmo e empenho, que vai renascendo com o apoio que se manifesta pelas vossas leituras e consultas das muitas páginas que aqui vão ficando suspensas no mundo virtual e etéreo da Internet, mas acessíveis para todos, e em qualquer parte deste nosso pequeno mas belo planeta, dão-me coragem para continuar na mesma direcção – a divulgação do livro!

É para vós que este espaço existe pelo que só me resta agradecer todo o apoio e carinho que me têm transmitido…o meu muito obrigado a todos!


O Livro Antigo

Como hoje é dia de festa (pelo menos para mim é, pois comunicar convosco é sempre um grande prazer) trago-vos um exemplo bem ilustrativo daquilo que escrevi.


In-Libris

Da In-Libris | Rua do Carvalhido, 194 | 4250-101 Porto | Portugal recebi uma Newsletter: Conheça o acervo deHistória na estante da In-Libris, onde encontrei uma das obras mais curiosas editadas em Portugal – CARTUCHO.

(Aliás a maioria das imagens e descritivos deste artigo foram retiradas daqui, tentando ilustrar as ideias expressas no texto, pelo que apresento, mais uma vez, o meu agradecimento à In-Libris)



ALEXANDRE (António Franco) & PEREIRA (Helder Moura) & JORGE (João Miguel Fernandes) & MAGALHÃES (Joaquim Manuel). — CARTUCHO. Edição dos autores. Lisboa, 1976, 10x10x9 cm. 21ff. (Indisponível)



Edição muito restrita desta original obra, de manufactura artesanal composta por  20 poemas “amarrotados”, cinco de cada um dos autores, inseridos num cartucho de papel.

(...) O meu pai deu-nos os cartuchos, o cordel e os chumbos que os fechavam. Lá dentro ficaram poemas bem amarrotados. Mandámos imprimir um rótulo com os nossos nomes na tipografia «Proletariado Vermelho», que ficava no meu bairro. Não esquecer que corriam os gloriosos dias de 76! De resto, quando eu e o Joaquim vínhamos da Consolação com a mala do carro cheia de cartuchos acabados de fazer, fomos interceptados por uma operação stop das vigilâncias populares, à entrada da Calçada de Carriche. Ao mandarem abrir a mala do carro e ao verem os cartuchos perguntaram: — «O que é isto?» O Joaquim respondeu-lhes: — «São livros!» Como se de rosas se tratasse! Acharam coisa acertada para a revolução em curso. (Seria este o motivo para o seu poema «28 de Setembro» de Os dias, pequenos charcos) (...)”. — retirado de  Obra Poética, 3.º Volume — Meridional, Vinte e Nove Poemas, Direito de Mentir  de João Miguel Fernandes Jorge.



Não sendo o que normalmente  se designa por livro, este objecto ficou conhecido pela atribuição, dada na altura pela poetisa Fiama Hasse Pais Brandão, – de  “aquilo”.

João Barrento, na Revista Semear 4, no seu artigo Um quarto de século na Poesia Portuguesa, diz o seguinte: “(...) Com a apresentação — de “publicação” dificilmente se poderá falar neste caso — do Cartucho (1976), uma colecção de poemas soltos de quatro poetas (Joaquim Manuel Magalhães, João Miguel Fernandes Jorge, António Franco Alexandre e Helder Moura Pereira) empacotados num cartucho de mercearia e assim vendidos, estamos perante um gesto provocatório e dum desafio — no espírito da “Pop” americana ou da chamada “poesia de consumo” —, e assistimos ao fim da tradição de grupos e das profissões de fé programáticas. 



Os anos sessenta tinham estado ainda totalmente subordinados ao espírito dos Modernismos e das vanguardas históricas. Com este gesto radical (que, na sua espectacularidade neo-dadaísta, é ainda um programa, talvez o último, depois formulado com ira e nostalgia, agora entre as capas de um livro, por Joaquim M. Magalhães no poema de abertura de Os Dias Pequenos Charcos, em 1981), com esse gesto abre-se, em meados da década de setenta, uma nova fase que já se poderia considerar pós-moderna, pelo seu lado lúdico, provocatório e descomplexado (lembremos que o pós-moderno já vem sendo teorizado no Estados Unidos por Leslie Fiedler desde finais da década anterior, e que precisamente esta “geração do Cartucho” tem uma forte ligação ao mundo e à poesia anglo-americanos, nomeadamente à cena Pop). Num certo sentido, os quatro autores do Cartucho já eram então quatro vozes difenciadas, já tinham publicado separadamente e enveredaram depois por caminhos que não se podem dizer coincidentes. 



Esta nova orientação da poesia portuguesa, que se anuncia em simultâneo com a Revolução (“uma pirueta sobre o real demoníaco”, na visão de Vasco Graça Moura em 1976), mas sem com ela ter a ver directamente, é visível também na obra de outros autores que por esses anos ganham maior projecção, com destaque para Nuno Júdice e Vasco Graça Moura. Trata-se de dois poetas cuja obra ficcionaliza progressivamente o espaço lírico, rompe (tal como os poetas do Cartucho) com os registos emocionais e ideológicos e com o pathos lírico anteriores, cultiva uma abertura consciente a novas dicções poéticas e uma ironia por vezes dissolvente em relação a formas e discursos antes sacralizados, com o(s) do próprio Fernando Pessoa, para Vasco Graça Moura, ou, para Nuno Júdice, nas muitas “Poéticas” que enchem os seus livros, a linguagem hierática de sessenta, que um poeta sem escola, mas muito influente, como Ruy Belo, ainda definia nos seguintes termos: “poesia é complicação, é doença da linguagem, é desvio da sua principal função, que será comunicar. Só o poeta fica na linguagem, os outros passam por ela, servem-se dela...” (“Da espontaneidade em poesia”). 



Com os novos poetas inventa-se um novo discursivismo e uma nova retórica que levam, ou à encenação fictícia, no poema, das experiências mais pessoais e mais quotidianas (em Nuno Júdice, Diogo Pires Aurélio), ou ainda, com recurso a um largo espectro de linguagem das formas e de formas de linguagem, ao cruzamento dos grandes temas da tradição ocidental (o tempo e a morte, o amor e a arte) com o registo, em parlando, da circunstancialidade mais comezinha e dos interstícios de uma realidade “demoníaca” intensamente vivida, no caso de Vasco Graça Moura (com David Mourão-Ferreira, ele será o grande poeta doctus de uma época e de uma poesia que, com excepção de João Miguel Fernandes Jorge, irá cada vez mais perdendo as ligações à tradição cultural, para as recuperar hoje), um poeta de grande virtuosismo que assimila heranças que vão de Camões e Cesário Verde a Jorge de Sena, Vitorino Nemésio e Alexandre O’Neill. (...)”.

Aliás este mesmo espécime bibliófilo já tinha sido referido aqui aquando do Leilão da Livraria «Otium Cum Dignitate» a 21 de Novembro de 2009 e que determinou o reparo de um leitor – Edgar Pereira Reis em 17 de Março de 2017 autor do livro: Portugal, poetas do fim do milênio, Rio de Janeiro: Sette Letras, 1999, onde este faz referência a esta obra nas pp.34-39.


 REIS, Edgar Pereira – Portugal, poetas do fim do milênio

Livro que pode ser acedido aqui e do qual recomendo a leitura, pelo menos em suporte virtual.


Ecléctica – Livraria Alfarrabista

E já que se fala na Otium Cum Dignitate refira-se que o Nuno Gonçalves está agora  integrado na livraria da família – Ecléctica – Livraria Alfarrabista | Calçada do Combro, 50 | 1200-115 Lisboa | Portugal  – onde é o responsável pela realização dos catálogos e lançou recentemente o Catálogo XVI.


Catálogo XVI

Sobre este o Nuno Gonçalves escreveu:

“Está disponível para consulta e download o novo catálogo com uma selecção de livros disponíveis para venda na Livraria Ecléctica. De entre as peças apresentadas destacam-se obras como a obra de Nicolau Godinho De Abassinorum Rebus [...], de 1615, primeira edição raríssima de uma das mais importantes descrições daquele reino (lote 124); a revista Graal dirigida por Manuel Couto Viana (lote 129); um muitíssimo curioso relatório publicado em Paris sobre a produção de café ilustrado com dois mapas desdobráveis (lote 144); uma colecção completa do Ciclo Port Wine de Alves Redol (lote 249); ou um bonito exemplar de um dos livros mais importantes publicados no final do século XVII sobre botânica intitulado Élémens de Botanique ou M´ethode pour Connoitre les Plates de Pitton de Tournefort, ilustrado com quase 5 centenas de gravuras (lote 306) ”.


Cólofon – livros antigos edições

E, antes de terminar, já que estamos em maré de poesia, de referir que o bom amigo Francisco Brito da Cólofon  livros antigos edições | Largo Condessa do Juncal, nº 57 |4800-159 Guimarães | Portugal editou um catálogo on-lineÚltimas Novidades de Abril de 2017 - Literatura, poesia, curiosidades de que destaco estes dois volumes de poesia:



1265 - Alegre, Manuel – UM BARCO PARA ITACA. Águeda. Edição de autor. 1971. 62 págs. 16,6 cm. B.

 Primeira edição desta obra de Manuel Alegre, que se tinha estreado como autor anos antes com “O Canto e as Armas”.

Exemplar em bom estado de conservação.

VENDIDO.



294 - Junqueiro, Guerra – O SÉCULO. I. BAPTISMO DE AMOR. Porto. Livraria Cruz Coutinho. 1885. 23.5cm. B.

De 1868 é a primeira edição deste trabalho de Junqueiro, a última das suas produções de juventude depois de Duas páginas dos quatorze anos, 1864 e Mysticae nuptiae, reproduzida com alterações em Vozes sem eco, 1866-67 – raríssimas todas.

No prefácio, encorajante, “no verdor da vida e sem experiência de grandes dores”, Camilo atesta-lhe “duplo talento”, o de sentir e exprimir.

A obrinha traduz a ânsia, dolorosa, do divino, do eterno, uma das vertentes de Junqueiro, pela oratória, em prosa ou verso - a par da atitude política e social, que foi o Junqueiro polemista e panfletário. Aqui – no Baptismo de amor – é a regeneração pela Fé, mas o final é bem diferente n’ A morte de D. João, que publicará em 1874, já em outro período da sua evolução literária, brado de indignação contra o vício, que acaba em aviltosa agonia.

Segunda edição. Prefácio de Camilo Castelo Branco.

Exemplar brochado. Com alguns defeitos nas capas de brochura. Miolo em bom estado. 

Preço: 60 euros.



E assim acabam os “festejos” deste ano, foi com muita alegria que partilhei este momento convosco, espero que nos encontremos todos de novo no próximo ano!

Saudações bibliófilas e boas leituras.

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