sexta-feira, 27 de junho de 2014

A Madame Rattazzi e Camilo Castelo Branco



Marie Solms retrato de André Adolphe Eugène Disdéri

“Depois de estudar os portugueses e as portuguesas com frequentes visitas celebradas por “menus” económicos e risos de ironia larga, a Sra. Rattazzi concebeu das suas impressões viris e másculas um livro que deu à luz em Janeiro, e denominou Portugal à vol d'oiseau. Portugais et portugaises.

Eu, criado no velho noticiário, tendo de anunciar o produto d'uma dama dado à luz, antes quisera, em vez d'um livro bom, anunciar um menino robusto. Acho muito mais simpática a feminilidade das mães pálidas, com olheiras, emaciadas, que aconchegam dos seios exuberantes a criancinha rosada, recém-nascida. Não me comove nem alvoroça o espetáculo d'uma autora que seremira e envaidece na brochura que deu à luz, obra entre cinco e sete tostões- 740 reis com estampilha. Por isso, antes quero noticiar um menino robusto que um “oitavo” compacto.”A Senhora RattazziCamilo Castelo Branco.


Retrato de Camilo Castelo-Branco. CDV, albumina, fotógrafo Horacio Aranha.
©Colecção Ângela Camila Castelo-Branco e António Faria

Na temática Portugal visto pelos Estrangeiros, o livro Le Portugal à vol d'oiseau (1879), de Madame Rattazzi (1831-1902), tem um lugar à parte, sobretudo, pela polémica que provocou, na época.


Fotografia inserida em La Revue Universelle, Ano de 1902, N°58, p.162

Mas afinal quem foi esta Madame Rattazzi?

Pergunta que se nos coloca muitas vezes quando deparamos com livros sobre uma determinada personalidade escritos por um dos nossos autores de eleição (e Camilo é para mim um escritor de eleição!).

Tal pode suceder quando visitamos uma livraria, quando consultamos um catálogo (aqui menos frequentemente, pois que um bom livreiro esclarece sempre, no descritivo, quem é o visado) ou mais usualmente quando vamos fazer uma “limpeza” e arrumar os nossos livros.


…fazer uma “limpeza” e arrumar os nossos livros

Marie-Lætitia Bonaparte-Wyse, conhecida por Marie de Solms nasceu em Waterford (Irlanda) a 25 de Abril de 1831 e faleceu em Paris a 6 de Fevereiro de 1902 (com 70 anos), foi uma mulher das letras: poetisa, fundadora de vários periódicos, jornalista sob pseudónimos tais como  “Le baron de Stock” ou “Bernard Camille”. É também conhecida como "La Muse des Alpes".

Era filha da princesa Laetitia Bonaparte (1804-1871), irmã de Lucien Napoleão Bonaparte-Wyse promotor do canal Panama. Apesar de a sua mãe ser casada com o político irlandês Sir Thomas Wyse, eles separam-se anos antes pelo que o seu pai era um oficial do exército britânico, o Capitão Studholm John Hodgson. Ela é a sobrinha-neta de Napoleão I (1) e a neta de Lucien Bonaparte e Alexandrina de Bleschamp. O poeta irlandês William Charles Bonaparte-Wyse era seu meio-irmão.


Napoléon Bonaparte, Primeiro Consul,
de Jean Auguste Dominique Ingres

Em Dezembro de 1848, casou-se por um capricho para resistir a sua mãe, com o conde Frédéric Joseph de Solms (1815-1863) se Estraburgo, mas que a deixou pouci depois para ir para a América. Marie, conhecida como "Princesse de Solms", continua a viver com a sua mãe.

Em 1850, jovem e esbelta, ela sonha com poesia e mantem, em Paris, um salão frequentado por Victor Hugo, Gérard de Nerval, François Ponsard, Sainte-Beuve, Alexandre Dumas, George Sand e Eugène Sue.

                                            
Napoléon III, empereur, par Nadar (atelier).
Archives Photographiques
(Médiathèque de l'Architecture et du Patrimoine) © CNM

Apesar de pertencer à família de Napoleão III (2) é proibida de ficar em Paris pela sua polícia, após o golpe de estado de 1851, por suspeita de conspiração e espionagem e partiu para o exílio na Sabóia, em Aix-les-Bains, território então da Sardenha.


La Savoie à vol d’oiseau : Chambéry / Dessiné et lith. par A. Jenniot.
Chambéry : N. Baudet, XIXe siècle
©Le Ramoneur, la Marmotte et la Montagne.

O espírito rebelde da jovem condessa de Solms, as suas ideias liberais e os seus hábitos demasiadso livres incomodavam o novo imperador. Coloca toda a sua energia e consegue organizar um salão literário na sua residência de Solms, onde irá viver entre 1853 e 1863.
               
Entre 1853 e 1857, ele mantém uma relação estreita e escandalosa com Eugène Sue (3), 28 anos mais velha, que muitas vezes a vem visitar desde o seu exílio em Annecy-le-Vieux.


Eugene Sue – Antique Print Antique Steel Engraving published Brain & Payne,
London 1844-7 for “Payne's Universum or Pictorial World” Edited by Charles Edwards.
Most plates engraved by Payne.
©albion-prints.com

 Em 1854, manda construir o primeiro verdadeiro teatro de Aix-les-Bains, neste teatro de que ela é a diretora e animadora, leva à cena as peças de Marivaux, Alfred de Musset, Alexandre Dumas, François Ponsard, Octave Feuillet e posteriormente comédias de sua autoria. Receberá a visita do famoso violinista Van der Heyden e de Feydeau em 1859.


Portrait de Marie de Solms en frontispice de : Les Matinées d'Aix-les-Bains.
Revue littéraire et artistique par Marie de Solms.
Seconde année / auteur, co-auteur, collaborateur, Marie-Letizia Bonaparte Wyse.
A Chambery : chez MM. Perrin et Lajoue, 1859. (Bibliothèque municipale de Chambéry)
©Le Ramoneur, la Marmotte et la Montagne.

O seu inegável talento leva-a a criar, em 1858, uma revista literária e artística "Les Matinées d'Aix-les-Bains" seguida em 1863 pelo "journal du Chalet", áqui comenta a vida literária francesa e as actividades da temporada. Directora, editora-chefe, ela rodeia-se de grandes nomes da literatura de então como Victor Hugo, Alexandre Dumas, Ponsart, Arsène Houssaye, Sainte-Beuve (4) entre outros.


Charles Augustin Sainte-Beuve

Escreve a crónica mensal, onde dá as suas notas de viagem, para além de traduções e estudos literários. A revista chegaria a ter quase 3500 assinantes em 1860.

Gravure extraite de : Les Matinées d’Aix-les-Bains, revue artistique et littéraire / par Marie de Solms, 1860.
Dans le cadre romantique du lac du Bourget, sur la gravure, à gauche Marie de Solms, au centre Ponsard. (Bibliothèque municipale de Chambéry)
©Le Ramoneur, la Marmotte et la Montagne.

Em 1861 termina o seu exílio, ela regressa a Paris. Graças a Sainte-Beuve, ela torna-se colaboradora do Constitutionnel onde os seus folhetins e crónicas aparecem assinados pelo pseudónimo de 'Barão Stock' , que são rapidamente censurados pela redacção do próprio jornal.

Ela desvenda, em tom de sátira, alguns segredos e actividades das personalidades do seu relacionamento; uma prática que lhe custou muitos processos por difamação e a alcunha de "Princesse Brouhaha ".

Casou-se de novo em 3 de Fevereiro de 1863 em Turim com Urbano Rattazzi (5), primeiro-ministro do Reino da Itália, 15 dias depois do funeral de seu primeiro marido e passa a residir em Turim, voltando regularmente a Aix-les-Bains nas suas férias.


Urbano Rattazzi

Aqui, ela fundou Les Matinées italiennes (6), revista artística e literaria, que é praticamente uma sequência de Matinées d'Aix-les-Bains, interrompido em 1861.

O conteúdo de seu novo jornal, com uma maior abertura para a Europa, é mais variado: aborda questões de política, economia e ciência. Os seus colaboradores são franceses – Sainte-Beuve, Jules Claretie, Alexandre Dumas, Anaïs Samuels – mas também italianos como Petruccelli della Gattina, historiador e romancista.

Inaugurada em 1868, a revista cessou a sua publicação em 1873, no ano da morte de seu segundo marido.


Les Matinées italiennes

Viúva pela segunda vez volta a Paris. Em 1873, casou-se em terceiras núpcias com Don Luis de Rute y Ginez (1844-1889), sub-secretário de estado adjunto e prefeito de Cortes (Navarra) em Espanha, que morreu em 1889.

Retoma a sua actividade no jornalismo: participa simultaneamente na Neue Freie Press de Viena e inaugura, em 1883, Les Matinées Espagnoles (7) que, a partir de 1887 passará a ter o subtítulo de Nouvelle Revue Internationale Européenne. Emitido quinzenalmente, este periódico generalista dirige-se a um público culto a quem ela oferece artigos políticos, económicos e literários.


Les Matinées Espanoles

Os signatários dos artigos são espanhóis como o político Emilio Castelar, a romancista Emilia Pardo Bazan, portugueses como o poeta Joaquim de Araujo e a romancista Guiomar Torrezão (8) ou italianos como a poetisa Mme Pierantoni Mancini.


Guiomar Torrezão

Como sua directora, a actual Mme de Rute y Ginez pelo seu último casamento, assegura o folhetim da revista, divulga os salões artisticos e os acontecimentos mundanos sob o pseudónimo de " Vicomte de Tresserve". A revista durará até à morte da sua animadora em 1902.

Vendeu o “chalet” de Solms em 1894, a Marius Sammarcelli, proprietário do casino da Villa des Fleurs d'Aix-les-Bains.

Morreu em Paris em 1902.

Quis ser enterrada em Aix-les-Bains, cidade que a tinha acolhido muito bem durtante o seu exílio. Repousa ao lado de sua filha falecida com 6 anos, nesta cidade da Sabóia, aquando de um terrível acidente.

Ela teve um filho, Alexis de Solms (1852-1927), filho de seu amante, o Conde Alexis de Pommereu; uma filha, Romana Rattazzi (1871-1943), do seu segundo marido; e duas filhas adoptadas: Teresa de Rute (1883 – 89) e Dolores de Rute (1885-88), com seu terceiro marido.

Esta figura parisiense fora do comum pela sua carreira e personalidade inspirou muitos romancistas como Catulle Mendès, na La Maison de la vieille (1894), onde a retrata como Carla-Lola Hess Cadour; foi também a Baronesa Dinati do Prince Zilah (1884) de Jules Claretie e a princesa Badajoz da Madame Meuriot (1890) de Paul Alexis.

Foi para esta mulher de excepcção, que se rodeou de uma atmosfera de elegância, luxo, arte e espírito, que Théodore de Banville escreveu estes versos.

" L'avenir dont la gloire est la sainte nourrice
Vous verra resplendir, ignorante du mal,
O sublime inspirée, ô grande inspiratrice
Comme une Béatrice dans un ciel idéal"


Mas deu-se uma sumula biografica de Marie-Lætitia Bonaparte-Wyse, conhecida por Marie de Solms e, e entre nós principalmente por Madame Rattazzi, mas ainda não se falou da polémica que o seu livro Le Portugal à Vol d’Oiseau: Portugais et Portugaises desencadearia.


Princeza Rattazi. Litografia Colorida
de Rafael Bordalo Pinheiro

A escritora esteve em Portugal em 1876 e em 1879, onde conviveu com muitas figuras da política e da cultura. Da memória dessas estadias, acrescentadas de alguns factos pitorescos, pequenas fantasias e algumas inverdades, acabou por fazer um livro, em dois volumes sob forma epistolar, que foi publicado em França.



RATTAZZI (Madame – Le Portugal à Vol d’Oiseau. Nouvelle édition. [Entièrement revue et corrigée]. A. Degorce-Cadot, Éditeur. S/d [1879]. De 18x12 cm. Com xix-386 pags. Encadernação (meia-amador) com lombada e cantos em pele. Inocêncio XVIII, 154:



QUESTÃO RATTAZZI. - Esteve por differentes vezes em Portugal uma dama estrangeira, de origem italiana ou ingleza, que se apresentou com o título de princeza Rattazzi, dizendo se aparentada com a familia imperial Bonaparte, o que, aliás, segundo consta de informações notorias, as auctoridades francezas não permittiam officialmente. Algumas folhas francezas, hespanholas e italianas tinham falado d'ella a proposito de seus escriptos dados ao prelo, dos seus consorcios e de varios incidentes da sua vida aventurosa. Da ultima vez que se demorou em Lisboa, por 1879, lembrou se ella de escrever um livro de viagem acerca de Portugal: mas, ou por falta de estudo, ou por leviandade, acreditando em esclarecimentos ministrados por pessoas de sua intimidade e de acanhada consciencia quanto aos factos que inculcaram, o certo e que fizeram cair Maria Rattazi em dislates e erros gravissimos, como lhe foi demonstrado. O seu livro, pois, deu margem larga e extensa á publicacão de outras obras de refutação aspera, em que a auctora, apesar do sexo, da idade, do nome aristocratico e da fama de que se fazia cercar, e em que desejava escudár se, padecem duros ataques, sendo os mais vivos, mordazes e acerados os que lhe vibraram sem piedade Camillo Castello Branco e Urbano de Castro, que assignava os seus escriptos sob o pseudonymo Chá Ri Vá Ri. [etc]?
©Livraria Castro e Silva (http://www.castroesilva.com/store/index.asp)


Logo em 1881 foi o seu texto publicado em Portugal, com o título Portugal de Relance, mas ainda em 1880, Antero de Quental já se referira ao texto publicado em França, em carta para João Lobo de Moura nestes termos: “A Rattazzi, que passou dois Invernos a desfrutar os literatos de Lisboa, publicou agora um livro sobre Portugal, delicioso. Imagine uma parisiense descrevendo ao vivo, estes mirmidões. Não se fala noutra coisa e está tudo furioso”.


Antero de Quental

Com efeito, a sua publicação entre nós, provocou algum desconforto, no meio intelectual da época, pelo retrato que ela fez do país e dos portugueses.
Pelos excertos que se seguem, será fácil ajuizar-se da razão desta polémica:

"A mais activa occupação da realeza em Portugal é a instituição dos títulos." (I, pg. 12) "Exceptuando a Belgica, Portugal tem sobre todos os paízes catholicos a primazia do carrilhão." (I, pg. 28) "O portuguez é hispanophogo, e se de tempos a tempos não trinca, sob a fórma de costelleta, o hespanhol que lhe cahe nas unhas, é simplesmente por timidez, e não porque lhe escasseie o appetite." (I, pg. 69) "Os usos e costumes theatraes em Portugal estão ainda em estado primitivo." (I, pg. 106) "As casas em Lisboa, como em todo o resto de Portugal, são habitadas, principalmente, de verão por um enxame de baratas (...) Disseram-me que todos acabavam por habituar-se." (II, pg. 19).



RATTAZZI, Maria – PORTUGAL DE RELANCE. Traducção Portugueza (auctorisada pela auctora). Volume I [e Volume II]. Lisboa, Livraria Zeferino-Editora, 1881. 2 vol. in-8º (20cm) de [6], LXXVI, 193 p. e [4], 214 p. ; E. num único tomo.
1ª edição portuguesa.
Inclui a dedicatória e o novo prefácio da edição portuguesa.



“Uma curiosa perspectiva do Portugal do final do século XIX, apresentada pela pena de Maria Rattazzi (1813-1883), resultado da sua permanência e viagens pelo país. Uma obra que aquando da sua publicação foi responsável por uma verdadeira tempestade em Portugal, na qual se envolveram, entre outros, Camilo Castelo Branco, Antero de Quental e Ramalho Ortigão.”
“Em 1879, há portanto 133 anos, a editora Dgorcet-Cadot de Paris publicou um livro da autoria da Princesse Ratazzi com o título Le Portugal à vol d’oiseau e o subtítulo Portugais et Portugaises. Maria Rattazzi, cujo nome de família era Maria Letizia Studolmire Wyse nasceu na Irlanda e era sobrinha-neta de Napoleão. Durante algum tempo adoptou o apelido do segundo marido, Urbano Rattazzi. Esteve em Portugal em 1876 e em 1879, onde conviveu com muitas figuras da política e da cultura. Logo em 1881 foi o seu texto publicado em Portugal, com o título Portugal de Relance, mas ainda em 1880, Antero se referiu ao texto publicado em França, em carta para João Lobo de Moura: “A Rattazzi, que passou dois Invernos a desfrutar os literatos de Lisboa, publicou agora um livro sobre Portugal, delicioso. Imagine uma parisiense descrevendo ao vivo, estes mirmidões. Não se fala noutra coisa e está tudo furioso”.
Trata-se de um magnífico retrato de Portugal e, em especial, da Lisboa deste tempo.”



“De todos os livros e relatos que se escreveram sobre o nosso país, o texto de Maria Rattazzi - Portugal de Relance - é o principal candidato ao estatuto de mais polémico. "Prémio" a que não será alheio o tom, a displicência, o à-vontade e a irreverência com que a princesa tratou um tema tão caro aos portugueses, a sua própria pátria. Não é que o volume fosse apenas pródigo em falsidades - como o próprio título original parecia indiciar, um vol d'oiseau sobre Portugal - mas o que lá estava impresso provocou uma verdadeira fogueira de vaidades, com repercussão raramente vista no nosso meio cultural. A reacção negativa com que foi recebida a prosa da visitante ultrapassou em muito a habitual hospitalidade que é costume verificar-se no confronto com os regulares contributos dos estrangeiros que nos visitam. Neste caso, não existiram opiniões favoráveis, nem defensores para uma dama cujo comportamento era tido como bem leviano.”
Encadernação meia-francesa com ferros a ouro na lombada. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Apresenta manchas de humidade nas páginas do 1º vol., algumas delas alvo de restauro, sem no entanto afectarem o texto.
Raro na sua edição original, e muito procurado.
Com interesse olisiponense e camiliano.

Mas, mais grave, terão sido acusações deste tipo (que iam frontalmente contra os nossos “brandos costumes” e “jogadas de interesses politico-económicos dos bastidores “ … pena que ainda não tenham desaparecido definitivamente):

“Há em Lisboa uma Bolsa. (…) A Bolsa está situada na Praça do Comércio, numa das extremidades, à beira do Tejo. Se o que perdeu a fortuna tiver desejos de se deitar a afogar, não precisa ir longe. (…) Da Bolsa aos bancos, o caminho não é longo. Porque, se os bancos não fazem parte da mesma família de negócios clandestinos ou públicos, têm pelo menos suas afinidades. É talvez por este parentesco que há tão grande quantidade de bancos em Portugal. (…) Poder-se-ia crer que o comércio de Lisboa e de Portugal, aproveitando-se de tantos bancos, encontraria neles um pouco de crédito. Profundo erro! Os negócios, em lugar de prosperar, vão de mal a pior, especialmente para o pequeno comércio.
Por fim do ano de 1878, e por espírito de imitação, o Banco Ultramarino expiou, como o Banco de Bruxelas, as leviandades de uma péssima administração e o abuso de um guarda-livros, de um exército de empregados e de directores que meteram a mão nas algibeiras… dos outros, postas sob a sua salvaguarda. No dia imediato ao do desastre, o tesouro público punha à disposição do Banco Ultramarino a soma de dois milhões de francos, o dobro do desvio de fundos. Aqui temos guarda-livros, tesoureiros, empregados e directores que vão ao banco dos réus responder perante a justiça – se a justiça intervier no caso – por factos que lhes imputam, e o governo corre em auxílio do cofre despojado! Porquê?... Por que razão?... Como é que os dinheiros do Estado têm que ver com uma sociedade constituída por accionistas, de entre os quais alguns grandes e minúsculos empregados são uns gatunos? E com que direito aqueles que administram os dinheiros públicos, aos quais as Cortes consignaram destino especial, podem aplicá-los em socorrer um banco em falência?... Questões importantes em toda a parte, mas que seriam aqui impertinentes”.

Desta reacção indignada de alguns intelectuais portugueses, destacaram-se Antero de Quental e, sobretudo, Camilo Castelo Branco, que acabou por escrever um pequeno livro de desafronta:




CASTELO BRANCO (Camilo). - A SENHORA RATTAZZI. - Porto: Livraria Internacional de Ernesto Chardron, 1880. - 30-[2] págs.

Encadernação inteira em tela verde-escura com dizeres gravados a dourado na pasta anterior. Conserva as capas de brochura.





Primeira edição deste folheto da denominada Questão Rattazzi, uma das muitas polémicas em que Camilo se envolveu a propósito de um livro escrito pela Princesa Rattazzi sobre Portugal chamado Le Portugal à Vol de l'Oiseau.





Segui-se uma segunda edição de que se dá também registo:



2061. CASTELO BRANCO (CAMILO) - A SENHORA RATTAZZI. Nova edição mais incorrecta e augmentada. Livraria Internacional de Ernesto Chardron, Editor. Porto e Braga. 1880. In-8º de X-38 págs. Br.
Com um "Preambulo à Nova Edição" da autoria de Camilo.
Trata-se da invulgar segunda edição, saída ainda no mesmo ano que a primeira, 1880, e muito procurada porque aumentada.
Exemplar em brochura ainda por abrir e em muito bom estado de conservação, não obstante a capa estar falha de um ínfimo pedaço de papel no canto inferior direito.
 ©Candelabro – Livraria Alfarrabista (http://www.livrariacandelabro.com/catalogo.html)


Para um melhor entendimento da Questão Rattazzi deixo aqui a bibliografia contida em: CARVALHO, Miguel de – Descrição Bibliográfica Camiliana de uma importante e valiosa colecção de bibliogfrafia activa e passiva de Camillo Castello Branco. In-4º de 141-(1) págs. Brochado.



EXEMPLAR DA EDIÇÃO ESPECIAL limitada a 40 EXEMPLARES, numerados e rubricados pelo autor. Impressão em papel de qualidade superior, com os cadernos por abrir e cosidos manualmente. Ricamente ilustrado com reproduções de frontispícios e encadernações. Apresenta também reproduções fieis de diversas páginas das 3 primeiras edições do livro Caleche para distinção editorial.

CASTRO (Urbano) – A PRINCESA NA BERLINDA. Rattazzi a Vol d’Oiseau com a biographia de sua alteza. Typographia Portugueza. Lisboa. 1880. In-8º de 31 págs. E.

Primeira edição com referências a Camilo e sua obra nas páginas 15 e 16. Nítida impressão sobre papel muito branco.
CONSERVA CAPAS DE BROCHURA. Encadernação modesta em sintético com dizeres dourados na pasta anterior. Invulgar.

KARR (Alphonse) – QUESTÃO RATTAZZI. Historia d’uma princezinha por … Versão de F. Ferraz. Typographia de António José da Silva Teixeira. Porto. 1880. In.8º de 32 págs. B.

Nítida impressão sobre papel de boa qualidade. Conservado em brochura com as capas lilás. Invulgar.

MITAINE (Prince Croque) – MADAME RATTAZZI ET SON SECRÉTAIRE EN PORTUGAL. Voyage en zig.zag au pays des Turlupinades. Imprimerie de la Maison d’Angleterre. Lisbonne. 1880. In-8º de 61 págs. C.
Muito apreciado e invulgar folheto. Conserva-se sem capas e protegido por uma cartolina.

Desta obra fica o registo do exemplar do arquivo digital da BNP:




MITAINE, Croque – Madame Rattazzi et son secrétaire en Portugal : voyage en zig-zag au pays des Turlupinades / Prince Croque Mitaine. - Lisbonne: Imprimerie de la Maison d’Angleterre, 1880. - 61 p. ; 19 cm

RAMALHO (Monteiro) – AS RATICES DA RATTAZZI. O Pello Nacional. Typ. do Jornal da Manhã. Porto. 1880. In-8º de 20 págs. E.

Apreciado folheto. Bom exemplar, bem encadernado à meia inglesa em pele castanha com dourados sobre rótulo de pele vermelha na lombada. CONSERVA CAPAS DE BROCHURA, muito bonitas com os dizeres do frontispício enquadrados numa moldura de composição tipográfica. Invulgar.



10667. RAMALHO, Monteiro – AS RATICES DA RATTAZZI. Typ. do Jornal da Manhã, Porto, 1880. In-8º de 20 págs. Br.

Apreciado folheto. Bonitas capas de brochura com os dizeres do frontispício enquadrados numa moldura de composição tipográfica. Invulgar.

©Livraria Alfarrabista Miguel de Carvalho (http://www.livro-antigo.com/site/index.php)

RATTAZZI (Madame) – LETTRE À M. CAMILLO CASTELLO BRANCO (avec traduction en portugais). Imprensa Democratica. Lisboa. 1880. In-8º de 32 págs. B.

Opúsculo bilingue bastante raro e apreciado. Segundo Inocêncio (t. XVIII, p. 144) “… É um folheto em que figura de auctora uma Anastasie Coquenard, que escreve de Paris para censurar o modo como o sr. Camillo Castello Branco verberou o livro de Rattazzi …”.
CONSERVA AS CAPAS DE BROCHURA, embora a anterior esteja solta.

Veja-se este exemplar:



4336. RATTAZZI (MADAME) - LETTRE Á M. CAMILLO CASTELLO BRANCO (Avec traduction en portugais). Lisboa. Imprensa Democratica. 1880. In-8º peq. de 32 págs. Br.

Opúsculo com interesse para a famosa polémica suscitada pela obra "Le Portugal à vol d'oiseau".
Trata-se da "resposta" de Madame Ratazzi, em texto bilingue, aos ataques de Camilo à obra referida.
“ (...) Não se esqueça tambem de que, por mais leve que seja o pé com que um escriptor se adiante no caminho da injuria - sobre tudo contra uma mulher - pouco ou muito sempre se enlameia; se o libello de v. exª lhe deu algum lucro, compre umas escovas, que bem as necessita".
Exemplar em muito razoável estado de conservação, atendendo à sua fragilidade; Tem antigos carimbos e assinaturas de posse na capa anterior da brochura e no frontispício.
Espécime camiliana de apreciável raridade.
©Candelabro – Livraria Alfarrabista (http://www.livrariacandelabro.com/catalogo.html)

RATTAZZI (Maria) – PORTUGAL DE RELANCE. Traducção Portugueza (auctorisada pela auctora). Volume I (e II). Livraria Zeferino, Editora. Lisboa. 1881. In-8º de 2 vols. com (6)-LXXVI-193 e (2)-214-(4) págs. respectivamente. E.

Primeira edição portuguesa da obra que deu origem à polémica de Camilo com a autora. Nítida impressão sobre papel branco. Na capa de brochura vem a data de 1882.
Encadernação meia amador em chagrin preto ricamente decorada na lombada com florões e dizeres dourados em casas fechadas.
Os dois volumes encontram-se encadernados em um. CONSERVA AS CAPAS DE BROCHURA. Ligeiro aparo à cabeça, estando as restantes margens intactas. INVULGAR.

RATTAZZI (Princesa) – PORTUGAL À VOL D’OISEAU. Portuguezes e Portuguezas, seguido das apreciações de Camillo Castello Branco à primeira e segunda edição e da nova carta da princeza aos criticos do seu livro. Typ. Litteraria de C. A. de Moraes, editor, r. do Hospício, 98. Rio de Janeiro. 1880 In-8º de 296 págs. E.

Trata-se de uma tradução diferente da edição portuguesa e publicada no Brasil um ano antes da nossa. Esta edição não é referida nas bibliografias consultadas. Saiu no mesmo ano também uma edição brasileira mas com 369 páginas e impresso numa tipografia diferente da do nosso exemplar.
Encadernação meia amador em chagrin preto ricamente decorada na lombada com florões e dizeres dourados em casas fechadas.
CONSERVA AS CAPAS DE BROCHURA. Ligeiro aparo à cabeça, estando as restantes margens intactas. Exemplar perfeitamente conservado. MUITO RARO.

RATTAZZI (Princesa) – RATTAZZI E SUA EPOCA. Original de … Traducção de Guiomar Torrezão. I (II e III). Officina Typographica de J. A. de Mattos. Lisboa. (S.d. – 1887?) In-8º de 3 vols. com 326-(2), 292-(1) e 304-(1) págs. respectivamente. E.

O volume I tem como subtítulo Vitor Manuel e Carlos Alberto, o volume II A Italia e Cavour e o volume III Garibaldi. Cada um deles encontra-se ornado com uma gravura alusiva ao sub-título. Encadernação meia amador em chagrin preto ricamente decorada na lombada com florões e dizeres dourados em casas fechadas. Miolo muito bem conservado e muito fresco. Boa e sólida encadernação, tornando-o um exemplar muito bonito e atractivo. Imprimiram-se mais dois volumes que a presente colecção não apresenta. Os volumes 2 e 3 conservam as respectivas e muito bonitas CAPAS DE BROCHURA impressas a vermelho. Corte superior das folhas carminado.

RATTAZZI (Princesa) – O REVERSO DA MEDALHA. A proposito do livro Portugal Visto de Relance. Imprensa Commercial. Porto. 1880. In-8º de 32 págs. E.

Apreciado folheto. Bom exemplar, bem encadernado à meia inglesa em pele castanha com dourados sobre rótulo de pele vermelha na lombada. CONSERVA CAPAS DE BROCHURA, muito bonitas com os dizeres do frontispício enquadrados numa moldura de composição tipográfica. Invulgar.

VARGAS (Hyppolyto) – OS CRITICOS DA PRINCEZA RATTAZZI. Imprensa de J. G. de Sousa Neves. Lisboa. 1880. In-8º de 32 págs. E.

O autor diz ser o folheto de Camilo um aleijão litterário. Apreciado folheto. Bom exemplar, bem encadernado à meia inglesa em pele castanha com dourados sobre rótulo de pele vermelha na lombada. CONSERVA CAPAS DE BROCHURA, muito bonitas com os dizeres do frontispício enquadrados numa moldura de composição tipográfica. Invulgar.
Veja-se este exemplar:



4335. VARGAS (HIPPOLYTO) - OS CRÍTICOS DA PRINCEZA RATTAZZI. Por... Lisboa. Imprensa de J. G. de Sousa Neves. 1880. In-8º peq. de 32 págs. Br.

Opúsculo com interesse para a polémica suscitada pela obra "Le Portugal à vol d'oiseau", segundo o autor, "um título bem ligeiro, que todavia indignou muita gente".
Exemplar em muito razoável estado de conservação, atendendo à sua fragilidade; Tem antigos carimbos e assinaturas de posse na capa anterior da brochura e no frontispício.
Espécime camiliana de apreciável raridade.
©Candelabro – Livraria Alfarrabista (http://www.livrariacandelabro.com/catalogo.html)

VILLAS FORTES (Visconde de) – A PRINCEZA RATTAZZI E CAMILLO CASTELLO BRANCO. Refutação ao folheto d’este escriptor A Sr.ª Rattazzi pelo … Typ. da Luz do Povo. Lisboa. 1880. In-8º de 32 págs. B.

Apreciado folheto. Bom exemplar, CONSERVA CAPAS DE BROCHURA, muito bonitas com os dizeres do frontispício enquadrados numa moldura de composição tipográfica. Invulgar.

Veja-se este exemplar: 



VILLAS FORTES (Visconde de) – A PRINCEZA RATTAZZI E CAMILLO CASTELLO BRANCO. Refutação ao folheto d’este escriptor A Sr.ª Rattazzi pelo …  Lisboa; Typografia Luz do Povo; In-8º de 32 páginas; Brochado

Refutação ao folheto d´este escritor
Exemplar bastante raro, em bom estado de conservação
©Livraria Alfarrabista Liliana Queirós (http://www.livrariaalfarrabista.com/)


Mas não foi esta a única obra que publicou, para além dos muitos artgos e folhetins que vieram a lume nos diversos periódicos em que dirigiu ou colaborou.
Veja-se a este propósitoi estes duas obras que estão disponíveis na Librairie Hatchuel–Livres Anciens.



RATTAZZI (Princesse Marie Bonaparte). Les mariages de la créole. Bruxelles, chez tous les libraires, 1866.  2 volumes in-12, demi-percaline crème à la Bradel de l'époque, pièces de titre de maroquin noir (dos lég. auréolées), (4), xix, 360 p. et 327 p.

Rare édition originale de cet ouvrage composé par Marie Letizia Bonaparte-Wyse (1834-1902). Femme de lettres, poétesse et journaliste, fille de la princesse Lætitia Bonaparte, elle épousa en secondes noces Urbano Rattazzi, premier ministre d’Italie.
Publié en Belgique, ce livre fut interdit sur le territoire français jusqu'en 1882 et le scandale causé par sa publication contraignit Marie Rattazzi à l'exil.
"Ouvrage rare et peu connu (...), violent pamphlet contre l'une des personnalités les plus en vue du Second Empire" (Gay, I, 556). Drujon indique que la famille visée était celle des Schneider et particulièrement le fondateur de la dynastie, Eugène Schneider, président du Corps législatif de 1867 à 1870.
Au cours de son récit, la narratrice décrit le sort impitoyable des esclaves de la plantation de l'île Bourbon (La Réunion) et milite pour leur émancipation.
Mérimée dans 'Lettre à une inconnue' eut ce commentaire à propos de ce livre : "Livre abominable mais où il y a une sorte de talent".
(Drujon, 'Livres condamnés', p. 242 et ‘Livres à clef’, 579. Ryckerbusch, n°6847).
Bon exemplaire.



RATTAZZI (Princesse Marie Bonaparte). La Chanteuse. Paris, librairie Internationale et Bruxelles, Lacroix Verboeckhoven et Cie, 1867.
2 tomes relié en un volume in-12, demi-veau bleu nuit de l'époque, dos à 4 faux-nerfs plats, titre et tomaison dorés, 360 et 327, (2) p. faux-titres et titres inclus (qqs rousseurs).
Rare première édition parisienne, sous ce nouveau titre, de 'Les mariages de la Créole', d'abord publié en Belgique en 1866 et interdit en France jusqu'en 1882. Le scandale causé par sa publication contraignit Marie Rattazzi à l'exil.
Marie Letizia Bonaparte-Wyse (1834-1902), femme de lettres, poétesse et journaliste, fille de la princesse Lætitia Bonaparte, épousa en secondes noces Urbano Rattazzi, premier ministre d’Italie.
"Ouvrage rare et peu connu (...), violent pamphlet contre l'une des personnalités les plus en vue du Second Empire" (Gay, I, 556).
Drujon indique que la famille visée était celle des Schneider, particulièrement le fondateur de la dynastie, Eugène Schneider, président du Corps législatif de 1867 à 1870.
Au cours de son récit, la narratrice décrit le sort impitoyable des esclaves de la plantation de l'île de Bourbon (La Réunion) et milite pour leur émancipation.
Mérimée dans 'Lettre à une inconnue' eut ce commentaire à propos de ce livre : "Livre abominable mais où il y a une sorte de talent".
(Voir Drujon, 'Livres condamnés', p. 242 et ‘Livres à clef’, 579. Ryckerbusch, n°6847).
Bon exemplaire.

E, por fim, esta interessante obra em poesia:







RATTAZZI, Madame.- Cara Patria: Échos Italiens.- Paris: Librairie des Bibliophiles, 1873.- (6), 253p.: 1 retr.; 24cm.-E.







Trata-se da rara edição original destes versos de índole patriótica. Destaque para uma composição dedicada á princesa Maria Pia de Sabóia. 



Este exemplar é particularmente curioso pois tem uma inscrição no suposto retrato da autora em letra da época " ceci n'est pas mom portrait - Maria Ratazi " que a ser autógrafo pela autora muito o valoriza. Encadernação inteira de tela. Rubrica no rosto.

Bem penso que terão ficado com uma ideia desta escritora e com elementos para se debruçarem no estudo da Questão Rattazzi.

Era apenas esse o meu objectivo: criar um certo desassossego e interesse pela polémica mais do que intervir nela – se o consegui logrei atingir o meu objectivo se não o consegui, paciência … outros com melhor engenho e arte  de certeza que terão sucesso.

Saudações bibliófilas.

Fontes consultadas:

Marie-Lætitia Bonaparte-Wyse
The Gallic Princesse Rebelle: Lætitia Maria Bonaparte-Wyse! by Junius Henri Browne
Camilo Castelo Bramco – Contos e Textos
Uma fogueira de vaidades para queimar Maria Rattazzi por João Céu e Silva (DN 05 Fevereiro 2005)


Notas :

(7) Les Matinées Espagnoles (http://gallica.bnf.fr/ark:/12148/bpt6k119374r)

2 comentários:

  1. Gostei muito desta publicação. Tenho um exemplar desse polémico livro e, pelos vistos, está autografado pela autora (tudo indica). Tem algum contacto de email para onde eu possa enviar uma imagem dessa dedicatória? Obrigado pela atenção. OR

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  2. Prezado sr. Rui MArtins. Parabéns pos esta publicação, um esboço da "Questão Ratazzi". Sem dúvida que o livro da Princesa MAria Bonaparte, chamemos-lhe assim à ilustre figura cultural europeia, despertou o anti-feminismo latente da época. A observação de Antero de que tinham ficado muito incomodados os mirmidões ( formigas feitos homens) diz muita coisa. Dei-me conta do caso através das crónicas de Viena, publicadas por meu tio bisavô Frederic Kohn-Abrest em "Les MAtinees Espagnoles" 1883 a 1886 e que a princesa MAria Bonaparte editva sob o pseudónmo barão de Stock e que tinha em Lisboa a grande escritora Guiomar Torrezão como sua correspondente; divulgavam à Europa Eça de Queiroz. Alexandre Herculano, teofilo Braga e outros. Fico curioso de ler os opúsculos de Hyppolyto VARGAS e do visconde de Villa-Forte a refutar Camilo.
    Agrdeço se me puder enviar correio. Mendo Castro Henriques netmendo@gmail.com

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