A Livraria Castro e Silva editou mais um dos seus apreciados catálogos – o Catalogo 138 / Rare Books Catalog.
Como deixei transparecer no post As Palavras do Silêncio com o soneto de Camões:
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.
….
A apresentação de catálogos e outros eventos bibliófilos, sempre que para isso “tenha arte”, passará a ser feita duma forma diferente daquela a que estão habituados.
(vamos a ver se isso vos fará interessar ainda mais pelo livro enquanto objecto de arte e cultura)
Com efeito, vou tentar mostrar como ao se ver um livro, por mais inacessível que ele seja para as nossas bolsas, ele nos poderá despertar outro tipo de interesses que nos conduzam ao estudo do seu autor, acontecimentos da época, importância do tipógrafo/editor, tipo de encadernação, por exemplo, ou muitos outros temas que vos possam vir à ideia.
(já reparam que o novo subtítulo do blog é “Conversas em torno dos livros”?
A bibliofilia não é só comprar livros (isso é mais bibliomania), mas é sobretudo, estudar o mais profundamente possível que se possa a história do livro, como muito bem demonstraram Rubens Borba de Moraes ou o nosso Inocêncio Francisco da Silva entre tantos outros que aqui mereceriam uma referência.
Mas voltando ao catálogo desta livraria nele encontrei, entre muitas outras obras que poderiam interessar a muitos de nós, o lote 84:
84. QUEVEDO DE VILLEGAS, Francisco de. OBRAS DE DON FRANCISCO DE QUEVEDO Villegas, Cavallero de la Orden de Santiago, Señor de la Villa de la Torre de Juan-Abad. DIVIDIDAS EN TRES TOMOS. Nueva Impression corregida y ilustrada com munchas Estampas muy donosas y apropriadas à la matéria. EN AMBERES. Por la VIUDA de HENRICO VERDUSSEN Año M. DCC. XXVI. [1726] Junto com: TOMO QUARTO EN EL QUAL CONTIENE Su vida y Obras posthumas, de la Providencia de Dios tratados tres, com el tratado de la Introducion à la vida Devota. Aqui antes nunca impresso ni en la impression de Bruselas, ni en la de Amberes. EN AMBERES. En Casa de BAUTISTA VERDUNSSEN, 1726. In 4. º de 22,5x17,5 cm. 4 volumes com: I - [viii], 542, [ii] pags. [xiv grav.]. II - [iv], 472, [iv grav.]. III - [iv], 592, [xiv, ii b.], pags. [9 grav.]. IV - [viii], 405, [iii] pags. [ii grav.] Encadernações da época inteiras de pele [um pouco cansadas) com rótulos vermelhos, nervos e ferros a ouro lavrados nas lombadas, cortes das folhas marmoreados. Obra com folhas de rosto impressas a duas cores e ilustrada com 29 gravuras de página inteira, incluindo 2 retratos do autor e um fólio desdobrável com um epitáfio. Edição que apresenta pela primeira vez o quarto volume da obra, este aparece por vezes junto da edição anterior que é tipograficamente quase igual, mas publicada em Bruxelas pelo impressor Folpens em 1660-61. Palau 1990, VI 188. “Bella e acreditada edicion.”
Quanto a esta edição de Foppens aquí fica o seu belo frontispicio:
Frontispício de Obras de Don Francisco de Quevedo...,
En Brusselas, Francisco Foppens Impressor y Mercader de Libros, M.DC. LX
Podemos encontrar um outro exemplar à venda na Libreria Anticuária António Mateos na Calle Esparteros, 11 em Málaga.
Libreria Anticuária António Mateos
QUEVEDO, Francisco de – Obras de Don Francisco de Quevedo Villegas, Cavallero de la Orden de Santiago, Señor de la Villa de la Torre de Juan Abad. Divididas en tres tomos, Nueva impression corregida y ilustrada con muchas estampas muy donosas y apropiadas a la materia.
Amberes, Viuda de Henrico Verdussen (y Tomos II y III: Henrico y Cornelio Verdussen), 1699-1726, 3 tomos, 24 x 18 cm., pergamino época uniforme, títulos rotulados en los lomos, frontis grabado + 4 h. incluso portada a dos tintas + retrato + 542 págs. + 1 h. + 11 láminas grabadas en cobre = 2 h. + 472 págs. + 4 láminas grabadas en cobre = 2 h. + 592 págs. + 7 h. + 8 láminas grabadas en cobre. (Mancha de agua en margen interior de 3 hojas en el Tomo I. Ejemplar mixto formado por el Vol. I de 1726 y Vols. II & III de 1699; contiene bellas laminas por Harrewijn, Clouet, Bouttats, Bernaerts, y Lambert Cause. "En 10 octubre 1698 Foppens traspasa a Verdussen el privilegio para la reproduccion de las obras de Quevedo. De ahi se origina esta nueva serie de ediciones, por ventura las mejores y mas ricas de las realizadas hasta entonces". Palau. Al fin del tomo I contiene una Carta del autor, en que da cuenta de lo que le sucedió caminado a Andalucía con el Rey, pag. 540 a 542).
Mas afinal quem foi Francisco Quevedo de Villegas?
Retrato de Francisco de Quevedo
Francisco de Quevedo y Villegas foi indiscutivelmente o maior e mais prolífico escritor que a Espanha produziu, nasceu em Madrid em 1580, de uma família nobre. Estudou em Alcalá e tornou-se num dos espanhóis mais eruditos de sua época. Prestou serviço com o Duque de Osuna na Sicília e Nápoles, mas quando Osuna caiu em 1620, Quevedo foi banido da Corte. Só regressaria à corte após a subida ao trono de Filipe IV, em 1621, mas, ao que se julga, por ter incorrido na inimizade do Conde Duque de Olivares, foi preso em 1639.
Seria libertado em 1643, quando a sua saúde já se encontrava bastante debilitada pelo que acabaria por falecer em 1645.
As suas obras podem ser classificadas como filosófica, ascética, política, crítica, satírica e poética, enquanto ele também contribuiu com um romance picaresco, Historia de la Vida del Buscón, e com vários trabalhos satíricos para a literatura da Espanha.
Desde cedo a sua obra começou a ser divulagada noutros países.
Refira-se o caso de Los Sueños, publicados pela primeira vez en 1627 e que tiveram quatro edições nesse ano.
Esta obra durante o séc. XVII e XVIII contará com numerosas edições em inglés, francês, holandês e italiano.
Aqui ficam dois exemplos:
QUEVEDO, Francisco de – Les visions augmentées de l'Enfer reformé; ou, Sedition infernalle traduites de l'Espagnol par le Sieur de la Geneste. Paris, Pierre Billaine, 1636. [xvi], 382 p. (provavelmente a 1ª edição desta obra em francês)
QUEVEDO, Francisco de – The visions of Dom Francisco de Quevedo Villegas. London : printed by W.B. for Richard Sare …, 1715. (Esta uma tradução mais tardia)
Vejamos, num apontamento um pouco mais detalhado, um esboço biográfico bem como alguns dos acontecimentos políticos da sua época que lhe marcariam o seu percurso pessoal e influenciariam a sua vasta produção literária.
Francisco de Quevedo y Villegas
Nascido em Madrid a 14 de Setembro de 1580 numa família fidalga, a infância de Quevedo passou-se na Corte, onde os pais desempenhavam altos cargos.
O pai, Francisco Gómez de Quevedo, era secretário da princesa Maria, esposa de Maximiliano da Alemanha, e sua mãe, María de Santibáñez, era camareira da rainha.
Era rapaz ainda, embora sobredotado intelectualmente, mas de pés disformes, coxo de uma perna, gordo e curto de vista, quando ficou órfão aos seis anos de idade, refugiando-se nos livros que consultava no Colégio Imperial dos Jesuítas de Madrid.
Colégio Imperial dos Jesuítas de Madrid
Em 1596 frequentou a Universidade de Alcalá de Henares. Aproveitou para aprofundar os seus conhecimentos em vários ramos, como em filosofia, línguas clássicas, árabe, hebreu, francês e italiano.
Universidade de Alcalá de Henares – Fachada cerca de 1870
Em Valladolid, onde acompanhou a corte quando esta para aí foi mudada por ordem de Francisco de Sandoval y Rojas, I duque de Lerma , estudou também teologia.
Fruto desses estudos produziria mais tarde algumas obras teológicas, como o tratado contra o ateísmo Providencia de Dios. Já nessa altura destava-se como poeta, figurando na antologia de Pedro Espinosa Flores de poetas ilustres (1605), ainda que o conjunto da sua obra tenha sido editado postumamente e classificada dentro do Conceptismo Barroco.
Duque de Lerma, por Peter Paul Rubens, 1603
(Museo del Prado)
Também já tinha escrito, então, como divertimento cortesão, a primeira versão de um romance picaresco intitulado Vida del Buscón, que se tornou célebre entre os estudantes da altura. Encetaria também alguns contactos epistolares com humanistas como Justo Lipsio, onde deplorava as guerras que minavam a Europa, como se pode verificar no epistolário reunido por Luis Astrana Marín.
Justo Lipsio
A Corte voltou para Madrid, para onde Quevedo regressa em 1606 e reside aí até 1611, e aqui desenvolverá intensa actividade literária, ganha a amizade de Félix Lope de Vega (que o elogia por diversas vezes nos seus livros de Rimas; assim como Quevedo faz críticas igualmente elogiosas às suas Rimas humanas y divinas de Tomé Burguillos, seu heterónimo) e de Miguel de Cervantes (que o louva em Viaje del Parnaso; correspondendo-lhe Quevedo com os elogiosos comentários de La Perinola), que o acompanhava na Confraria dos escravos do Santíssimo Sacramento; por outro lado, atacou sem piedade os dramaturgos Juan Ruiz de Alarcón, que ridicularizava fazendo menção aos seus defeitos físicos (ruivo e corcunda), em cruéis comentários que o levam até à disformidade, e de Juan Pérez de Montalbán, filho de um livreiro com quem Quevedo tinha tido algumas disputas, e contra quem escreveu La Perinola, sátira cruel ao seu livro de miscelâneas Para todos. Mas o mais atacado foi, sem dúvida, Luis de Góngora, a quem dirigiu uma série de sátiras terríveis, acusando-o de ser um sacerdote indigno, homossexual, e escritor obscuro, baralhado e indecente.Em sua defesa pode-se dizer que também Góngora o atacou de forma quase igualmente virulenta.
Pedro Téllez-Girón y Velasco,
Duque de Osuna
por Bartolomé González y Serrano
É deste período estabelecimento da sua grande amizade com Pedro Téllez-Girón y Velasco Guzmán y Tovar, Duque de Osuna, que acompanhará na função de secretário a Itália em 1613, visitando Niza e Veneza. Voltará ainda a Madrid, ao serviço deste senhor para subornar ("untar as mãos", como ele mesmo escreverá) todos aqueles que têm influência junto do Duque de Lerma,de forma a conseguir a nomeação de Osuna para vice-rei de Nápoles – objectivo que alcançará em 1616. Voltou depois a Itália onde o Duque o encarregou de dirigir e organizar a fazenda do vice-rei, além de desempenhar outras missões – algumas delas relacionadas com espionagem na República de Veneza, conseguindo, por estes serviços, obter o hábito de Santiago em 1618.
Francisco de Quevedo glorificaría os seus triunfos neste soneto:
Diez galeras tomó, treinta bajeles,
ochenta bergantines, dos mahonas;
aprisionóle al turco dos coronas
y a los corsarios suyos más cueles.
Sacó del remo más de dos mil fieles,
y turcos puso al remo mil personas;
y tú, bella Parténope, aprisionas
la frente que agotaba los laureles.
Sus llamas vio en su puerto la Goleta;
Chicheri y la Calivia saqueados,
lloraron su bastón y su jineta.
Pálido vio el Danubio sus soldados,
y a la Mosa y al Rhin dio su trompeta
Ley, y murió temido de hados.
Castillo de Montizón de Torre de Juan Abad (Ciudad Real)
Com a queda política do Duque de Osuna, Quevedo é igualmente afastado para longe da corte, como um dos seus homens de confiança. Foi, então, desterrado em 1620 para a Torre de Juan Abad (Ciudad Real), cujos domínios tinham sido comprados para ele, por sua mãe, antes de morrer. Os seus vizinhos não reconheceram esta compra pelo que Quevedo se manterá em pleitos judiciais contra o conselho da localidade – a sentença a favor do escritor só será pronunciada depois da sua morte, na pessoa do sue sobrinho e herdeiro.
Afastado das tormentosas intrigas da corte, a sós com a sua própria consciência, escreverá algumas das suas mais celebradas poesias, como o soneto Retirado a la paz de estos desiertos... ou Son las torres de Joray... aqui encontraria o consolo espiritual das suas ambições cortesãs na doutrina estóica de Séneca, cuja obra estudará e comentará, convertendo-se num dos principais expoentes do Neo-estoicismo espanhol.
Felipe IV a cavalo,
quadro de Diego Velázquez
(Museo del Prado)
A subida ao trono de Filipe IV levaria à suspensão do seu desterro e ao renascer das suas ambições políticas, agora sob a influência do Conde-Duque de Olivares.
Conde-Duque de Olivares a cavalo (c. 1634),
quadro de Diego Velázquez
(Museo del Prado)
Quevedo acompanhará o jovem rei em viagens à Andaluzia e a Aragão, e descreverá algumas das suas divertidas incidências nalgumas das suas cartas.
Como vários livreiros tinham imprimido e posto a circular muitas das suas peças satíricas, ganhando dinheiro às suas custas, decidiu denunciar as suas próprias obras à Inquisição.
Carta autógrafa de Francisco de Quevedo y Villegas datada de 1619,
(leiloada numa prestigiosa Casa de Leilões em Madrid).
©EFE/Archivo
A intenção de Quevedo era, não só assustá-los, mas também abrir caminho a uma edição completa das suas obras que não se chegou a concretizar. Levava, então, uma vida desordenada de solteirão: fuma muito, bebe (Góngora chama-o de bêbedo consumado) e frequenta os prostíbulos, ainda que viva amacebado com uma tal de Ledesma. Contudo, será secretário do monarca em 1632, que levava vida tão estouvada quanto a sua. As pressões cortesãs sobre o seu amigo, Antonio Juan de la Cerda y Toledo 7º Duque de Medinaceli, obrigam-no a casar contra a sua vontade com Dona Esperanza de Aragón, senhora de Cetina, viúva e com filhos. O matrimónio durará apenas três meses, terminando com um divórcio muito comentado em 1636. São anos de actividade criativa febril. Em 1634 publica La cuna y la sepultura e a tradução de La introducción a la vida devota de Francisco de Sales; de 1633 a 1635 escreve obras como De los remedios de cualquier fortuna, o Epicteto, Virtud militante, Las cuatro fantasmas, a segunda parte de Política de Dios, a Visita y anatomía de la cabeza del cardenal Richelieu ou a Carta a Luis XIII. Em 1635 aparece em Valência o mais importante dos libelos destinados a difamá-lo: El tribunal de la justa venganza, erigido contra los escritos de Francisco de Quevedo, maestro de errores, doctor en desvergüenzas, licenciado en bufonerías, bachiller en suciedades, catedrático de vicios y protodiablo entre los hombres.
Detalhe da fachada principal do convento de San Marcos de León
Em 1639, depois de um memorial que apareceu debaixo do guardanapo do rei, Sacra, católica, cesárea, real Majestad..., onde era denunciada a política do Conde Duque de Olivares, foi detido, confiscaram-lhe os livros e é levado para o convento de San Marcos de León. Depois de libertado desta prisão vergonhosa, retira-se para a Torre de Juan Abad. Será na sua vizinhança, no convento dos padres Dominicanos de Villanueva de los Infantes, que morrerá, a 8 de Setembro de 1645.
Villanueva de los Infantes
As suas obras foram muito mal reconhidas e editadas por José González de Salas, que não se preocupa em retocar os textos, em 1648: El Parnaso español, monte en dos cumbres dividido, con las nueve Musas; também muito mal feita é a edição do seu sobrinho e herdeiro: Pedro Alderete, em 1670: Las tres Musas últimas castellanas.
A sua produção literária pode ser dividida nos seguintes géneros:
Obras políticas:
Política de Dios, gobierno de Cristo y tiranía de Satanás, escrita em 1617 e impressa em 1635, onde tenta inferir uma doutrina política a partir dos Evangelhos.
QUEVEDO, Francisco de – Política de Dios y gobierno de Cristo Nuestro Señor.
Vida de Marco Bruto, 1644, onde desenvolve a biografia do famoso assassino de César, escrita por Plutarco, com um rigor quase matemático e onde o estilo conceptista atinge um nível praticamente inimitável.
QUEVEDO, Francisco de - Historia y vida de Marco Bruto
QUEVEDO, Francisco de - Historia y vida de Marco Bruto. Reproducción digital a partir de Obras de Don Francisco de Quevedo Villegas...: [tomo primero], En Amberes, por Henrico y Cornelio Verdussen, 1699, pp. 1-87.
Grab. calc. entre p. 48-49 : "Jaco: Harriewijn inve: et fecit 1699".
Localización: Biblioteca Pública de Orihuela.
©Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes – Portal Biblioteca de autor Francisco de Quevedo
Mundo caduco y desvaríos de la edad (escrita em 1621, editada em 1852)
Grandes anales de quince días (1621, ed. en 1788), análise da transição dos reinados de Filipe III e Filipe IV.
Lince de Italia y zahorí español (1628, ed. em 1852).
El chitón de Tarabillas (1630),onde critica as disposições económicas do Conde-Duque de Olivares, insinuando a sua ascendência judaica.
Execración contra los judíos (1633), texto de cariz antissemita onde faz acusações, de forma velada, contra Dom Gaspar de Guzmán, Conde-Duque de Olivares, valido de Filipe IV.
Obras ascéticas:
Providencia de Dios, 1641, tratado contra os ateus, onde tenta unificar o estoicismo com o cristianismo.
Vida de san Pablo, 1644.
QUEVEDO, Franciso de – Vida de San Pablo Apóstol
Grabado extraido de la reproducción digital a partir de la Nueva impression corregida y ilustrada con muchas estampas... de Obras de Don Francisco de Quevedo Villegas... : tomo segundo, En Amberes, por Henrico y Cornelio Verdussen, 1699.
Localización: Biblioteca Pública de Orihuela.
©Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes – Portal Biblioteca de autor Francisco de Quevedo
Vida de Santo Tomás de Villanueva, 1620.
Obras filosóficas:
La cuna y la sepultura (1635).
QUEVEDO, Francisco de – La cuna y la sepultura.
Las cuatro pestes del mundo y las cuatro fantasmas de la vida (1651).
Crítica literária:
La aguja de navegar cultos con con la receta para hacer Soledades en un día (1631), investida satírica contra os poetas que utilizam o estilo gongórico ou culterano.
La culta latiniparla (1624), manual burlesco onde se ridiculariza o estilo gongórico.
QUEVEDO, Francisco de – La culta latiniparla.
QUEVEDO, Francisco de – La culta latiniparla.
Grabado extraido de la reproducción digital a partir de Obras de Francisco de Quevedo Villegas... [tomo primero], En Amberes, por Henrico y Cornelio Verdussen, 1699, pp. 229-292.
Localización: Biblioteca Pública de Orihuela
©Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes – Portal Biblioteca de autor Francisco de Quevedo
Cuento de cuentos (1626), onde demonstra o absurdo de alguns coloquialismos que carecem totalmente de significado.
Obras satírico-morais:
Los Sueños, compostos entre 1606 e 1623, circularam manuscritos mas só foram impressos em 1627.
QUEVEDO, Francisco de – El sueño de las calaveras
La hora de todos y la Fortuna con seso (1636),
Historia de la vida del Buscón, llamado Don Pablos, ejemplo de vagamundos y espejo de tacaños, impresso em Zaragoza em 1626.
QUEVEDO, Franciso de – Historia de la vida del Buscón, llamado Don Pablos, ejemplo de vagamundos y espejo de tacaños. Zaragoza, Pedro Verges, 1626
Segundo opinião de Jaime Moll, em De la imprenta al lector: estudios sobre el libro español de los siglos XVI al XVIII, Madrid, Arco/libros, 1994, pp. 16; afirma, seguindo a tese de Miguel Herrero (1945), “que esta edición zaragozana de 1626 es una edición contrahecha y hace la identificación del ejemplar atribuyéndola a la imprenta sevillana de Francisco de Lyra basándose en estudios tipográficos. Existe otra edición contrahecha del "Buscón", con el pie de imprenta zaragozano de la primera, pero con fecha de 1628, ésta sería impresa en Gerona por Gaspar Garrich.”
Poesias:
El Parnaso Español (1648)
QUEVEDO, Francisco de – El Parnasso Español : monte en dos cumbres dividido, con las nueve musas castellanas, donde se contienen poesias / de Francisco de Quevedo Villegas … ; que con adorno, i censura, ilustradas, i corregidas, salen ahora de la librería de don Ioseph Antonio González de Salas … – En Madrid : lo imprimió en su officina del libro abierto Diego Diaz de la Carrera : a costa de Pedro Coello, mercader de libros, 1648. – [14], 666, [18] p. : il. ; in 4.º
“José Antonio González de Salas, amigo de Francisco de Quevedo, preocupado por recopilar sus poesías, llevaba a la imprenta los poemas del poeta en una edición de 1648 comentada por él. La tituló El Parnaso español: monte en dos cumbres dividido con las nueve musas. Fue González de Salas quien ideó y justificó las imágenes, seis musas más el frontispicio grabado al aguafuerte y al buril, que ilustrarán esta primera edición: Clío, Polimnia, Melpómene, Erato, Terpsícore y Talía.
Clío, representación de la poesía encomiástica. (1)
Polimnia, representación de la poesía moral.
Melpómene, representación de la poesía fúnebre.
Erato, representación de la poesía amorosa.
Terpsícore, representación de la poesía satírica.
Talía, representación de la poesía burlesca.
Sin embargo, González de Salas murió en 1651 y no pudo completar las tres musas restantes: Calíope, Euterpe y Urania. Las musas, dibujadas por Alonso Cano, fueron grabadas por Juan de Noort y Herman Panneels, holandés y flamenco afincados en Madrid, y una por el propio Alonso Cano. Habría que esperar hasta 1670 para poder leer todas las poesías publicadas en Las tres musas últimas castellanas. Segunda parte del Parnaso español, edición ésta que incluía poemas no escritos por Quevedo.
Calíope, representación de la poesía heroica.
Euterpe, representación de la poesía bucólica.
Urania, representación de la poesía sacra.
El libro se estructura en diferentes portadillas, una por cada musa, con información de cada una de ellas, en la que se hace una breve descripción del grupo al que pertenecen las poesías.
En el frontispicio, grabado por Juan de Noort con buril y aguafuerte, se desarrolla una escena alusiva al Parnaso: las nueve musas, hijas de Júpiter y Mnemosina, que inspiran la poesía y todas las actividades intelectuales, están sentadas, mientras Apolo corona de laurel a Quevedo. Les sobrevuela Pegaso. Por debajo de esta composición, bajo la tierra, una ninfa sostiene un medallón con el título “Las nueve musas castellanas”; a la derecha, un sátiro sujeta otro medallón con otro retrato de Quevedo, pero esta vez sólo la cabeza; no es muy usual que el autor sea retratado por partida doble en la portada calcográfica.” [ASA]
Com esta leitura, bem diferente dum catálogo, lanço o desafio para que outros descubram um livro, que lhes interesse seja porque aspecto fôr, e partam à descoberta de tudo aquilo que com ele se possa relacionar.
Verão que há muitas pistas que se podem seguir, que muitas vezes desembocam noutras imprevistas, no entanto, quanto mais avançamos mais interessantes serão as descobertas.
(como é sempre muito curto o nosso conhecimento!)
A minha “viagem” foi empolgante: descobri muito que desconhecia e que aqui partilho convosco.
Saudações bibliófilas.
Verão que há muitas pistas que se podem seguir, que muitas vezes desembocam noutras imprevistas, no entanto, quanto mais avançamos mais interessantes serão as descobertas.
(como é sempre muito curto o nosso conhecimento!)
A minha “viagem” foi empolgante: descobri muito que desconhecia e que aqui partilho convosco.
Saudações bibliófilas.
Notas:
(1) Las 9 musas: La selección de estos grabados se ha extraído de la reproducción del original de Obras de Francisco de Quevedo Villegas... : divididas en tres tomos, tomo III, en Amberes, por Henrico y Cornelio Verdussen, 1699, procedente de la Biblioteca Pública de Orihuela Fernando de Loazes (©Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes – Portal Biblioteca de autor Francisco de Quevedo)
Parece-me de consulta quase obrigatória esta página web da Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes – Portal Biblioteca de autor Francisco de Quevedo.
Rui, agradou-me muito o seu novo formato de abordagem dos catálogos. Foram muitos os fatos que aprendi nesta leitura. Sugiro, todavia, para o futuro, mudar o título desse 'post', pois o texto é muito mais sobre Quevedo que sobre o catálogo. Assim, o google e outros instrumentos de busca terão mais facilidade em retornar a sua passagem, quando alguém procure por informações sobre Quevedo e sua obra.
ResponderEliminarAbraços.
Caro Angelo,
ResponderEliminarEstou de acordo com a sua opinião sobre o título do post, mas foi para mim um dilema a sua escolha.
Defacto seria mais correcto indicar Francisco de Quevedo como título principal, mas como pretendia demonstrar como com base num catálogo duma livraria e a partir dum livro escolhido, se pode encetar um conjunto de investigações bio-bibliográficas sobre este, optei por colocar o nome da livraria primeiro.
(se calhar foi uma escolha errada até pelo número de leitores até agora…mas já estou habituado)
As minhas investigações é que foram muito mais extensas do que o previsto e daí a extensão do post.
Não posso deixar de lhe agradecer as suas amáveis palavras sobre o seu conteúdo.
Um forte abraço