Padre António Vieira
por Arnold van Westerhout (1651-1725)
Celebra-se hoje mais um aniversário do nascimento do Padre António Vieira, que foi um padre jesuíta, professor de Retórica, crítico da sociedade e da escravatura e um defensor dos cristãos-novos.
Da sua vasta bibliografia destaco duas obras das mais conhecidas:
VIEIRA, Padre António. - ARTE DE FURTAR,// ESPELHO DE ENGANOS, // THEATRO DE VERDADE, // MOSTRADOR DE HORAS MINGUADAS, // GAZUA GERAL // Dos Reynos de Portugal. // OFFERECIDA // A ELREY NOSSO SENHOR // D. JOÃO IV. // para que a emende. // COMPOSTA NO ANNO DE 1652. // Correcta, e emendada de muitos erros; e assim // tambem a verà o curioso leytor com as pa- // lavras, e regras, que por inadvertencia faltaraõ na passada impressão. // AMSTERDAM, // Na Officina de Elziveriana. 1652. // In-8º de [24], 512 págs.
Primeira edição. MUITO RARA. Ilustrada com o retrato do autor. Frontispício impresso a negro e vermelho.
[Nesta data publicaram-se duas edições distintas. Contudo a outra edição contém [24], 409 págs.e não tem o retrato do Padre António Vieira.]
E o célebre Sermão de Santo António aos Peixes, que pode ser lido na integra aqui.
Sermão de Santo António aos Peixes
Dum estudo em preparação deixo um apontamento sobre os seus primeiros anos:
António Vieira nasceu a 6 de Fevereiro de 1608, em lar humilde, na Rua do Cónego, freguesia da Sé, em Lisboa. Filho de Cristóvão Ravasco, que serviu na Marinha Portuguesa e foi, por dois anos, escrivão da Inquisição, e de Maria de Azevedo.
António é baptizado na Sé, segundo parece na mesma pia baptismal em que o fora Fernando Bulhões, o famoso Santo António de Lisboa, por quem o futuro pregador jesuíta sempre manifestará grande admiração e devoção
O pai, de origem modesta e provavelmente com ascendência africana, é destacado para o Brasil em 1609 para assumir cargo de escrivão em Salvador, na Relação da capitania da Baia. Trata-se de uma oportunidade para melhorar de vida e simultaneamente fugir da opressão filipina.
Em 1614 mandou vir a família para o Brasil. A família Ravasco – a mãe e os dois filhos, António de seis anos e o irmão mais novo, Bernardo, partem de Lisboa a 16 de Dezembro de 1614.
Aplica-se-lhe a frase que ele mesmo escreveu: "os portugueses têm um pequeno país para berço e o mundo todo para morrerem."
Refira-se esta de que aquí se deu notícia mais detalhada.
VIEIRA, Padre António - LAS CINCO // PIEDRAS // DE LA HONDA // DE DAVID // EN CINCO DISCURSOS // MORALES, // Predicados en Roma a la Reyna de Suecia, // CHRISTINA ALEXANDRA, // en lengua Italiana, // Por el Reverendissimo Padre // ... // Y traducidos en lengua Castellana por el mismo Author. // LISBOA, // En la Officina de Miguel Deslandes, // Año de 1695. In-8º de [16], 125, [40] págs. Encadernação moderna em inteira de carneira, com título e gravados a ouro na lombada.
Referências: Ávila Perez, 7994; Garcia Perez, 570.
A nossa cultura tem vultos que se destacaram pela sua universalidade e o Padre António Vieira foi seguramente um deles.
Saudações bibliófilas.
Caro Rui.
ResponderEliminarLos aniversarios siempre son una buena oportunidad para recordar a personalidades tan importantes como Antonio Vieira. Sus obras fueron conocidas y ampliamente comentadas en su época en todo el orbe ibérico. Aquí en especial se hicieron famosos sus sermones, a partir de la respuesta a uno de ellos, nació la Carta Atenagórica de Sor Juana Inés de la Cruz.
Saludos.
Más do que recordar se debe valorizar e no olvidar la importancia de sus obras.
ResponderEliminarUn fuerte abrazo
Felicidades por reivindicar la memoria de los antiguos literatos aunque sea aprovechando la commemoración de un capicua com el 404!
ResponderEliminarAntonio Vieira es un autor que está siendo un poco redescubierto, al menos en bibliofilia, tanto en Portugal como, e sobretodo, en Brasil.
ResponderEliminarSus libros tienen mucha búsqueda.
Saludos
PS: La capicúa fue una casualidad,