segunda-feira, 11 de abril de 2011

Livraria Castro e Silva: Catálogo n.º 127 – Abril 2011




Catálogo n.º 127 – Abril 2011

A Livraria Castro e Silva localizada na Rua do Loreto, 14 em Lisboa editou mais um dos seus catálogos, o Catálogo n.º 127 – Abril 2011.

Como já estamos habituados o livro antigo tem sempre um lugar cativo nestes mesmos catálogos.

Para vossa apreciação deixo alguns dos lotes que despertaram a minha atenção e realço a cuidadosa descrição das obras bem como pormenores de interesse para uma investigação posterior sobre as mesmas.



12. BEILIN, Eliezer. SEFER EVRONOT [LIVRO DAS INTERCALAÇÕES]. Por… [Editor] Meir ben Joshua. Hammelburg, Offenbach. 1722. Obra em 2 volumes. In 4º (de 19x16 cm.) com 40 e 38 fólios. Encadernações diferentes; 1.º volume da época com lombada e cantos em pele. 2º volume cartonado. Obra totalmente impressa em hebraico. Ilustrada no primeiro volume com frontispicio gravado, caracteres móveis, quadros de dados e gráficos intercalados em extra-texto com adaptações e escalas mecânicas. A obra “Sefer Evronot” é um trabalho contendo as informações e as regras necessárias para calcular e fixar o calendário hebraico. Os cálculos determinam a duração de cada mês de acordo com o ano, os solstícios e os equinócios; e as datas dos feriados da liturgia judaica. Para além de tabelas e quadros de dados, fornece em separadamente gráficos móveis ao estilo de um relógio dos dias e das estações; rodando em slide sobre outros gráficos como uma régua de cálculo. O livro atribuído a Eliezer ben Jacob Belin Ashkenazi foi publicado primeiramente em Lublin, em 1614, aparecendo edições até ao séc. XIX. O seu conteúdo é uma recolecção de contributos de diferentes obras num só texto, tal como o autor menciona na introdução: “procurámos nos livros modernos e nos antigos, um por um, os cálculos das efemérides. Determinámos os anos comuns e os bissextos; e colocámos tudo na ordem adequada e correcta”. Os conhecimentos contidos neste livro permitiram aos judeus uma melhor interacção comercial com os seus vizinhos cristãos; pela previsão entre os dias úteis e dos dias feriados dos calendários judeu e cristão. Assim esta obra inclui a tabela “Luah Hehagaot”, i. e., um quadro dos dias do calendário eclesiástico cristão com os nomes dos santos da Igreja Católica Romana, acompanhado de um texto atribuído a Meir ben Joashua de Hammelburg. The Sefer Evronot, or Book of Intercalations, is a work containing the information and rules necessary for fixing of the Jewish calendar. Small treatises concerning calendar calculation appeared already during the 12th Century contained the information and rules, as well as the necessary charts and tables for fixing the Jewish calendar. Unlike other manuals, which rely exclusively on charts and tables, this volume makes use of multiple spinning dials that serve as circular slide rulers and aid in the elaborate computational exercises to determine the lengths of individual months, the scheduled intercalation of leap years, the solstices and equinoxes that begin each of the four seasons and, by extension, the dates of all holidays of the Jewish liturgical year. The Sefer Evronot is first ascribed to Eliezer ben Jacob Belin Ashkenazi and printed in Lublin, in 1614, with subsequent editions appearing until the 19th Century. Belin’s work is an assembling of previous sources into a consolidated text, as stated in the author’s introduction: “we have searched in new books as well as old, one by one, in order to find the calculation of lunations, remainders and the determination of regular, abundant or defective years and arranged in proper and correct order [the calendar year consisting of 353 days (defective year), 354 days (regular year), or 355 days (perfect year or abundant year) and containing 12 months]. Jews in the late Middle-Ages and early Modern period, particularly in commercial trade, were required to be able to interact with Christians. I was needed a knowledge of the Christian calendar in addition to their own. Accordingly, this volume includes the “Luah Hehagaot”, a chart containing the months and fixed saints’ days of the Christian ecclesiastical year, and a brief accompanying text commonly attributed to Meir ben Joshua of Hammelburg.



15. CAMÕES, Luís Vaz de. LUSIADA POEMA EPICO DE LUIS DE CAMOES PRINCIPE DOS POETAS DE ESPANHA, Com os Argumentos DE JOAÕ FRANCO BARRETO, Illustrado com Varia, e Breves Notas, e com huum precedente Apparao do qe lhe pertence, POR IGNACIO GARCEZ FERREIRA ENTRE OS ARCADES GILMEDO. Em Napoles na Officina Parriniana MDCCXXXI (1731) [Tomo II. Roma, na Offic. de Antonio Rossi. 1732] 2 volumes In 4.º de 25x19,5 cm. Com [xii], 488 [ii] e [iv], 238 pags. Encadernações recentes ao gosto da época inteiras de pele com nervos e rótulos vermelhos. Ilustrado com um magnifico retrato de Camões aberto por Carlos Allet em 1728 e um mapa desdobrável da Carreira da Índia no seu descobrimento por Vasco da Gama no ano de 1497, aberto por Dom Franceschiní. Inocêncio III, 208. “P. IGNACIO GARCEZ FERREIRA, foi primeiramente Conego secular da congregação do Evangelista (mais conhecidos pelo nome de Loyos) depois Clerigo secular, e a final provido na dignidade de Conego penitenciario da Sé de Lamego em 1733. Pertenceu á Academia dos Arcades de Roma com o nome de Gilmedo. N. na praça de Almeida a 18 de Septembro de 1680. Quanto ao logar e data do seu falecimento, nada nos diz Barbosa. Foi Garcez um dos criticos que tractaram Camões com maior aspereza e severidade; e diz o sr. Visconde que o seu trabalho servíra de muito a José Agostinho na composição da Censura das Lusiadas. - Lusiada, poema epico de Luis de Camões, com os argumentos de João Franco Barreto, illustrada com varias e breves notas, e com um precedente apparato do que lhe pertence. É pouco vulgar esta edição, de que alguns exemplares só venderam em tempo de 3:200 a 3:600 réis. Creio que modernamente tem subido de valor.”



25. FERREIRA DE VERA, Álvaro. ORIGEM DA NOBREZA POLITICA, BLAsões de armas, appelidos, cargos, & titulos nobres. Per…EM LISBOA. Per Mathias Rodriguez. Anno MDCXXXI. (1631) In 8.º de 17,5x12,5 cm. Com [viii], 56 fólios. [Junto com:] ORTHOGRAPHIA, OV MODO PARA ESCREVER certo na língua Portuguesa. COM HVM TRATTADO DE MEMOria artificial: outro de muita semelhança, que tem a língua Portuguesa com a Latina. AVTHOR ÁLVARO FERREIRA de Vera, natural da inclyta cidade de Lisboa. Em Lisboa. Per Mathias Rodriguez. Anno de 1631. com [xvi], 88 fólios. Encadernação do inicio século XIX com lombada e cantos em pele. esta duas obras publicadas simultaneamente costumam aparecer encadernadas juntas como é o caso do presente exemplar. Inocêncio I, 46. “ALVARO FERREIRA DE VERA, cuja profissão e estado não indicam claramente os nossos bibliographos, que d’elle tractaram. Apenas se sabe (por elle o dizer) que fôra natural de Lisboa, e que passando de Portugal para Hespanha, assentou sua residencia em Madrid. Lá estava em 1640, e se conservou nos annos seguintes, continuando a reconhecer Philippe IV como seu rei, não obstante achar se acclamado e governando em Portugal o Duque de Bragança. Barbosa dá a entender que elle falecera em 1645, mas é inexacto, pois consta com certeza que ainda vivia em 1647. - E. e publicou em portuguez: As obras d’este auctor são estimadas e pouco communs. Ambas as referidas, isto é, a Origem da Nobreza e a Orthographia, andam às vezes encadernadas em um unico volume, o qual sendo bem tractado se vende de 960 a 1:440 reis, e até 1:920 réis, havendo exemplo de um vendido por 2:400 réis.”




28. GÓIS, Damião de. CHRONICA DO FELICISSIMO REY DOM EMANVEL da gloriosa memoria. Aqual por mandado do Sereníssimo Príncipe, o Infante Dom Henrique seu Filho, o Cardeal de Portugal, do Titulo dos Santos Quatro Coroados. Damião de Goes coligio, & compôs de nouo. El Rey N. Senhor a mandou ver por Seu Coronista Mòr Ioão Baptista Lauanha, & està conforme a que o Auctor acima mandou imprimir.Anno 1619. Em Lisboa. Por Antonio Aluarez Impressor, & Mercador de Liuros, E feita a sua custa. In fólio de 28x19 cm. com [ii], 347, [i] fólios. Encadernação da época inteira de pele com nervos e rótulo vermelho na lombada. Impressão a duas colunas. Rosto a negro e vermelho como o escudo de armas do Duque de Bragança D. Teodósio, a quem obra é dedicada. Exemplar com assinaturas e carimbo de posse na folha de rosto. 2.ª edição, a primeira saiu em 1566. InocêncioII, 124. Salvá II, 2959. Palha III, 2829. Samodães 1398. Faria, F.L. Estudos bibliogr. sobre Damião de Góis 52. Ulrich. UCBG Res. 11441700. Borba de Moraes. Bibliogr. Bras. 1, 354-355. ”The Cronica contains the account of the discovery of Brazil, and is one of the first narratives printed in Portuguese of Pedro Alvares Cabral’s discovery.” This second edition is also rare.” Arouca G 98.



40. LUCAS, H. HISTOIRE NATURELLE DES LÉPIDOPTÈRES EXOTIQUES. AVEC 80 PLANCHES REPRÉSENTANT 400 SUJETS PEINTES D’APRÈS NATURE GRAVÉES SUR ACIER PAR PAUQUET. PARIS. F. Savy Paris, s/d. [1845]. In 4.º de 23x15 cm. Com (iv) -156 pags. + 80 gravuras coloridas + iv pags. + 2 gravuras. Encadernação da época com nervos na lombada e cantos em pele. Obra ilustrada com 80 gravuras colorida manualmente e 2 gravuras a preto e branco com instrumentos para caçar borboletas e preservação das mesmas, acompanhadas de um capitulo explicativo. Exemplar com acidez própria do papel (foxing) no texto.



45. MARTINS CAMINHA, Gregorio. TRACTADO Da forma dos Libellos. E da forma das allegações judiciaes. E forma de proceder no juízo secular, & Eclesiástico. E da forma dos Contractos: com suas glosas, & cotas de direito. Feito por o Licenciado Gregorio Martinz Caminha. EM COIMBRA. Com licença do Conselho da Sancta & geral Inquisição impresso. Por Ioão Barreyra, Impressor del Rey N. Senhor em a Universidade de Coimbra. Anno 1578. In 8º de 19x14 cm. Com [ii], 42, 23 fólios. Encadernação do século xviii inteira de pele. Impressão adornada com belas capitulares Obra com a licença dada por Fr. Bartolomeu Ferreira, o mesmo que deu a primeira licença aos Lusíadas. Exemplar com leves restauros marginais na folha de rosto, mancha antiga de humidade no primeiro e no ultimo fólio, algumas assinaturas e apontamentos coevos ao longo do texto. Raríssima edição de um tratado jurídico clássico português, que saiu pela primeira vez em 1558 e foi sucessivamente reimpresso entre nós até ao século xix. Inocêncio III, 164. Anselmo 227. Não existe exemplar na Biblioteca de D. Manuel II. Na Biblioteca Nacional existe um exemplar “Folhas mutiladas.” Na Univ. Coimbra Bibl. Geral. Existe um exemplar “Aparado. - F. mut.”



47. MAXIMILIAN, Prince of Nuewied. TRAVELS IN BRAZIL, IN THE YEARS 1815, 1816, 1817. BY PRINCE MAXIMILIAN, OF WIED-NEUWIED. ILLUSTRATED WITH PLATES. LONDON: FOR HENRY COLBURN & CO. 1820. In 4.º de 26,5x21 cm. Com x, 335 pags. Encadernação da época inteira de pele, com a lombada restaurada. Corte das folhas marmoriado. Ilustrado com o retrato do príncipe Maximilian, um mapa desdobrável e 6 gravuras.



Exemplar com eventual falta da folha de dedicatória ou anterrosto tipografico. Borba de Moraes Bibliographia Brasiliana, pag. 545. “Maximilian’s portrait, engraved folding map with author's route handcolored in outline, 6 lithograph plates.”



52. NUNES, Filipe. ARTE POETICA E DA PINTVRA E SYMETRIA, COM PRINCÍPIOS de Perspectiua. Composta por Philippe Nunes natural de Villa Real. Em LISBOA, POR Pedro Crasbeeck. Anno 1615. In 8.º de18x12 cm. Com [xii], 74 fólios. Encadernação recente em pergaminho ao gosto da época. Obra ilustrada no texto. Junto ao fólio 38 encontra-se um fólio volante desdobrável de menor dimensão dos restantes. Exemplar com restauros marginais. 1.ª edição raríssima. Em Portugal, apenas existe um exemplar incompleto na Biblioteca da Universidade católica. Exemplar com ex-libris de Xavier da Costa, 1899. “”A págs. 39 tem novo frontispício com o titulo «Arte da Pinura, e Symmetria, e Prespectiva». Ilustrada com curiosas figuras no texto. Muito Rara e valiosa. Inocêncio II, 304. “FILIPPE NUNES, natural de Villa real. Professou já em edade adulto o instituto da ordem de S. Domingos a 4 de Novembro de 1591, tomando ahi o nome de Fr. Filippe das Chagas. Ignoro a data do seu obito. Arte poetica, e da pintura e symmetria, com principios de perspectiva. Lisboa, por Pedro Craesbeeck 1615. 4.o de Vl 74 folhas, numeradas só na frente. Entre as folhas 37 e 38 ha uma sem numeração, em fórma de mappa, contendo uns versos castelhanos. A Arte de pintura tem rosto cm separado, com designação do mesmo logar, anno e impressor: mas a sua numeração continúa sobre a do tractado antecedente, principiando a folhas 39. - Esta Arte de pintura foi separadamente reimpressa, com a indicação de correcta, emendada e acrescentada com o seu index. Lisboa, por João Baptista Alvares 1767. 8.o de xm 116 pag. - Tenho d'esta segunda edição um exemplar, comprado por 120 reis.”



62. REGVLA SANCTISSIMI BENEDICTI MONARCHORVM OMNIVM PATRIS ALMIFICI. Cum facultate supremi Senatus Sanctae & generalis Inquistionis, & Ordinarij. Execudebat Antonius Riberius Olysippone, expensis Congregationis sacti Patris Benedicti. 1586. In 8.º com 18x13,5 cm. Com [vi], 68 fólios. Impressão adornada com capitulares xilograficas, duas imagens diferentes de S. Bento, na folha de rosto e no último fólio e um escudo tipográfico também no último fólio. Primeira edição. Licença dada por Bartolomeu Ferreira, censor de Os Lusíadas. Anselmo 973. D. Manuel 190. [junto com:] REGRA DO GLORIOSO PATRIARCHA SAM BENTO, TIRADA DE Latim em ligoajem Portuguesa, por industria do muito R. P. F. Plácido Villalobos Geral nesta Congregação de Portugal. Foi impressa em Lisboa, com licença do Supremo coselho da Sancta Inquisição, por Antonio Ribeiro, á custa da Congregação de Sam Bento. 1586. com [iv], 49, [i] fólios. Encadernação do final do século XVIII. Tradução de Fr. João Pinto. Primeira edição. Licença dada por Bartolomeu Ferreira, censor de Os Lusíadas. Impressão adornada com capitulares xilográficas, duas imagens diferentes de S. Bento, na folha de rosto e no último fólio, e uma gravura de página inteira no verso do último fólio, nesta gravura utilizou-se a mesma chapa com se imprimiu a primeira edição de Os Lusíadas, pelicano com a cabeça para a esquerda, o que talvez permita desfazer a ideia de que a chapa se estragou e que por isso se utilizou uma chapa diferente, pelicano com a cabeça virada para a direita na tiragem B. Exemplar com antigos restauros marginais (à cabeça e no pé) nas folhas de rosto para remoção de assinaturas de posse. Estas duas primeiras edições da regra de S. Bento, embora publicadas em simultâneo são dois especímenes bibliográficos diferentes. Anselmo 972. D. Manuel 191.



67. SCHMIDEL, Ulrich. Vera historia, Admirandae CVIVSdam nauigationis, quam Huldericus Schmidel, Straubingensis, ab Anno 1534. usque ad annum 1554. in Americam vel nouum mundum iuxta Brasiliam & Rio della Plata, confecit. Quid per hosce annos 19. sustinuerit, quam varias & quam mirandas regiones ac homines viderit. Ab ipso Schmidelio Germanice, descripta : Nunc vero, emendatis & correctis Vrbium, Regionum & Fluminum nominibus, Adiecta etiamtabula Geographica, figuris & aliis notationibus quibusdam in hanc formam reducta. NORIBERGAE. Impensis Levini Hulsij. 1599. In 8º de 19x15 cm. Com [ii], 101 pags. 15 gravuras e um mapa desdobrável impresso em duas folhas. Exemplar com falta do retrato de Schmidel com a legenda “Contrafactur Ulrichs Schmidels' e alguns restauros (reforços) antigos marginais, em quese utilizaram tiras de papel para reforçar cantos das páginas rasgados, mas presentes, os mesmos deve ser removidos. [ii], 101 p., Illustrated with 15 leaves of plates and 1 folding map printed in two leaves, [missing Schmidel portrait “Contrafactur Ulrichs Schmidels.”] Encadernação recente em pergaminho ao gosto da época. Ilustrado na folha de rosto com uma vinheta retratando Schmidel montado num lama e acompanhado por 2 índios, Impressão em itálico com notas marginais. Apresenta no segundo fólio o brasão do Bispo de Bamberg, a quem o livro é dedicado. Tem junto um manuscrito em francês do início do século dezanove com 2 fólios que descreve a obra com grande pormenor bibliográfico. Primeira edição latina, raríssima a mais correcta e procurada. Trata-se de um relato de exploração no Brasil, Paraná, floresta da Amazónia, Rio Amazonas, Argentina, Buenos Aires e Paraguai. Descreve os combates dos europeus contra os índios, os usos e costumes tribais dos mesmos. Esta obra apresenta as duas primeiras gravuras de Buenos Aires, cidade da qual Schmidel foi um dos fundadores. Retrata animais, até então desconhecidos, danças e cerimónias tribais. A última gravura retrata o naufrágio do navio que Schmidel regressava para a Bélgica, o barco carregado com 6 caixas de ouro e prata, foi atraído para a costa traiçoeiramente por fogueiras de piratas durante uma tempestade perto de Cádis. O mapa extremamente raro e importante é de grande qualidade científica. Em 1534, com 25 anos de idade Schmidel embarcou em Cádis para a América do Sul na armada comandada por Pedro Mendoza, ai alistou-se como soldado na expedição ao Rio da Prata. Regressando à Europa, em 1554, passados 19 anos. Aportou nos Açores, ilha Terceira, em que permaneceu dois dias e depois passou a Lisboa e foi a Sevilha para entregar a Carlos V, o relatório da expedição enviado pelo primeiro governador de Buenos Aires Domingo Martinez de Irala, o mesmo serviu de base ao livro. Sabin, 77679. Rodrigues Biblioteca Brasiliense 2208. Palau 1990, VI 477. Bosch, 43. Borba de Moraes, 780. “The account of Schmidel’s voyage appeared in print for the first time in print in the Feyrabend collection, as we have stated previously. It was translated into Latin here by Hulsius, who published it in the same year (1599) that he printed it in German in the fourth part of his collection of voyages (see Hulsius). The plates, map and portrait are the same. The map was printed on double page. The plate facing p. 10 entitled “Buenos Aeres” depicts a city defended by cannons mounted at the corners mounted at the corners. It is the first known representation of Buenos Aires. The other plates, 15 in all, are illustrations of author´s adventures. Schimdel’s account was included in many collections of voyages. Owing to his importance for the study of the history of Rio de la Plata and Southern Brazil several modern editions exist and there is a considerable amount of literature about him. The 1599 Latin edition is very rare and sought after.” Not in Biblioteca Brasiliana. Robert Bosch. Not in Portuguese and Brazilian Books in the John Carter Brown Library. Not in Maggs Biblioteca Brasiliensis. Not in Reiis & Auvermenn Auction 40. Apenso ao livro encontra-se um manuscrito anónimo do princípio do século xix, que contem importantes investigações bio-bibliogáficas. Tradução portuguesa: Schmidel [Ulrich Schmidl, 1510-1579] viajante alemão nascido em Straubing, na Baviera, arregimentou-se em 1534 para servir na América, fazendo-se à vela desde Anvers [Antuérpia, na Flandres, Bélgica] até Cádis onde se reuniu com a frota, servindo sob as ordens de Irala [Iyralla] e voltou apenas a Antuérpia em 1553. Entretanto entrou em Lisboa em 3 [de Juln?] deste mesmo ano indo ter a Sevilha onde deu a Carlos V uma descrição histórica dos países do Rio da Prata, feita por Domingo Martinez Irala [Capitão General], o qual lha tinha confiado quando o dispensou do serviço. O relato de Schmidel escrito em alemão foi primeiramente impresso dentro da[s] recolha[s] de De Bry e em seguida traduzido em Latim na primeira parte desta colecção por Gotthard Arthus [1570-1630, importantíssimo tradutor também referenciado como co-autor da obra de Schmidel]. Lévius Hulsier [Levinius Hulsius, 1546-1606] tendo obtido uma cópia que lhe parecia ser original; publicou-a em latim; e assim pensou sobretudo porque os nomes próprios estavam de tal modo alterados na recolha de De Bry que não era possível reconhecê-los. O livro publicado por Hulsius está intitulado: “Vera Historia Admiranda…. Noriberga, Hulsius, 1599, 1 Vol. In 4º Carta e Fig. [ilustrações]”. Camus diz que é apenas na tradução de Hulsius que se pode ler e entender a viagem de Schmidel evitando as falhas na maneira de escrever os nomes próprios. O que é digno – acrescenta Camus – é fixar a atenção nas descrições de Schmidel; e na noção de um grande número de povos; junto dos quais esteve frequentemente. Schmidel desejou exprimir a distância que separa os povos; deu as suas opiniões sobre o seu aspecto; os seus usos; os seus costumes e principalmente sobre a sua maneira de combater. Schmidel deu ainda a conhecer os recursos destes povos para a subsistência, e nessa ocasião fala dos frutos e dos animais que se encontram nos seus territórios. [encontra-se rasurado: “Retrato de Schmidel ?”] colocado no primeiro caderno, entre o título e a data do livro, representa-se - tal como podemos supor - Schmidel montado numa besta de carga precedido e antecedido por servidores indígenas. Este retrato pode ter sido feito à vista no local. Seguidamente vem uma dedicatória de Hulsius a Jean Philippe L’Évêque de Bamberg com um escudo gravado e um aviso ao leitor sobre a mesma [isto é, sobre o tema principal da obra]. Segue-se um prefácio de Hulsius [ao benévolo leitor] e o texto começa a partir da página 6 e termina na página 101. Contém 15 gravuras intercaladas no texto representando batalhas e outros assuntos [mais ne sont d’aucune valeur]. O mapa geográfico segue-se ao texto; e é composto por duas folhas juntas representando a America Setentrional e Meridional. Camus pensa que se trata de um trabalho de Julles Mundius [referência não encontrada]. Schmidel, sendo um dos primeiros que escreveu sobre a América Meridional, Bareiu [nome e referência não encontrados] inseriu a relação, traduzida em espanhol, sobre o título de “Historia del Descubrimiento del Rio de la Plata y Paraguay” no Tomo III da “Collection des Histoireurs Primitifs des Indes Occidentales”. Enfim, este livro é tão mais precioso que, à parte de alguns exageros sobre o numero dos inimigos que o autor combateu – defeito bem desculpável ao simples soldado que recita os seus combates – Schmidel conserva uma imparcialidade, uma ingenuidade e uma exactidão das distâncias e das posições que transmitem uma grande confiança à sua descrição. Há que acrescentar que, por outro lado, contém apenas o resumo da tradução de Irala, que Schmidel apresentou ao Imperador no seu regresso da América, e que Ozara [? nome e referência não encontrado] diz que; por ter visto esta descrição; que esta é sem dúvida a melhor obra que existe sobre estes territórios [contrée], pois esta parece ao autor espanhol a mais hábil que existe respeitante à América.



74. SWEET, Robert. FLORA AUSTRALASICA; OR A SELECTION OF HANDSOME, OR CURIOUS PLANTS, NATIVES OF NEW HOLLAND, AND THE SOUTH SEA ISLANDS; CONTAINING COLOURED FIGURES AND DESCRIPTIONS OF SOME OF THE CHOICEST SPECIES... THE DRAWINGS BY E. D. SMITH. LONDON: JAMES RIDGWAY, 1827-1828. In 4.º de 24x15 cm. Com (iv)-56 fólios. Ilustrado com 56 gravuras coloridas manualmente. [Junto com:] EDWARDS, Sydenham, and others. The botanical register; or, ornamental flower-garden and shrubbery. Consisting of coloured figures of plants and shrubs, cultivated in British gardens... vol. XIV. London: James Ridgway, 1828. (iv)- 101 fólios. Ilustrado com 94 gravuras coloridas manualmente, algumas são desdobráveis.



Encadernação da época com lombada e cantos em pele, apresenta falhas de pele na lombada. A primeira obra é constituída por uma folha de rosto e outra com índices e bibliografia; seguem-se 56 magníficas gravuras a talhe-doce cuidadosamente coloridas à mão, acompanhadas de outras tantas folhas de texto explicativo. A segunda obra (apenas o volume XIV de um extensa publicação), com a mesma disposição gráfica, inclui um rosto, um índice e 94 gravuras, igualmente coloridas à mão (numeradas de 1131 a 1223, sendo a 1203 dupla), acompanhadas pelos respectivos textos. Ambos os volumes levemente aparados e com ligeiríssima acidez, conservando, contudo, toda a frescura do colorido manual. Na segunda obra, 15 gravuras apresentam um ou dois pequenos furos de traça e o primeiro caderno do rosto está fora de ordem. The most appealing of all illustrated Australian botanical books from the early decades of settlement and a fundamental work on Australian botany. Nissen BBI 1924; Great Flower Books, p.77; Dunthorne 295; Stafleu TL2 13.548; Ferguson 1144.

Julgo que terão muito material de consulta, pois a oferta é vasta e abrange múltiplas temáticas. Quanto a compras veremos como o mercado vai reagir à chegada do FMI.

Entretanto sempre temos os “nossos livros” para os folhearmos, precisam de arejar pelo menos uma vez por ano, nunca se esqueçam deste pormenor importante, e quem sabe se vamos encontrar algo que nos conduza a mais uma investigação…convirá é ser longa, pois a crise está para durar e muito!

Saudações bibliófilas.


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