sábado, 21 de novembro de 2009

Luiz Pacheco (1925-2008)



Convite

O estimado Luís Gomes, proprietário da «Livraria Artes e Letras», por onde passei hoje numa sempre agradável visita e “cavaqueira” bibliófila, falou-me da sua actividade como comissário desta exposição sobre Luiz Pacheco que as Publicações Dom Quixote e a Biblioteca Nacional de Portugal inauguram no dia 26 de Novembro às 17:30 horas.
Nesta evento, que decorrerá na Galeria da BNP, será lançado o catálogo «Luiz Pacheco (1925-2008)» e, pela primeira vez, vai estar reunida quase toda a sua obra impressa.

Aqui fica o convite para uma visita, que se prevê bastante interessante, e, já agora, para aqueles que se interessem por estas coisas de bibliofilia, porque não darem um salto à Renascimento, para assistirem ao leilão, que terá lugar à noite, e poderem tentar adquirir um dos seus livros que estarão em venda.


Luiz Pacheco

Luiz José Gomes Machado Guerreiro Pacheco nasceu em Lisboa a 7 de Maio de 1925 na freguesia de São Sebastião da Pedreira, numa velha casa da Rua da Estefânia, filho único, no seio de uma família da classe média, de origem alentejana, com alguns antepassados militares. O pai era funcionário público e músico amador.

Desde cedo teve a biblioteca do seu pai à sua inteira disposição e depressa manifestou enorme talento para a escrita. Estudou no Liceu Camões e frequentou o Curso de Filologia Românica na Faculdade de Letras de Lisboa que não concluiu, sendo admitido em 1946 como agente fiscal da Inspecção de Espectáculos e vindo a tornar-se terceiro oficial dessa instituição.

Começa a publicar a partir de 1945 diversos artigos em vários jornais e revistas, de que se destacam “O Globo”, “Bloco”, “Afinidades”, “O Volante”, “Diário Ilustrado”, “Diário Popular” e “Seara Nova”. Em 1950, funda a editora «Contraponto», onde publica escritores como Raul Leal, Mário Cesariny, Natália Correia, António Maria Lisboa, Herberto Helder, Vergílio Ferreira, etc. Dedicou-se à crítica literária e cultural, ganhando fama como crítico irreverente. Denunciou a desonestidade intelectual e a censura imposta pelo regime do Estado Novo

A sua obra literária, constituída por pequenas narrativas e relatos (nunca se dedicou ao romance ou ao conto) tem um forte pendor autobiográfico e libertino, inserindo-se naquilo a que ele próprio chamou de corrente "neo-abjeccionista".


Luiz Pacheco – O Libertino Passeia por Braga, a Idolátrica, o seu Esplendor.
Lisboa, Colibri, 1992

Em «O Libertino Passeia por Braga, a Idolátrica, o Seu Esplendor» (escrito em 1961), texto emblemático dessa corrente e que muito escândalo causou na época da sua publicação (1970), narra um dia passado numa Braga fantasmática e lúbrica, e a sua libertinagem mais imaginária do que carnal, que termina de modo frustrantemente solitário.

Morre a 5 de Janeiro de 2008, de doença súbita, a caminho do Hospital do Montijo, foi cremado no cemitério do Alto de S. João.

Saudações bibliófilas.

Sem comentários:

Enviar um comentário